Textos de Auto Conhecimento

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Por milhões de anos, a humanidade viveu como os animais. Então aconteceu algo que desencadeou o poder da nossa imaginação. Nós aprendemos a falar. E nós aprendemos a ouvir. A fala tem permitido a comunicação de idéias, permitindo aos seres humanos trabalhar em conjunto. Para construir o impossível. As maiores conquistas da humanidade surgiram em decorrência da fala. E os maiores fracassos pela falta dela. Não precisa ser desta forma! Nossas maiores esperanças poderiam se tornar realidade no futuro. Com a tecnologia à nossa disposição, as possibilidades são ilimitadas. Tudo o que precisamos fazer é garantir que continuemos conversando.

A falta de humildade de alguns chateia, por mim, quanto maior fosse o "nível de intelectualidade" da pessoa, mais próxima ela deveria estar da realidade, por tentar compreendê-la, e das pessoas que fazem parte da mesma. Muitas vezes acontece o inverso, quanto mais conhecimento, mais distante do real, dos "simples mortais". Já que o rei não vai virar humilde, o humilde vai ter que virar rei!

Ser sozinho não é ruim, é preciso ter auto controle da ansiedade e ter bom senso de atitudes e financeira, pois a tão famosa liberdade não é algo para todos, requer sabedoria e muito Deus, muito se atropelam por não saber como lidar com certas situações e desabam. Alguns se apavoram só pelo fato de ficar só. Mas com saúde e atenção, ninguém fica só, mas viver sozinho em uma casa ou passear só que é algo bem diferente, e mesmo assim tem uma vida social bem satisfatória, pois trabalha, namora, tem amigos, família, vai a eventos. E, ir só em baladas e festas não te traduz como uma pessoa centrada e feliz, mas o auto conhecimento e o silêncio da vida mais solitária, traduz sua personalidade de fato. Primeira coisa é aprender a gostar de sua própria companhia, mas muitos não suportam a ideia, e tem medo ou até agonizam. Como já descrevi, viver sozinho e de bem com a vida e ter intimidade com Deus é para poucos. Aprenda e respeite quem o faz...

Oração da Semana
Que possamos praticar o auto-amor, nos amar, nos permitir, nos tornarmos nossa melhor companhia, ter mais fé em nós, para assim ter fé nos outros.
Que possamos nos perdoar e ter consciência que ninguém é perfeito, que o importante é reconhecer e evoluir, pois só assim também vamos conseguir perdoar os outros.
Pois o amor só pode se tornar amor quando está enraizado em nós para assim transbordar no outro.

"E quando a gente percebe que tá virando amor
a gente dá um jeito de se auto sabotar;
Negar intenções, sentimentos, vontades.
Controlar as palavras, as caricias,
não dizer que sentiu saudades.
Porque nos dias de hoje o amor deixou de ser simplesmente amor.
Complicaram o amar,
virou sinônimo de pavor.
Desde quando as pessoas precisam se afastar por medo de se envolverem demais?
Por medo de amarem demais.
Por medo!
Porque o amor vem acompanhado do medo, da insegurança, da perda.
Porque por trás de cada amor, tem a dor escondida;
Do inevitável, do incontrolável, do insuportável.
Sentir demasiado.
E ninguém aguenta o fardo.
Ninguém aguenta mais amar.
E duvidam quando são amados."

O amor próprio e auto aceitação é uma construção do indivíduo, um trabalho diário de autoafirmação positiva de si.
O condicionamento imposto pela sociedade por um ser perfeito, somos seres inacabados e a consciência nos faz perceber, o que pode se aprimorado ou transformado, somos responsáveis pela nossa vida, a harmonia de conviver consigo mesmo, a flexibilidade de pensamentos e ações, viver a vida com graça e leveza.
Implica a capacidade de respeitar, ter coerência e de aprender com o diferente, não permitir que mal estar alheio lhe roube a paz e nem destrua seus sonhos.

- Vício Nocivo Auto-sabotagem da Silva

Uma pessoa que “não é” viciada em: bebidas alcoólicas e tabaco entre outros vícios, logicamente não sente falta dos mesmos; para esta pessoa, estas coisas não são tentações, pois não há dependência, não há vício.

Então, estes maléficios que trazem dor e morte, poderiam “nem existir”, que não faria a menor diferença na vida dessa pessoa; ela continuaria seguindo a vida dela, em paz, normal.

Agora, imagine se para nós, sim, literalmente não existisse o pecado, a tristeza, a dor e a morte, sentiríamos falta?

Nem saberíamos o que é.

Deus é a própria existência eterna, fora do tempo, inteligente, criadora e amorosa.

O céu existe, anjos existem, outros planetas habitados por incontáveis seres diferentes existem.

A vida eterna existe; Deus não criou nada para morrer; no céu a palavra “vida eterna”, é o mesmo que “oxigênio” na terra; ou seja, apenas mais uma ferramenta perfeita e vital que possibilita a vida.

Se você está lendo este pensamento escrito por um pecador arrependido que é o Marcos, logicamente você está no planeta terra...

O que este fala pode ignorar, mas o que Deus fala é ordem; e Deus manda este escrever para você:
Alimente-se “diariamente” muito bem, mas coma muito, muito mesmo; o cardápio que há suas necessidades provém de Deus e são:

Perseverança, temperança, amor, gratidão, humildade, esperança, temperança, fé, modéstia, convicção, comprometimento, fervor, mansidão, harmonia, felicidade, paz, compassividade, longanimidade, perdão, conhecimento, sabedoria, inspiração, motivação, ação, oração, caridade e confiança no Senhor Deus.

Os resultados após ingerir esses alimentos para a vida, serão os mesmos intactos; muita felicidade, paz, amor e vida!

A lei do desapego serve para quase tudo na vida, der adeus a auto crítica, abandone a culpa, largue os prenconceitos, deixe de lado a procrastinação, esqueça as crenças limitantes, descarte os rancores, as más companhias e solte o passado.
Mas nunca desapegue-se do amor, ele é a cura pra todos os males.

Pense numa mulher forte
Que soube se reconstruir
Que é auto suficiente
Que tem uma história de vida espetacular
Sobre resistência
Resiliência
Sobrevivência
Soube se provar além
sem querer provar nada a ninguém
Seu coração sente mais do que demonstra
Ela nem tem noção dos meus sentimentos
As vezes quero contar sua história aos quatro ventos
Que eu sempre aprenda um pouco mais
Com você mãe

Pato Feio ou Pato Conformado?

Não cometa o mesmo erro que ele... Se auto julgar inferior por não seguir um padrão imposto pela sociedade... mal sabe ele que a diferença é mais bela que a repetição ....

Reflita... não seja mais um pato qualquer, lute para se tornar um alguém diferente, defenda suas essências, porque melhor do que ser como os outros é ser ÚNICO.

O ser humano costuma forjar-se.
Na perspectiva de se auto afirmarem melhores e merecedores, surge uma forma desigual sobre outros. Então, somos tudo que queremos afirmar?
É ausente a balança mediadora de escolhas e sentimentos tão baixos e estúpidos.
Mas o que é ser estúpido?
É Saber demais das teorias e não exercê-las?
Ou é zombar da nossa condição, limitação e veracidade?
Para que serve o nosso intelecto sem a maçã do limiar que há em existir imperfeito?
Devo aproveitar-me de minha imperfeição para castrar meu estado existencial?
Pra que se vestir de tanta estupidez e arrogância?
Se nada terei no universo sem sombras de dúvidas..
Ninguém deve pertencer ao inferno. Mas instintivamente, perde-se muito da vida criando sementes daninhas e que geram frutos.
Para que serve a vida, se não noiva-la com a gratidão e generosidade?

DESCUBRA SEU FLUXO
Ter um ritual matutino é a forma mais básica de auto-confiança; lhe fará lembrar que, quando tudo mais falhar, pelo menos você pode encontrar algo que pode depender. Seja uma oração ou meditação. Seja praticar exercícios de alongamento ou de respiração. Seja uma breve leitura ou momento de estudo profundo. Tenha o seu encontro de amor matutino.

É muito triste quando o ser humano usa o que poderia ser bom,para destruir o próximo e sua auto destruição ,impondo medos. ..no momento que algo vira discussão e desrespeito, já não existe mais nada ali ,a causa e a verdade para que nos propusemos à lutar em união , não tem mais o porquê...Se tentarmos ajudar,praticar algo que nos foi ensinado de bom...nos tornamos alvo...
Tudo que existe um sistema e interesses não existe seres humanos e natureza....existe destruição e o meu coração chora e grita,pois gostaria de salvar o mundo e todos os seres vivos ...mas o ser chamado humano tem escolhas e a maioria prefere sempre usar o pior lado... não compreendem que o resumo de tudo é a nossa evolução espiritual, o amor e o perdão. ..Somos preto e branco ,pois os dois é preciso ,para agir com amor e razão,para o nosso equilíbrio...nada pode ser demais pois sofremos ...não podemos modificar tudo,pois sofremos...mas só sofremos quando esquecemos que temos que amar sem esperar e dar amor para os que realmente querem amor...ajudar ,tentamos...mas não são todos preparados para ajuda, pois precisam ainda se ajudar...ninguém vê o seu coração de verdade...só a capa que vai voltar para Terra .Abençoados sejam ♡ nunca podemos regridir por sombras que só usam ,quem quer ser usado para nos abalar.Sejamos a cura para o nosso planeta.

A independência é o privilégio dos fortes, da reduzida minoria que tem o calor de auto-afirmar-se. E aquele que traia de ser independente, sem estar obrigado a isso, mostra que não apenas é forte mas também possuidor de uma audácia imensa.
Aventura-se num labirinto, multiplica os mil perigos que implica a vida; se isola e se deixa arrastar por algum minotauro oculto na caverna de sua consciência. Se tal homem se extinguisse estaria tão longe da compreensão dos homens que estes nem o sentiriam nem se comoveriam em absoluto. Seu
caminho está traçado, não pode voltar atrás, nem sequer lograr a compaixão dos seres humanos.

Não adianta eu me ler com auto-afirmação se me descrevem de forma que não me dão chance de ir à defesa a mim;
Mesmo sem querer, os outros acreditam no que falam de mim com intenções nada convincentes;
Sabendo que o dia de se lamentarem chegará para que me leiam e que possam me conhecer com um ar de arrependimento de não tentarem perceber o quanto vale a pena;

É difícil, nos auto-definir. Pois muitas vezes fazemos uma avaliação muito diferente de quem realmente somos. Por isso é mais fácil solicitar referências sobre nós, aos outros, do que nos arriscar em fazer um "marketing pessoal". Parece que a opinião alheia tem mais credibilidade, autenticidade.
Essa é a razão pela qual perguntas como: “Quais são suas qualidades?”, ou, “Qual o seu pior defeito?”, são difíceis de responder. Como posso saber quais são minhas qualidades ou defeitos, se apenas quem pode enxerga-los são os outros?
Somente as outras pessoas podem notar nossas qualidades ou apontar nossos defeitos. O que consideramos como uma virtude pessoal, para as pessoas de nosso convívio pode ser julgada como imperfeição (principalmente se for de uma maneira exagerada). Por exemplo: persistência pode ser encarada como teimosia, amor-próprio como egoísmo, espontaneidade como impulsividade.
Embora algumas pessoas tenham o hábito de interpretar nossas atitudes de maneira propositalmente inversa, na maioria das vezes, uma análise particular por uma ótica alheia, nos oferece uma perspectiva pessoal, que muitas vezes nós mesmos nunca reparamos. Faz-nos enxergar virtudes ou defeitos, que não sabíamos que possuíamos. Pois é muito mais confortável apontar os defeitos dos outros, do que ter a coragem de assumir nossos próprios.
Então, ao invés de responder a pergunta do perfil: “Quem sou eu?”, prefiro escrever um pouco sobre mim.

Sonhos. Quem não tem sonhos? O mais interessante é que sonhar é algo democrático,
todos têm o direito, seja rico ou pobre, livre ou cativo, homem ou mulher, criança ou velho.
Falando em criança, durante minha infância, tive vários sonhos. Queria ser astronauta, para alcançar as estrelas, e quem sabe levar uma para casa. Já sonhei em ter um pônei mágico (como Pégasus – o cavalo alado), com asas que me levassem a todos os lugares que eu quisesse. Já alimentei o sonho de ter nascido loira, só para ser uma das paquitas. Sonhos lúdicos, sonhos infantis, estimulados pela imaculada inocência. Crescemos, mas os sonhos não nos abandonam; apenas se desenvolvem, acompanhando o nosso próprio amadurecimento.
Continuo alimentando meus sonhos, não mais com a ingenuidade típica das crianças; mas como forma de metas, de objetivos a serem alcançados. Ainda não realizei todos, mas desejo viver tempo suficiente para vê-los concretizados.
Dizem que os sonhos não têm preço. Mas, o que vale o sonho ser gratuito, se não nos dedicarmos para torná-los reais?

Agora, se mesmo depois disso, você ainda não descobriu quem eu sou de verdade. Então te convido a me conhecer pessoalmente, e olhar no fundo dos meus olhos...

Quase de manhã, mais uma noite no vazio
Eu me auto-desafio, lá fora o mundo louco
sem perdão nem compaixão
A combustão em rota de colisão
A sinfonia da destruição
Vivendo o sonho e também o pesadelo
Eu vendo o mundo regredindo entre a fé e o dinheiro
Saudades do meu pai e dos amigos que morreram
Mas o que o velho me ensinou eu jamais me esqueço
Seja lá como for, na vida tudo tem seu preço
No mundo, o falso e o verdadeiro se confundem
Mas os que sabem jamais se iludem
Não é fácil encontrar o caminho
Mas é bom olhar pro lado e ver que não estou sozinho
Que não estou sozinho, que não estou sozinho...

Auto-Retrato Falado

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.
Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar
entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço
coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

(Auto)Biografia Não Autorizada

Escrever uma (auto)biografia já é uma árdua tarefa por si só. Viver é biográfico. Por mais público e notório que se seja, a distinção entre o público e o privado é ou será sempre a distância elementar entre a cozinha da casa e sua latrina.

Os cômodos de uma casa são praticamente a realização da vida de uma pessoa. E é nela, esse pequeno feudo chamado lar, em que escrevemos com sangue, suor e lágrimas os momentos significativos e significantes de nossa estúpida e singular existência.

Talvez por isto, essa distância tão hegemônica à tantos mundos, em que quartos e salas, áreas distintas entre o lazer e o serviço, sejam tão pouco comensais. Um olhar sobre si mesmo recai muito mais sobre nossas mentiras do que sobre nossas imprudentes verdades.

Ao certo e para tanto: verdades não nos interessam. Por si mesmas já desencantam. Desmistificam. Desmitificam. E isto é trágico.

Ser sincero é ser sozinho: egoísta demais para conviver com a fragilidade da existência e sua incompletude.

Caso não queira ser contrariado, por favor: não nasça! Desejas ser perfeito? Morra!! Somente a morte nos torna, retorna, reflete em si, o que por ventura ou desventura é perfeito.

Há quem diga da perfeição divina. Nem nela, aos 120 anos de idade, um homem de bom senso crê.

Não por sua latente companhia. Aliás, de ambos: Eros e Tanatos. Juventude e decrepitude sempre andam juntas. É como saber e ignorância: como necessitamos de justificativas para nos dizermos sãos. Como precisamos tanto da palavra igualdade para nos afirmarmos únicos e tão únicos, tão donos de nós próprios: livres. Encarcerados em uma bolha de ares não respiráveis, mas livres!

E nada como afirmar: o amor é azul! A terra é azul. O mar é azul. O ouro é azul. A morte azul. A chama da vida: o fogo é azul!!

É... A lua, no entanto, é cor de burro quando foge! Ou algo meio insonso, insípido. A lua é sem sal. E tudo sem sal é, na modernidade de nossos pré-tumulares, bom. É preciso iodo. Não etos, atos. Sei lá mais... Em um mundo formatado em óides, úricos e ídricos, apenas os hídricos e hesitantes são totalmente descartáveis para o bem maior da integridade econômica (reciclável) glocal.

O êxito é uma palavra sagrada. Secreta. Guardiã da eternidade. Mãe da sobriedade. Talvez natimorta. Já que o que se revela no hoje o é em sua totalidade. E há que fale sobre sustentabilidade. Vá entender lá o que é isso!? Na antiguidade, e nunca sequer saímos de lá (se é que lá estivemos ou chegamos!?), era a legalidade da escravidão! O que não está longe, mas bem presente! Enfim, nada como ser troglodita.

Outro dia estava lá, debruçado sobre os escombros de si mesmo e solicitando piedades aos transeuntes, o meu precursor: algo de resto entre o preto, o branco e o qualquer coisa chamado de índio. E rio-me quando afirmam-nos cinza. Acaso trate-se da cor: ainda há como escolher entre escuro ou claro; mas tratando-se de ou da existência, resistência, força, qualidade, propriedade, serve ao menos para salgar a caça que sobrar. Acaso sobre.

Falava-se outro dia sobre a fome. Não a conheço. O que conheço possui outro nome. Chama-se estupidez. E nada é tão farta no mundo quanto a estupidez. Estupidez e ignorância são sinônimos da igualdade que se busca e da sustentabilidade que se conquista no “por ora” das horas extras não pagas.

E cobrá-las acaba por ser direito, porém, incoerente. Afinal, a previdência é a previdência. E para ela hora extra não existe. Não conta como tempo de serviço. Ou se conta, onde estão os dez, quinze anos nelas embutidos e consagrados à vã gloria do proletário. Assiduidade. Nada como ser assíduo. Nada como a mais profunda competência. Relevância. Excelência. É bom também! É ser sustentável... No mínimo: auto-sustentável, ainda que imóvel.

Imóvel. Creio bem mais nesta palavra do que na liberdade ou esperança. Um dia foi-se criança. E hoje é-se velho, arcaico, deprimente, descartável – principalmente se não possuir renda ou recursos. E tem-se apenas vinte anos... O que dizer de quem chegou – sobrevivente – aos sessenta, setenta, oitenta, cem...

E sem é uma palavra derradeira. Porém cada vez mais comum. Assim como imóvel. É... O latifúndio venceu: a cova rasa é um direito legal, porém, distante, bem distante do lugar comum. É um imóvel. Como cada vez mais nos tornamos...

O pedágio está nas ruas, nas vielas, nos becos e avenidas, está nas praças, nos concretos e congressos, nas concretudes constituídas no pânico e no medo nosso de cada dia.

É o patrimônio que somos. O legado que deixamos. A biografia. A historiografia real e ampla de nossas palavras, atos e omissões. E tudo é trabalho. Tudo se resume ao servir, ao prestar, ao eficiente e eficaz. Aos meios e recursos recebidos. Às habilidades e competências adquiridas. Ao uso. Usufruto, talvez!? Usucapião, sempre.

Memórias são assim: fragmentos de nossas conveniências.

E como somos tão determinados por nossas inconveniências. Como somos julgados segundo nossas misérias. Como nos espelhamos tanto em dependências.

O mundo não é um mundo de luzes. Ele é constituído e consagrado através da escuridão. O obscuro e o oblíquo são as forças motrizes da existência. Precisamos muito mais dos vícios do que das virtudes... Pessoas virtuosas não nos são úteis.

E no fim desta, assim como as demais, pouco nos importa ser Dante ou Cervantes: de nada ou pouco a prata abasta. Tanto faz perguntar sobre o caminho: “as aves do passado não repousam no mesmo ninho do agora”.

Ter um Deus apenas, não é algo de bom senso.

Falar de amor não é bom. Amar faz bem, só isso. Saber amar é que é difícil: tanto de aprender, quanto mais, ensinar...

Perdão?! Não conheço! Mas esquecer vale a pena.

Vou viajar. É comum ao tempo fazer-se espaço. Na bagagem quase nada levo. O suficiente para uma semana, ainda que a jornada leve décadas. Esteja onde estiver, lá estarei completamente nu. E isto me é bom e sagaz: ser sempre incompleto. Satisfatoriamente, incompleto...

Pais Omissos – Filhos Folgados

Hoje em dia, fala-se muito em empresas auto-sustentáveis, projetos auto-sustentáveis, sustentabilidade econômica, etc. Será que é possível se produzir filhos auto-sustentáveis?
Outro dia fui aconselhar a um jovem parente, habituado a pedir uma grana emprestada “pra pagar na próxima semana”, sobre a importância de se preparar para o futuro, poupar, viver dentro de sua realidade, gastar menos do que se ganha, e outros conceitos que as mais básicas noções de economia e do bom senso recomendam para se viver bem e prosperar em um projeto de vida.
Sabe o que pirralho me disse?
— Se liga velho. Você está por fora. Isto era na sua época. Agora a coisa mudou.
Fingi que não ouvi, e para evitar um conflito desgastante dentro da família preferi contar até mil e deixar a resposta para uma ocasião mais apropriada. Passei a matutar sobre o tema.
Devo mesmo estar ficando velho, e não velho, como fui taxado assim de pronto. Sabemos que esta expressão não tem nada a ver com a idade. Todo mundo é velho para esta nova, “iluminada” e folgada geração.
Já perceberam como sabem de tudo sem ler quase nada, e que tem as mesmas respostas prontas para as mais variadas situações?
Muitos ficam até a idade adulta sem trabalhar, só estudando. Repetem ou mudam de cursos como se troca de camisa, por que alguém disse que tal profissão já era, e aquela outra é mais da hora.
Tudo bem que precisem se preparar para seu brilhante futuro, para pegar um diploma e um cargo importante, de preferência que se trabalhe pouco e se ganhe muito.
O problema é que ficam na frente de computadores por horas, vendo as últimas do Youtube, depois navegam despreocupadamente pelo Twitter, Facebook e Orkut.
Conferem os e-mails e antes de saírem para faculdade pesquisam um tema, no Google, passado pelo professor como trabalho de casa, copiam o artigo mais legal, tomam um lanche reforçado, (nem se dão ao trabalho de lavar o copo e o prato).
Para finalizar dão aquele trato no visual, e se mandam em busca do sonhado diploma, com a certeza absoluta de que fizeram um grande esforço para aprender.
Não se ligam nem por um momento que o computador e a internet têm seus custos, que a luz e a água tem que ser pagas todo santo mês, que as roupas de grife, e mesmo as de brechós tem seu valor monetário.
Não se dão conta que o lanche tem seu preço, que a lotação tem um custo diário (ida e volta) ou que o carro e a gasolina que “pegaram emprestado rapidinho”, valem umas boas horas de trabalho para serem pagos.
Alguns mais abusados têm o descaramento de pedir, além do carro, uma grana para levar “aquela gata” ao motel depois das aulas.
Se você fala com eles sobre direitos, deveres e economia é taxado de mesquinho, sovina, ultrapassado. Não adianta explicar que as lições da boa economia estão a sua volta no dia a dia, e que o estudo, conquanto importante só vai valer de verdade se colocado em pratica neste mesmo dia a dia.
O diploma é importante, mas mais importante é a maturidade que nos permite compartilhar e dividir, viver em coletividade, colocar nossos talentos à serviço, saber respeitar os limites que a boa convivência determina.
Um diploma não trabalha sozinho. Tem que ser portado por um bom profissional e pelo ser humano que cresceu e amadureceu de verdade, sobrepujando seus egos infantis e adolescentes, para eclodir num cidadão capaz e talentoso capaz de, num primeiro momento se tornar auto-sustentável e a seguir produzir pelo bem comum.
A outra opção de quem não se lança neste desafio do crescimento pessoal é a possibilidade de se tornar em mais um parasita social.
Caminhar por ai dando seus jeitinhos, se enganando e enganando aos outros, até que a sarjeta os acolha, e aquela promessa de vida termine seus dias a rastejar como um incapaz e a sobreviver da caridade alheia. Senão o pior, em ações viciadas e degradantes.
No fim concluímos que uma boa parcela de responsabilidade ao se gerar cidadãos entre produtivos e parasitas cabe ao educador.
O modelo de educação que devemos aplicar aos nossos filhos deve ser firme e consciente ou frouxo e omisso? Eis aí um dos grandes dilemas destes novos e difíceis tempos.