Textos de Angústia
Silêncio
Há silêncio como resposta,
e aquele melhor do que ferir,
mas tem outro que é treva,
quando a aflição é urgente.
É o que apaga o sorriso,
espalha o frio de angústia,
congela a esperança,
e esculpe a saudade.
Derrete como gelo,
todos os sonhos,
e faz da ausência,
um profundo vazio.
Afeto desperdiçado
Nós poderíamos ter esperado mais,
ter compartilhado mais e brigado menos,
ter descoberto mais o que agradava
e muito menos o que nos afastava.
Nós teríamos sido mais amigos,
fazendo mais planos e mais ideias,
com mais afeto e gentilezas.
Ter tido muito mais carinho,
sem tanto tempo para discutir,
falar e retrucar até ofender.
Teríamos sido mais íntimos,
sem tantas cobranças e comparações,
sem querer ser o que não somos.
Ter falado menos
e colaborado mais,
sem dar espaço
a um vazio tão grande.
Não nos distanciaríamos tanto,
cultivando sentimentos tristes,
com tantas angustias e solidão,
se permitíssemos mais carinho.
Sem tantas comparações e reclamações,
teríamos tido mais tempo
para abraçar e beijar,
e para amar muito mais.
Na carência, a alma implora; no excesso, o coração cansa; no meio, a paz mora.
A falta gera angústia: tudo aperta e grita; na vida aflita, o peito chora.
No excesso, tudo sufoca, tudo irrita; o fôlego vai embora.
Nos extremos, a busca é longa; no meio-termo, a paz vigora. O equilíbrio prolonga, serenidade aflora.
“SPLEEN”
O céu do cerrado, hoje, amanheceu plúmbeo
Sobre o espírito meditabundo, só e chuvoso
E, ungido toda a reta do horizonte, nebuloso
O dia virou noite, e o meu fausto olhar, ateu
Neste temporal escuro tal calabouço lodoso
Onde a vontade quer encontrar o êxito seu
Espavorido, o acaso coloca asas de fariseu
Em um voo infeliz, tão enfado e impetuoso
A chuva a escorrer as traças da melancolia
Imita as aranhas tecendo sua espessa teia
No beiral do vazio, numa angústia sombria
O trovão dobra, de repente, e furibundo
E a alma encarcerada em lúgubre cadeia
Chora o verso, suspirando e gemebundo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro, de 2018
Cerrado goiano
O dia da minha morte.
Era para ter sido um dia como outro qualquer... Mas se não fosse aquela angústia que eu sentia, que me atormentou e me fez chorar, hoje eu estaria morto por aí...
Senti o peso do caminhar em vão e de viver os dias inglórios.
Se não fosse aquele medo de continuar morto, talvez teria pedido um pouco mais de misericórdia a Deus e que me desse pelo menos a chance de pedir perdão a quem eu amei.
Aquele dia eu desisti de continuar escrevendo e de me sentir inútil por nunca ter aprendido a viver de verdade e por nunca ter feito alguém sorrir verdadeiramente com o coração.
Agora o que não me falta é tempo para lembrar que tudo o que eu deixei está como antes e que, quem eu amei, hoje ficou melhor, porque a minha existência se vestia apenas de tristeza...
E se não fosse aquela angústia que eu sentia, que me atormentou e me fez chorar, hoje eu estaria morto por aí...
Fui o poeta mais tolo
por ter escrito, das mais diversas poesias,
para as mais diversas pessoas,
de forma genuína e presenteada.
O valor delas, que agora
transformaram-se em pseudo,
são meras ilusões passageiras,
daquilo que deveriam ser:
potências mediadoras de transformação.
No entanto...
No... en-tanto...
hei de deixar essa enganação generalizada,
pois minhas obras são descartadas,
não por serem imperfeitas,
pois a imperfeição jaz em todos os poemas,
e isso chama a própria vontade do homem,
que é imperfeito,
e sempre será imperfeito,
como era no princípio do universo.
Ao deixar-vos, poderão finalmente ver
a pequena fagulha da mísera, porém extraordinária,
luz de minha atomicidade,
implodindo e explodindo incessantemente,
para avisar a todos,
a perceberem, no fim,
a realidade cruel,
agora iluminada
por minha esplêndida e infinita luz cósmica.
Há momentos que minha mente entra em uma ilusória calmaria, breves momentos em que a angústia fica, por mínimo que seja, aliviada. Porém quando os pensamentos e lembranças, aqueles tão temidos que você daria tudo para ter a fórmula secreta para esquecer, chegam... eles parecem me apedrejar com toda a força que existe, sinto um vazio que um dia já foi preenchido, uma aflição que jamais fora sentida pois não tinha espaço para tal sentimento. Meu único aliado é o tempo que poderá aliviar essas sensações nada agradáveis.
Para a dor que sentimos quando estamos em profunda depressão e para a angustia da solidão da morte que sentimos quando estamos neste estado, talvez não existem remédios que alivie essa dor e esse sofrimento e talvez por isso nos conscientizamos que senão reagirmos, isso pode nos levar a pensar que essa dor nunca passará.
De tempos vivendo, finalmente me matei. Matei minha angústia, matei minha solidão, matei meu ego, e matei minha independência. Matei meus medos, matei minha carência, matei minha tristeza, e talvez, matei por acidente a parte mais inteligente de mim. Com tantas coisas mortas dentro de mim, criou-se espaço pra viver coragem, pra viver carinho, e pra viver afeto. Má escolha. Depois de certo tempo, a coragem tornou-se orgulho, o carinho tornou-se saudade, e afeto, tornou-se nada mais que olhares.
“Sartre” disse que “o homem é angústia” em razão da responsabilidade das suas escolhas. Para “Freud” a angústia é um mecanismo de defesa que se organiza a partir do conflito. “Munch” imortalizou esse sentimento em uma só imagem “O grito”. E eu... Eu não preciso dizer mais nada. Deito, rezo e respiro. É preciso tomar fôlego para que os “amanhãs” venham recheados de novos temas.
O inacreditável mundo dos inusitados causa angústia insaciável naqueles que dizem ser seres normais. O incomum sempre é estranho, insólito e indesejável. O comum age em detrimento a princípios já existente e vive enclausurado, não reconhece a diversidade existente no mundo. São seguidores de regras e leis, não conseguem desenvolver seus próprios domínios.
O marulhar das águas me deu acalento naquele momento de tanta angústia, eu sentia que minh"alma estava novamente lançando-se no fel da podridão. Embora eu permitisse suas emoções a sentença de meus ponderados pensamentos seriam cobrados em lágrimas quanto à noite. Seria eu o merecedor de tantas agruras? Já não bastando as trevas me corromperem. Oh, como pude eu deleitar me em arames tão farpados e profanos? Coração de mentira! Amaldiçoarei seus sentimentos até eu jazir em meu leito de morte. Se não serei merecedor do amor que os homens sentem, você tambem não será. Amordaçarei minha voz e sofrerei junto a meus sonhos exorcizados. Meu peito ferido não temas o que sentes! Nosso descanço eterno dançará, sob a putrefação de um inerme.
A chuva acalenta, me sossega, me acalma e o vento que impele o ar sopra para longe minha angústia, meus medos, minha aflição. Essa chuva leva os sentimentos ruinosos depositados em meu coração durante todos esses - longos - anos, lava minh’alma e traz paz. Posteriormente chega o sol e traz consigo uma luz que me aquece e traz esperança. Esperança que estava adormecida, esperança renovada. Algo que de repente me faz sorrir, me faz esquecer de tudo aquilo que a chuva levou.
"Que os erros não lhe parem, que os medos não lhe prendam, que a angústia não lhe preencha, que a tristeza não lhe domine, que há incerteza não lhe faça desistir, que os maus exemplos não lhe influenciem, que o ódio não lhe mude, que seu presente não destrua seu futuro , que seu ego não lhe deixe cego, que seus problemas não passem por cima de você e que você não desista de você".
"Quatro coisas há que não se pode esquecer: a primeira, quem lhe ajudou na hora da angústia; a segunda, que só há um Deus suficientemente bom para lhe levantar da queda; a terceira, que o mundo dá voltas; e a quarta, e última, que aqueles que querem a sua queda colherão os frutos amargos de sua altivez"
Eu poderia escrever o dia todo e nem milhões de palavras descreveriam toda a angustia todo sofrimento de um corpo jovem numa alma velha e eterna como eu queria poder fugir pra um mundo igual dos livros onde não exista todo esse sofrimento alguns escrevem amores outros escrevem por hobbie e existem os escritores assim como eu que escrevem pra poder fugir sem ser as drogas se o sofrimento for eterno eu quero morrer escrevendo
A angústia decorrente da perda de um ser significativo em virtude de fofocas insidiosas é um reflexo da fragilidade da condição humana diante da intrincada teia de narrativas que obscurecem a verdade, desvendando a vulnerabilidade inerente à interação social e à natureza efêmera das relações interpessoais.
Por que não me deixa ir? Coloca nessa angústia um ponto final, um fim. Não aguento mais esse vai e vem, esse oito ou oitenta. Isso não está me fazendo bem, estou farto, meu sentimento não aguenta. Você me diz um tchau, semana que vem já quer voltar. Bota uma colher de sal e outra hora, quer me adoçar. Me ama ou me deixa ir embora! A gente cansa, de ser preso, tô fora. Chega de meio termo, para de ser bipolar. Me diga sem medo, você quer ir ou quer ficar? ''Você põe muitas vírgulas, só enxergo ponto final.''
Se fosse possivel apenas feichar os olhos e fazer desaparecer toda minha angustia. Eu optaria em ficar cego para o resto da vida, mas enquanto o peso dessas injusticas permanecerem na minha conciencia eu continuarei suplicando e escrevendo ate q toque na mente duma autoridade justa, para que sejamos cada um povo mais humanista e nao indiferentista.
O segredo de tudo é que o tempo sempre passa. A dor, a angústia, a paixão, mas o amor é diferente, o tempo para, o mundo não gira e sempre pensamentos desnecessários machucam você, lágrimas saem sem querer, pessoas vão e vem, outras morrem e algumas nascem. Só para lembrar: Não pare, siga em frente, o ontem é passado, foque no presente, afinal um novo dia sempre vai nascer, cheio de novos sonhos, alegrias, dores e paixões.