Textos de Angústia
Dor
E do aperto que lhe impedia
respirar
Da alma
que já não podia
suportar
Da ânsia
de gritar
Veio o mais alto dos gritos
que somente o coração pôde escutar
De desespero
de medo e de fracasso
de vergonha e humilhação
E as lágrimas vinham
Uma seguida à outra
A personificação do sentimento
da loucura e do descaso
alheio.
E a tristeza se esvaía
Gota após gota
Secando o ser que se desfazia
em "lamúria e lamentação"
E do queixo saltavam elas
para qualquer abismo que encontrassem
Fosse o ser fosse o sonho
para dar lugar à realidade
ao desprezo e à maldade.
Mas a dor não cessava
e os ouvidos só podiam ouvir:
"A culpa é tua"
Uma voz sem dono
Um apelo sem resposta
NOITE DE NATAL
Quando o barulho cessa,
o vazio existencial ecoa.
É no cerne do calabouço,
que é nossa mente,
que se processam as angústias,
mágoas, dores e dissabores.
Na noite de Natal,
geralmente abastecida
e com muitas cores,
sorrimos, abraçamos e comemos.
Mas depois de tudo,
o vazio se aprofunda.
Não há intrépida
adoração ou exaltação
que consiga parar
essa madrugada de reflexão.
É com quem você escolhe se deitar
que vai definir suas razões
para, então, continuar.
Por que a raiva é um sentimento tão destrutivo?
Porque ela carrega nossas frustrações, os medos, as angústias. Transforma nosso coração em um mar de aflição que ferve sem medir as consequências.
Por isso acalme o seu coração, reflita, mude o seu trajeto que ao final terá grande recompensa!
Vivemos um tempo massacrante, onde precisamos provar para o outro o quanto somos bons em tudo, precisamos ser bem sucedidos e para isso estamos em constante competição. Em algum momento nos deparamos apenas com nós mesmos, apenas nós. Essa interiorização, esse olhar para si mesmo exacerbado tem produzido uma angústia inigualável ao ser humano, que encontra-se cada vez mais desamparado e solitário em seu viver, desenvolvendo assim uma dor de existir como nunca antes visto pela humanidade.
Precisamos entender que há em nós uma necessidade de transcendência que a ciência não sabe explicar. Essa falta de algo angustia e adoece a humanidade. A fé se apresenta como a âncora da alma, que consola, encoraja e nos ajuda a suportar as dores dessa vida. Seja qual for a sua dificuldade em viver, tenha certeza quando você adiciona fé a vida fica mais leve!!!
Aprendi em 2010, em um dos meus maiores momentos de dor , quando chorava aos pés do Senhor e poucos conheciam meus momentos de angústia e pavor, que quando cuidava da dor de outros, o Senhor estava cuidando e tratando a minha profunda dor.
A oração é uma das formas mais profundas de amar.
Interceda por outros, pendure sua dor e se vista do amor de Jesus.
Sozinhos não conseguimos, é somente pelo Espírito.
Shalom Adonai
O tempo impiedoso devasta os sonhos
Desfigura as escolhas e a certeza
A dor habita na espera
E toda esperança depositada nesta
Sucumbe revelando a ilusão
Que pouco a pouco dilacera...
O vazio do passado, a angústia da intenção
Se ampliam deixando sem direção
Os pensamentos mergulhados na pura decepção
Que delicadamente impera.
A solidão novamente se prende aos passos,
Carrega-se outra vez o fracasso
O que imaginou ser não era!
Muitos se fazem de amigos, mas querem te ver derrotado. Não conte seus problemas, seus sonhos e seus planos para qualquer um, conte tudo para Deus, apenas Ele pode resolver todas as coisas, é socorro bem presente na angústia, é alívio para os oprimidos e cansados... Deixa Deus cuidar da sua vida e do seu coração
_ Luh M.
Areias MOVEDIÇAS
***
Todos os dias
Da minha vida,
CHORO,
ORO
E IMPLORO!...
Meu espírito abatido,
Encharcado
De vituperios,
Navega em rios
De angústia,
Sugando as minhas energias,
Transformando minha inspiração,
Em Areias MOVEDIÇAS,
Onde sufoco a minha pobre poesia!...
***
( Francisca Lucas )
Eu morri.
Não sei exatamente quando nem onde
Mas eu morri
Olho no espelho, não reconheço este rosto fora do padrão, olhos assustados, cheios de lágrimas...
Penso comigo "essa sou eu?"
Engraçado, não me lembrava de ser assim.
Mas torno isso natural até a próxima dor.
Vivo em um corpo morto, cabelos ralos, unhas quebradas, dentes amarelos, um psicológico fraquíssimo, me pergunto: Eu morri?
Sim, eu morri ha muito tempo, mas meu espírito se nega a desistir de sua missão, porem, eu morri.
Como vai você?
Estou triste por ser uma pessoa que não tem poder para mandar no que eu quero,
da maneira como eu considero justa
Me sinto com vontade de chorar por ser alguém tão fantasiosa, beirando a tolice
Estou aflita por estar envelhecendo e não ter sequer tentado realizar o meu maior sonho, a única coisa sobre a qual tenho certeza na vida: cantar
Tenho medo de não ser amada a todo instante
E medo de enlouquecer frequentemente
Me sinto hipócrita em lutar por causas distantes
Mas não telefonar para os meus pais que estão envelhecendo
Estou enrolando todos os dias para fazer o meu trabalho
Estou com preguiça de trocar a roupa de cama encardida e
postergando para lavar minha roupa suja há mais de uma semana
Me sinto como uma criança mimada querendo deitar no colo de Deus
pedindo para Ele castigar as pessoas que eu não gosto
Tenho um amigo metade verdade e metade fruto da minha imaginação
Mas meu amor por ele é real como o leite que sai na teta das cadelas psicologicamente grávidas
Não sei se ele entende ou valoriza esse amor....
Sinto que ele pode me virar as costas a qualquer momento
E me deixar sozinha com a minha ilusão nas mãos,
Terei que me desfazer dela e vai doer fundo dentro de mim
Não estou dormindo bem;
Não estou me alimentando, pois
ou não como nada; ou não consigo parar de comer
Tenho pouco dinheiro e sonhos que poderiam ser comprados
Estou com raiva por ser ignorada
Estou com raiva por me sentir pequena
Estou com raiva porque as coisas não são do meu jeito
que seria um jeito lindo...
Peço desculpas meu Deus, por ser tão ignorante, desequilibrada e irracional
a ponto de sofrer por absolutamente nada.
Tirando o fato de ser um ser humano e não saber lidar
com as minhas emoções, sentimentos, sonhos e desejos
Estou bem.
Morto
Sinto que perdi um pedaço
Talvez
É difícil manter o quebra cabeças
Montado
Sempre exibido a todos.
A moldura não é firme
As peças não se seguram sempre
As pancadas, toques, quedas
Fotos
Desgastam a forma completa.
Fecho os olhos e
Cubro meus ouvidos
Vejo e ouço meu interior
Vomito
Sou muito podre para meus sentidos.
Uma parte de mim morreu hoje
Tentei reanimá-la
Sem sucesso
Acho que perdi minha melhor parte
A parte que me amava.
Ninguém
Sou o grito mudo no vazio,
Nada pode acalmar a dor.
Ninguém.
Pode.
Sou o sorriso amarelo no escuro,
Busco na sombra o afago.
Ninguém.
Vem.
Sou o escárnio da nobreza,
Vivo pelos becos da miséria.
Ninguém.
Espera.
Vê?
Ninguém.
No fim se importa com nada.
Sou o tempo perdido angustiado.
Poço
Os arranhões na parede do poço
Mostram como tentou subir um dia,
Não conseguiu pela culpa, embora moço,
Poderia chorar até transbordar, e sairia.
Sucumbe aos delírios da solidão,
Cansado, machucado e um dia caído,
Busca ao longe ajuda, sorriso ou mão
Alguém que lembre que tenha vivido.
E na corda que poderia subir
Resolve apertar o nó do pescoço,
Mas a tristeza não deixa voar e cair.
Transbordando as lágrimas de desgosto,
E os arranhões na culpa do moço,
Mostram a parede, embora no poço.
Sons da madrugada (1)
Galo canta desesperado,
Cachorro late incomodado,
Ambulância ecoa nervosa,
Criança chora clamando urgência.
A cama range de um lado,
O filho ressona aninhado,
Marido ronca como que em prosa,
O relógio acompanha a cadência.
Um gato grita miados roucos,
Um carro buzina e canta pneus,
Jovens bêbados bradam como que loucos,
Proclamam queixumes de amores seus.
Lá fora, noite acesa!
Os ruídos denunciam a atividade delirante.
Cá dentro, a casa dorme!
Noite escura, tinidos de sono reconfortante.
Só a caneta escreve
Movimentos que escuto de leve.
Nítidos somente a mim, e a mais ninguém,
Distingo outros sons também.
Som da saudade gritando no peito,
Som das palavras fervilhando a mente,
Som do cansaço suplicando leito,
Som da existência implorando argumento.
Tantos sons no silêncio pouco tranquilo da noite insone.
Três e treze, marcam os ponteiros.
Há algo que esta questão solucione?
Meu sono aniquilado por bulícios certeiros?
A chuva começa. É mais um som!
Chuva mansa, sem relâmpago ou trovão.
Mas seu som se sobrepõe, é o seu dom.
Está em seu âmago cumprir sua missão.
Como mãe amorosa
Ciente da fadiga enorme
Acalenta-me, religiosa
Instruindo suave: dorme!
É o que permanece.
Só a chuva mansa.
Nina-me e me adormece
A chuva... amansa.
As vezes penso que não sou uma boa pessoa.
Eu deveria existir?
Eu faria falta?
Não quero causar dor a ninguém, nem mesmo pela minha morte.
Se eu sumisse, então alguém sofreria cogitando onde eu estaria.
Melhor mesmo era não ter existido.
Aquele encontro não devia ter acontecido.
Nem aquela dor.
Nem aquele choro.
Nenhuma daquelas coisas que culminaram em mim.
Deveria ser outra pessoa.
Uma pessoa boa.
É só isso.
Mais uma noite em claro......
Mesmo que você tenha dito em nossa última conversa que já não sente mais o mesmo que eu, que poderíamos dar certo, você não falou que não me ama mais, e isso faz com que eu continue pensando em nós, pensando em você, na família que planejamos, nas noites intensas que passamos, nos dias felizes que vivemos. Meu coração as vezes palpita tão forte como se fosse explodir quando sinto uma vibração em meu telefone esperando que seja uma mensagem sua. Evito olhar para nossas fotos, não tive coragem de apaga-las, mas a sua imagem na minha mente é tão límpida e cristalina que nem mesmo um rio puro e intocado de contos de fadas consegue ser. Quando disse que você era a mulher da minha vida eu não estava falando da boca para fora, não estava querendo ser romântico pra ti impressionar ou qualquer coisa parecida, estava simplesmente sendo sincero, tão sincero que ao contrário do que muitos dizem, que para superar um amor é preciso se abrir e tentar outra vez eu não consigo, nem ao menos consigo imaginar que haja alguém que possa ocupar esse espaço, esse buraco que deixou dentro de mim. Continuo te amando como se houvéssemos nos conhecido ontem e essa angústia em não poder te ver, te tocar, te sentir aumenta a cada dia, a cada noite. Reluto em te deixar, e no fundo, mas bem no fundo do meu ser, sei que você ainda pensa em mim, por que um história como a nossa não é fácil de esquecer!!!!
Hoje já não dormimos mais como antes
A cada ausência da presença, a saudade toma seu lugar
Cada amanhecer é meio sem graça sem nosso café e nossas risadas
Cada vez que deitamos pra dormir sentimos que algo mudou
Notamos que a presença, mesmo sem corpo, é inevitável
E onde andam nossos corpos que nunca mais abraçados estiveram?
" Pra você, meus versos "
Me sentia livre, satisfeito
Tudo era bom, perfeito
Vontade de você, desejo
Só queria paz, seu beijo
Amava seus discursos, diretos
Tua presença aqui, por perto
E o teu sorriso tímido, discreto
E até seus pensamentos, incertos
Tu eras tão feliz, contente
Seus olhos radiantes, ardentes
E falavas tão bem, fluente
Tão simples, delicada, tão gente
Quando você se foi, me perdi
E até chorei, não dormi
E eu não fui feliz, não sorri
Não segui minha vida, não vivi.
Máscaras
Como não querer quando o outro não quer, ou diz não querer?
Como acreditar nas palavras letais que saem da mesma boca que um dia disse palavras tão doce?
Como se desapegar quando se acredita que tudo o que tem é aquilo?
Como olhar para frente se estou paralisado no passado?
Como dormir se todas as vezes sonho com você?
Lutas constantes, se não bastassem minha autodestruição, tenho que lidar com sua máscara, eu sei que vc usa uma, pelo na minha frente e na frente de muitas pessoas.
Será que vc já se permitiu chorar?
Uma hora as máscaras pesam, a força acaba, e nem mesmo o seu orgulho que tanto te acompanha, terá coragem de olhar na cara, ele irá se envergonhar pelo o que vc se tornou.
Espero está errado com minhas palavras, como estive quando acreditei nas suas.
La fora que nos deparamos com as nossas vontades.
Na “caverna” é sombrio, há medo e frio.
Respirar o ar de fora é libertador, amadurecer nossas “(in)verdades”.
Às vezes “lá dentro”, nos prendemos por algo que há muito tempo já não é nem mais nosso.
Enquanto a vida chama, lá fora, por novas conquistas, sonhos, e batalhas para serem travadas, e quem sabe até vencidas.
Sei que não é fácil sair “de dentro”, pois, cada um tem seu tempo de recompor-se, e o de parecer que permanecer ali, quieto, imerso em pensamentos, será melhor, pois, traz uma falsa sensação de paz. Amigo(a), eu já estive lá, e, no fundo, eu sabia que precisava sair quanto antes. Enquanto ainda restassem sonhos dentro de mim.
Acabei de sair da “caverna” das minhas dores, ainda não sei nem ao certo para aonde ir, porém, só a possibilidade de sentir algo, que nem ao menos percebo o que é, já é libertador…
Porque o sentir é tudo! É quando saímos da prisão de nossos medos, frustrações e derrotas e finalmente conseguimos entrar de nós mesmo, para viver o que ainda está lá, latente.