Textos de Amizade e Saudade

Cerca de 13126 textos de Amizade e Saudade

⁠ENCANTADA FIGURA

Versos sucintos do meu sentimento
nunca me surgiu quando tinha a vos
que a criação poética fosse tão algoz
em tão dolorosas toadas de tormento
Prantina e ruídos no meu pensamento
suspiro ao vento, e o tempo tão atroz
de uma saudade gritante, ah! dura voz
pois, sobre a tristura fiz fundamento

Rima com nervosa sensação, aparece
a solidão, e agonia no ritmo murmura
e em cada versejar uma amarga prece
Ó soneto sofrente! ó cruel desventura!
nos meus versos tu ainda permanece
e na inspiração uma encantada figura.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 julho 2024, 20’35” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADES SECAS (soneto)

Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas

Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram

Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba

São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FOLHAS SECAS (soneto)

As saudades das lembranças não feitas
Acorrentadas no passado e não dadas
Perdidas, sonhadas e até tão desejadas
Assim, para a indagação, são estreitas

E no como seria, são apenas fachadas
Tal como viscosas felicidades suspeitas
De possível outro rumo, e boas receitas
Na ilusão do tempo, por suas chegadas

O ser humano e suas incríveis emoções
No ter e querer um prumo de intenções
Quando o amor é espera em movimento

Encanta-me a ação da vida, as razões
As utópicas e inúteis e frágeis aflições
Todas, folhas secas, levadas ao vento...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

GRILHÃO

Por que hei, desta solidão, o memorial
Por que hei, do silêncio, o chamamento
Se o caminho tem o seu início e o final
E o fado nunca é só descontentamento

Fosse possível ser apenas um ato fatal
Depois de tanto e tanto aborrecimento
A vida seria apenas passagem acidental
E no acaso não teríamos o sentimento...

Vária lembrança no tempo, nunca lento
De vias que nos parecia uma eternidade
E que nos foi reservado no esquecimento

Por que? Me encadeias sem piedade
No grilhão do vil ignoto e do tormento
No cárcere dum martírio da saudade?

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25 de setembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

A RUA

Não era itinerário nem outra nova direção
Suspiros! Calor no cerrado. Lembrança
Aqui havia uma rua, casa em demolição
O tempo era maior. A nostalgia uma lança
Tantos são os mortos na minha indagação
O tempo roendo a recordação, em dança!
E nas casas, impregnada de tenra poesia
A saudade, e não mais havia vizinhança
Tudo em ruína, mais nada dizia...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Algo mágico acontece quando você para de correr atrás do que acha que precisa e, em vez disso, repousa na certeza de quem é.
Quando você escolhe a si mesmo, o mundo começa a dançar no seu ritmo.
A solidão se transforma em companhia quando você aprende a se olhar sem pressa, sem fuga, aceitando cada sombra e cada luz dentro de si.

As oportunidades que pareciam distantes passam a te encontrar no momento exato, como se o universo tivesse esperado por esse instante.

Não é sobre desistir, é sobre entender que o verdadeiro esforço não é lutar, mas permitir.

E confiar que tudo o que ressoa com a Sua essência virá - e virá de um jeito mais leve, mais bonito, porque você estará preparado para recebê-lo.

Essa é a magia de se iluminar por dentro: tudo ao seu redor começa a refletir o mesmo brilho.

Inserida por cafleal

VELHAS SAUDADES

Olha as velhas saudades, tão cáusticas
Do que as saudades novas, menos antigas
Tanto mais agridoces do que as ortigas
Derradeiras na alma e assim tão fubicas

A lembrança, a dor, tristura em futricas
Que o tempo não as corroem nas fadigas
Tão casmurras e se abrigam nas cantigas
Dos amores perdidos e com as suas tricas

Não choremos, camaradas, a saudade!
Vivamos a cada segundo! E vivamos!
Como a esperança que não envelhece

Na felicidade, e também na bondade
E assim com o riso e harmonia vamos
Dando conforto aos que dela padecem!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

TORMENTO
Divagando pela veneta
Da noite
Destrancando minha gaveta
Das aflições em açoite
Entre as estrelas e a lua
Na janela das saudades silentes
Em delação tão minha, tão sua
Vou trovando motivos urgentes
Nos lamentos com agrura crua
De um tempo que já se foi...
E neste silencioso agudo
Só a alma põe-se falante
E assim, então, eu a saúdo
Segando o tormento dissonante
Versando a solidão em suspiros rudo.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/04/2013, 01’45”
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FINADOS

Perdida é a paixão no finados, ó Deidade!
Dentro do silêncio das lembranças, o choro
Dos que já se foram. Vácuo no peito em coro
E as orações repetindo o lamento, piedade!

Tantas flores pra tantas covas, pesar em goro
Tantos prantos pra tantas dores, familiaridade
Desfiando suspiros, em tal trágica fatuidade
No ocaso de glórias num plangor tão canoro

Devagar é o enterro no aflitivo perdido laço
Onde os olhares, passam, sem dar passo
Murmurando no vazio que o coração brade

Cada qual pega na alça do triste compasso
De conta em conta na magoa num repasso
Deixado as lágrimas e, arrastando saudade

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MATER (soneto)

Como quisesse voltar a poder outrora
Aos tratos maternais, carinhos tais,
Suspensos, e eu sentado no cais,
Da desdita, vendo a saudade a fora.

Abriu as asas e partiu pra jamais
Reaver. Longe céus, perto agora,
A dor na recordação então chora,
Chora e chora, muito, mais e mais.

E logo, o pesar então poeta aturdido,
A condolência saudosa de carinho,
Ímpar, mãe, eterna doce habitação.

E por um largo espaço andei perdido,
No capricho de ter de novo o ninho,
Ver-te, e tomar-te a divinal benção!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ARIDEZ NO CERRARDO

A sequidão ainda a porta
Lá fora, por aí, acinzentado
Espalha o sertão com vida semimorta
Brilhante o sol roborizado
A secura parece que corta
E o silêncio destrói...
À melancolia pouco importa
Em nada corrói
E aos sonhos, não comporta...

Aridez, rodeia a minha casa
Com uma manta marrom de poeira
Em algum lugar você dorme, em brasa
Em algum lugar, assim, como queira!
Não ao meu lado, desasa...

Junho se vai lentamente
Em algum lugar, longe
Como eu, o teu sono ausente
Inconstante, monge...

Você está em algum lugar
No meio da minha saudade
Não vai entender, vai julgar
Dessaber, do amor, deslealdade...

O vento está girando ao lado
O pequizeiro está tranquilo
O meu poema está fustigado
Embriagado a ilusão, restilo

Escassez, de você no cerrado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/12/2019, cerrado goiano

copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Ultimamente você tem se mantido tão perto de mim, quanto os meus pensamentos em você.

Mesmo em orações, a minha mente recorda em ti, é como se a saudade tivesse braços, e a usasse-as para lhe manter perto de mim.

No entanto, prometo-me soltar qualquer lembrança sua, e deixá-lo ir.

Inserida por mileneabreu

⁠Quando nós conhecermos, senti-me sobrecarregada por gratidão, senti-me presenteada, como se uma prece fosse atendida.

Ao partir sem se despedir, senti que todas as orações de agradecimento tivessem se perdido.

Será que é por isso que te foste tão cedo e sem se despedir?
Será que é por este motivo que tive que reaprender a viver sem você?

Para aonde vão às orações perdidas?

Ainda me recordo de você e continuarei recordando-me. Descanse em paz!

Inserida por mileneabreu

⁠Os poemas que líamos juntos, foram escritos por nós dois.
Fomos autores da nossa própria história, e quando você partiu, tornei-me um livro incompleto, uma narrativa sem fim.
As pessoas tentam-me ler, mas as páginas estão incompletas e as que ainda existem, eles não intendem. Talvez ninguém nunca saberá ler-me da forma que você me leu.

Inserida por mileneabreu

⁠As vezes repouso nas memórias, recordando-me das pequenas viagens e planos que fazíamos.

Dos lugares que tivemos e tornaram-se nosso.
Das manhãs de fim de semana.
Do som dos pássaros tagarelando lá fora.
Da luz do sol espreitando a cortina. Das peças de roupas perdidas pelo o
quarto.
Do café compartilhado.
Do efeito de adormecer e acordar alinhada nos teus braços.
De nos perder na forma genuína do amor, e da preguiça de voltar para as nossas vidas.

As vezes me pego recordando-me de nós, das despedidas e reencontros, e dos abraços longos e apertados.

Inserida por mileneabreu

⁠Dia 34

‎O romance da distância,

‎Sem a morte da esperança,
‎Vívido,
‎Como minha palavra empenhada,

‎Tu me visitas em sonho,
‎Todos os dias,
‎Ou meu inconsciente me leva,
‎Em troco de acalmar a tua ausência,

‎Resiliência é a palavra,
‎Conseguiremos,
‎Inteligentes e ferozes,
‎Acabar com tudo aquilo que antes nos afetava,

‎Viver em sobriedade,
‎Sem sair fora da realidade,
‎E ter um mundo de novas e belas possibilidades,
‎Então, fique à vontade,

‎Tome seu tempo,
‎Que seja nosso amigo,
‎Trazendo-nos de volta à dançar.

Inserida por LeticiaDelRio1987

⁠Dia 32

Hoje o dia foi lindo meu bem,
Queria poder ter compartilhado contigo,
E compartilhando tanta coisa boa nesse caminho,

Nunca fácil,
Ninguém disse que seria,
Mas, descobrindo a alegria em outras coisas, naquilo que faz bem,

Um regozijo de corpo, alma e espírito,
A beleza da natureza,
A pureza do ser,
Realmente completo e limpo,

Sem muleta de bebida ou outra máscara qualquer,
Para tudo o Universo tem um plano,
Não me engano,

Tenho visto,
Em ti invisto,
Minha mega da virada,
Meu amor ♥️

Inserida por LeticiaDelRio1987

⁠Dia 33

Lembra de domingo?
Sempre é o dia mais triste sem ti,
Espero de braços abertos,
Acordei sonhando contigo,

Tem tantas histórias ainda pra viver,
Eu só quero te dar a mão,
Sair por aí nos lugares mais lindos,
Sem máscaras,

Sem muletas,
Somente a alegria do ser,
E nos ter,
Em cada fagulha de vida, em cada toque, cada afago, cada respiro.

Inserida por LeticiaDelRio1987

⁠Ultimar

E quando chegar a hora da partida, o choro deve ser de despedida. De um até breve. Num ato de fé, leve.
Pois entre a vida é a morte tem que existir a convivência com o amor, e a sorte de poder dizer nas lembranças que este foi o maior valor...
E que está levando na bagagem a honestidade e a solidariedade.
Só assim ficará a saudade.
Pois Jesus Cristo veio e nos transformou. Nos resta seguir seu ensinamento, para que possamos suplantar o sofrimento...
A única verdade o único caminho.
O bem maior... Nossas vestes de linho.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/11/2015, Cerrado goiano
Finados

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Dia de Finados

Hoje é dia de finados
Dia de visita ao cemitério
Dia de suspiros alados
De pensamento etéreo...

Nas mãos flores e oração
No coração saudade choro
Nas lembranças emoção
No olhar o vazio em coro...

Nas lápides o diálogo
De almas com os vivos
Num acústico análogo
De lágrimas e risos...

Neste festejo de recordação
Aos que foram nossa gratidão
Peçamos por nós, então
Também, temos a nossa precisão!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02/11/2010 – laranjeiras, Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol