Textos de Amizade e Saudade
Chapéu de palha
Debaixo do chapéu de palha
Na aba da saudade, lembrança
Na copa rezas de acerto e falha
Da vida, nunca sem esperança
Este chapéu de palha, roceiro
Que não larga do caipira berço
Sempre riscando o fado roteiro
E na fé aduzindo trilha e terço
Chapéu de palha, cultor matuto
Do caboclo do cerrado, do chão
Do vento árido e do pó enxuto
Que traz o sal e feito ao coração
Tal chapéu de palha, tão original
Que compõe o poetar de emoção
Canta o sertão na sua arte capital
Trajando a alma capiau de tradição
(Chapéu de palha, remate vital!)
Contrição do poeta do cerrado
De que vale ter saudade
Aqui no meio do cerrado
Se caminhasse hoje chegaria tarde
No ponto de partida,
bom é ficar calado
A vida não é covarde
Apanha-se o semeado
Não adianta ter alarde
No descuido que tenhas plantado
Nem remorso que na razão arde
Viva sua arte, encarnado...
Das ruas que dão no mar
Que saudade das ruas que dão no mar
Do vento que sopra o aroma da maresia
Tão despercebidas no cotidiano do olhar
Tão carentes na distância desta energia
Ando nas calçadas nos meus devaneios
Em cada esquina, cada praça, cada bar
Num vai e vem da angústia e seus anseios
Da nostalgia das ruas que dão no mar
Na ausência das ruas que dão no mar
As pedras portuguesas são memória
Nos seus arabescos suspiro faz brotar
Se chorar são lágrimas de uma estória
E nesta quimera de sol, praia e areia
Que faz a melancolia aqui no poetar
É um luau a beira mar de lua cheia
Versando as ruas que dão no mar
Amor com saudade
Nas reticências da vida perdi o meu amor
No evo. Privando nossa convivência a dois
Agora são caminhos difíceis de transpor
De lembranças. Que as deixo para depois
Se as procurei nas esquinas todas do destino
Foi pela urgência de querer sair da saudade
E assim, me vi em um oriundo peregrino
De olhar a olhar, em uma cabula eternidade
Quando na verdade só queria o seu sorriso
Gravados no seu desvelo, no seu carinho
Pois os meus foram seus, os seus ainda preciso
Neles pude aninhar, e agora privado, sozinho
E como lhe dar com está tão inopina nostalgia
Que me invade e me arrasta para um cantinho
Da dilação. Difícil é essa travessia...
Saudade
dor passageira
Que volta todo dia
de maneira costumeira
e nos invade insistente
Qual Palmeira ao vento
e faz chorar
A quem eu queria ver
e não vejo
Pois não mais existe
Saudade
dor Feiticeira
Porque é que foi
Que junto à tanta ausência
Tu também não sumiste?
Desiste de mim, saudade
Por que é que escolhes
Justamente eu?
Esquece de mim, saudade
Igualmente ao restante do mundo
Cuja lembrança
Mais mansa e menos profunda
Que a sua
Me esqueceu.
O silêncio
Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
Nas lembranças que a dor adelgaça
O amor, a angústia, a emoção
Onde o caçador torna-se caça
Desembocados no vazio
Da esperança, da ilusão
Engasgados no arrepio
Do abafado ruído da interiorização
E o silêncio se faz sombrio...
SONETO:
NAS ASAS DA SAUDADE
No sopé daquela serra passa um rio, riacho
Casinha de sapé na margem, um candeeiro, e um pavio
Apagado na escuridão,
Olhos de gato Incendeia à noite
E as estrelas também acendem,
Vento gelado, que me causa arrepio,
Nesta penumbra da noite,
Meu açoite,
É lembrar-me de nós dois,
Que, quão felizes fomos!
E por muitas vezes amamos!
Doce é meu delírio, que nutre esta solidão.
Das lembranças de meu bem, minha paixão!
Vejo-me sonhando acordado perante esta imensidão!
GRETA ELLEN
A volta
Quando eu partir
quero ir com saudade
assim, poderei sentir
saudade e liberdade
juntas no meu existir
arrumadinhas
sem nada por vir
só lembrancinhas
que as carregarei
no meu poetar
e assim, estarei
lembrando, sem recuar
sem mala, sem passaporte
pois estou voltando...
me deseje sorte!
Melania Ludwig
23 de junho de 2012 · Editado ·
Recordando
Sinto uma saudade serena
das brincadeiras de pequena
pular corda com a criançada
amarelinha na calçada
brincar de passar anel
se lambuzar com favo de mel
contar vagalume no escuro
roubar goiaba pelo muro
andar pela enxurrada
voltar pra casa molhada
tomar banho no corguinho
passar na pinguela devagarinho
soltar bolhas de sabão
com canudinho de mamão
andar livre a cantarolar
sem tão pouco imaginar
que isso um dia ia se acabar...
mel - ((*_*))
Quem era Maria
Maria cheia da saudade
Caminhava descalça pelo parque
Esperando um amor.
Era bela feito o céu ao entardecer.
A julgavam pelos seus inúmeros amores
A coitada não era a culpada.
Se gostava de namorar, o que importava?
O que valia pra ela era os prazeres que eles a proporcionavam
Os sentimentos inusitados, as alegrias...
E as dores?
Essa parte ela não fazia questão de expor
Guardava pra si.
Sorrateira consquistava os corações dos rapazes.
Se fazia feliz.
Desperdiçava,
Diziam as más línguas
O seu tempo com esse "tar de armô".
Ah, mas não era Amélia não
Parecia com a Capitu do Machado.
"Com olhos de cigana obliqua e dissimulada".
Maria era mulher,
feita de poesia cantada.
Mas poesia do que mulher.
LIVRE DA SAUDADE
Dei um sumiço num sentimento
que me consumia por dentro
era uma tal de saudade
que mesmo sem maldade
dentro de meu coração
fazia baldeação
Deixava vestígios evidentes
com marcas muito carentes
em seguida ia embora
e pra voltar não tinha hora.
Até que percebi enfim
o que ela queria de mim
era me prender a um passado
que eu já havia abandonado
deixou uma pequena cicatriza
pelo menos agora eu sou feliz...
mel - ((*_*))
Pausa
A saudade em mim fez pausa
Ficou em silêncio, está muda
Não sofro mais por sua causa
Não vou mais buscar tua ajuda
Hoje fiz um intervalo no poetar
Solitário. Pois tenho companhia
Das estrelas que me fazem viajar
Da poesia meu remo na travessia
Larguei tudo. Tento só harmonia
Simetria em cada verso, cada rima
No sorrir busco a sorte em parceria
Caneta e papel riscado com estima
Hoje fiz interrupção nas lágrimas
Gota d’água somente as do céu
Não mais ficarei chorando lástimas
Pois o amor da solidão não é réu
Luciano Spagnol
23/10/2015, 08’31”
Cerrado goiano
Presente
Eu tenho saudade do passado de um futuro que eu ainda não vivi, onde as pessoas me amavam.
Meu amor me namorava e me amava. A ansiedade não mal tratava o meu ser. A vida era boa.
Essa vida gozava de alegrias irreais, contra a realidade.
Então deparado a esta horrorosa felicidade acordei e só podia ver sangue, que é a essência da vida.
Na verdade eu não sei se foi saudade...
Talvez sim, talvez não.
Eu só sei que senti...
senti tudo, cada dia, em cada instante
lembro do lugar, do momento... do dia, do tempo.
Eu fui feliz contigo, não que hoje eu não seja(sem).
Mas aquela felicidade foi única.
Fico feliz ao te ver hoje, feliz.
O efeito que o tempo supostamente trás, eu não sei, mas eu sei que recordo cada frase dita, e posso te afirmar hoje, foram sim verdadeiras, veio do coração, com a verdade da alma.
-Não, isso não é um pedido ou um apelo.
Talvez uma forma de agradecer por tudo, por cada dia e cada sorriso.
Ou até mesmo, um desabafo...(isso é no que dá ir futucar o passado)
Não sei se você vai ler isso, ou ver, ou até mesmo sentir o que eu senti ao rever cada foto... Quem sabe, também encher de lágrimas os olhos ao reler a frase escrita num banco, num parque...
Mas, aqui sorrindo estou ainda feliz com o teu riso.( ele não deixou de ser o meu preferido )
Sim... O tempo passou, as coisas mudaram, eu... você.
Mas sabe aquele velho Te amo?
Pronto, mesmo com tudo isso, eu hoje ainda te digo, de corpo alma e coração:
Eu Te amo.
Abra o seu Coração para Deus...
só ele irá ajudar-te a sentir a saudade...
com sabedoria,conforto e aceitação.!
A dor causada pela perda de alguém que nos é....
querido,é difícil esquecer....
ela não atinge a todos nós,com a mesma intensidade.!
Quando nascemos a nossa única certeza.....
será a de que um dia morreremos.!
Não podemos fugir a esta realidade.....
ela faz parte da nossa vida.!
Algumas pessoas sentem com maior intensidade a dor..
da perda de um ente querido,marido,filho,pai e mãe.!
E com a perda,vem a tristeza e a revolta.!
procure um consolo que possa realmente...
acalmar tanta angústia que traz no seu coração.!
O maior consolo é ter a certeza que Deus...
está ao nosso lado.!
Hoje amanheci com sede de vida
Com fome de chuva
E saudade doída
Com o olhar abracei o horizonte
E vi na grama o sol como fonte
Daquelas folhas caídas
E o cheiro do verde bailando
No som do rouxinol cantando
Inunda a vida de cor
E a força do vento dourado
Dobrando todo o cerrado
Balançando a beleza da flor
Soube então que isso é amor
Que Deus está me enviando
A saudade é o sentimento mais urgente que existe,
deveria ser assistido pelos direitos preferenciais.
Tem saudade?
Pode cortar a fila do banco,
do supermercado,
pode assentar naquela cadeira amarela ou azul,
descer pela frente,
estacionar nas vagas exclusivas,
pagar meia entrada no cinema, no teatro...
escrever poesia sem ser poeta.
E foi assim que a saudade me matou
Eu não a suportava, ela me deixou solitário, mandou todos que eu conhecia embora. Resolvi acabar com isso, com essa prisão que estava feita ao meu redor, resolvi destruir esse monstro de vez da minha vida. Me preparando para poder ataca-la e acabar com essa angustia, mas antes me pegastes despercebido e sem dó nenhum me apertou a garganta e sufocou-me, sem ao menos dizer uma palavra.
Um beijo sem abraço.
Um adeus sem saudade.
Só posso dizer é tudo isso que pode ser.
Foi embora sem querer.
Onde está você?
Se não te encontro na imensidão do paraíso.
Para onde foi o sorriso?
Sento no gramado, pensando em você.
Tudo que ainda podemos viver.
Caminhando entre as flores.
Rodeado de amigos.
Nossa família vai crescendo.
Com nosso amor sem juízo.
Outra vez é amor
Outra vez é madrugada
E eu não consigo te esquecer
Eu queria que a saudade
Fosse falar com você, sem querer te magoei
Machuquei teu coração
É que eu não controlei
O impulso da minha paixão
Pra te dizer o quanto dói à solidão
Pra te mostrar
Que não valeu apenas não...
Duvidar do teu amor
Controlar teus pensamentos
Foi pura ilusão
Veja bem como eu estou
Olhar só o que restou
Foi só sofrimento
Antes que a tristeza
E a saudade
Mate de uma vez meu coração
Volta amor.