Textos de Afeto

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Falta de amor não é frieza. Frieza é a ausência de sentimentos de afeto, compaixão, culpa, solidariedade, etc.
Falta de amor é apenas a ausência de sentimentos não cultivados durante a vida. É aquela história do "não faço questão". E a culpa é de quem? Ninguém nunca sabe olhar pra o próprio umbigo. Faz parecer que as pessoas se relacionam sozinhas e não entre si.

Testamento
A você deixo o meu afeto. E mais. Deixo os beijos que ainda não dei. O bilhete para ser lido. O quadro colocado no alto para nunca ser de lá retirado. Um jantar à altura de sua fome. O velho livro de histórias. A coleção de filmes para chorar. Uma garrafa cheia de café. E uma bruta saudade.
A você eu deixo tudo de bom para me vingar de todas as sequências de discórdias nas falidas noites de domingo. Deixo o meu telefone azul. Os sonhos adormecidos. As extravagâncias das férias. O vício de escrever na madrugada. A você deixo o meu relógio vermelho, que de propósito está uma hora adiantado, assim não correrá o risco de perder seu jogo predileto. E por falar em jogo, deixo a camisa do seu time, no ponto de ser usada. O taco de beisebol, mas não acerte a janela. Folhas de caderno para as cifras da madrugada. O vinho gelado para as noites de frio. A pipoca amanteigada. O filme no pause. O copo de vodka. Ovos mexidos. Roupa limpa e suaves prestações da coleção de Drummond.
Deixo a roupa lavada, passada. A carne assada no forno. A conta vencida. A senha da internet. E tudo desligado. Aceso deixo apenas as fagulhas do coração, prontas para serem apagadas.
Um pouco das tempestades, não te fará mal, portanto deixo vinte e cinco dos meus odiados clichês, dois poemas ordinários, uns palavrões impublicáveis.
Pelo excesso de mistério, deixo as vírgulas, as reticências, as aspas, a interrogação.
Deixo o dicionário para decifrar as palavras soltas e não confundir sentimentos.
Deixo sem nenhum medo a minha covardia transbordante. As atrapalhadas afetivas. O sol. A lua. O mar, não necessariamente nessa ordem. Deixo a desordem das escolhas que é mesmo para bagunçar as ideias.
Deixo a sensação da promessa cumprida e uma lista de coisas pendentes para serem feitas a qualquer horinha dessas. Deixo para amanhã, qualquer coisa bonita, talvez quem sabe uma lembrança patética, uma abusada vontade, uma sentimento que coça, um vazio sem canção.
E por último deixo o perigo do meu amor.

Ao falarmos de afeto, temos que aprender a respeitar antes de tudo a natureza genética do outro. A biologia humana difere em particularidades consideráveis no que diz respeito a percepção de gêneros.
Existe uma forma de entendimento distinta e variável entre o homem e a mulher...
O conflito nas relações acontece principalmente pela incapacidade de tolerar essa diferença.
O respeito de fato se torna efetivo quando deixamos de fazer comparações em busca de igualdade e passamos e entender e a aceitar as necessidade individuais de cada um. É importante buscar um alinhamento harmonioso entre os desejos um do outro, sem exigências de uma reciprocidade "gêmea" idêntica ou parecida. Lembre-se que nem toda proporção se mede pela semelhança, mas pela compatibilidade...

DA PAIXÃO AO FOGO

Enlevado afeto que ao profano sente
O beijo em fogo no queimar a pele,
Que no fulgir paixão em corpo vele
O desejo arder no cumprir da gente!

E findar ardor que não for contente
No aventurar de luz, e, por aquele,
Se desdenhe em sede ao ardil mobele
No enlevar em flor o beijar ardente!

Que do suposto, aventura se vigore!
No acender a chama em mais primor,
De eloquente a cobardia se devore!

E no exaltar tão mais profundo ardor,
Que em disfarce gentil, implore
No emular mais alto, (o vosso amor!)

Num gesto: o afeto!
Quase prece, apreciamos
os sentimentos que aquece
Aquilo tudo que desejamos, pedimos
Às vezes ganhamos, às vezes não
Mas meu medo fui perdendo
Fui te descobrindo, me reinventando
Me tornando melhor
Afinal, o que sentimos nada tem a ver com cifra, medida ou razão
Apenas somos assim. E gostamos do que temos um no outro.
Um reflexo, um nexo
E "a tua presente ausência, sua ausência presente", ainda insiste
Mas já não mais me incomoda
Pois com uma atitude, um verso
Você me fez sentir tão completo
E vai ser dificil te querer no inverso
Onde minha vida vai estar...

DRAMA (soneto)

Quando é que o afeto meu terá encontrado
a sorte duma companhia pra se apresentar?
Quando é que na narração poderei conjugar
Assim, despertarei de então estar deslocado

Se sei ou não sei, só sei que eu sei atuar
E se eu estarei ou terei ou se está iletrado
É impossível de inspirar, o ato está calado
Pois, o silêncio discursa sem representar

O aplauso alheio pulsa, mas de que lado?
Na cena a ilusão é expulsa e, põe a chorar
Impossível imaginar atuar sem ser amado

E este drama sem teatro, e ator sem teu lar
De comédia trágica, no peito, então atuado
É amor e fado, no palco, querendo ser par!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

(Atrás do gosto daquele afeto...)


Num mundo cercado.Um casulo.Um desejo inoportuno. Ainda assim,sem asas,era convicta de que estava perto. Vasculhava então,não nas coisas,mas na alma,um pedaço menos ansioso pra se guardar. Queria se bastar de não mais pensar no tanto que já havia engolido,costurado e tecido pra espantar o medo. Sabia-se dos riscos,e não polpava esperança,que lhe era o impulso,o motivo de ser aquele passaporte. Duas pontes iriam se cruzar,debaixo de um voo de seda,frágil e esperado. E atravessaria um céu inteiro,atrás do gosto daquele afeto.O mesmo céu que lhe duvidava a coragem.Sentirá tão breve, borboleta liberta,e irá entender que uma multidão,(também lagartas), podem até corroer e achar que o conformismo de um casulo vazio é destino.Deixa pensar.Resta pouco pra provar que não existe cárcere,nem carma,a uma alma quando sedenta,encontra sua asa metade,que faz voar.

⁠já me joguei em tantos lugares vazios...
e você é um poço de intensidade e afeto, e eu nunca quis tanto estar no fundo desse poço. esse seu sorriso cativante que me faz desmontar como massa de empada você é profunda poesia
consigo sentir o seu amor fisicamente, em todas as extremidades do meu corpo
atravessara várias outras vidas pra segurar sua mão
me afundaria no que você é de cabeça mesmo sem saber nadar
é possível um metro e sessenta caber no peito?
você é como uma música com a melodia mais perfeita que eu escutaria e dançaria mil vezes sem enjoar ou mudar de música
demorou muito pra isso aqui ser
e valeu a pena
por que agora é
tão forte e tal sutil na mesma intensidade
acho que isso que eu escrevi é mais profundo do que dizer um "eu te amo", mas posso dizer isso pra você quantas vezes for possível de dizer, espero que sejam vezes infinitas.

⁠Estrela Apaixonada

É muita discussão inútil
Essa do gênero ter que ser oposto, no afeto
Nem os anjos possuem sexo
O diferente não precisa ser secreto

No firmamento, um amor forte e sincero
Fez o coração de uma Estrela transluzir
Não foi pelo sol, nem por um planeta
Mas pela Lua, o que a impediu de se despir

A Lua na sua fase nova e sedutora
A Estrela, uma experiente cintilante do breu
A insegurança racionalizou o medo do desafio
E, da Lua, o seu sentimento ela escondeu



Nestes versos, as partes são femininas e ficam claras
Mas a atuação do gênero é a surpresa nessa magia
De um lado a Estrela, uma mulher de muitas fases
Amando a Lua que é um homem, na anatomia


Como pode ser a Lua "um encantador" de coração estelar?
Como é possível o amor de uma Estrela, que vive a nadar distraída entre as constelações, escolher a instavel prateada
Se no universo há tantas luminosas amantes da estabilidade a espera da flexa do cupido
É porquê não existe acaso. No destino a surpresa também faz sua morada

Esse amor mágico teve a influência de um masculino guerreiro
Do satélite, São Jorge é o ilustre habitador
À Lua é atribuído o gênero feminino
Mas, dos seus desejos, é um autêntico cavaleiro o seu administrador

Se as Estrelas resplandecem em muitas cores
Na formosa Luna, de veste prata, o olhar, reluz esmeralda
E a esperança traduz o sonho da enamorada
De que um dia um cometa a leve até o coração da Lua, na sua calda

A lunática mutante irradia encanto e promove inspiração
Mas do pedestal da sua imponência
Sequer desconfia do amor da singela ponteaguda do negro altar
Se o anseio Estelar não puder passar de um sonho
Que a distância imposta, não a torne opaca e a mantenha salutar

Nessa história celestial, a Estrela é uma fêmea que se apaixona
A Lua, é um homem que não sabe ser amado pela star
Mas não importa o protagonismo ser o feminino e o masculino
Se, com sorte, dois corações pulsarem simultaneamente, sob as bênçãos do destino, não perca tempo pra se entregar.

E não importa o Tempo que vai durar.

As ruas vazias e o ar morbido...
fazem solidão paira sob o a liberdade...
o amor e afeto e se retrucam na voz do medo...
o ambiente sombrio denota o verbo.
a dor do vazio torna se mais obscuro,
na transição do amor paira a paz da solidao.
murmuro uma música que afringe o sentimento na crua estrada da vida.

Me pego pensando no que de fato deu errado com a gente, tínhamos planos, tínhamos afeto, tínhamos um ao outro.
Em uma parte do caminho nos perdemos? Não consigo imaginar quando, se foi naquela viagem onde não conseguimos nos conectar. Lembro, você queria ir a todos os lugares turísticos e eu só queria permanecer no quarto do hotel, queria amor, queria conexão uma pausa onde só nós dois existíssemos.
Não sei se foi ali, mas era notório que já estávamos vibrando diferente. Você não estava presente.
Eu queria você comigo, sempre quis, e isso que me dói, querer você é algo que me quebra sempre, , porque ainda não consigo dizer não, toda vez que insiste em me procurar.
A decisão de partir foi tua, e eu sempre deixo a porta aberta para você. Me iludo na falsa esperança de um dia sermos um casal.
A mania de ter você é tanta que ainda compro o seu vinho favorito e parece estranho o que vou dizer, mas o mantenho gelado, como se fossemos bebê-lo todas as noites...
Não consigo explicar essa mania de te querer e de permitir ainda, que seu toque me alcance.
Estou sentada, isolada, pensando em você, mas agradecendo, porque apesar dessa abstinência da sua pele, estou obrigando a minha mente a te esquecer, pior que quebrar a quarentena, é deixar você me quebrar todas as vezes que resolve aparecer... Bendito esse vírus que me afasta de você.
Mereço muito mais que um amor raso e ficar longe de você, me fez perceber que a tanto tempo não me sentia inteira.

⁠SONETO PRA MANUELA ...

Quando a primeira vez revelaste pra vida
Do afeto acordaste, em devoção inteira
De dentro do sonho, do desejo foi parida
Desabrochando o amor da filha primeira

Com olhos rasos d’água, ovação, querida
Em anunciação, uma emoção verdadeira
És tu, menina, mimo, uma infinda torcida
Ao bem e a ventura, a felicidade te beira

E no zelo, por onde a ternura aí passar
Tão velada, ó pitéu pequenina, estrela
És “Manu”, um agrado que veio causar

Foi, assim, que se fez a surpresa bela
De simpatia, tua alegria, sorriso no ar
Feliz Novo Ano, viva, menina Manuela! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/02/2021, 06’48” – Triângulo Mineiro
*Um ano da minha sobrinha neta Manuela Naves Abraham

⁠(Re)fazer-se semente...
voltar ao útero mãe
(Des)fazer-se em feto e afeto
(Des)manchar-se líquido fluido
bolsa feita sangue amor

(Re)unir corpo coração alma
em cordão mágico “(re)invenção”
(Re)ligação fruto flor raiz
caule folha vento
orvalho estrela lua
(auto)fotossíntese luz

(Re)iluminar-se e (re)acender-se
Transcender e alcançar o outro
Deus ponte horizonte
amor luz semente
sementeira vida...

⁠AMOR ARDENTE

Ah! nada é maior do que a surpresa
Do afeto dado, sabendo-me amado
Num coração. Permita-me a riqueza
Deste sentimento, assim, apaixonado

De alma feliz, farta e nada de tristeza
Saudade sem sombra de um passado
A poética cheia de sensação e beleza
Tendo aquele intenso desejo ao lado

Emoção no peito, que traz significado
De gentis suspiros cortando os ares
E permitindo cada olhar enamorado

Assim, ao prazer e sem os pesares
Que Deus nos tenha e nos guarde
No querer sã, dum amor que arde!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/06/2021, 5’45” - Araguari, MG

⁠CONDIÇÃO

Dissolveu o amor e a dor saliva
No vazio. Pondo a alma no cais
Este afeto que já foi muito mais
Está sensação que andais cativa

Solitária a emoção, e pensativa
Sente e chora este mal, e jamais
Pensou ter e que doesse demais
E eu sem ti e cá com a falta viva

Mas amei de todo o bem, amei
Sei que após continuei amando
Assim, lhe vi pelo cerrado indo

Sofrer, porque sei que sofrerei
Pois o ter insiste estar sonhando
Haver-te, o adeus vai possuindo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/06/2021, 12’17” - Araguari, MG

Atração física + afeto ≠ AMOR

Embora o amor possa abranger todos esses elementos, rotular uma mera combinação de sentimentos e desejos, que traduzem um interesse próprio, como amor é um ultraje! O verdadeiro Amor não age indecentemente, conforme ensinado na Bíblia, e não há indecência em relacionamentos saudáveis e alinhados com os princípios de Deus.

⁠O afeto e a atenção plena aos sentimentos devem fazer parte do universo de criação da criança. Infelizmente vivemos um tempo no qual tudo é muito rápido e superficial, pelo que a formação dos filhos tem sido muitas vezes defeituosa. Tudo isto acaba propiciando numa ansiedade, marcada pelo apego excessivo ou no distanciamento afetivo, afetando a intimidade já na fase adulta. Os sentimentos devem ser validados, permitindo o delineamento da formação da integralidade do sujeito. Este sujeito assim desenvolvido, poderá formar uma relação de interdependência, que seja saudável e em equilíbrio.

JOSÉ LUIZ DE SOUSA NETO - PSICANALISTA

ENTREGA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Foi assédio afetivo; confesso que foi;
um afeto sem asas pra voos escusos,
para os fusos empenhos ou atos avessos
ao exato sentido que tinha que ter...
Foram idas desnudas de planos a mais,
depois vindas serenas, de plena leveza,
com a branda certeza do mesmo desvelo
sem apelos, cobranças, anúncios de assaltos...
O carinho assedia e se deixa tomar
de cuidados, descuidos, entregas fluentes;
é a forma de amar que se rende sem peso...
Querer bem nos desarma, nos livra por dentro
e nos torna indefesos com quem se defende
como centro de todos os mísseis do mundo...

Feliz é do ser que é forte
Pelo milagre de existir
Feliz é aquele com o olhar
Transmuta afeto só de incidir

Feliz é do ser que é "fraco"
Que deixa a lágrima deslizar
Pois a saudade é decorrente
Por uma estrela se tornar

Feliz é do ser que é "cego"
Se permite os olhos cerrar
Que as lembranças tornam
O "distante" perto ficar

O céu não é o começo nem o limite
Percorrer a estrada é necessário
Meu amor por ti carrego meu pai
aonde quer que eu vá, cabisbaixo...

Inserida por dri_sunabe

Acho tão legal quando um casal se gosta, quando trocam afeto, quando não têm medo de sentir, de demonstrar, de provar.
Quando revezam a vez de puxar assunto, quando o primeiro a acordar é o primeiro a dar “bom dia” e o “boa noite” é quem primeiro vai deitar.
Acho sensacional quando ambos têm interesse, quando ambos se procuram, quando ambos fazem acontecer.
Acho tão bonito a troca de olhares, a troca de palavras, de sentimentos.
Acho lindo essa forma de amar... onde os dois participam, os dois amam, os dois retribuem.
Acho que isso que é amor, quando não há necessidade de haver amor próprio para justificar.
Acho lindo quando não há motivos para ir, mas sim para ficar.
Quando não há cobranças, orgulho ou qualquer coisa que possa atrapalhar.
E por confiar nessas coisas, que acho mais adequado ir a ficar, pois amor não é pra pedir, mas sim compartilhar.

Inserida por jordani