Texto sobre Sol
Em um mundo de mudanças constantes o que foi já não é, e o que é se torna incerto. Mas o que seria certo?
Se até o nascer do sol é incerto. Em seus olhos logo me perco em um labirinto de sentimento ocultos. E logo me encontro em seu sorriso bobo. E percebo que a única certeza que tenho é que seu sorriso , me faz bem.
há sempre algo, para além do ver-se
o que para além do verde, é espanto
e tanto, que só sentindo pode ter-se.
como se cada cor custasse doer-se...
de que valeria a dor, sem sentirmos
se só sentindo faz do Ser, ser-se...?!
e no entanto, sentir-te é o espanto
o acalanto que de tumulto se veste
esta esperança... este supor-te...!
Esta é a minha homenagem
Esquecemos meu Deus como esquecemos de como é curto o nosso tempo... Esquecemos de como é precioso cada minuto, sabemos de cor, mas na prática parece que temos a eternidade, que amanhã dará tempo de olhar nos olhos, de dizer coisas que julgamos ou sentimos necessário dizer, de até mesmo sentir a pele aquecida, os olhos brilhantes, o sorriso, ouvir as gargalhadas, ouvir desabafos, ouvir até mesmo besteiras, porque não?
Achamos que amanhã dará tempo de abraçar, de beijar a pele aquecida ainda... E de repente este amanhã não chega e o hoje acabou com todas estas expectativas de um amanhã chegar...
Hoje acabou, só lembrança de um passado, mais parece que ainda dá tempo, não acreditamos, mesmo vendo, não acredito que a areia do passa tempo escoou.
Mesmo sentindo a pele gelada, os olhos fechados, ainda assim é no dia a dia que iremos cair na real que este vento passou e não voltará.
Mesmo que em muitos momentos da vida houve afeto, abraços, beijos, demonstração de amor e gratidão, mesmo assim vai nos parecer que podíamos ter feito mais, nos doado mais, escutado mais...
Mesmo que no vai e vem da cuia de chimarrão, água quente no fogão tenha sido companhia uma a outra, mesmo que em muitos invernos, em muitas chuvas e em muitas primaveras tenhamos dividido o mesmo sol, comendo bergamota, laranja de baixo das árvores de amora e ameixa, mesmo que em muitas receitas, nunca aprendidas porque tinha prazer em vê-la repetir e fazer de um jeito sem igual, mesmo novamente no vai e vem da cuia de chimarrão ter contado histórias de uma vida muito interessante no campo e que elevava a minha imaginação pra outro lugar, fazendo das suas histórias em minha cabeça real e achando tudo aquilo o máximo, mesmo assim ainda sinto que podíamos ter vivido muito mais momentos, que podíamos ter nos doado mais. Podia e não posso mais fazer sua vida mais bonita, mais colorida.
A melhor lembrança que ficará em minha memória da minha doce avó Maria Jandira Moreira da Silva, era seu sorriso ainda de menina e seus olhos que ficavam pequeninos, quando sorria mesmo de felicidade seu rosto ficava com uma luz jovial, mesmo com a idade, mesmo com as marcas do tempo.
Lembranças do rádio sempre ligado na Farroupilha, escutando histórias do cotidiano e comentando e aguardando as sopas de letrinhas, enquanto preparava seu almoço que feito pelas suas mãos nunca mais será igual em nenhuma outra preparação, pois suas mãos tinham uma energia em que tudo que fazia, podia ser a comida mais simples ficava um luxo.
Então por essas e outras lembranças lindas de infância , de juventude que minha avó mesmo que tenha partido desta vida, ficará sempre muito, mais muito viva dentro de mim, será eterna a sua presença dentro do meu coração e se hoje eu tivesse que dizer algo a ela seria “Eu te amo, e valeu por todos os momentos que me chamava de neguinha e me pedia algo, e com muito prazer eu fazia, obrigada avó querida”.
Kelle Souza
Escrito em 07/01/2010
De mãe para mãe
De mãe para mãe, digo não nos tornamos mães só pelo fato de gerar, nos tornamos mães aos pouco.
Quando no ventre juramos amá-lo sem medida, ser compreensiva.
Quando nasce nos deparamos com uma criatura de olhos desafiadores, que vai testar a sua capacidade e pra cada situação não existe manual de instruções, não existe um controle remoto para dar stop, pesquisar e retornar. Você terá que se virar nos trinta.
Começou a chorar é fome, frio, cólica é colo?
Os primeiros meses o criador e a sua criatura terão que se conhecer, mais terá muito eu não sei... Porque esta chorando? Você embala, embala e se abala.
Você alimenta, alimenta e se desorienta.
Você aquece, aquece e se enlouquece.
E pra cólica tem poesia? Cólica é um inferno sempre começa com hora marcada na madrugada e você ali sem poder dormir, cansada de tantos testes durante o dia e chega à noite hora da prova... Você consegue resolver com colo, com chá, com a simeticona protetora das mães dos filhos que sofrem com cólica, e daí você inúmera mais alguns protetores que você terá durante esse período.
Mais cansada você olha aquele ser ali tão angelical, mãozinhas, pezinhos, todo perfeitinho e se lembra do milagre que você fez, da obra, da arte mais perfeita que você fez em toda a sua vida, essa será a mais perfeita. E daí depois de todo o sufoco você pode dizer: “Eu sou mãe” primeiro ato, porque durante a vida você terá muitos atos pra provar que continua com esse titulo.
Então ser mãe na verdade é ter coragem de desvendar todos os dias o teu filho, e será nessas provas diárias que você irá se tornar a grande mãe, ganhando ou perdendo as provas o importante é ter coragem, aprendemos com nossos erros, mãe nem sempre acerta, mais mãe é aquela que persiste e não desiste.
Enfim eu ainda sou aprendiz, minhas provas ainda começaram, mais a prova da minha mãe esta já terminou e digo, ela já ganhou o titulo, tenho orgulho da dona Margarete que nos ensinou muita ética, tem coisas “palavras” que dizia que repetia que sempre retornam na minha cabeça “ensinamentos” e agradeço os trancos que deu, necessário e o carinho que me deu ou nos deu em momentos tão simples, que passam desapercebidos, mais que depois você pensa e vê que aquilo era um ato de amor.
Te amo mãe, demais.
Kelle Souza – Dia das Mães do ano de 2015
CAFÉ E NASCER DO SOL
Despertar cedo,
Saboreando uma xícara de café,
Observando da janela o nascer do sol,
Surgindo aos poucos,
É um belo exercício para a compreensão da vida.
Muitos segredos da vida podem ser compreendidos,
Na contemplação do nascer do sol,
E no sabor do café.
SAUDADES DE MINHA TERRA
Percebi Ao Acordar Que A Noite Estava Muito Mais Fria Do Que De Costume , A Chuva Caia Muito Forte Lá Fora. Olhei Para O Despertador Que Estava Ao Lado Da Cama Em Cima Do Criado Mundo , Eram Duas Horas Da Manhã, Puxei Um Pouco O Lençol Para Me Descobri E Bem Devagar Cobri-lo , Coloquei A Cueca E Me Levantei …
Fui Até A Janela E Fiquei A Admirar A Chuva Que Caia No Jardim Daquela Casa, Lembrei Da Infância Que Passei Com Meus Avós .LÁ A Vida Era Simples E Tranquila , Tudo Cheirava A Terra Molhada Nesses Dias Chuvosos...
...TORNEI A Si Quando Ouvi Sua Voz Rouca Pedindo me Para Voltar A Cama , Voltei. Dos Olhos Deixei Cair Uma Lágrima , Lembrei O Por Que Estava Ali, De Como Vivia Naquela Cidade , E Como O Mundo Era Cruel Comigo.
Voltei A Cama .Fechei Os Olhos E Senti Seu Hálito Quente Invadir A Minha Boca Sua Pele Áspera denunciava Seus Sessenta Anos , Torci Para Que As Horas Passassem Mais Depressa E Que O Dia clareasse.
...Suor E Dor Foram Meus Companheiros Dessa Madrugada ,Que Era apenas Mais Uma Em Minha Vida. O Sol Brilhou E Clareou O Quarto e Os Lenções Brancos Da Cama. Acordei,levantei, acordei-o ,Coloquei A Calça Surrada Azul e a camisa branca amarelada , Peguei O Dinheiro Que Estava Em Suas Mãos E Partir...
ESTE OLHAR
Eu me perco olhando para o celular.
Pisco e você está lá mais uma vez.
Não me leve a mal,não é só por sua beleza.
Mas também pelo seu olhar.
Parece que ele me invade sem pedir licença.
Adentra em mim como raio de sol em um quarto escuro.
Eu sei que esse olhar e para o mundo.
Mas ele cabe tão bem qualquer lugar.
Ele intimida como intimida.
E misterioso mas também revelador.
Revela que atrás dele existe uma mulher que só quer ser feliz.
Não me leve a mal não tenho pretensões.
Mas esse olhar á esse olhar
Faz qualquer um sonhar!
Escrevo a minha saudade porque tua ausência vem ferindo minha alma a cada dia em que o sol se põe e que a lua nasce...
Cada estrela é como uma lágrima quente e cheia de dor!
Pois você está em cada riso ausente, em cada sonho distante, como um tormento presente na escuridão que agora se segue em minha vida!
LEMBRANÇAS...
O dia amanheceu sorrindo
O sabiá laranjeira saudou
O sol se espreguiçando
entre as nuvens esparsas.
Nos campos o orvalho reluzindo
A névoa colinas descortinando
Aos poucos o ronco dos motores,
caminhões, e tratores.
Na pequena cidade
a caminhonete do leiteiro
e a sirene da fábrica
rompem o silêncio.
Ecoam as buzinas dos motoqueiros,
outrora eram arrojados vaqueiros
parrudos sertanejos, alguns truculentos
tangendo gado, abrindo porteiras.
Sem pressa, levanto, abro janelas
Esquento água, preparo o café
Espalho pão-de-queijo, acendo o forno
Relembro o crepitar da lenha.
O tilintar de copos, talheres, louças
alvoroça os cães, alegres, ruidosos
querem entrar, também disfrutar
do aroma, do calor da cozinha tosca.
O pensamento viaja, ligeiro
Corre solto pelas trilhas
Entre a mata cerrada
À beira dos córregos,
Desbravando nascentes.
Ressurgem detalhes nítidos
Cheiros, cores, sons do passado
Não muito distante, em especial
Aquela linda jovem, diáfana,
Olhos brilhantes, sorriso franco...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)
Um dia bem quente de sol
Só queria um gramado verde e fresco
Num dia bem quente de sol
Para me sentar e comer umas 'mexericas'
E não pensar em nada.
Esquecer de como é ser adulto
Apesar de nem mesmo saber ser um
Ter apenas minha infância novamente
Mesmo que por um dia
Um dia bem quente de sol.
Procurar formas nas nuvens
E rir de tamanha imaginação
Ora, nuvem tem forma de nuvem!
Que besteira
Mas seria perfeito
Esse dia
Um dia bem quente de sol!
Hoje eu acordei com o sol entrando pelas frestas da minha alma: desabrochando as flores que dormiam em meu sorriso, florescendo a vida em mim.
Hoje eu acordei com a esperança brilhando nos meus olhos, dando cor a toda beleza que silenciosamente a vida guarda.
Hoje, simplesmente acordei assim: feliz!
Faz tempo que te espero
Sob o sol de um verão escaldante
Naquela praia um local distante
Ouvindo o som que vem
Da Jamaica Oriental
Que paz eu sinto vendo as ondas
De um mar azul sem sim fim
Na Jamaica de Bob
Sob um céu feito pra mim
Eu tenho te esperado
E agora tenho você aqui do meu lado
Olhando nos teus olhos
Andando lado a lado
Mesmo que o tempo se alarme
E o sol se apague por aqui
Ao seu lado, terei meu barco ancorado
Você é meu porto mais que seguro.
Paulo Lima
Sonhos, meros fragmentos ilusórios.
No intervalo das 24 horas
No veludo o sono se torna
O despertar da mente esquecida
O viajar da 2ª. hora
Somos incautos
Em nosso dormir
Os sonhos invadem
Sem pedir licença
No movimento rápido dos olhos
Uma via inteira se passa
Não somos donos de nossos
Desejos
Ali naquele palácio
Somos reis, rainhas, príncipes, vassalos
Somos pássaros, voamos ao incerto
As vezes caímos.
No joguete dos lençóis
Brinquedos jogados ao ar
Ele, o senhor o sono
Nos faz levitar
Na passagem ínfima
Quando o sol e a lua por uns instante se veem
Ele se vai e leva consigo
A ilusão do sonho quiçá se realize.
Paulo Lima
Hoje quero estar com você
Você que me contorna
E me ilumina
Me enche de vida
E me enrubesce
Me faz transpirar
E me aquece
Deixa meu corpo dourado
Me faz mais bonita
Faz meus poros transpirar
No seu calor quero me queimar
E quando a noite cair
Quero estar deitada, estirada
Banhada de sol
Sob o manto do luar
Você é o segredo o qual escrevo
A lembrança que não esqueço
Mas que escrevo
Pelo fogo do desejo.
Você é o sentido que descrevo
Porque sou paixão
Paixão ardente nessa mão
Nessa mão que escrevo.
Vim de longe
Voei na mão do vento
Me tornei leve
Me esvaziei, porque foi preciso
Porque foi preciso te esquecer.
Amo o dia e à noite
Mas não posso amar os dois
Há de deixar o dia
E permanecer na noite
Ou há de deixar as sombras
E viver à luz do dia.
O dia é intocável
A noite a todos toca
Mais se vai como uma criança.
Tem noites que tem lua
E outras que não tem
Prefiro o dia
Porque sempre haverá um sol.
A luz amarelada do sol de inverno que entra no meu quarto é quase tão mística, quanto nosso tempo junto. Eu consigo ver mas n posso tocar, consigo sentir e ao mesmo tempo lembrar da nossa conversa.
Você disse que o inverno é a melhor estação, eu disse que é a primavera, talvez seja porque eu caio tanto como as flores em galhos e você transborde como a chuva nas ruas.
Da janela vejo chegadas e partidas.
Vejo o sol raiar, timidamente.
Vejo o azul do céu, numa imensidão de tão claro, tão vivo.
Sinto o calor do sol ao meio dia, tão sublime, sem piedade.
Sinto o vento, e sua brisa acalenta, acalma.
Vejo as nuvens se condensarem, num presságio de que o calor dará uma trégua.
Vejo raios, ouço trovões.
Vejo a tempestade cair e toda a beleza de um dia inteiro se esvair, e agora tudo é cinza.
Mas sol sempre está onde sempre esteve.
Porque ele nunca vai embora, é apenas gentil em deixar a tempestade vir e trazer o frescor.
O sol sempre volta, ele sempre volta.
Claiton de Paula.
Entre Flores
Poderia o próprio mar
Nele se banhar?
Poderia a própria chama
Aquecer a si mesma?
Poderia um pássaro
Ecoar lindos cantos
Para alegrar a si próprio
E a outros pássaros?
Poderia o amor,
Que o mais profundo e
prodigioso sentimento,
Amar o próprio amor?
Poderia o Sol
Iluminar o próprio Sol?
Poderia a Lua
Se enamorar de si mesma?
Poderia a Relva
Beneficiar a si mesma,
Espalhando o bem
Como quem espalha vida?
Poderia a nota de uma canção
Trabalhar em favor de outras notas
E a cada novo esforço
Gerar o som, o ritmo, a melodia e a canção?
Caso a resposta seja sim,
Para qualquer uma das indagações,
Então é plenamente possível
Uma Flor olfatear outra.
Edson Luiz ELO
19-07-2018
06:50
O movimento é forte e constante
Carros congestionam as rodovias,
os edifícios são montados no ar,
construções tomam conta do pântano
pessoas chegam de todos lugares
sotaques, idiomas e interesses diferentes
vão somando sem da descanso,
A cidade cresce
pendurada na geografia de um deserto esquecido.
tronou-se um destino desejado para muitos, movida pelos ventos que balança as palmeiras e coqueiros um sol que bronzeiam os corpos sobre a areia ,lanchas, patins e bicicletas completam um cenário magnifico de muitas cores, cores que dão vida aos drinks e letreiros luminosos no cair da noite
tudo se mistura nesse paraíso latino-americano chamado Miami
Pensamentos pré-fabricados
Cabeça fossilizada
Ano após ano
Onde nenhuma água correu
Petrificados pelo tempo
Imutável solidez
Nem pó virarás
Ao vento apenas reduz-se
A luz ao longe
Donde apenas o calor se sente
Um pesar pela falta de sentir
A maleabilidade aconchegante da fonte
Seu plano deserto
Seco há anos
Leva para longe a chuva
E mantém-se longe da humidade
Seu plano certo
Feito há anos
Lava as mãos e a luva
E mantém-se longe da humildade
Vida longa à humanidade..