Texto sobre Sol
Mãos de Crocheteiras
O dia começa a amanhecer,
Com os pássaros a cantar,
O sol fazendo a terra aquecer,
E suas mãos a crochetar.
Com suas agulhas e pontos,
Vão as linhas entrelaçando,
Em sua mente cria seus contos,
E o seu ideal vai alcançando.
Diante de tanta beleza,
Algumas podem contar,
Tendo nas mãos a destreza,
Com os pontos a encantar.
Tendo diversas nomenclaturas,
De acordo com o seu desenho,
Extraindo formas futuras,
Diante do seu desempenho.
Tem o ponto avelã cruzado,
Fantasia, tulipas e tijolinho,
Relevo, cascata e desencontrado,
Labirinto, diagonal e dedinho.
Tuas mãos tem a delicadeza,
E fazem do trabalho uma brincadeira,
Mas com elas constrói a beleza,
Extraída da mente da crocheteira.
Du’Art 23 / 10 / 2016
FLORES DE OZÔNIO
Com a chuva da língua sumida
a plantação de palavras, não arriba,
e esse sol ardente em chamas, inflama
... Pelos cumes dos arrebóis,
pelas sementes da vida,
pela enxurradas que carregam as lamas.
O poeta deixa de colher suas flores
de cores vivas, meigas queridas...
e perdeu a hora do alvorecer da criação,
atualmente tem sido, tingido pelas sombras
e sobre o escuro do seu desengano
nem uma pétala sobre as flores caídas
tem voado no jardim do seu triste coração.
Todavia a ampulheta do imaginar quebrou-se
e as areias, do seu tempo, esvoaçou ao ar
e sobre o vento impiedoso do deserto
o poeta perdeu-se nas margens do seu amar.
Assim como um passe de mágica
deixou de encher suas sesta de meiguice
e com ramalhetes que todavia te fez feliz...
Perdeu as flores pelo caminho da fosca visão
as quais deram vida ao tilintar da vida
e hoje, trocadas pela modernidade
estão sobre os jardins dos sonhos, esquecidas.
Com a sequidão dos sentimentos,
o poeta não é capaz de sentir o gosto do riso,
e sob o rosto de um meigo menino,
não sente o piscar feliz da bela mulher
nem tão pouco vê o arco-íres
esbanjando suas cores sobre as nuvens...
Agora o pesadelo flutua em seu sonho
não consegue colher ilusões
nem embarcar na canoa das fantasias.
É meu poeta...
Abra o diafragma para alegria
abrace a simplicidade e siga com suas braçadas
pelos oceanos dos sonhos,
assim quem sabe, a chuva cairá
e você voltará a colher suas flores...
Nas retinas do seu ameaçado ozônio.
Antonio Montes
Mesmo que chova.
Eu nao me importo.
Eu sei que uma hora ou outra o sol vai brilhar.
E voce vai estar lá, a me procurar
Vai me encontrar
Mesmo que vente.
Eu nao me importo.
Um dia ou outro os frutos vao cair.
Do alto em vao. Direto ao chao.
Depois subir.
Eu estarei por aqui pra sempre
Nos momentos tristes, vazios, doentes
Minhas linhas tortas nao vao sumir
Ideias mortas vao diluir.
Entao eu vou sem um adeus.
Sabendo que voce ja tem o que é seu
Pra ser feliz, meu mau me quer
Meu bem me quer.
Dádiva do Recomeço
De repente o cenário mudou. O céu enegreceu, encobriu o sol, fechou a cortina do dia. Nuvens negras encharcam minha retina, embaçam as lentes da razão, afogam meu coração... A noite torna-se assustadoramente escura. No coração apenas o peso insuportável das memórias... E eram tantas! Assustada encolhi-me no ventre do tempo e, ali permaneci por horas, dias, talvez meses!
Até que o dia amanheceu. Ele sempre amanhece trazendo consigo o milagre do novo, a dádiva do recomeço. Abri os olhos lentamente e, sorri agradecida com o espanto uma cega que pela primeira vez vê-se refletida no espelho da vida.
Vazio existencial
Antes estar morto do que só
Em seguida de nascer o sol
Deveras penoso a quem ama
Tanto espaço em uma cama
Para sofrer, basta ter desejo
Se cegar de luz no lampejo
Imaginar um começo e meio
Sem pensar no fim, ele veio
Inútil culpar a circunstância
Se afogar na sua arrogância
Ou estar ébrio de desilusão
De tanto apanhar o coração
Equilíbrio é a dica do amigo
A um leigo que corre perigo
Que desconhece o buraco
Se acha forte, mas é fraco
Existem teorias fabricadas
Especialmente aos “nadas”
Do vazio existencial, hábito
Mas a autoajuda é um parto
Não deve ter saída mesmo
Viemos ao mundo a esmo
O que eu vejo, um outro vê
Nos seus fatos e no que lê.
Hoje pela manhã vi um senhor, bem idoso, sentado em uma varanda, tomando sol.
No lugar, dele me coloquei.
Pensei. Senhor quando ficar bem velhinha permita que eu tenha uma varanda em que possa sentada, sentir o calor do sol e apreciar o verde das arvores bailar ao som do vento. Permita-me
Caminhar, nem que seja o suficiente para tomar banho e me trocar;
Encher meus pulmões de ar e se não puder dançar, ao menos cantar;
Ouvir o canto dos pássaros, o riso de uma criança e “mãe eu te amo”;
Dizer palavras doces e sentir o doce do mel;
Sorrir e gargalhar, até chorar;
Sentir o perfume da rosa, do café e do mar;
Rir de mim mesma e fazer os outros rirem;
Permita-me ser grata a ti, a todos e por tudo;
Permita-me sonhar e a cada dia enquanto acordar, amar.
Samira Kezh
13/08/2015
Hoje o brilho do sol me acordou
Resolveu me presentear com o viver
Me encantou com lindas palavras
Me fez chorar como uma criança...
Mostrou a beleza que existe no meu coração
Me fez cristalizar a alma altaneira
Levitou meus sonhos aos seus
E contornou o caminho doce da felicidade
Fincou intensamente no meu peito
O amor que tenho por você
Rebrilhou sua brancura cristalina
E fez das águas brutas uma corrente dilatante
Deixou um pouco de cor na sua beleza
Me fez conhecer a seda da tua pele clara
Fez nascer um sentimento bonito
E bordou a linha imaginária do amor...
LA RESISTENCIA DEL PUEBLO ES LIBERADORA
No horizonte, há um sol nascendo todas as manhãs,
Tecendo com lã boa,
No coração da juventude,
O desejo revolucionário de mudança
A esperança
De uma sociedade igualitária,
Humanamente solidária com a classe trabalhadora.
Nos fazendo saber que somos nós
O óleo que lubrifica essa roda gigante que faz girar o mundo,
Somos a poeira no olho desse sistema,
Que tenta encarcerar nossos sonhos
Somos o organismo vivo da luta,
quem mantém a História escrita,
Somos a semente crioula
Plantada na terra fértil desses campos e vales,
Somos a quebra das cercas que demarcam latifúndios
E marcam nossas vitórias.
A resistência ancestral que batuca o tambor
Que empunha as bandeiras,
Que ergue os punhos e serra as mãos.
Somos a juventude que grita contra a exploração e injustiça
O grito libertador de excluídas e excluídos
A comemorar ao mínimo sinal de avanço,
Porque sabemos que cada passo adiante
É um soco na boca ignorante
Que tenta silenciar nossas vozes,
Somos lutadoras e lutadores popular,
Anti-imperialistas
Almas itinerantes
Um povo que,
A cada raiar do dia, amanhece junto com o sol
E rega a esperança
e reza a revolução
Em seu coração militante.
cidade de ossos
todos caminha sob sol quente...
enquanto nem acordei,
dos momentos que sou acordado,
piores mares dos todos sentimentos
são triste no caos dos meus pesadelos.
tudo soa a tristeza por fim o calor
queria que chuva cai se mais nunca chove,
tento ter esperança em minha angustias,
esqueço que mundo é um vazio
dentro do meu peito ninguém compreende.
mais um por-do-sol,
o silencio doma meu ardo coração,
as pessoas titubeiam em tantos detalhes,
as observo com desdenho do infortúnio,
tudo torna - se o vacilo coração frio...
nessa imensidão recubro as atas da escuridão,
mesclo meus pensamentos,
numa arvoredo do mesmo jeito
a descrevo sem dor,
do fel escuro da morte,
a bebo um gole de vinho
o dia derruba uma fileira ao nada.
E hoje o dia nasceu mais colorido, o sol resolveu vir mais brilhante o vento resolveu soprar mais tranquilo.. a natureza resolveu dar um espetáculo para celebrar mais um dia, e você, o que está fazendo pra celebrar? Está sorrindo? Está gargalhando? Sonhando? Está fazendo o que gosta de fazer? Está amando? Penso eu, que se as pessoas fossem um pouco mais como a natureza, talvez o mundo seria um lugar melhor... já pensou, encontrar o perfume de uma flor em cada pessoa? Ouvir o canto dos pássaros em cada coração? Creio que ser feliz, não tenha uma contra-indicação. Então por que não ser? O seu dia nasceu cinza? Tudo bem, colore ele sorrindo; cantando; amando.. vivendo
A vida é muito curta para desperdiçarmos tempo agindo como prédios, se podemos ser bem mais felizes agindo como campos.
O sol desponta.
E com ele a luz dissipando
A escuridão. O calor que envolve
Invadindo o frio gélido,
Deixado pelos encantos e mistérios da noite
Amanheceu... Vejo refletir o brilho
Suave da alvorada dos sonhos
Nas asas do vento, a cavalgar
Velozmente sobre uma mistura
Incomparável de cores,
Regidas pela mais linda
Melodia no gorjear de pássaros
A anunciar a vida, a esperança
Um recomeço.
Hannah Lessa
Escancarei sorrisos
Sair cantando
Abracei o frio
Senti a brisa,
O sol piscou
Me namorando,
Flertando,
Dancei com o mar
Fui as ondas
Viajar,
Viajei sonhando
Encontrei flores
Cantei poemas
Revivi amores
Subi no vento
Desci no ar
Pisquei pra lua
Me paquerar
Contei segredos
Dividi com o tempo
Sorri lembrando
Lembrei,
Das nossas tardes
Tardes mania,
Deixando rolar
Músicas
Arrepios,
Bateu saudade
Te ter de novo
Te namorar.
ESFERA DO AMANHECER
A luz do sol ainda parca entalha
Aurora em vidas ora interferidas
Pelas farpas de espinhos e feridas
Quão árduas marcas de batalha,
A luz do sol ainda fraca trabalha
Em vidas de histórias fenecidas
Renegando qualidades perecidas
Impetradas de uma jornada falha,
A luz do sol que crema se conhece
Os acúleos de um fluxo irregular
Deixados pelos azos de uma fera,
A luz do sol que tece e amanhece
A procura deste influxo singular
A doar a paz extensa nesta esfera.
O vento
Aquele pôr do sol me iluminou.
Procurei um recuo na estrada e parei.
Olhei o entardecer naquele campo verde.
..
Lembrei de você, irmão
Dos momentos que curtimos
Do Zuar do vento
Das vezes que você parava para observar, igual criança, o firmamento.
Do retomar a estrada
De paz e de tua alegria em demorar
Olho para a longa estrada que se segue, e lembro de teu carinho aos irmãos que navegavam na mesma viber.
Você me ensinou sobre a fraterna irmandade da estrada e do ronco do motor.
Às vezes paro na estrada, e espero um irmão passar para acenar.
Todas as vezes que aceno e sorrio,
Vejo você na alegria de uma moto.
Mano, é nossa história, é nossa estrada.
Boa viagem, em breve estaremos novamente ombro a ombro, curtindo essa nova caminhada.
À todos os irmãos de viagem.
Ivan Madeira
Não somos eternos
Senti-me enegrecida dentro das esferas de um sol ardente, quando minha alma foi proscrita por trazer uma dor a mais. Senti-me sem defesa, porque a alma que doía quis deixar esta lágrima para trás. Não sei se foi a mágoa, ou o pudor que fosse, só sei que a lágrima que faltava em mim grudou e não saiu jamais, por um capricho que o desdouro trouxe de um amor que não voltou atrás.
Suores abundantes se formavam em meu semblante, não sei se por calor ou por vergonha. Mas o importante é viver cada vez mais esta vida que se mostra sempre enfadonha, e não pensar que as mágoas que se negam a ser vivas, podem viver na mente que as usa toda hora, em floreios de ontem, do hoje e de agora.
Claro que a vivência dos humanos tem suas regras onde quer que se vá, mas princípios não se fazem, se trazem, dentro do peito dos seres que não se cobrem só com panos, mas com o manto da honestidade que se dá, pelo berço que os tenha embalado no início desta vida,
que eterna não será
O sol por vezes metaforicamente representa a luta e a vitória, o trabalho e o ganho e a chuva e a tempestade representam momentos difíceis em uma situação generalizada.Continue perceverando e se possível arrisque-se a tentar o melhor.
Lembre-se que até o sol e a chuva juntos se unem e tornam-se um arco-íris de um dia levemente ensolarado, lindo e colorido, então viva com fé e esperança buscando Deus que tem todo o controle e que está além de toda altitude dessas dificuldades e terá dias que valerão mais que ouro !
E essas noites longas que as vezes parecem não ter fim.
E esses dias vastos que o sol queima somente de um lado do rosto.
E essas prosas sem fim e conteúdos que te fazem perder o teu tempo.
E esses conflitos que te roubam a vida e te trancam numa senzala suja e fedida.
E essas matemáticas não usadas que te fazem estudar na escola, mas que no fim tu não usas pra nada.
E essas teorias que te contam e te inquietam num pensamento de não querer entender.
E esse texto que tanto fala e nada quer dizer.
( A proeza das palavras sem sentido )
Caminhando sob o Sol
Sobre o duro e estéril
Solo infértil da terra salgada
escavei e ali eu achei
Um pote de sementes
Que naquela hora e lugar
infelizmente
Não serviam pra mais nada
Caminhando sob a sombra
de um chão acidentado
da terra alagada
Mergulhei e ali me deparei
Com um pote de ouro
Que naquele momento
Também não serviu-me pra nada
Palmilhando cada centímetro
do chão pisado
de meu coração sem cura
cansado e endurecido
embaixo da dor eu encontrei
um pote de amor, que àquela altura
era tardio, não valia mais nada
Procurando na terra dos sonhos
Onde eu sempre ponho
A esperança que às vezes me resta
No final de mais um dia de tortura
Encontrei um grão de sabedoria
Cristalina e pura
Ali acabou-se a procura
Finalmente eu havia encontrado
Alguma coisa que presta.
Colo
A vida nos cerca de tudo
Sem tua voz padeço mudo
É sol brilhando mas, tudo escuro...
Ao meu redor montes de gente
Corpos de carne sem qualquer mente
Me faz pensar quão indecente
É o coração de quem nada sente
Como um riso tão solto que soa demente
Dentro de mim só você...
E um espaço vazio pra te caber quando crescer
E uma vontade de se perder
De sentir frio
Pra se aquecer no melhor colo
Você.