Texto Sobre Silêncio
Eu E Meu Travesseiro Somos Amigos. Tanto Que Somos Confidentes.
Mas, Embora Íntimos E Fiéis, Resolvemos, Por Hora, Não Mais Conversar.
Fizemos Um Pacto De Silêncio: Dormimos Mudos, Acordamos Calados.
Ao Que Parece, Nosso Silêncio Tem Me Deixando À Margem De Certos Acontecimentos.
Mesmo Assim, Acho Que A Amiga De Meu Travesseiro, Chuva Da Madrugada, Virou Sua Amante. Só Pode Ser. Na Verdade, Tenho Quase Certeza.
É Que Todos Os Dias, Ao Me Levantar, Tenho Me Deparado Com Suas Marcas, Ainda Úmidas E Salgadas, Estampadas Nas Vestes Dele...
Katja Fuxreiter
O GRITO DOS MAUS E O SILÊNCIO DOS BONS
Meu querido Martin você disse que o que te preocupava não era tanto o grito dos maus, mas o silêncio dos bons... Permita-me discordar de você, Martin. Os bons não ficam em silêncio. Aqueles a quem você chama de bons não passam de maus travestidos de bons e se estão em silêncio é porque são coniventes com aqueles maus que assumem que são maus. Esses maus travestidos de bons, Martin são piores que os outros que assumem que são maus. Parecem estar em silêncio, mas não estão. Eles estão gritando como os outros nos bastidores de todo e qualquer tipo de poder. Têm em seu poder uma leva de fracos que fazem o que eles mandam. Tudo no silêncio. Já os bons de fato vão para a rua e gritam sem medo da morte. E não raro são mortos. E os bons de fato, Martin, assim como você, são muito poucos. É na verdade uma minoria da sociedade.
[Osvald Wendel]
A solidão, muitas vezes temida e evitada, pode ser uma dádiva disfarçada, uma oportunidade para mergulhar no profundo oceano do ser. É nesse silêncio introspectivo que encontramos a chance de nos reconectarmos conosco, de desvendar os recantos da alma que muitas vezes passam despercebidos na agitação cotidiana.
Faça bom uso dessa solidão, permita-se explorar os labirintos internos, questionar, refletir e, acima de tudo, escutar o próprio coração. Na quietude do momento solitário, descubra o poder da autoaceitação, do autodescobrimento e da autenticidade.
A solidão não precisa ser uma prisão, mas sim um retiro sagrado, um espaço para nutrir a sua essência. Ao se permitir vivenciar essa experiência de forma consciente, você transforma a solidão em um aliado na jornada de se encontrar e se tornar a melhor versão de si mesmo.
Talvez
Talvez nada tenha a importância
Do tamanho da minha audácia
Talvez tudo não passe de imaginação
Mesmo assim tudo é dilúcido
Da soleira o espero pacientemente
O frio do granito gela os pés
O cobertor aquece meu corpo
Mas não meu coração...
Rompo as palavras
Guardo-as no intimo da noite
Quando o silêncio pernoita
Criteriosamente deito e adormeço.
Olho para o mundo e tenho medo dele. Acho que no fundo tenho medo da felicidade ou ela de mim. Sempre que estou muito feliz fico desconfiada. Desconfio secretamente e vou-me afastando para que ela não acabe por si só. Prefiro eu correr dela, assim não corro o risco da felicidade me deixar.
Fico em silêncio por um longo tempo e procuro saber o valor dele. Há tantas coisas que eu queria escrever, mas, não posso. As palavras me deixam com medo, por isso fico calada. Há tantas coisas que nunca escrevi e que morrerão comigo. Este silêncio é a minha garantia. Dentro dele está o meu EU gritante.
Quero explodir para que as palavras se libertem. Seria uma loucura as palavras soltas por aí. Ninguém entenderia nada, porque elas se misturariam. Às vezes quero a verdade outras vezes o oposto dela me alimenta. O cotidiano me mata de tédio, por isso me reservo e escrevo.
A vida é tão passageira! É como um sopro. Sopramos e ela se vai. Não entendemos nada da vida e isso me deixa angustiada. Pensar que a vida é um sopro, logo vem à minha mente uma bolha de sabão solta no ar. Tocamos nela e ela explode.
Ficam no ar apenas pedacinhos que vão se desintegrando um a um. Assim imagino o sopro da vida. Uma película muito fina, quase invisível, transparente, brilhante com multicores como se fosse um arco-íris. Duram apenas alguns segundos e explodem.
São os segundos mais belos que nossos olhos já fotografaram e guardaram na gaveta do tempo. Assim é o sopro da vida. Simples, intenso e belo. Se deixarmos passar em branco ele se vai sem deixar nenhum vestígio.
A NOITE CHEGA
A noite chega e traz com ela o perfume das flores. Traz as lembranças de um passado, a calmaria, o momento em que o silêncio se aloja e as vozes da noite se reúnem para um aparte. Por trás da escuridão, a luz se intensifica trazida pela lua que dormia no colo do horizonte. Os pássaros que em revoada anunciavam o dia, agora descansam. Assim são as noites, intensas como nossos sonhos, bela como as águas serenas e perfumadas como as flores primaveris.
Silêncio ou palavras?
Bom, Me trago em cada expressão.
Falada, seja de forma quente ou fria
Dissertada, sendo ou não bem explicada.
Escrita, mesmo que sem inspiração
Confabulada, mesmo que de maneira largada
E mesmo quando a palavra falada não tem eficácia, o silêncio sincero, singelo e Terno transforma qualquer tipo de relação hostil em uma relação parcimoniosamente sagrada...
Entre o silêncio e a voz, qual delas me transformará em algoz?
Palavras ou silêncio?
Pense bem no que falará ou não quando chegar o momento....
Há tempos, vivemos na tirania do imediato. Uma geração apressada, ansiosa por respostas rápidas, sem pausas para a reflexão. E assim, nos vemos aprisionados pelo frenesi do presente, entregues ao impulso de falar, sem medir as palavras, sem respeitar o compasso natural de nossas almas e o silêncio que nos habita.
O silêncio, que deveria ser nosso amigo, tornou-se um fantasma. Tememos suas profundezas, sua quietude que nos convida a pensar. Então, falamos. Falamos para preencher o vazio, para afugentar a solidão, mas sem notar que, ao fazer isso, muitas vezes apenas propagamos o vazio. Falamos sem ouvir, sem entender, sem sentir.
Ah, como seria bom aprender a ouvir o silêncio! O silêncio que não é ausência, mas presença plena. O silêncio que nos permite ouvir a nós mesmos, que nos dá a chance de encontrar a verdadeira voz dentro de nós. Porque é no silêncio que nascem as palavras que realmente importam. É nele que podemos descobrir a beleza de uma pausa, a riqueza de um momento de contemplação.
Perder é recomeçar...
Antes que desperte em mim algum grito...
Antes que se perca o sentido...
Diante o desconhecido...
Não me disseram para o que vim ainda...
Em um excesso de desejar sonhar, sonho...
Mas não sei trocar a minha sorte...
Antes da morte me beijar...
Hei de gritar...
Hei de cair e de chorar...
Também levantar...
Hei de amar, querer , desejar...
Não quero ter outra lei...
Além de sonhar...
Terrível solidão do mundo...
Onde pensam serem felizes por estarem acompanhados...
Onde colocam suas esperanças...
Em outro tão mais ou menos coitado...
Transcende a vida...
Entre as feridas...
Entre sopros...
Enganando-nos ...
Entre sorrisos e arrotos...
Enquanto nos abandonamos...
Enquanto no peito pulsa e canta a chama...
No silêncio mais fundo de nossa alma...
Sobre tudo por nós criado...
De si mesmo...
Contemplador e contemplado...
Enquanto escoa o tempo e o vento...
Até se completar o fado...
Perder e recomeçar...
Sempre...
Voltando, novamente...
A sonhar...
Sandro Paschoal Nogueira
Ansiedade em Verso,
A cada esquina da mente, dançam sombras incessantes,
A ansiedade, sutil, tece seus fios de inquietação.
É um labirinto íntimo, sem jardim, sem findar,
Onde o pensamento se perde em constante aflição.
O coração bate descompassado, respiração ofegante,
Cada instante, um mar revolto, turbilhão interno.
Na ânsia de um não ter querer, sincero.
A vida, peça onde sou figurante,
Interpretando o papel da busca pelo eterno.
Há dias em que o sol não aquece, apenas brilha,
E as noites são abismos de silêncio e dor.
A alma cansada, curva-se, vacila,
Na esperança de um alívio, um gesto de amor.
Mas, na tormenta, encontro força oculta,
Nos versos que escrevo, busco compreensão.
Na luta contra a maré, a alma exulta,
Descobrindo na poesia, a chave da libertação.
Assim, navego nas águas do ser, profundo,
Entre medos e sonhos, perda e ganho.
Na jornada de viver, só neste mundo,
Tentando, dia após dia, encontrar meu tamanho.
Pergunto-me se estive nessa posição,
que houve o antes do depois,
que realmente havia possibilidades...
aprendia a rezar para sonhar,
a minha sombra queria desaparecer,
o meu ponto de fuga se escondia,
acordar não era mais necessário,
meus pés não pertenciam neste chão,
meu silêncio se tornou hábito,
o demónio passou a existir,
meu sentimento deixou de evoluir,
minha vontade de fazer era inexistente,
vontade de viver, ainda pior.
São as noites escuras que trazem o silêncio
A calmaria da brisa, um leve vento
Num oceano de imaginações fora do tempo
O céu fechado, sombrio do meu pensamento
Cansado, refletindo no que se passou
Nas supostas horas felizes, ficaram a dor
Na angústia, na falta, nos risos de momento
Percebi que só falava por respeito e agradecimento.
Sou viciada em coisas simples.
Em gente que me lê nas entrelinhas, nos olhares despidos, no silêncio doce de fim de tarde, no ping...ping cantante da chuva, no sorriso escancarado, na amizade costurada gradualmente, no ondular das ondas guardando segredos.
Sou viciada em coisas simples ...porque me fazem FELIZ!
ESPADA E FLOR
As palavras, ditosas e benditas,
São também como espadas ou navalhas
Podem ser as derrotas nas batalhas
Ou grande trunfo quando não são ditas
Cultivar o silêncio como flor
E cuidar de calar mais que dizer
Resulta triunfar mais que sofrer
Confere mais alívio do que dor
O silêncio é uma jóia preciosa
Sutil como uma pétala de rosa
Mas firme nas contendas mais renhidas
Assim se escolhe entre ter gáudio ou dor:
Ser do silêncio seu amo e senhor
Ou servo das palavras proferidas!
Oldney Lopes©
A VOZ DO TEU OLHAR
Sou um sagaz leitor dos olhos teus
Se usas das palavras como escudo
Trazes na fala a pez de densos breus
E pondo-te calada diz-me tudo
Sei ler o que não dizes, quando falas
Ouço o que calas, pelo teu olhar
Não derrames a voz então nas valas
Das tentativas vãs de te explicar
Entre teu doce olhar e a voz aguda
Enxergo em tua fala uma alma muda
Escuto em teu olhar a voz da fada
Na voz improdutiva, o olhar é lavra:
Dizes no olhar bem mais que mil palavras
Com mil palavras não me dizes nada!
Oldney Lopes©
Sim, eu posso ser um pouco introvertida, e não, eu não sou tímida, como também não sou antissocial. É que eu, meio que, prefiro apenas escutar e observar. Não, eu não consigo escutar por muito tempo essas conversas da boca pra fora. mas garanto que falaria por horas sobre a vida. Eu preferiria ficar em casa, com um ou dois amigos do que estar no meio de uma multidão de estranhos. Sou uma pessoa mais reservada do que as outras. Se eu der abertura pra você em minha vida, significa que você é muito especial. Significa que você de alguma forma faz diferença nela, nas minhas horas, no meu dia.
- Flavia Grando
Está noite quando você deitar a cabeça no travesseiro, sinta satisfação pelo dever cumprido.
Agradeça por este momento...
O agora é o nosso bem mais precioso, pois é nele que se encontra a chave para dias melhores.
Seja grato pelo amanhã, que nos presenteia sempre com uma nova chance de recomeçar de novo
E de novo...
Se aprimore na arte da metamorfose.
Se liberte do casulo que te prende ao chão
o impedindo de abrir suas asas
E alçar voos rumo a seus sonhos.
Não deixe o medo de falhar te impedir de tentar
Só falha quem tenta...
A perfeição surge
das inúmeras tentativas que falharam.
Por tanto tente quantas vezes necessário for.
Seja luz
E ilumine não somente a sua vida
Mas a do outro também.
Pois de uma coisa tenho certeza:
- quanto mais clareamos o caminho das pessoas a nossa volta, tão mais claro e leve se torna nosso próprio caminhar.
Não confunda o silêncio diante de uma afronta de contenda, com a covardia. Na verdade, num cenário deste, pode estar acontecendo um combate, que é o silêncio jogando água no incêndio da discórdia e confusão, causada pela afronta da contenda.
É uma tolice e imaturidade, jogar álcool para tentar combater essas afrontas.
O silêncio é uma poderosa arma, que somente as pessoas sábias sabem a hora de usá-la.
O SILÊNCIO
O silêncio nos diz muitas coisas. Às vezes não sabemos interpretá-lo em nós ou em outras pessoas. Nele, há muito significado. Vejamos: Existe uma dignidade no silêncio que pode estar se acabando. Devemos agir para que ele não finde, pois o silêncio é, além de Divino, Misterioso, basta sermos pacientes para conseguirmos compreendê-lo. Só assim teremos a capacidade de ouvir as vozes que brotam do âmago da alma, para que possamos dizer que, além de espirituais, somos seres racionais.
LUIZ CARLOS VIEIRA SIMÕES.'.
-) SILÊNCIO E SOLIDÃO?
Apliquei o meu coração para desvendar os mistérios do silêncio e da solidão.
Compreendi que solidão não existe e o silêncio não persiste, pois eu ouvi meu coração.
Solidão é sentimento de quem anda vazio de planos, de sonhos para o futuro.
E o silêncio? Ah! O silêncio...
O silêncio produz um som que só em silêncio se pode ouvir.