Texto Sobre Silêncio
Roubo
Devagar eu fui entrando
A escuridão tomava lugar
Abrindo a porta, eu fui no silêncio
Ela começou a rinchar.
A sala estava vazia
O chão estava molhado
A rosa que eu deixei em cima da mesa
já tinha murchado...
Olhei em alguns cantos
Mas ali não estava.
Entrei no quarto
A porta estava amassada,
As gavetas estavam abertas,
O cofre estava arrombado.
Ela roubou o meu coração,
E ainda roubou o que tinha lá dentro,
Mas o que tinha lá
Não era nada de importante.
Era apenas um caderno
Aonde eu escrevia
O quão grande era para mim
O amor que por ela eu sentia.
Um silêncio inóspito, com palavras cortantes. O coração sai pela boca porque o amor inundou o peito. A luz que entra pela janela me queima os olhos. Me entrego à solidão de braços abertos, esperando conseguir um tipo de consolo que nunca recebi. Me doei inteiramente e o único retorno que veio da outra pessoa foi a distância. Passei noites em claro a espera que mensagens envadissem o telefone, e que você procurasse saber como estou. Mas eu cansei. Só o que aprendi com tudo isso é que eu deveria me amar mais, já que eu era a única pessoa que pensava em mim.
__ José Alexandre
"Não sei se o silêncio é loucura ou é sermão, eu juro que a partir de agora vou te chamar verbo, e a morfologia pode ser nossa forma de falar com o coração. Ainda sim quero beijar sua mão, meu acontecer, meu estar bem, minha beleza, minha riqueza, meu potencial de acordar sem."
-Acontecer
Amore mio,
Achas que me contento?
O que digo do teu silêncio?
Porque não diz o que queres?
Acha que te julgo por quem eres?
Se me ama com louvor
Toque meu corpo com calor
Encha meus ouvidos de poemas.
Pois tua voz melodiosa
Me é pena.
Mas, se tua indiferença é fria.
Deixe-me querido.
Nada melhor que minha companhia.
Agora se me desejas...
Toma-me de uma vez, amor.
Com todo teu fervor.
À hora do Silêncio -
À hora do Silêncio,
num vago entardecer,
permaneço estático e indiferente,
tudo é vago e monótono,
o vento passa frio,
tocando-me no rosto,
a rua está deserta,
tudo está cansado de existir!
Não me metam em formas apertadas
porque eu não caibo nas formas deste
Mundo ...
Eu sou à conta, à justa, das palavras
que penso, digo e escrevo!
Só caibo na forma dos meus sonhos
que é não ter sonhos nenhuns ...
Que me Amarrem ao poste dos condenados!
Então foi isso que eu ouvi quando fechei os olhos: o silêncio.
O silêncio de tudo que me era desfavorável, desnecessário. De tudo que me era contrário, oposto, adverso, vulnerável. O silêncio de um coração, que mesmo pulsando fortemente pelo abismo, não me traziam sons, apenas sensação de medo e fraqueza. O silêncio que me acalmava por dentro, cicatrizando feridas de abalos imagináveis causando pelo velho eu.
O silêncio permeava como voltas sem fim.
O silêncio nada mais era que a minha aflição agoniante de está perdido no que fui um dia e que no fundo continua existindo dentro de mim.
O silêncio
O silêncio é o barulho mais forte.
Não estremece de fora pra dentro.
E sim de dentro pra fora.
Exemplo:
O que mais nos incomoda num velório de um ente querido?
É o silêncio dele
Que é incapaz de reagir aos nossos sentimentos.
Como se dissesse...
Já não estou aqui.
Meire Perola Santos
24/05/2017
01:59
Mãe entre Ciprestes -
Mãe que vives entre ciprestes e ventos
intacta como o silêncio ...
Mãe-terra, na terra serena,
adornada de mim,
feita de noites e Sóis
beijada pela Lua!
Mãe das pálpebras caídas
que não arde nem fala ...
Mãe do azul que nos legou
sob um mar de ventanias,
agreste e verde,
com vontade de ficar!
Mãe pura sobre os sonhos
com passos de andorinhas
cansadas de voar ...
Mãe! Intacta e casta como a água
que cai de todos os silêncios
sob as lousas frias, brancas,
que se fecham em saudades ...
Ó minha mãe ... minha Mãe ...
(Dedicando à tia Maria Eduarda Salgueiro estes versos, neste novo estar, da sua vida ... agora!)
O novo Normal
Ruas vazias, silêncio
Onde anda a correria?
Ruas desertas sem vida
Sem gritaria
Ninguém nos bancos das praças
Dar até para ouvir o canto dos pássaros
Canto antes escondidos pela a ambição
Onde anda aquela gente com pressa?
É triste e real, e não ha nada a fazer
A não ser esperar pelo novo normal
Talvez a gente volte diferente
E perceba que vale a pena seguir em frente
E depois de tudo, e de tantas perdas
E tanto luto e lamento, que a vida nos ensine
A respeitar o tempo, e quem sabe sem pressa
Possamos aproveitar o tempo que nos resta.
(Alécio Nunes) 27/05/2020
As pessoas ficam em silêncio com suas qualidades e gritam seus defeitos, elas evoluíram, hoje conseguem mentir olhando em nossos olhos. Mas se essas pessoas de alguma forma lhe machuca, o esquecimento é a melhor vingança. Agradar todo mundo é impossível e extremamente desnecessário.
A DOR DO CORPO
Meu coração dói meu mundo se destrói
ao sentir o silêncio em meu peito.
E sentir um grande aperto dentro de mim
fazendo com que meu prazer
por amar e por viver se acabe por fim
Me abalo em uma tristeza profunda
que se inunda de lágrimas ao saí dos meus olhos.
Escorre pelo rosto e vai deslizando
lentamente em meu corpo
até cair no chão uma tristeza
que mecerca que me aperta
a cada minuto que respiro
Uma tristeza que me faz parar
e me deixa na escuridão
entro em desespero sozinho e solitário
numa imensa ilusão.
O silêncio envade a alma
o tempo simplesmente para
as horas ficam lentas
e o dia custa acabar
Choro por dentro.
entro depressão profunda.
A vida pra mim já não tem mais sentido
tudo está perdido.
Sinto que já não tenho mais valor
e tento tirar do mundo uma simples interrogação.
um grande peso que sou eu
isso será um favor.
O mundo me faz escravo
descartavel sem devolução
ja não tenho mais razão pra sorrir
e sim pra chorar.
Nosso silêncio já diz e sabe
Nossos silêncios conversam
Nossos silêncios não tem vida, mas é físico e diz o que quer.
O cubículo que carrega esse ardor se expande e ecoa sobre vossos pensamentos
Seu domínio de guiar os intermitentes é amedrontador sobre os olhos dos vigias
O vazio é liderado por almas incompletas e sofridas
Carrega-se no peito a mesma perda dos que choraram em teu leito
Perfura a si a negação eterna e a tragédia afetiva
O mesmo ser que chora em silêncio clama por liberdade ao berros
Olham a ti por cima e te esmagam
Quem pisar fundo, nunca mais será esquecido e terá o mesmo molde a vida toda
Nossos silêncios conversam e nós não sabemos o motivo
Mas queremos deixa-los falar, o tempo que for necessário, assim poderemos não só entender eles, como nós mesmos
A noite é o lar dos enfermos, que se encontram na pequena caixa de sonhos escritos no teto
Que jamais será realidade, que jamais poderá ser cumprida.
Pois a vontade não vem de nós, apenas o bom grado.
Numa amizade verdadeira, distância alguma irá alterar a sua importância.
Silêncio entre as partes.
Bastam duas letras tão comuns como um “oi” ou uma simples e curta frase como um “olá, tudo bem?”, para que toda aquela lembrança nos volte à mente, como se tivéssemos tido algum encontro no dia anterior.
SOLIDÃO INQUIETA
Inquieto no peito os soluços e os gritos
Do silêncio que rege uma tal despedida
Há choro, lamento, e tarares contritos
Para, infeliz, galgar o prosseguir da vida
Teu cheiro, nos meus dias viraram ritos
O meu capricho está sempre de partida
E os meus ineditismos estão proscritos
Sem tu, o coração é uma imensa ferida
Mas tua alma ficou, tatuada na poesia
E assim os sonhos confidencias pra lua
Das noites de devaneios, amor e magia
E nas trovas de solidão inquieta e nua
O poetar é de dor em forma de agonia
De quem vagueia despovoado pela rua
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 de junho de 2020, Triângulo Mineiro
Sertão da Farinha Podre
Olavobilaquiando
Silencio é algo comum
as vezes nos faz falta
as vezes nos assusta
sempre nos ronda
Silencio nem sempre é quieto
nem sempre é calmo
nem sempre é falto
Mas sempre acontece
Silencio da alma
Silencio da voz
Silencio do coração
Silencio da vida
As vezes em meu silencio
me encontro com a distancia
e quando os dois se juntam
a vida anda devagar
A chuva era você
Sobre fortes chuvas
Encontrei o silêncio
No barulho dos trovões
Encontrei o meu acalento
Naqueles pingos que ecoavam
Que eram como músicas
Para o meu momento
Aquele frio era aconchegante
A felicidade era sentida
O silêncio que encontrei
Em uma tempestade adormecida
Não era bem uma tempestade
Era apenas uma chuva de amor
Que encontrei nos seus abraços
Quando você me beijou.
Negativo
Revirando meus arquivos, achei uma fotografia de seu silêncio.
Foi difícil olhar os momentos, rever cada frame desperdiçado por seu não amor.
O coração como câmera, perdeu o foco e em um clic, na velocidade luz você foi embora.
Não há marcas neste negativo, todas as poses foram queimadas.
Não houve abertura o suficiente de sua parte para que eu pudesse te melhor enquadrar, e assim, eu não pude clicar a mais bela fotografia.
Uma boa fotografia precisa de um tempo de exposição, mas você, com seu coração inquieto, não deixou.
"Quem fala demais dá bom dia a cavalo."
O cavalo ouve em silêncio, responde com os olhos e não mente.
Às vezes perto de alguém eu me calo,
pois muita gente me deixa falando à toa.
Mas com os animais eu sou diferente
e admito que até pelos cotovelos eu falo.
Melhor dar bom dia a cavalo do que a qualquer pessoa.
"Em cada volta que dá o mundo,em seu silêncio profundo,o novo toma conta do seu sentido.As estrelas giram conforme a constelação,no peito do beija-flor 1.200 vezes bate seu coração,em um minuto bem vivido.Ter o amor como firmamento,sem culpa ou julgamento,torna o mundo bem mais florido".
(Rodrigo Juquinha)
O SUSSURRAR DA BRISA
O silencio é tranquilizante
E conduz a tarde com o sussurrar da brisa
Não chove meteoros, não há nada apocalíptico
Mas a ansiedade ocupa a tua ausência ;
Um dia o mundo será mais belo
Que a beleza propriamente dita;
Mas tua presença é mais serena que as acácias
E propõe mais cores que a primavera,
Se eu pudesse entender esses tons
E os sons dos teus passos ao compasso do meu coração...
Plutão morrerá de frio com a tua ausência
Mas o que será de mim?