Texto Sobre Silêncio
MEUS OLHOS
Meus olhos não dão conta de vêem
O tanto de silêncio ajuntado
Encima de tudo, camada espessa,
Massa profunda, cheiro sem cor.
Meus olhos não cabem a visão
Dos teus, simulação de vertigem,
Porta fechada, desabrigo,
Corda fornalha, os meus tição.
E não dão conta da claridade
Luz de eletricidade,
Sem tamanho.
Nem choram o tanto dos teus,
Lembrança que me faz tentar,
Um choro, um pingo... Não sai.
Meus olhos não são do mesmo tamanho
Da solidão, sol a pino,
Quando de um galho de cima
Um passarinho me lembra
A calma do teu amor,
A lentidão do teu beijo,
O interesse regressivo,
Por ti, que já contei em resposta.
Por mais que eu abra os meus olhos
Tentando a visão do que sei,
Envolto em mim, passeia e queda,
Não, em altura, em largura
Em comprimento e fundo,
Eles decifram a visão do mundo compacto,
Que minha vida é.
Um alqueire, talvez menor,
Uma testada, talvez, menor,
A casa dos anões, talvez menor,
Mesmo em sendo, meus olhos,
Ainda são muito menores.
O SILÊNCIO
O momento esperado, o silêncio das ondas.
O sobressalto que o mar não tem mais para agora
Enseja com a minha coragem e minha própria tormenta
De navega-lo, remando o meu amor
Singrando, faltando-me a visão do porto.
Ainda não me digas
Se pernoito ou sigo
Deixa-me ver teus olhos na manhã
A minha pressa são a claridade nova
A tua boca falando por mim
E o mar não me diz nada assim
Do modo impenetrável
Como via a minha alma
Que já se alenta e se acalma, e se detém
Fintando a tua face docemente
Do que já virou fagulhas
O mar é só um refletor
Uma lembrança mais perto
De todas as manhãs que vão chegando
De todos os sins que de tua boca
Correm no vento e vão se espalhando
Pingando este céu de águas
Molhando os meus olhos de esperança.
UMA TENTATIVA
Revolva-se o bom do tempo,
Todo silêncio.
Estanque-se os batimentos dos corações,
As pancadas das águas no fim do mar,
Silencie a abelha em sua arquitetura
Doce, doce.
Clareia e o mundo guisa, e faz barulho.
Quando não se emudece com o teu grito.
Tempo, para o silêncio,
Ou dá uma trégua
Da comoção de se estar vivo.
Vivo e só.
Morto e vivo, uma contracena,
Mentiras reveladas ao vento. Deus,
Feridas sem o vermelho rubro,
Tampa que não cobre a extinta morada.
De vertentes escorra, repúdio –
Tal como acostumaram a morte.
Mais uma vez, o silêncio invadiu minh'alma...
Meu corpo pede...
Minha mente implora por silêncio...
É sempre um prazer viver este momento...
No silêncio eu me descubro...
Descortino a oportunidade de navegar em meio ao mar interior...
No silêncio, as fantasias se vão... restando apenas o meu eu...
Todas as armadilhas da mente me levam a uma profunda inquietude comigo mesma...
Menos decisões, mais reflexões...
Menos tumulto, mais calmaria...
Hoje, quero ouvir a linda sinfonia do meu eu interior...
Não tenha medo do silêncio.
Ele é a sua voz ecoando sem ser ouvida por quem realmente deveria.
Você!
FALA
Sei pouco do que pensam que sei
Se falo a evitar o silêncio
Que se veste das vestes da morte
É que temo estar morto, e sem saber
Falando sei que estou vivo,
Estando calado, quieto, forjo um sorriso
Só para verem que ainda estou vivo.
E por desatino assim determinei pra mim,
Que a vida é a fala. Tanto que o morto cala,
E o seu silêncio definitivo é escabroso,
Afigura-se uma vontade de não mais falar
Estampada no seu rosto.
Também não e dado a quem já foi,
Deixar sua voz, outras palavras
Que tinha por dizer.
A morte é uma surpresa
E se percebe quando a boca se fecha,
E o coração se cala, como se tanto fez,
O que fez e sentiu, e tanto faz
O que não resta mais.
Qualquer estória, em qualquer pé
É um bom motivo pra parar,
A sua história fica pra quem bem quiser,
Falar, contar.
Calou-lhe a voz, foi-se a foz
Que espargia palavras, vida,
Que vida é falar.
M O I S É S
Progressivamente o silêncio foi tomando conta do mundo, onde caminhavam com passos leves aqueles itinerantes que já procediam de vários lugares do mundo, e tinham passado pelos mesmos pontos, para de onde estavam, davam. O guia sumira do meio de todos e tomara a parte inclinada do cheia de cratera, do lado direto, que já fora confundido com o mesmo lado esquerdo em suas voltas atormentadas.
Todos quietos esperavam o retorno de Moisés, que fora ao encontro de Deus, se atualizar de novas instruções, de como deviam ser guiados a um lugar completamente distante e cada vez ficando mais e mais longe. Uns variavam e juravam que aquele ponto onde estavam assentados para aquele resto de dia e a noite inteira, ele já conhecera nas tantas voltas que Moisés lhes impusera darem, para que se cumprisse o tempo determinado por Deus que durasse a caminhada.
O que se considerava era o tempo não o vão caminhado. Mesmo que tivessem de dar várias voltas no mundo. O homem haveria de purgar-se dos seus erros, de suas de atos e coisas, so que Deus abominava. Por isso agora lhes castigavam duplamente. Todos estavam mais velhos, alguns mal conseguiam trocar um passo, outros nasceram e cresceram na ambulante e não sabiam ao certo como era o mundo que alguns lhes tentavam fazer entender. Para eles o mundo era uma gangorra sem controle, que nunca lhes davam parada para descanso e que o descanso que teriam seria o daqueles velhos lá de traz, chagas e poeira por todo o corpo. Falta de forças, voz rouca e só provavam do maná de Deus, por alguém sempre lhes trazerem, ordens expressas de Moisés.
De repente Moisés aparece por entre os blocos de barro, descendo com pouca habilidade, enquanto alguns abaixo, ficavam, muito ansiosos, fazendo os gestos que era para ele fazer lá encima, como que lhe ajudando a descer. De uma escorregada final, que levantou muita poeira, Moisés saltou no caminho plano onde se encontravam os outros, em condição de miséria.
Havia uma ala já praticamente dissidente de Moisés, que lhe lembravam, da preocupação que tinham, porque Deus só se preocupava com o maná. O leite e o mel. No entanto, diziam, que não haviam ainda visto por parte de Deus a preocupação com a saúde, o estado de ânimo de nenhum, e isto lhes deixavam em condições de desproteção, uma vez que nem só de comida vive o homem, expressão que Cristo viera a utilizar muito mais à frente, mas essencialmente da palavra de quem da boca de Deus. E Ele não lhes falava, não lhes aparecia, e havia uma distância muito grande entre a fila de desertores e o seu Deus. Muitos já ficaram abatidos pelas intempéries do tempo, pelos malefícios dos esforços repetidos, das dores sentidas dentro, muito profundamente.
Moisés se recompunha, pegara das duas bandas de uma laje que havia se partido na queda final do guia. E lá, estampado, de forma clara e magistral, uma forma de pena para aqueles coitados.
naeno*
NO SILÊNCIO...
Se eu pudesse nesse silêncio encontrar
uma mão que se entrelaçasse à minha,
um olhar que no meu se perdesse,
um abraço que me aquecesse corpo e alma,
alguém que me amasse como sou...
Se eu pudesse nesse silêncio encontrar
vibrações com sons de palavras sensatas e verdadeiras,
a verdade dos meus sentimentos,
a harmonia entre meus sonhos e a realidade,
o sentido que cerca a vida que vivo...
Se eu pudesse nesse silêncio encontrar,
interesses sem o ranço do mesquinho,
a forma verdadeira da imagem que reflito no espelho,
o início e o fim dos meus pensamentos...
Se eu pudesse nesse silêncio encontrar um sentido...
Encontraria a mim mesma.
NOITE...
Lua, estrela, núvens,
sonhos, desejos, ilusão.
A paisagem é escura
tudo é silêncio,
tudo é paz...
Uma paz irreal,
uma paz quieta, calma,
uma paz sem paz...
NOITE.
Momento de pensar, sonhar
recolher do ser.
Momento de confronto,
confronto entre sonho e realidade.
NOITE...
Momento de viver,
momento se sonhar,
momento de ser...
Ser da noite...
Voz íntima
A voz do silêncio toca meus Eus
Se perde, se encontra em palavras
Gestos doces, olhar suplico,
Lábios semi-abertos, voz rouca
Fêmea completa, na dança perfeita de corpos e pele
A voz do silêncio toca minhas entranhas,
atiça, chama teu beijo, tuas mãos famintas
e livres, exploram meus recantos sinuosos...
Vem, desvenda meus segredos,
minha voz que te chama, te aquieta,
provoca e canta as canções insanas,
reais, virtuais ou não...
...Tão íntima...
Talvez, seja apenas um sussurro de minha voz,
que ainda não foi ouvida...
SILÊNCIO BREVE
Eu nunca vou dizer que te amo
Porque sei que o tempo urde
Contra mim, que te conta
Como dele.
E eu sou um operário calado
Uma abelha que não zumbe
Mergulhado todo na flor,
Darei-te o néctar que encontrar,
Isso eu te dou,
Porém minha palavra não ouvirás.
Não que a mantenha num calabouço.
Desnecessário é repetir o que é.
Tantas vezes disse,
E tanto sei,
Que me investi assim, calar,
Não mais dizer que te amo.
POEMA BOCEJADO
Essa névoa que a tudo faz grisalho
e revolve num véu a luz do sol,
põe silêncio e preguiça nos meus olhos;
rege os passos num ritmo contido...
Na manhã deste julho quase agosto,
molho a minha poesia no cenário
como se molha o pão no capuccino;
bem mais por hábito que por sabor...
Por falar de sabor, bebo lembranças,
nostalgias, imagens requentadas,
tomo chá com torradas de saudades...
Neste quadro em que a vida quase para
na moldura do momento infinito,
poetar é meu rito; meu despacho...
Soneto do Eu-sozinho.
Do gritante silencio que aqui se fez
Recaiu-me subitamente a saudade que estou
E a frase é o que entrega o que ficou
Soneto do Eu, sozinho outra vez
Sentada em meio á lembranças tento dizer
Mas só escrevo o que não sei falar
São as palavras que quero lhe mostrar
A tua ausência prejudica o meu querer
Pra quem é mistério, não instigo a conhecer
A sensação de adeus nos olhos de quem se adora
E o emudecimento questiona:- Você vai voltar?
Um vazio se antecipa antes que vá embora
O animo enobrecedor me incita a procurar
Saudade é a presença do que não posso ver
Absolutamente só, desvirtuo a madrugada
Vislumbro meus improcedentes pensamentos
Ressinto aqueles frágeis momentos
Que me tornam ainda mais fascinada
Quantas foram as noites em que te sonhei?
A carência me obriga a ouvir a sua voz
E até agora desconfio da palavra “nós”
Só eu lembro das vezes que me machuquei
Ás vezes pude crer que era tarde demais
Até escondi alguns anseios no passado
Me convenci que poderia falhar
Deixei muitas oportunidades de lado
Agora eu sei que precisarei recomeçar
Acertar ou aceitar, sem medo de olhar para traz
Solitário!Solicitando solidariedade do amor
Carente!Cedendo cascata de carinho
Sonhando!Meu sorriso sobrando sozinho
Desejando!Dominando, despistando a dor
Então, o que eu poderia lhe dizer?
Almejo alguém exclusivo, tão meu
Encontro olhares e neles vejo o seu
Não vejo saída, nem pra onde correr
E quem irá me obrigar?Recuso-me a lhe esquecer!
Ainda que seja palavra final o adeus
Me convenço apenas a deixar para depois
Seria castigo esquecer os olhos seus
Pois um dia houve um “Nós dois”
Razão fundamental do meu sofrer
Tudo bem, entendo, não precisa lembrar
Já sei há tempos que não sou perfeita
Se o assunto é você, eu sou suspeita
Vou fechar os olhos quando você chegar
Quantas paginas eu já escrevi?
De um mesmo alguém, meio assim
De sorriso perfeito, foi feito pra mim
E eu sempre aqui.Sozinha te vi.Sozinha sorri.
No meu sentido peço a deus que me perdoe nas minhas simples palavras ou no meu silêncio;
Por que com o meu coração disponho da alegria que redime meu lado mau, e me dou para quem me ama sem virgulas que possam dúvidar da minha sinceridade;
Peço pelas pessoas perdidas que vivem com almas tão pequenas que nem se lembram a quem amam;
Miséricordia é o ínicio de um belo sentimento que purifica a piedade dada as homens;
Dois segundos.
E não há como não querer.
Foram apenas dois segundos que completaram o silêncio do coração e se deu conta: é ele.
São caminhos contínuos; planos infindáveis; noites de sono com segredos juntos ao travesseiro.
E assim fica como eterno... Cada momento; ainda que seja ínfimo.
Para ela, as promessas são grafadas. E os pecados cometidos na ânsia do ser.
Ainda que não o tenha, o imagina.
....................
E ainda que não existisse, o inventaria.
No silêncio da noite
Repouso em lucidez de querer bem
Pouso no improvável, nas verdades que tenho por perto.
Falta astral?
A noite está sem cor?
- Vou mudando o astral,
alimentando o pensamento de como a escuridão é inexistente.
Daí, vou pintando-a em cores,
se faltar no estoque uso uns retoques,
nada que a luz da lua e o brilho do sol não provejam.
Deixar brilhar até amanhecer.
Preciso um pouco mais do que isso, eu sei.
Necessito de coisas escassas.
Careço do bem,
hoje pouco se tem.
Pensamentos em silêncio, bate as lembranças que o vento trouxe.Estou ouvindo minha música predileta enquanto penso em você.Fico imaginando e lembro do seu jeito quando olhavamos junto na mesma direção.
O tempo passa de segundo a segundo, minutos e horas e você vai ficando vagamente em meus pensamentos.
Súplicas do Passado
Lá fora só há o silêncio.
O silêncio da noite que em súbito se corta por uma voz incessante que ecoa do passado.
E retumba forte.
Arromba a porta deste meu quarto intristecido.
Vem de um passado inesquecido.
Vem me fazer recordar,insolente de descomprazer.
E fico calada, ouvindo sua voz sutilmente me chamando em minha mente arrevessada. Dissipando o real pelo mundo de lembranças.
Permaneço inerte, arrebatada pelo êxtase da sua voz que me chama.
E nada passou.
Nada que eu não pudesse eternizar.
E o meu nome imortalizou-se em seus lábios que suplicam os meus. Por isso chamam o meu nome.
Tem gente que procura o amor como se não existisse um amanhã, pois o silêncio se faz retrátil e redil ao caminho da vida;
Meu canto retem o meu lado careta e desperta meu romantismo que me leva em direção à felicidade;
Sou assim com minhas palavras com erros de português, porém com a prudência de um amor desigual;
Sinceridade se compara a verdades que exala de meus olhos dando-me honra e dignidade em meus textos;
"CANTO"
"Canto o silêncio do quarto feito circo armado em final de espetáculo
Canto a despedida breve do som que deve ser o meu retrato
Canto o sonho escondido que, de tão destemido, mostra o seu reinado
Canto o meu sacrifício que, sabendo disto, se dispõe no palco".
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Silêncio
Diga... O que te faz pensar assim
Diga... por que já não lembra de mim
Se te fiz sofrer, foi sem querer
Se o amor faltou em mim
Foi por que faltou você.
Diga...Por que já não me faz amor
Diga... por que não telefonou
Se não posso mais, ainda assim eu quero
Na esquina do amor ainda te espero
Meu relógio parece não querer mais trabalhar
Ainda assim eu vou ficar....
Na esperança de poder te encontrar
Se o teu silêncio for eterno
Pra que é que existe inferno
Se o céu é o meu lugar
Diga...Que o que eu sinto é amor
Diga...Se era meu por que levou?
Trás de volta aquele amor
Que um dia você me deu
Trás momentos que o tempo
Fez o favor de nos tirar
Diga...Que o teu silêncio tem motivos
Mas não vejo, não consigo
Entender o que te fez calar.
Diga...
O meu amor precisa te escutar.