Texto sobre Raiva

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Felizmente já faz tempo. Pensei que ia contar com raiva no reviver das coisas, mas errei. Doer se gasta. E raiva também, e até ódio. Aliás também se gasta a alegria, eu já não disse?
[...], nada volta mais, nem sequer as ondas do mar voltam; a água é outra em cada onda, a água da maré alta se embebe na areia onde se filtra, e a outra onda que vem é água nova, caída das nuvens da chuva. E as folhas do ano passado amarelaram, se esfarinharam, viraram terra, e estas folhas de hoje também são novas, feitas de uma seiva nova, chupada do chão molhado por chuvas novas. E os passarinhos são outros também, filhos e netos daqueles que faziam ninho e cantavam no ano passado, e assim também os peixes e os ratos da dispensa, e os pintos... tudo. Sem falar nas moscas, grilos e mosquitos. Tudo.

⁠O que é veneno?
- Qualquer coisa além do que precisamos é veneno.
Pode ser poder, preguiça, comida, ego, ambição, medo, raiva, ou o que for.
O que é o medo?
- Não aceitação da incerteza.
Se aceitamos a incerteza, ela se torna aventura.
O que é a inveja?
- Não aceitação do bem no outro.
Se aceitamos o bem, se torna inspiração.
O que é raiva?
- Não aceitação do que está além do nosso controle.
Se aceitamos, se torna tolerância.
O que é ódio?
- Não aceitação das pessoas como elas são.
Se aceitamos incondicionalmente, então se torna amor.
-

É DEVASTADOR ser humilhado, ignorado, excluído, negado por pessoas; mas vejamos o que poderíamos tirar de tal situação!
O bom disso é a ira que se forma, mas para conter isso você deverá ser forte, controlando suas emoções, sua raiva; usando-a de forma inteligente a seu favor para o bem; e não para o mau ou vingança; mas sim para mudar sua situação, realidade ao qual se encontra!
"Ao ponto de?"
Dar tudo de si - esforçar-se ou dedicar-se ao máximo, correndo de atrás, enfrentando gigantes!
Assim sendo capaz de gerenciar de maneira concentrada, correta sua ira!
Para atingir suas metas, objetivos e até sonhos!

Quando dançamos um solo, nos preocupamos sempre conosco, se errarmos prejudicamos a nós mesmos, e levaremos uma dor para sempre ou apenas a deixaremos num lugar no esquecimento, mas que se recordarmos doerá muito.

Mas, quando dançamos um duo, a responsabilidade é extrema, nunca podemos dançar e esquecer que tem alguém ali do nosso lado, nosso Partner é nosso companheiro, nosso amigo, nosso apoio naquele momento. É ele/ela que nos suporta quando estamos estressados, com medo, e até mesmo vergonha de algum movimento "ousado". E se nos mantermos "distante" dele/dela e errarmos, não será apenas uma dor individual e sim será uma dor que nunca cessará, porque por sermos egoístas prejudicamos nosso parceiro, que no final das contas é nosso amigo. Então, pensem quando dançares um duo seja clássico, jazz ou outra modalidade, se entregue por completo. Se deixe aberto(a) a novas experiências, deixe-se fluir, escute as dicas que seu treinador ou até mesmo seu parceiro dá, eles sabem o que é melhor naquele momento, deixe a paixão, o desejo, o amor, ou até mesmo a raiva, afinal ninguém sabe a temática da coreografia, deixe-se ser guiada(o) pelo sentimento. Dê abertura, pois dando abertura e se entregando por inteira(o) de corpo e alma, sentirá a maior emoção de todas, e jamais tenha pudores, pois ao mesmo tempo que você pode ter vergonha de algo seu parceiro também pode ter, mas mesmo assim ele tá ali para o que der e vier.



Dedico esse texto ao meu Partner e ao meu Treinador.

«Mãe é um ser maravilhoso, ela cuida, te ajuda, te ouve e te quer feliz»
«Mãe é quem estará sempre la para te ajudar»
«A Mãe vai te tirar da depressão e vai te dar vontade de viver»

Que engraçado né...
A minha mãe não cuida, não me ajuda, não me ouve e nem tenta, e ela só me coloca triste.
Minha mãe nunca esteve lá para ajudar, e, quando precisava de ajuda... ela fugia
Tirar da depressão? ... Mas foi ela que me colocou na depressão!!

Não é realmente a tristeza que causa a dor às pessoas. É a interpretação de que a tristeza é errada que lhes provoca dor, e esta se torna um problema psicológico. Não é a raiva que é dolorosa. É a ideia de que a raiva é errada que cria ansiedade psicológica. É a interpretação, não o fato. O fato é sempre libertador.
(O Livro dos Homens)

⁠MEU VERSO

O meu verso tem contra-indicações sim,
Não é muito tolerado pelos sentimentais
Vide Bula, não siga as recomendações
Ele traz a angústia dos revoltados

Meu verso é sangue, é química; dotado
De forte teor etílico, cambaleante feito
Anjo torto, bêbado, querubim rejeitado
Anormal, Alquimista presunçoso

Meu verso é raiva
Meu verso é revolta
Meu verso é angústia
Meu verso é medo
Meu verso é perca
Meu verso é ciúme
Meu verso é Medo (com letra maiúscula)
Meu verso é reverso

Meu verso é solidão de quem não ama
Meu verso é complexo na complexidade da palavra
Meu verso é sangue

Meu resto...
...é o inverso

⁠A INVEJA!!!
A inveja, essa sombra ardilosa que se esgueira pelas mentes frágeis, é uma prisão sem grades, um veneno que envenena o invejoso antes de atingir o invejado. Ela é um desperdício de energia e um emaranhado de ressentimento que sufoca a própria alma.
Quando a inveja reina, a felicidade alheia se torna uma ofensa, o sucesso do próximo se transforma em motivo de amargura. Mas, oh, como é triste viver nesse mundo estreito, onde a alegria se transforma em ameaça e a conquista alheia é vista como uma perda pessoal.
A inveja é a incapacidade de reconhecer a própria luz, de apreciar as próprias virtudes e talentos. É como olhar para o céu estrelado e desejar que as estrelas se apaguem para que a sua própria luz brilhe mais forte. É uma ilusão tola, pois a grandiosidade não se mede pela diminuição do outro, mas pela elevação de si mesmo.
Que pena é desperdiçar preciosos momentos de vida envoltos na teia da inveja, quando poderíamos nos inspirar nas conquistas alheias e transformar essa energia sombria em motivação para alcançar nossos próprios objetivos. Que desperdício é sufocar a admiração em nosso peito, quando poderíamos aprender com aqueles que já trilharam os caminhos que desejamos percorrer.
A inveja é a antítese do crescimento, a negação da gratidão, a recusa em reconhecer a própria capacidade de brilhar. Liberte-se desse cárcere silencioso e abrace a verdadeira abundância que a vida oferece. Celebre as conquistas alheias como uma vitória coletiva e veja como a abundância floresce em sua própria existência.
Lembre-se, o invejoso é prisioneiro de seu próprio veneno, enquanto aquele que encontra inspiração nas realizações alheias se torna protagonista de sua própria jornada. Desperte para a beleza de ser autêntico, de cultivar seus talentos e de se alegrar com o sucesso do próximo.
Que a inveja seja apenas uma lembrança distante, uma sombra que se dissipa na luz de sua própria grandiosidade. Seja a pessoa que admira, a pessoa que inspira e a pessoa que brilha com uma luz tão intensa que ilumina o mundo à sua volta.

⁠hoje eu li um texto
feito por você
lembro a sensação que tive ao ler ele pela primeira vez
palavras tão cheias
tanto sentimento
hoje quando li
não senti nada
palavras tão vazias
tanto falso sentimento
talvez você tenha se perdido no personagem
o que era de se esperar
já que você nunca fez teatro
e mente muito mal.

Pra você que não sabe, antes da estupidez, da frieza, da grosseria, da raiva, da malícia, da desconfiança, da tristeza... existiu uma menina que amou demais e não foi amada, que ria de todas as piadas até das que não via graça, que valorizava cada detalhe defeito e qualidade de cada pessoa presente em sua vida, que acreditava no que cada um tinha a oferecer, que confiava até nos estranhos, que consolava a todos, que sempre estendia a mão, que mesmo que a vida desse motivos para não querer sorrir ela já acordava sorrindo. Só que uma dia essa menina percebeu que não adiantava sorrir pra todos, ser fiel como um cão, ser companheira, ser gentil e outras coisas, pois ninguém valorizava e ela deixou de ser burra e mudou. Então as pessoas perceberam o quanto ela ficou diferente, perceberam o tamanho da mudança dela e queriam a antiga menina de volta. Mas aí o estrago já foi feito! O imenso coração diminuiu e de tanto ser mal tratado se encheu de feridas. Feridas essas que já saíram mas as cicatrizes continuam lá e não iram sair tão cedo. Sim, talvez a vida me ensine a lhe dar com isso. Talvez um dia eu entenda que as pessoas não retribuem o bem que você faz a elas. Mas por enquanto isso não me importa. Não, eu não desejo mal a ninguém, e nem desejo que ninguem passe pelas coisas ruins que eu passei. Só peço que Deus toque no coração de cada um e que enxergue o mal que me fizeram. Oro por todos, sim, todos! Por quem me quer bem, por quem me quer mal. E que cada um arrume uma ocupação e vá procurar ser útil em alguma coisa boa na vida e me deixe em paz pra eu tentar voltar a ser feliz sem nenhuma nuvem negra pra me atrapalhar. Sou apenas mais uma menina de sonhos destruídos tentando se reerguer. E dessa vez, ninguém me segura!

Se uma opinião contrária à sua própria faz você sentir raiva, isso é um sinal de que você está subconscientemente ciente de não ter nenhuma boa razão para pensar como pensa. Se alguém afirma que dois e dois são cinco, ou que a Islândia está na linha do equador, você sente pena ao invés de raiva. As controvérsias mais selvagens são aquelas onde nenhum dos dois lados possuem boas evidências. A perseguição é usada na teologia, não em aritmética, porque na aritmética há conhecimento, mas na teologia existe apenas opinião. Assim, sempre que você se ver ficando com raiva devido a uma diferença de opinião, esteja alerta; provavelmente você vai descobrir, em exame, que a sua crença está indo além do que a evidência garante.

Não é o ódio em si que é errado, mas sim odiar a coisa errada. Não é errado ter raiva, mas estar com raiva da coisa errada. Dize-me qual é teu inimigo, e te direi quem és. Dize-me qual é o teu ódio, e te direi teu caráter. Odeias a religião? Então tua consciência te incomoda. Odeias os ricos? Então és avaro e queres ser rico. Odeias o pecado? Então amas a Deus. Odeias teu próprio ódio, teu egoísmo, teu temperamento irascível, tua maldade? Então tens uma boa alma, pois ‘Se alguém vem a mim... e não odeia sua própria vida, não pode ser meu discípulo.’

Uma pessoa enfurecida de raiva fala para outra: eu te odeio! Você é muito medíocre, autoritário, prepotente e arrogante! E, em tom de superioridade, pergunta: você realmente acha que sou como você? A outra pessoa, ouve tudo em silêncio, enquanto é atacada e, com uma expressão serena, vira um velho espelho para frente do seu opressor e pergunta: você é igual a mim? Não sei... você acha que é? Só você poderá responder esta pergunta! Moral da história: geralmente aqueles defeitos que nos incomodam e julgamos tão veementemente nos outros, estão escondidos em nós mesmos, apenas ainda não os identificamos...

Eu não sei ficar com raiva de você. Eu não consigo segurar a risada quando você vem com suas brincadeiras. Eu não consigo te ignorar, nem sequer demorar um pouco pra te responder. Eu não consigo imaginar nós dois brigando sem ter uma reconciliação como ponto final. Eu não consigo mais imaginar eu sem você.

A paciência é a maior amiga, pois ajuda a superar a raiva, a forma mais poderosa de desvirtude. Por outro lado, com o passar do tempo, aparentar paciência e ferver por dentro, guardando ressentimento, só trás mais dificuldades. Apesar de haver virtude no fato de refrearmos a expressão evidente da raiva, a verdadeira paciência é a ausência de raiva na mente.

Para ser honesto, acho que tenho razão de ficar com raiva quando alguém ameaça o que eu considero "bom", o que eu acho que mereço. Mas não sei realmente se existe algum fundamento lógico para decidir o que é bom ou ruim, a não ser o modo como algo ou alguém me afeta. - Ele parou para descansar e recuperar o fôlego. — Tudo parece relacionado comigo e com meus interesses, acho. E minha ficha também não é das melhores. Algumas coisas que eu inicialmente achava boas acabaram sendo terrivelmente destrutivas, e outras que eu achava ruins, bem, acabaram sendo...

Tudo o que damos ao mundo retorna e ressoa. O mundo é um lugar que faz eco. Se atirarmos raiva, a raiva voltará. Se dermos amor, o amor voltará. Mas, esse é um fenômeno natural, e não precisamos pensar sobre ele. Podemos confiar: isso acontece por si mesmo. Esta é a lei do carma: tudo o que você semeia, você colhe, tudo o que você dá, você recebe.

Não adianta meu bem, posso até tentar mas não consigo ficar com raiva de você. Não consigo imaginar minha vida longe de você. Não consigo imaginar meus dias sem a paz do teu sorriso. Não consigo imaginar minhas tardes de domingo sem o aconchego do seu abraço. Não consigo imaginar as horas difíceis sem teu consolo. Não consigo imaginar não ter você, não ver seu sorriso, não conviver com suas manias. Não consigo imaginar uma manhã de domingo sem acordar ao teu lado. Não consigo imaginar o futuro, os planos, os sonhos, o destino sem você. Não vou dizer que não consigo viver sem você, conseguir eu consigo, eu só não quero. Não quero ter que me afastar de nós. Não quero ter que esquecer todos os planos, mudar todos os sonhos. Não quero ter que recomeçar tudo novamente, tudo do zero, não sem você. Quero sua presença, sua companhia. Quero seu amor, seu aconchego, seu carinho. Quero sua proteção, seu cuidado, sua atenção. Não adianta meu bem, eu até poderia, mas não quero nem pensar na hipótese de viver sem você.

A raiva não foi inventada pra ser uma emoção de longo prazo. O corpo funciona como um carro: Se você mantiver o motor ligado tempo demais, ele funde e para de funcionar. Pesquisas médicas demonstram que acumular raiva e ressentimento por longos períodos causa estresse físico e psicológico, o que enfraquece seu sistema imunológico e debilita órgãos vitais.

Nunca o povo esteve tão longe de nós, não quer saber. E se souber ainda fica com raiva, o povo tem medo, ah! como o povo tem medo. A burguesia aí toda esplendorosa. Nunca os ricos foram tão ricos [...]. Resta a massa dos delinquentes urbanos. Dos neuróticos urbanos. E a meia-dúzia de intelectuais [...] Não sei explicar mas tenho mais nojo de intelectual do que de tira.

Lygia Fagundes Telles
As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.