Texto sobre Professor
APRENDIZ(ADO)
Quem é maior aprendiz:
o estudante ou o professor?
Ser estudante é descobrir que se pode,
em minutos, percorrer o mundo
pelo conhecimento sem limites.
Ser professor é ser o mestre
que guia à descoberta,
enquanto aprende e ensina
a derrubar os muros que a limitam
para que se possa o universo alcançar.
Mas importa saber
que estudar é o caminho mais belo e direto
para se conhecer a si mesmo, ao outro,
acender a própria luz
e muito realizar.
E educar é o modo mais divino de amar
a quem não se conhece,
apenas se sentindo realizado
com o crescimento de todos,
sem desistir de quem cuja centelha
ainda não consegue iluminar.
E fez do meu amor
Graça para outro qualquer
Só me restando o tempo
Como professor
E responsável
Para curar cicatrizes
Fez da minha dor
Riso para outro qualquer
Sem me perguntar, se quer
Como eu iria seguir
Com nossas pernas confundidas
Fez do meu calor
Carinho para outro qualquer
Deixando o vestido amassado
Perdido entre minhas cobertas
Da cama que seria nossa
Fez do meu temor
Coragem para outro qualquer
Sem me ouvir, se quer
Na hora do adeus
E eu
caminho de outro qualquer
Fiquei à mercê
de tudo que sonhei
dos barcos que construí
e das pontes
que já são usadas por outras pessoas.
Peguei carona em teu carro
e na mala
levei poesias de amor
esperanças de amar
E foi conquistar
outros rapazes
outros meninos
outros amores vãos
Triste fim o meu
sem o meu amor
e o tempo a cicatrizar
ensinando a esquecer
Fez da minha graça
amor para outro qualquer
e riu do meu sofrer
O professor é um instrutor neste modelo de educação por módulos como se fossem produtos, reproduzidos e distribuídos. É uma visão de modelo industrial da EaD que nas pesquisas Bechavioristas estavam aliadas às práticas de instrução programada. Um novo desenho educacional começou com CMC (Comunicação Mediada por Computadores) oferecendo atividades pedagógicas e recursos tecnológicos mais específicos. Contudo, o professor ainda é um co-responsável pelo resultado.
Conforme Gunawardena e McIsaac (2004) o aluno de EaD é o responsável por seu processo de aprendizagem e resultados devendo desenvolver as características de independência e autonomia.
Referência:
GUNAWARDENA, C.N., MCISSAC, M. S. Distance Education in Handbook of Research on Educational Communications and Technology: A Project od the Association for Educational Communications and Technology, Por David H. Jonassen, Association for Communications and Technology, Lawrence Erlbaum Associates, 2004.
Relembro hoje,com imensas saudades, dos meus velhos tempos de professor de Língua Inglesa no Liceu Piauiense e demais colégios de Teresina,nos idos anos empoeirados de 1960.A realização de uma grande sonho.Ser professor.Época em que se levava muito a sério o ensino.
Vários mestres de renome daquela época, merecem aqui ser relembrados:Nelson do Amaral Sobreira,Chico César de Oliveira,Cristina Oliveira,Francisco Barreto,Manoel José de Viveiros,José Eduardo Pereira,Paulo Carneiro da Cunha,José Gayoso de Almendra Freitas,Agripino Oliveira,Severino Gomes de Oliveira,hoje,todos já falecidos.Todos esses queridos e respeitáveis mestres, aqui citados, foram notáveis professores de Língua Inglesa do Liceu Piauiense,hoje,Colégio Estadual Zacarias de Goes.os quais prestaram relevantes serviços educacionais ao nosso Estado e à nossa mocidade estudiosa daquele tempo.Ser,contudo, um professor de Língua Inglesa naquela época era de uma relevância extraordinária.Tinha que ser profundo conhecedor da gramática inglesa e, todos esses notáveis mestres,eram verdadeiras águias do ensino de gramática inglesa.
O ensino de Inglês, naquela época,era, portanto,inteiramente calcado na gramática pura,versão e tradução de textos.
Lembro-me aqui,do velho amigo, professor Nelson do Amaral Sobreira,meu ex-professor,profundo conhecedor da gramática inglesa.Aprendi muito com ele, admirava-o muito e, sempre me recordo dele,com os olhos rasos de lágrimas; das suas lições de vida;da sua grande e perseverante luta no Magistério piauiense;da sua grande disposição e coragem de ministrar aulas para a nossa juventude, em vários colégios da nossa Capital. Verdadeira aventura por ele enfrentada,no dia-a-dia, para sobreviver de salário-aula de professor.
São valores como esses,enfim,relegados ao desprezo e ao esquecimento,que devemos sempre lembrar,como ex-alunos, como prova de nossa gratidão; os quais muito contribuíram com o ensino e na formação da nossa juventude daquela época.
Todos esses mestres aqui citados foram grandes valores da nossa educação.Verdadeiros diamantes.Viveram todos a sua grande época e,merecem,portanto, todo o respeito do Estado do Piauí e da nossa gente.Que Deus os tenha nas suas mais confortáveis moradas !!!!
Injustiça
Um dia na sala de aula meu professor disse algo que no momento não havia concordado com ele, mas agora eu vejo o quanto ele tem razão.
A frase dele foi a seguinte: “Existem pessoas que valem mais do que outras”. Veja só o porque:
Infelizmente no mundo em que vivemos, existe muita desigualdade.
Existem pessoas que ao invés de liderar, monopolizam outras pessoas.
Isso acontece em todo lugar, na escola, faculdade, trabalho, igreja, entre vários outros grupos sociais que existem.
Infelizmente quando fazemos parte de algum desses grupos, temos que estar sujeitos a esse tipo de burguesia.
No começo até parece fácil, mas ao passar do tempo, a gente começa a ver muita injustiça. Pessoas que só te suportam ou te aceitam porque você tem algo de interessante para oferecer, seja dinheiro ou até mesmo um dom.
Mas até mesmo nisso há certas diferenças, pessoas que tem dinheiro para oferecer, sempre são mais bem vindas do que as que têm simplesmente um dom para oferecer.
Triste realidade esta, pois os membros desses grupos que tem dinheiro podem fazer de tudo e mais um pouco, e nada acontece. Agora, se o restante fizer a mesma coisa, ele se encontrará em uma situação complicada.
Esses superiores querem que tudo sejam do jeito deles, então eles fazem todas as escolhas, e nessas escolhas o restante está “obrigado” a participar.
É nessas coisas que entra a questão da injustiça, pois em um grupo onde várias pessoas participam, todos têm algum tipo de idéia, e todos gostariam de participar. Mas infelizmente não é possível, pois você pode dar uma sugestão boa, mas se a pessoa que já nasceu na burguesia, seja por ser filho ou cônjuge do superior, disser que vai ser de outro jeito, vai ser e todos têm o direito de permanecer calado.
É aí que está o que eu chamo de sacanagem! Direitos que não são iguais, pessoas que podem fazer algo que outras pessoas não podem fazer simplesmente porque é parente ou aliado do superior.
Mas até onde esta sociedade vai ficar cega assim? Até quando ficarei de boca fechada, até quando terei que virar a cara para desigualdade?
Talvez seja até quando eu estiver onde está eles estão...
Mas se você está pensando que eu vou me entregar fácil, não vou! Eu tenho uma solução melhor para isso, me infriltar e fazer do meu jeito e falar o que eu tiver que falar quando eu tiver oportunidade, demonstrar a coragem que tenho dentro de mim, que muitos não têm!
Todo professor precisa ser diretor e/ou coordenador no decorrer de sua carreira. Após a gestão escolar, sairá mais maduro quanto aos problemas gerais da educação e com mais maturidade pedagógica. Costumo brincar que quando saímos da universidade estamos prontos – “a massa cinzenta” – para ir ao forno e, quando saímos da gestão escolar estamos prontos para alimentar um batalhão.
Profª Coraci Machado
Kamiki: Professora! O Professor Neigauz deveria ser o instrutor dessa aula. Por que houve uma transferência na parte mais importante da matéria?
Kirigakure: Bem...foi por uma gravidez! Gravidez!
Kamiki: O Professor Neigauz é um homem!
Kirigakure: Ah, talvez ele tenha que tomar conta de criança ou algo assim. Que saco. Pergunte esse tipo de coisa para o diretor!
Educação
Todos que LUTAMOS por uma educação mais justa e igual onde o professor e aluno são iguais a causa e efeito .Sabemos que ,sem CAUSA JUSTA , luta por condições mínimas e dignas de trabalho ,nunca teremos um efeito que nós brasileiros esperamos !!!!
Claro que esse efeito ,aluno educado ,educação digna e de valor ,levarão , como consequência, a redução da desigualdade social tão almejada por todos nós brasileiros pois, a maior parte dela vem, da falta da educação ,na qual penso ser a base sólida e indestrutível de qualquer pais que se quer JUSTO EM TODA A ACEPÇÃO DA PALAVRA !!!!!!!!!!!!
OBRIGADO MEU PROFESSOR
Salve o seu dia!
Você me ensinou além da ave maria
Foi meu pai nas horas precisas
Me ensinou o beabá da vida
Não permitiu pelos seus conselhos
Que eu fosse condenado pelo tribunal da existência!
Pois esse sem parcimônia
Me condenaria lá nos confins do arrependimento
Obrigado pai baba do meu pai que não tive!
Quantas vezes, querido mestre, me deu a mão para que eu saltasse com segurança as intempéries da vida!
Te dou um valor inestimável e ai daquele que não entenda seus anseios e desilusões, pai amigo!
Pois além de muitos filhos que além de mim vc fez para essa caminho tão difícil de percorrer que é a VIDA.... foi para nós e para muitos como eu o primeiro e único PAI
OBRIGADO SEMPRE POR VC TER EXISTIDO EM MINHA VIDA!
Anos Incríveis
“Quando somos crianças, somos um pouco de cada coisa, somos artistas, professores, cientistas... Às vezes parece que crescer é desistir destas coisas UMA A UMA. Todos nos arrependemos por coisas dais quais desistimos. Algo que sentimos falta, desistimos por sermos preguiçosos ou por termos medo.Existem pessoas que passam em nossas vidas e vão embora e nunca mais ouvimos falar nelas, outras entram e permanecem para sempre. E há aquelas que passam e vão embora, mas jamais as esquecemos. O Amor nós obriga a fazer coisas engraçadas, ele nos torna orgulhosos, ele nos deixa arrependidos... E mesmo que eu não soubesse que caminho nos iríamos seguir, eu sabia que não podia deixar ela sair da minha vida.Havia dias de escola em que eu achava que não havia motivos nenhum para sair da cama. Dai eu me lembrava que eu iria vê-la, meu dia estaria repleto de momentos com possibilidades, ai eu tinha certeza que algo iria acontecer.Crescer é algo que acontece muito rápido, um dia estamos de fralda e no outro já estamos indo embora, mas as lembranças ficam no tempo. Me lembro de um lugar, de uma cidade, de uma casa como muitas outras casas, um jardim como muitos outros jardins, uma rua como muitas outras ruas, certas coisas marcam nossas vidas, e jamais esquecemos.E depois de todos esses anos eu continuo a me lembrar desses anos com admiração e penso:
Foram anos Incríveis.
Dia do Professor & Numerologia
Comemora-se no Brasil no dia 15 de Outubro.
O natalício 15 (o mesmo que o da nossa República) representa a ambição, o ideal, a meta.Quando é feita a soma do 1 com o 5 resulta em 6 que traduz amor, lar e nutrição.Analisando os algarismos de 15 separados vemos que o 1 da dezena representa a liderança que muda e o 5 da unidade potencializa emoção e aventura.
Outubro é mês 10 tendo como significado mudanças.
O número da ação, ou atitude, é conseguido com a soma do dia e mês de nascimento.Em seguida esta soma é reduzida a um só algarismo.
No caso do Professor somamos 15 com 10 obtendo o 25 que tem por significado "mente brilhante". Os algarismos de 25 são novamente somados surgindo o 7, número que sintoniza caminho, fé, desenvolvimento,progresso.
O ano pessoal dos professores no Brasil vale até 14/10/2013.
Vamos somar todos os algarismos de 15/10/2012 (1+5+1+0+2+0+1+2)
para obter o 12. É ano de muita dedicação e altruísmo:valorizar o "ter", mas prevalecer o "ser".12 é o número de meses do ano e dos apóstolos de Cristo.
Queridos professores, estamos num ano pessoal 3 (1+2) e a principal ferramenta tem que ser a comunicação e a criatividade.
Um abraço em todos e parabéns!
Professor não é só áquele que tem um diploma na parede,
é áquele que faz acontecer que come giz e tem tinta nas veias,
professor é todo áquele que diplomado ou não tem algo a ensinar sendo por livros ou pela vida,
áqueles que estão com você não só dentro de sala, mas nos corredores, cantinas, pátios e portões.
Áqueles que te cobram "Hei! Cadê o uniforme heim?", áqueles que te dizem "Deçam daí meninos.",
mas que um segundo depois te elogiam.
São áqueles que varrem o chão e limpam as carteiras de sua sala.
Áqueles que fazem sua merenda e que muitas vezes esquecemos de dizer obrigado.
São pais e mães, tios e tias, padrinhos e madrinhas, avós e avôs e as vezes nem parentes são.
Mas nos orientam e nos educam.
Parabéns a todos os professores e educadores por este dia.
Feliz dia do Professor.
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO
É oportuno, neste momento de comemorações do Dia do Professor, compartilhar algumas reflexões sobre a educação.
Houve tempo em que estudar era ser posto à prova, era enfrentar vicissitudes para temperar o espírito, segundo os paradigmas da época. Tratava-se de um combate, que evitava o prazer e valorizava o sacrifício. Todos nos lembramos do relato de Raul Pompéia: "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta." Também nos lembramos do chefe timbira, de Gonçalves Dias, que diz ao filho: "Coragem, meu filho, que a vida, é luta renhida, viver é lutar."
Provação. Era disto que se tratava a vida e a escola.
Mas a pedagogia avançou. Hoje sabemos que viver é enfrentar, mas não é amargurar; que estudar é buscar, superar, mas não é desesperar. O aprendizado deve ser prazeroso, e este pode ser o desafio mais importante do profissional de educação. Talvez tenha sido Cecília Meirelles quem fez a síntese mais poética do que seja ensinar. Para a doce poeta e educadora, ensinar é "acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética afetuosa e participante."
E aí está em que se baseia a educação: afeto e solidariedade. E compreensão. Até para o erro. Edgar Morin costuma dizer que todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. Para ele, "o maior erro seria subestimar o problema do erro; a maior ilusão seria subestimar o problema da ilusão."
Em meu livro Educação: a solução está no afeto, falo das três habilidades que acredito que precisam ser desenvolvidas no aprendiz: cognitiva, emocional e social. Quando um aluno erra, o professor preparado corrige, mas não censura, disciplina, mas não ridiculariza, repara, mas não condena. O educador não pode mais assumir o papel de detentor absoluto do conhecimento, embora deva se manter em contínua capacitação. Deve ser mais do que apenas o facilitador da busca do conhecimento pelo aprendiz. Deve ser um instigador. O professor que faz jus ao título de educador estimula a cooperação, porque a palavra que sintetiza o conceito da educação contemporânea é a reciprocidade. Estimula a vivência, a comparação, a análise crítica, o intercâmbio de idéias e de experiências. Tem ou desenvolve habilidade para fazer com que os talentos sejam exteriorizados. E desse modo descobre capacidades e orienta realizações.
Triste é o educador que já não acredita mais na capacidade de aprendizado, que não se debruça para examinar melhor a peculiaridade de cada aprendiz. Este não ensina nem aprende. Porque a educação não é pesar, é prazer.
Em resumo: trabalhar em equipe, resolver problemas, saber ensinar e aprender a ser solidário. Eis o que é ensinar! O mundo da competitividade é o mundo da heterogeneidade. Comparar pessoas diferentes - e não há pessoas iguais - é desestimular a criatividade e a autonomia.
"A melhor aprendizagem ocorre quando o aprendiz assume o comando de seu próprio desenvolvimento em atividades que sejam significativas e lhe despertem o prazer". A frase é do sul-africano Seymour Papert, matemático, professor do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e pai da Inteligência artificial, um dos maiores visionários do uso da tecnologia na educação. Em 1960 já dizia que toda criança deveria ter um computador em sala de aula. Mas a tecnologia sozinha não representa evolução na forma de educar. O computador é ferramenta, é apoio, é máquina, e máquina alguma substitui o professor - este sim, a alma da educação. O professor não pode ser como um disco de memória de computador, apenas um depósito de informação.
Há muitas formas de desenvolver conhecimento, mas o ato de educar só se dá com afeto, só se completa com amor. E a educação se realiza porque, junto com o amor, surge compromisso, respeito, a necessidade de continuar a estudar sempre, de preparar aulas mais participativas.
A educação é, em todas as suas dimensões, um grande desafio. Um desafio que depende em sua maior parte do professor, a quem venho reverenciar nesta data comemorativa. É o professor que fará, com dignidade e respeito - que são, afinal, formas de amor - com que a educação se transforme em puro prazer de viver.
Jornal O Estado de Minas, 09 de outubro de 2006
MENSAGEM PARA O MAGISTÉRIO
A função mais importante do professor é gerenciar sonhos. Mas nesse mister a amplitude da tarefa é maior que isso: instigar obreiros, fazedores, estimular a inspiração que leva ao domínio do sonhar e do realizar. Iniciativas em torno desse conceito é que constituem os elementos essenciais para o aprendizado, e que levam a criança e o jovem a aprender a ser, a conviver, a conhecer, a fazer. São atitudes que permeiam todas as tradicionais disciplinas, porque o aluno não pode ser um repetidor de fórmulas decoradas. Tem que ser um cidadão, um humanista. Por isso, o ato de ensinar requer um grande respeito pelos jovens, pelos seus desejos e pelas suas expectativas. Até porque essas crianças e adolescentes não são nossos filhos, como pontificou o grande poeta Khalil Gibran, mas são "os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma". Para concretizar essa compreensão do universo do magistério, os professores têm, de seu lado, a vocação e a dedicação, e pelo lado da instituição estadual, o apoio que merecem para serem os viabilizadores da vivência ensino-aprendizagem. A capacitação é prioridade. Porque o professor quer e precisa estar atualizado para levar a efeito a nobre tarefa do magistério. Ferramentas importantíssimas para a capacitação de professores foram disponibilizadas. Entre os professores efetivos, não há um sequer sem diploma universitário ou em vias de obtê-lo. Os quase 7.000 que ainda não tinham cursado universidade já receberam esse benefício do Estado, que agora auxilia também as Prefeituras municipais a darem a mesma formação aos seus professores. Dando mais um passo, o governador Geraldo Alckmin autorizou a concessão de bolsa mestrado para inicialmente 2.000 professores da rede pública estadual. É a concretização do sonho da evolução na carreira acadêmica. A Rede do Saber, pólo de divulgação de conhecimento em total sintonia com a era informacional, tem em funcionamento 104 centros de capacitação de videoconferência, e impressiona por sua produtividade e modernidade. A Teia do Saber e os cursos presenciais asseguram o direito indistinto e democrático de todos os professores de se capacitarem. E além disso, já é grande o grupo de professores estudando em outros países, em universidades parceiras. Só o Banco Santander Banespa está enviando mais de 100 professores para um estágio orientado na Universidade de Salamanca. São iniciativas que propiciam a professores que jamais saíram de sua microrregião natal a oportunidade de vivenciar outras realidades, experienciar outras culturas, tomar contato com avanços tecnológicos e didáticos que serão úteis no seu cotidiano profissional e na sua vida pessoal. E que professor não se tornará melhor quando aprimora o seu conhecimento, a sua sensibilidade para as coisas do mundo e a sua capacidade de compreender? O concurso público para quase 50.000 cargos foi mais um progresso na melhoria da carreira pública. E, recentemente, a aprovação de alterações da Lei Complementar 836, que instituiu o plano de carreira, vencimentos e salários para os integrantes do Quadro do Magistério da Secretaria da Educação, reajustando o salário de todos os professores e funcionários. Nesse universo estão incluídos os aposentados, um grupo de profissionais que hoje repousa da faina diária, mas que durante anos e anos prestou à sociedade o imprescindível serviço de estimular sonhos e de promover realizações. Já que o futuro começa hoje, o professor também quer e precisa ter qualidade de vida. Que se traduz em mais segurança nas escolas, com o programa de segurança escolar. E que se traduz na grande revolução educacional desta gestão, que é o Programa Escola da Família. Locais onde antes nada existia contam agora com a escola como grande centro comunitário de atividades sociais, artísticas e culturais. A comunidade foi para a escola, para todas as 5.306 escolas, como deve ser, e passou a acompanhar os seus filhos e filhas, e a fazer parte do dia-a-dia pedagógico dessas crianças e desses jovens, praticando e exercendo a cidadania nos espaços escolares, transformados em centros de convivência. Esse conjunto de iniciativas mostra o que podemos celebrar neste dia 15 de outubro. Mas, certamente, quem tem mais a celebrar são os alunos, filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma, e que através de nós, professores, se lançam como flechas rumo ao infinito. Com certeza toda a comunidade está agradecendo aos professores pelo respeito e pela dedicação que seus filhos recebem, e cujos frutos serão colhidos ao longo de toda a vida. A vocês, queridos professores, mestres na arte de amar, regentes de orquestras em busca de afinação, condutores de sonhos, está endereçada esta mensagem. Vocês são os realizadores. Merecem, portanto, todo o nosso carinho, nesse dia em que o milagre do aprendizado resplandece nas milhares de salas de aula, como em cada manhã.
Publicado no jornal Folha de S. Paulo
Respeito e admiração
Professor, professora. Educadores. Todo dia é dia do mestre! De quem ensina e de quem aprende. De quem entende o sublime destino de caminhar ao lado das sendas do conhecimento, do aprendizado, do encontro com o novo, com o recontado. Histórias do cotidiano de milhares de professores e professoras que nos mais diversos rincões exercitam essa magnífica expressão de amor: partilhar sonhos, medos, angústias, dúvidas, projetos, vida. Agostinho de Hipona, famoso pregador medieval, ensinava por meio de sermões. Dizia que o sermão era uma dívida de amor que deveria ser paga sempre. O amor que transbordava, conhecimento vivo, vivificador. Palavra poderosa que animava, isso é, dava alma aos fiéis ouvintes. Rousseau, em Emílio, obra clássica da educação, clamava: "(...) uero ensinar o mais importante: quero ensinar-lhe a viver". É o amor que ensina a viver. E isso não é utopia. É o cotidiano dos nossos mestres nas salas de aulas. Regentes de instrumentos diversos. Uns mais afinados, outros mais arredios. Mas todos com sua beleza. É preciso talento: saber ouvir, puxar a corda até o ponto certo para que não fique frouxa nem arrebente. Entender o tom e o modo de misturar tantas e tão diversas habilidades. O resultado é a sinfonia que se nota nas salas de aula, lugar sagrado em que mestres e aprendizes vivem a poesia da vida. Nietzsche falava dessa poesia nas menores coisas. O olhar no olhar, por vezes distante e entristecido do aluno. Por vezes agressivo, não por essência, mas por ausência. Ausência de afeto, de projetos, de futuro. Basta dar perspectiva aos jovens e eles se tornam gigantes. E isso nós também percebemos em nossas escolas. Dia do mestre. O governador Geraldo Alckmin conta com entusiasmo sobre seus tempos de professor. Histórias do curso de madureza. Histórias da química orgânica, matéria que regia magistralmente como mestre que já antecipava o carinho e o respeito que tem pelas pessoas. E é esse respeito que faz com que ele coloque a educação como a grande prioridade de seu governo. E nesse diapasão multiplicam-se os projetos e as ações. A Escola da Família e o desafio de levar 6 milhões de famílias às escolas, nos finais de semana, para a difícil arte da convivência. Aprendizado conjunto, eficaz. 25 mil bolsas de estudos para jovens carentes egressos de escolas públicas. É praticamente uma nova universidade. Além disso, a implantação da USP, na Zona Leste, e a ampliação da UNESP. O crescimento das Faculdades de Tecnologia. É o governo educador. Sério. Transparente. Sabe que ainda falta muito, mas tem consciência de que educação é processo e não demagogia. São Paulo tem os melhores índices de informatização escolar. Enquanto no Ensino Médio temos 95% das escolas com computadores, a média nacional é de 38%. É ainda o único Estado que garantiu o curso de graduação aos professores e agora lança o programa Bolsa-mestrado para que o mestre que ensina possa aprender cada vez mais. O investimento em formação continuada não pára por aí: o programa de inclusão digital possibilitou que 60 mil professores pudessem ter computador em casa. Além disso, criamos programas como Teia do saber e Rede do saber. A maior rede de videoconferência do País e uma das maiores do mundo com mais de 100 pólos de alta geração, utilizando a tecnologia para desenvolver a sensibilidade. Dia do mestre. Tarefa árdua e gratificante. O que pensa o alfabetizador quando percebe os rabiscos se transformando em letras, palavras, pensamento? O que sente o professor de matemática com as primeiras operações que se transformam em equações e demonstram a força do raciocínio? E os primeiros estudos de ciências? A curiosidade fremente nas descobertas do corpo humano. Edificadores de uma história em construção perene. Guerreiros medievais, artistas renascentistas. A arte. A magia da arte que leva ao palco, aos muros das escolas, aos corais que multiplicam essa sensibilidade que não pode ficar adormecida. E a literatura? A história dos sentimentos. História contada por filigranas de quem enxerga um pouco mais e transforma o cotidiano em uma inesquecível narrativa. E assim sucessivamente. O conhecimento se avolumando e dando maturidade aos navegadores que ainda temem deixar o porto-seguro. É preciso pensar com liberdade. Aluno não é receptáculo de conhecimento. É águia ensaiando vôo. Respeitar e valorizar o mestre é tarefa de todos. Governo e sociedade. Se há professores que não ensinam e que não têm o grande compromisso de educar, essa minoria não pode tirar o brilho da grande plêiade de mestres que dedicam a vida à arte de fazer pessoas felizes. Arte de amor... Como os sermões de Agostinho de Hipona, a educação cotidiana de Rousseau e a poesia da simplicidade de Nietzsche.
Publicado no jornal Diário de S. Paulo
A descendência de Cervantes
Professor. Uma palavra de traduções diversas que encerra significados tão numerosos quanto belos. Um termo apropriado àqueles que acreditam na grandiosidade da doação, do altruísmo e da capacidade de despertar outros seres humanos para a aventura ímpar do aprendizado e da transcendência. Neste dia 15 de outubro, é importante refletir sobre esse profissional, que dedica sua vida à propagação de saberes. Saberes que possibilitam aos aprendizes ultrapassar fronteiras, superar obstáculos e articular estratégias que os conduzem em direção à realização de seus sonhos. Cheios de uma poesia própria, ousam desafiar o renomado poeta Vinícius de Moraes, na medida em que vivem e preconizam um amor imortal - posto que não é chama, contrariando o famoso verso do "Soneto da Fidelidade". Quantos milhões de professores terão o Brasil e o mundo? O que seria da sociedade sem a participação efetiva e compromissada desses homens e mulheres? Educadores que, todos os dias, somam, multiplicam e dividem tudo o que têm de mais precioso com centenas de crianças e jovens. Discípulos que assimilam, às vezes sem se dar conta, a essência do verbo compartilhar. Nas salas de aula do mundo, mestres e aprendizes ensaiam um balé sincrônico e ritmado, embalados pela musicalidade do amor, do conhecimento, do afeto, do respeito, dos sorrisos e dos olhares de confiança mútua. Educandos devem nutrir por seus professores um sentimento de admiração que inspire o respeito. Nessa relação, não deve haver lugar para o autoritarismo e para o medo, coreografias incompatíveis com o espetáculo majestoso da vida. Educadores... Como recompensá-los por tudo que nos proporcionam? Como agradecer-lhes da forma que merecem? E, principalmente: como retribuir sua força e seu exemplo seguro e altivo nos momentos em que fraquejamos e pensamos em desistir de tudo? Como resgatar sua auto-estima, cada vez mais abalada por este mundo que privilegia os bens materiais em detrimento de valores como a ética, a fraternidade, a justiça e o amor ao próximo? Como devolver aos professores o seu lugar de destaque na sociedade? Sejamos sinceros: não temos todas as respostas e nem tampouco pretendemos posar de donos da verdade, mas esta homenagem tem o intuito de propiciar aos leitores uma reflexão sobre essas pessoas iluminadas que nos presentearam com as condições para obter o alimento do corpo e do espírito. Uma reflexão sobre os nossos mestres e o papel imprescindível que desempenham em nossas vidas. Seres raros que vivem sob os signos diversos, mas complementares, da paixão e da razão. Exemplos de vida que nos transmitem lições essenciais à construção de nossas histórias. É esse o perfil da grande maioria dos educadores - crianças crescidas que, tal qual Peter Pan, se recusam a deixar de sonhar. E prosseguem incansáveis, dia após dia, capacitando seus alunos rumo à descoberta de suas potencialidades e talentos. Dia após dia, contribuindo para formação de personalidades e de cidadãos que transitem apenas pelo caminho do bem. Espécies encantadas como foi um dos mestres que tive na vida: professor André Franco Montoro, um jovem eterno que, mesmo tendo completado 60 anos de magistério, entrava para dar aula com o entusiasmo de um iniciante. A paixão de Franco Montoro era conhecida por muitos. A maioria de nossos educadores é constituída por heróis anônimos que lutam, muitas vezes, empunhando apenas o giz e a boa vontade. Heróis que atravessam a seca, os igarapés ou mesmo o trânsito alucinante das metrópoles com o objetivo único de semear idéias, honestidade, honradez, boa vontade, oportunidades, ideais, criatividade e autoconfiança. Professores são descendentes diretos da linhagem onírica criada por Cervantes em seu Dom Quixote. Sonhadores e idealistas que pairam muito acima de ideologias políticas, filosóficas ou religiosas. Preferem se ocupar com questões maiores: levam a vida a professar a educação e tudo de positivo que ela representa. Que, nesta data comemorativa e sempre, saibamos reconhecer seu valor e devolver-lhe a dignidade luzidia de um passado recente, mas que já traz muitas saudades.
Publicado na Folha de S.Paulo
A importância do professor
Valorizar o professor. Capacitá-lo para o exercício pleno de suas atividades como educador. Proporcionar-lhe os instrumentos necessários à sua função primordial: lapidar diamantes. Hoje, esses são os objetivos principais da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Em outras palavras: entendemos o professor como a figura mais importante do processo educativo, em todas as suas esferas. Cabe ao mestre a incumbência de ensinar, orientar, estimular e incentivar crianças e jovens a descobrir suas potencialidades. É uma tarefa nobre e gratificante, mas que exige um esforço e um empenho ininterruptos. Sem o educador seria impossível conceber a sociedade e sua contínua evolução cultural e científica. Afinal, todas as áreas do conhecimento humano dependem do professor para serem apreendidas com eficácia e colocadas em prática com competência e habilidade. A palavra professor vem do latim professore, cujo significado é: aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina. Mas para que isso aconteça, o professor deve instigar o aluno. Levá-lo à dúvida, à inquietação, à contestação, ao questionamento. A transmissão do saber precisa ser estimulante e prazerosa. Há que se estabelecer entre os mestres e seus aprendizes uma relação de troca porque ensinar também é, antes de tudo, aprender. Educar é um missão que guarda em si um mundo repleto de possibilidades. Entre elas, a capacidade de despertar no outro um sem-número de qualidades adormecidas. Na Grécia Antiga, Sócrates já nos mostrou o caminho com a sua maiêutica. Sem a provocação, sem o questionamento, sem a inquietação, sem as perguntas incessantes do mestre não ocorrerá esse processo pedagógico socrático em que se multiplicam as perguntas a fim de obter um conceito a respeito do objeto em questão. Sem a maiêutica não é possível haver a parturição das idéias. Não se adquire o conhecimento, a sabedoria. Machado de Assis, no clássico Dom Casmurro, mais precisamente no Capítulo 9, nos brinda com sua poesia, ironia e irreverência quando compara a vida e os personagens que a compõem a uma ópera. Vamos pedir licença ao grande gênio da nossa Literatura para utilizar essa metáfora no universo específico da sala de aula. Quem dentre os alunos será o maestro que irá reger os personagens do espetáculo da existência? Quem será barítono, soprano, contralto, tenor? Quem irá optar por conceber a cenografia? Quem será o diretor? Quem será o figurinista? Quem irá compor o coro? Quem serão os bailarinos? Bem, o professor pode até imaginar os rumos que serão seguidos pelos seus alunos, mas isso não é sua tarefa principal. Cabe aos educadores conceder às crianças e jovens o direito de escolha, a partir do momento em que aprenderão sobre a importância de todos os personagens da ópera, inclusive os que optam por ficar nos bastidores. A nobreza do magistério reside justamente na capacidade de transmitir aos aprendizes a beleza e a grandiosidade dessa magnífica experiência que é a vida. Temos por meta preparar o professor para o exercício de uma profissão cada vez mais essencial à formação do ser humano. Por isso estamos realizando capacitações, palestras, teleconferências e seminários. No último mês de maio, por exemplo, reunimos cerca de mil educadores das 89 regionais de ensino do Estado em capacitação realizada no Interior de São Paulo. A idéia é transformá-los em multiplicadores de informação em suas localidades de origem. Acreditamos ser possível conceder ao educador o que lhe é de direito: o respeito de todos e o orgulho por ser quem traz à tona o que as pessoas têm de mais sublime. O professor, para nós, é a alma da educação e a espinha dorsal da sociedade. Sem ela, torna-se impossível adquirir o equilíbrio, a força e a vitalidade necessária para fazer do Brasil um país comprometido com a formação de seus cidadãos. Um país cuja nação será consciente e intelectualmente capaz de construir as bases sólidas que sustentarão os sonhos das novas gerações.
Publicado no Jornal A Tribuna
Pária
Pobre professor
persiste por pronunciar
palavras pelo prazer
para pessoas precárias,
presumidas, pretensiosas,
perdidos pela profissão
por preço pequeno
peleja por pouco,
pelo pregão,
prega pelas primeiras
páginas para pôr-do-sol,
pretendendo pular
percalços prisioneiros
para pôr prelúdio
pelas próximas pessoas,
perto permeia pressuroso
permitindo pegadas
persistentes provocadas
pelos pormenores,
piratas perseguidos
pelas pessoas pretensiosas.
Professor pária!
Pária para as pessoas
perseguirem pelo
pretenso poder.
Preceptor, petrifica preceitos.
Pária putrefeito!
Putrefato pária!
autor: Professor Luiz Antônio Damasceno
Aprendi a cantar sem professor, com a graça de deus eu sou completo.
Você vem me chamar de analfabeto, exibindo o diploma de doutor,
No congresso que eu for competidor, vou ganhar de você de dez a zero,
Seu doutor eu vou ser muito sincero, se eu deixar de cantar não sou feliz,
Ser poeta eu sou porque deus quis, ser doutor não sou porque não quero...
Ao meu querido professor...
Eu confesso – Poucas são as pessoas que gostam de mim – pois não sei fingir.
Tenho uma alma revolucionária, ao extremo, e me provocam agonia e pesar tantas manifestações desumanas e miseráveis.
Ultimamente tenho pensado a respeito disso e cheguei a algumas conclusões.
Antes de tudo, devo ponderar sobre a facilidade e destreza que certas pessoas encontram em serem mesquinhas, pobres de espírito, baixas moralmente e desfavorecidas em intelecto. E isto não é marca de classes menos abastadas; pelo contrário, vejo cada vez mais pessoas que se dizem “endinheiradas” cometerem barbaridades contra as condutas da boa educação.
Exatamente isto, talvez mesmo por se taxarem “endinheiradas”. Possuem apenas dinheiro, folhas ao vento, mas sem nenhum valor espiritual, sem qualquer civilidade social ou condições normais e saudáveis de raciocínio .
E, realmente pensando sobre isso, sentindo-me envolvida por um mundo caótico e sem freios de cidadania, me surpreendi com a existência, bem nítida, de pessoas raríssimas, que diante de tanta falta de educação, indignidade e lixos humanos, conseguem se fazer “luzes” aos olhos alheios. Conheço poucas pessoas assim, mas tenho orgulho de suas existências presentes e coexistentes à minha vida.
Uma dessas pessoas? O meu professor de literatura. Seu nome pode ser dito, sem receios: Osmar Oliva.
Não estou escrevendo sobre o assunto para alçar elogios de ordem prosaica ao nobre docente. Quero apenas, diante de tantas desfavoráveis experiências humanas, citar apenas uma das poucas que pode ser digna de louvor.
Bem... O professor e doutor Osmar Oliva é alguém que se atém a comentários pertinentes à sua disciplina, ao conhecimento científico de sua área e também de outras, e nunca à comentários extraclasse. Respeita nossos horários de início e término de aulas, mesmo que alguns necessitem sair mais cedo para conseguir condução, o que ele entende perfeitamente.
Mas o que me chama mais atenção nele é a maneira de ser humilde e voraz, simultaneamente, em seus discursos. É humilde ao apontar nossas falhas de maneira coesa e ética, é voraz em nunca atingir um desafeto com más palavras, antes com boas palavras aos que à ele parecem pertinentes. É exatamente isso que me encanta em sua fala.
O professor derrota verbalmente, com uma oralidade magnífica, os tons alheios de arrogância e desumanidade. Ele declara, de um modo não-verbal, olhos de superioridade à ignorância que persuade os mesquinhos, e parece conseguir vê-la ao longe, como algo que não quer atingir nunca, pois sabe que estas banalidades pertencem apenas aos tôlos.
Então, eu utilizo agora um grande clichê: “Quero ser como ele, quando eu crescer.”
Quero que minha alma atenha-se acima das coisas mundanas, momentâneas e que coexista na delicadeza da nobre linguagem humana. Desejo mais afetos que inimigos e quando não puder tê-los nessa ordem, desejo o silêncio, somente. O meu e o alheio.
Que eu esteja, sempre, acima das coisas e das pessoas pequenas. Que eu apenas sinta que passaram por mim, como o vento, por mais que o vento seja dotado de uma positividade enigmática. Apenas peço a Deus que me dê forças e coragem para não responder aos medíocres, que ocupam suas vidas e suas podres almas de tanta sordidez e futilidades, da vida alheia, da inveja ao mérito dos justos.
E por isso também que estou escrevendo. Por que parece tão fácil responder com grosserias à pessoas baixas e tão difícil assumir a nobreza de caráter de apenas uma, quando a encontramos em nossas vidas?
Escrevo para dizer ao professor Osmar e às raras pessoas como ele que sinto orgulho de conhecê-los, de tê-los tão próximos, para que talvez eu consiga absorver e aprender coisas boas. Escrevo para que estas poucas pessoas possam ter a certeza de uma admiração verdadeira e saudável, porque são dotados de atitudes saudáveis e justas.
Escrevo para não perder meu tempo com pessoas ou coisas fúteis. Prefiro preencher minhas horas com palavras afetuosas e puras.
Neste semestre, essencialmente, entre tantas decepções e desprazeres, pude conhecer uma pessoa maravilhosa, que com certeza ofuscou e apagou muitas tristezas, muitas lágrimas, não só minhas, mas de muitos colegas... Com a sutileza de suas considerações, com sua evocação e admiração machadiana, com seus apontamentos sobre a sedução da escrita, com sua postura lúcida e perfeita, com a aura do professor realista e espontâneo. Passei a amar a literatura, passei a ler Machado de Assis. Quero ter como exemplo pessoas excelentes e íntegras!_________________________________
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