Texto sobre Pobreza

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OS DENTES DE JOÃOZINHO

Joãozinho apareceu no primeiro dia de trabalho com um par de sapatos maior que o seu pé. As roupas, bem largas, dançavam em seu corpo delgado. Ainda não havia recebido o uniforme azul para a labuta, e por isso precisou improvisar. Todo mundo reparou o seu jeito meio desconjuntado, mas ninguém comentou patavina.

No outro dia, já de uniforme e sapatos luzentes do seu tamanho, veio de cabelos bem penteados e unhas cortadas. Apresentava-se sempre sorridente e cortês, assim como havia aprendido em seu treinamento para ser um jovem aprendiz, e assim também como, decerto, ditava a sua própria natureza.

Os dias foram passando e todo mundo se afeiçoou ao Joãozinho. Um garoto de costumes simples e jeito humilde, mostrava-se sempre prestativo, educado, gentil e bem humorado.

Pele negra, estatura pequena, bastante magro, cabeça ovalada enfeitada de madeixas negras encaracoladas, mãos, pés e orelhas desproporcionais, Joãozinho no auge de sua adolescência, tinha os dentes grandes e brancos sempre ostentados em um sorriso.

– Joãozinho, você cuida muito bem desses seus dentes, hein? – Disse como forma de encômio, no intervalo do café.

– Sim, senhora, cuido sim. Na verdade a mamãe faz uma fileira conosco todas as manhãs e no fim do dia. Ela mesma escova nossos dentes.

Sem entender muito bem aquela resposta, continuei meus questionamentos:

– Como assim João? Você já tem 15 anos de idade, já sabe escovar seus dentes sozinho. Sua mãe não precisa mais te ajudar.

– Sabe, dona, lá em casa a água é difícil. E não temos escova de dente. Mamãe pegou alguns sabugos de milho, cortou assim ó (mostrou com as mãos vários longos cortes na vertical) e cada um de nós tem uma “lasca”. Somos doze, né…

Eu continuei ouvindo estarrecida, não imaginava que era aquela a realidade de Joãozinho.

– Dos doze, dona, dez já tem dentes, dois são muito bebês ainda. Daí mamãe guarda nossas “escovas” bem organizadas na beira da prateleira e cobre com um paninho bem limpo. De manhã e à noitinha ela nos coloca enfileirados por ordem de tamanho, e começa o trabalho do menor para o maior. Os pequenos, que não tem dentes, ela limpa direitinho a boca e as gengivas com um rasgo de fralda umedecida na água. Na sequência, ela vai pegando as nossas “escovas”, passando um pouco de sabão de coco na ponta e esperamos todos de boca bem aberta. Mamãe é muito inteligente, dona, ela nunca confunde nossas “escovas” para não correr o risco de pegarmos bactérias da boca um do outro.

Joãozinho descrevia aquele rito com uma absurda riqueza de detalhes, e com os olhos tremeluzindo de orgulho da sua tutora esmerada. E ainda teve mais:

– Ela escova nossos dentes, dona, pois pela manhã, por exemplo, só temos um balde grande de água para tudo. E mamãe, para não desperdiçar, faz o trabalho ela mesma, evitando que entornemos ou que um de nós use mais água que o outro. Ela pega o copo de ferver a água do café, enche, e faz com que aquela porção dê conta de todos os nossos dentes. Sabe, dona, sabão de coco não é muito gostoso não, mas olha o resultado (e arreganhou os dentões todo soberbo). Como sou o maior e mais velho, sempre fico por último, e às vezes saio de casa com gosto de sabão na boca, pois o que sobra de água para mim para retirá-lo às vezes é bem pouquinho.

Joãozinho relatou sua higiene bucal e a de seus irmãos com muito empolgamento e a mesma alegria estampada na cara, do começo ao fim. Pelo que se podia perceber, era um momento ímpar de união familiar e partilha, promovido pela mãe daquela trupe.

Após o seu relato, engasgada, não consegui falar muita coisa. Terminei o meu café, já frio, agradeci pela história em murmurejo e saí dali de volta para o meu gabinete de trabalho. Mas não consegui ficar sentada por muito tempo. Peguei a minha bolsa e avisei a minha secretaria que iria rapidamente a um supermercado nas redondezas.

No final do expediente, como era de costume, Joãozinho foi até a minha sala perguntar se existia mais alguma demanda para aquele dia, e, em caso de minha negativa, sempre se despedia com o mesmo mantra “deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona”.

Estendi a mão com uma sacola plástica com as compras recém-adquiridas e entreguei ao Joãozinho. Lá dentro quinze escovas de dente de tamanhos e cores variados, alguns pacotes de algodão, dois pacotes grandes de lenços umedecidos, cinco tubos de pasta de dente com sabores diversos, um vidro grande de enxaguante bucal e duas embalagens de fita dental.

– Toma João, coloca na prateleira da sua mãe.

João recebeu a sacola com uma interrogação na fronte. Abriu e espiou, matreiro. João não sabia o que fazer de tanta satisfação. Abriu, vislumbrou e fechou aquela sacola plástica um milhão de vezes, como se ali escondesse uma grande e reluzente barra de ouro. Ele não acreditava no que via. Não sabia se agradecia, se me abraçava ou se saía correndo dali para encontrar logo a mãe.

– Dona, isso é pra nós mesmo? É sério? – Perguntou, com os olhos marejados.

– Corre, João, sua mãe precisa se organizar para o ritual da tarde. – Respondi.

Joãozinho, se não bastasse, deixou a sacola sobre a mesa, e subitamente, ajoelhou aos meus pés principiando um Pai Nosso bem alto, com as mãos para cima. Tentei retirá-lo dali puxando-o pelo braço, constrangida, mas foi em vão levantá-lo. Deixei-o terminar a sua oração. Era o seu jeito de agradecer por aquele gesto tão ínfimo da minha parte.

– Deus te abençoe, te dê tudo em dobro e a faça sonhar com anjinhos, dona.

E aconteceu. Naquela mesma noite eu sonhei que estava no Céu. Doze anjos negros e lindos, cabelos pretos encaracolados, vestidos de branco, asas enormes, suspensos do chão, cantando divinamente em uníssono, alinhados, mostrando os seus sorrisos com dentes tão brilhantes que ofuscavam o meu olhar…

Inserida por nivea_almeida

É preciso CARPE DIEMar. Então, carpediememos!
E foi assim! Duas horas 🕑 perdidas! Perdeu, perdeu! Não dá para recuperar o tempo perdido.
Fiquei muito chateada 😠 porque me levantei tarde da cama 🛌 apesar de ter acordado muito cedo 🕠
A nossa cachorrinha 🐕 é o nosso despertador diário ⏰ Enquanto a gente não acorda, ela fica chorando. Mas eu escolhi permanecer deitada com preguiça de me levantar apesar da consciência sobre a necessidade de estar de pé bem cedo para cumprir minha missão e demais atividades, pois o tempo urge e é curto.
Se na hora que eu acordei eu tivesse me levantado para cumprir as minhas tarefas, eu teria ganhado pelo menos duas horas de produção.
Então, perto da nossa cachorrinha, orei ao Senhor pedindo perdão pelo desleixo com meus compromissos diante dele e do meu trabalho pessoal.
Fui tomar o meu café da manhã ☕️ e depois abri a caixa de entrada do celular para ver os e-mails e me deparei com a seguinte mensagem de Let God Be True (Provérbios Diários) baseada em Provérbios 6:11 — “Assim virá a tua pobreza como quem viaja, e a tua necessidade como um homem armado” —, falando sobre a preguiça, sobre acordar tarde e os males provenientes dessas ações.
Com isso, entendi que Deus ouviu a minha oração e que me perdoou, mas eu tomei diante de Deus a decisão de nunca mais me deixar levar pela preguiça porque eu não quero nenhuma pobreza espiritual tampouco material, mas quero ser rica diante de Deus, ter os meus tesouros garantidos por ele tanto os ministeriais quanto os pessoais, lembrando que a seara é grande e são poucos os ceifeiros para fazer a obra de Deus de levar a sua palavra a todos que ele quer salvar.
Caso queira conhecer o teor da mensagem que recebi, leia a seguir. O texto é grande, mas vale a pena a leitura.
🥸
“A sua pobreza é o seu futuro certo - se você encara os seus deveres com muita preguiça! A pobreza é uma força irresistível - se você gosta de dormir! Acorde! Levante! Comece a trabalhar! Agora! Mantenha a pobreza longe dos seus deveres de hoje (e possivelmente alguns do dia de amanhã), agora!

O Pregador ensinou ao seu filho a importância da diligência (Pv 6:6-11). Em primeiro lugar ele disse para considerar a formiga, que trabalha vigorosamente todo o verão para armazenar comida para o outono que se aproxima (Pv 6:6-8). Veja os comentários de Provérbios 6:6 e 6:7. E a formiga trabalha sem um professor ou dirigente, pois as formigas têm arranques automáticos! Eles não precisam ser arrancados da cama e mandados para o trabalho!
Em seguida ele zomba do sono para envergonhar o seu filho que dorme demais (Pv 6:9-11). Ele perguntou, "Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado?" Ame este pai perfeito enquanto ele zomba da abordagem da vida que é popular no dia de hoje! "Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso." Ame esse sábio sarcasmo! Você vai descobrir o que ele pensa a respeito dos botões de soneca dos nossos despertadores!
Um viajante sempre chega ao seu destino. Mesmo que a viagem dure algum tempo, ele eventualmente chega ao seu destino escolhido. Isso acontece por etapas, mas logo você está lá. Assim é também com a pobreza. Pode levar algum tempo para chegar e puxar o homem para baixo, mas certamente chegará! E ela, certamente, o puxará!
Um homem armado não teme resistir, pois ele está armado. Ele vai onde bem entende, e entrará em qualquer prédio que queira. Você não vai impedi-lo, pois ele está armado. Assim é com a pobreza. Você não pode impedir a sua chegada. Suas defesas desmoronarão diante de sua irresistível aproximação. Seus esforços para evitá-la, serão vãos. Você vai descer!
Seu preguiçoso vadio! Seu dorminhoco efeminado! Odeie a cama! Considere-a um mal necessário. Salomão afirmou, "Não ames o sono, para que não empobreças; abre os olhos e te fartarás do teu próprio pão" (Pv 20:13). Chegue cedo ao trabalho! Trabalhe depois do horário - da manhã! Quase tudo que você faz depois da hora normal de trabalho, pode ser realizado antes do início do trabalho no dia seguinte!
Você acha que você está bem? A pobreza está se aproximando a cada dia. Você vai tomar emprestado para financiar as suas necessidades? O crédito desaparece com o avanço da pobreza. Você vai pedir um aumento? Não vai conseguir tendo em vista a sua reputação. Você vai mendigar? Homens de bem vão deixar o preguiçoso morrer de fome (Pv 20:4)! Ela está chegando. Vai trabalhar!
A pobreza espiritual também é real, mas muito mais custosa do que a pobreza financeira. Se você é complacente e preguiçoso a respeito dos seus deveres espirituais, a sua pobreza para com Deus e a sabedoria será logo revelada. A hipocrisia de sua riqueza fingida desaparecerá diante das duras provações de Deus. Vá trabalhar!”
Nota explicativa sobre a expressão CARPE DIEM:
"Carpe diem" é uma expressão latina que significa colhe o dia, aproveita o momento. Foi usado pelo poeta latino Horácio (65 a. C.-8 a. C.), que na linha do epicurismo, exorta a sua amiga Leuconoe a aproveitar o presente, antes que este seja passado, pois a vida é breve, a beleza perecível e a morte uma certeza.
O poeta Horácio, no Livro I de Odes, escreve: "Dum loquimur, fugerit inuida / aetas: carpe diem, quam minimum credula postero." (De inveja o tempo voa enquanto nós falamos: / trata pois de colher o dia, o dia de hoje, / que nunca o de amanhã merece confiança." – trad. David Mourão-Ferreira). (Infopédia)
Está escrito:
“Não se preocupem com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará das suas próprias preocupações. Para cada dia bastam os seus próprios problemas” (Mt 6:34).
Ou seja, viva o dia de hoje, aproveite o dia de hoje, pois o futuro só Deus sabe. Aproveite o presente, o dia de hoje é o presente, e é o presente que Deus lhe dá 💝🎁 Aproveite-o sim, com sabedoria; aproveite-o bem, como convém.⁠

Inserida por MonicaCampelloAutora

"Na época em que eu crescia, quando o Brasil ainda vivia numa Ditadura Militar, algumas amigas minhas se achavam ricas. Mas descobri, anos mais tarde, que naquela cidade em que nós morávamos só viviam pessoas tão ou muito mais pobres que elas. Aí, caiu a minha ficha, como se diz.
Infelizmente, nesse tempo era assim, pois quem tinha um aparelho de TV e uma linha telefônica se considerava rico, mesmo em meio a tanta pobreza... Na verdade, eram 'ricas' porque os pobres eram pobres demais."

Inserida por reconceituando

Antes de dizer o que eu quero dizer aqui, quero dizer que eu me sinto extremamente mal em classificar as pessoas pela cor, ou qualquer outra coisa, mas como não encontrei uma outra maneira de dizer o eu quero dizer, vou dizer assim mesmo:

Nós, brancos, de baixa renda, somos tão excluídos quanto os pardos, os índios, os negros, e os amarelos, pobres. Há algumas diferenças biológicas entre a gente, sim. No entanto, economicamente, somos todos fu...dos, sem tirar nem pôr. Eu só não entendo é por que nós, os brancos, ferrados, não somos beneficiados pelo sistema de cotas "raciais" também.

Inserida por reconceituando

⁠Uma senhora, da Bahia, disse, hj, 28/12/2021, no JN, que nunca existiu esse tipo de enchente na vila onde ela mora, que ela nunca viu tal coisa lá, que ela só via esse tipo de coisa na tevê.
Mas se essa vila nunca foi afetada por enchentes, então o que aconteceu pra encher daquele jeito?
Não duvido nada que isso não tenha sido obra da política.

Inserida por reconceituando

⁠A pior diferença entre ricos e pobres é que os ricos entre eles são uns para os outros, enquanto os pobres vivem se ferrando.
Os ricos protegem e ajudam uns aos outros, e os pobres agem mal contra si mesmos.
É por isso que é "pobre ferrado" em tdos os sentidos da pobreza, inclusive os de ordem mental e espiritual.
Mas é claro que existem exceções de ambos os lados, raríssimas exceções, mas existem; existem ricos que agem como pobres e existem pobres que agem feito ricos.

Inserida por reconceituando

⁠Ficar rindo do pobre por causa dos aumentos é o fim da picada.

Não se ache rico por ganhar dois salários mínimos, a tendência é todos ganhar um mínimo.

O pobre estava tirando o status do rico, tendo casa própria, veículos e frequentando lugares que até então era só deles.

Brasil não é lugar para igualdade social!!!!

💩 🇧🇷

Inserida por IsaiasGomides

⁠Um dia você se dá conta de que:

Viemos nús e da mesma maneira voltaremos;

Água, oxigênio e alimento são os verdadeiros diamantes, e a SAÚDE tem valor incalculável;

TER/SER menos é SER/TER mais;

Deveria valorizar QUEM e não O QUE;

Deveria VIVER e não apenas EXISTIR;

LIMITE é ilusão criada pelo MEDO;

DIFICULDADE realça BONS momentos;

FÉ só da boca pra fora é INÚTIL;

A FELICIDADE é a saciedade ou equilíbrio dos quesitos SER e TER;

Inserida por andre_wm_moura

Dos 12,9 mil trabalhadores piraporenses, 4,6 mil fecharam o ano passado atuando na informalidade e 2,7 mil desempregados.
No geral, mais de 4 mil cidadãos sobrevivendo com até 1 salário mínimo mensal, segundo números do IBGE e do CAGED.
Aumento do desemprego, subemprego, pobreza e uma campanha eleitoral se aproximando...

Inserida por maxrocha

Durante este período de quarentena
pude reforçar uma ideia através da
leitura: uma das razões pelas quais
os pobres de um país continuarão
pobre é que metade deles priorizam
os livros de romance ao invés de
finanças e negócios. O que acaba os
fazendo acreditar que os ricos nascem
em berço de ouro.

Inserida por RobsonSouzaBR

"O homem sem discernimento, gasta sua vida trabalhando para conquistar as riquezas e o poder na terra, sem saber, que tais coisas, não passam de uma ilusão. Há coisas muito maiores, reais e duradouras, e, àqueles que as descobrirem, jamais irão querer saber de outras."

~ Suellen O. Jones ~

Inserida por Suellenojones

Balada dos desempregados

Nem vivo nem morto, em estado catártico.
O desemprego àquela altura os imobilizava completamente.
Muitos de seus planos já haviam sido abandonados. Deixados de lado. Simplesmente.

A frustração e o sentimento de impotência invadiam seus corpos, tomando-os de assalto por completo.
A insônia, a impaciência, a desesperança já eram uma constante em suas noites/dias.

A escuridão que lhes afagava a face, também os confundia um tanto.
Face a face com a versão mais cruel de suas vidas, via o número de iguais se multiplicarem dia a dia:
- Por todo o bairro, por toda a cidade, muitos desocupados, precarizados, sambando pra desenrascar o feijão com arroz e o leite das crianças antes de o sol se por. Dia após dia.

Muitos ainda não haviam apreendido o real tamanho do problema que, feito um iceberg tendo apenas uma pequena parte à mostra, despontava de forma aterradora.

Mais de quatorze milhões de desempregados... Greves múltiplas. Revolta nas ruas. Educação na UTI. Saúde em total colapso. A população da periferia sendo dizimada pela criminalidade e pelas drogas. E o país imobilizado. Desgraçados...
Há de haver punição pra tanta maldade, se não aqui na terra, em algum lugar há de haver uma mão pesada o suficiente pra parar essa gente que não sente empatia por qualquer um que seja.

O filhinho da minha vizinha morreu ontem de sarampo. SARAMPO. Pois é... Inacreditável não é mesmo?

O vizinho da rua de cima se enforcou. Não aguentou o acúmulo de tantas dívidas e por isso se matou.

Aqui no bairro não é novidade ver gente mendigando alguma coisa pra comer. A fome como todos pensavam também não foi erradicada. Por aqui parece epidemia. O alcoolismo quadruplicou. Os andarilhos e moradores de rua são inúmeros.

Pequenos e constantes furtos aos comerciantes são frequentemente relatados, repetidas vezes os poucos comerciantes que ainda resistem de pé são vítimas de espertalhões que não querem se enquadrar na dinâmica cruel de agora.

Pelas ruas do bairro tem gente vendendo de tudo:
- Ovos, picolé, cigarros do Paraguai, abacaxi, vassouras, panelas, produtos de limpeza, balas e doces, derivados de milho, amendoins torrados, pizza de dez...

A vida está difícil mesmo. Os preços aumentaram muito.
Nos supermercados as sacolas estão quase sempre vazias. Até o macarrão instantâneo e o milho para pipocas de micro-ondas foram reajustados em mais de trinta por cento em menos de uma semana.
O preço do botijão de gás é hoje praticamente um assalto a mão armada.

O que fazer com tanta desesperança senhor prefeito? O que fazer senhor governador? Senhores deputados? Senhores senadores? O que fazer senhor presidente? Acabou o milho, acabou a pipoca. É isso?

Inserida por JWPapa

⁠HUMILDE AMANHECER
Se o café requentado
Vem em caneca de lata
O pão velho sem manteiga
Num prato meio quebrado,
Ache graça, faça graça,
O sorriso tudo arremata!
Põe um solzinho no rosto
Deixa o dia iluminado,
Bota flores sobre a mesa
Colhidas pelas estradas
Das pequenas, mirradinhas
- estas são flores de fadas!
Abre a janela confiante,
e em prece bendiz o mundo
E tuas dores, num segundo
Serão pouco, quase nada!
Bota um sonho no alpendre
E uma esperança na porta
Faça um jardim bem na frente
Nos fundos plante uma horta...
E deixe Deus povoar tua casa
De amor e de alegria
Pois maior que o alimento,
A magia do bom pensamento
Enriquece o café aguado,
Faz de teu pão iguaria!
Ama contente o que tens,
Muito além da adversidade
E mesmo na triste pobreza
Viverás em doce nobreza
No seio da felicidade!...

FELICIDADE É UM ESTADO DE ESPÍRITO

Inserida por LoriDamm

⁠O CELEIRO
04/06/2018
.
A supressão de direitos
E a limitação do saber
Formam o mecanismo perfeito
Para se exercer o poder
Dos fortes sobre os fracos
Que lambem os pratos
E buscam no fundo das panelas
Algum resto de comida
Enquanto oferecem as sortidas
Ceias para quem os flagela.
.
O trabalho mesmo remunerado
Pode significar servidão
Quando ao trabalhador é negado
O direito de obter do patrão
Ganhos justos e carga horária
Que transformem a rotina diária
Em degraus para que ele cresça
E deixe de vestir-se com trapos
Enquanto para o patrão abastado
Ele cose lindas roupas de seda.
.
Que o agasalhado produza agasalho
E o alimentado produza alimento
Para que a força do trabalho
Seja garantia de alento
Para todas as classes
Que esperam que a sociedade
Um dia ainda seja
Celeiro de bem-estar e justiça
Ao trocar o egoísmo e a cobiça
Pela distribuição de renda e riqueza.

Inserida por EDUARDOPBARRETO

Barraca

Naquela grande cidade
Embaixo do viaduto
Havia uma barraca …

Quem ali moraria?
Teria tido alguma vez?
Teria tido alguma voz?
Qual seria o seu nome?
Teria sede ou talvez fome?

E quanto à sua família,
Por onde é que ela andaria?

Naquela grande cidade
Embaixo do viaduto
Havia tantas barracas…

Naquela grande cidade
Quantos viadutos havia?

Inserida por MarcoARCoura

Fartura

Se há fome, desconheço…
Sou guloso, reconheço
Sempre bem alimentado
Tenho até mesmo engordado

Eu me nutro com cereal,
Carne, fruta e vegetal…
E, às vezes, de surpresa,
Saboreio sobremesa

Minha vida se resume
Em fartura e capricho
Deixe que eu me apresente:
Meu nome é Saco de Lixo.

Inserida por MarcoARCoura

Resposta do Pobre ao Rico⁠

Nós
Achamos um excelente momento
Para mandar um recado para
Esta criatura excomungada.

"NINGUÉM É TÃO IMPORTANTE O QUANTO PENSA E NEM TÃO INSIGNIFICANTE QUANTO APARENTA SER".

Com ajuda ou não
O PODRE
É o GARFO na mesa
De qualquer "RICO".

Inserida por harry001

⁠A política assistencialista é uma abordagem que visa atender às necessidades imediatas das pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social. Ela se caracteriza pela oferta de programas sociais que garantem acesso a serviços básicos, como saúde, educação, moradia e alimentação.
Essa abordagem tem sido amplamente utilizada no Brasil como forma de combater a pobreza e a desigualdade social. No entanto, ela tem sido criticada por alguns especialistas, que argumentam que ela não é suficiente para resolver os problemas estruturais do país.
A política assistencialista pode ser eficaz no curto prazo, mas não é capaz de gerar mudanças duradouras na vida das pessoas. Para que isso aconteça, é necessário que sejam adotadas medidas que promovam o desenvolvimento econômico e social do país.
Além disso, a política assistencialista pode gerar dependência e desestimular o trabalho, uma vez que as pessoas passam a depender dos programas sociais para sobreviver. É preciso, portanto, que haja um equilíbrio entre o atendimento às necessidades imediatas das pessoas e a promoção do desenvolvimento econômico e social.
Em resumo, a política assistencialista é uma abordagem importante para garantir o acesso a serviços básicos às pessoas em situação de vulnerabilidade social, mas não pode ser a única estratégia adotada para combater a pobreza e a desigualdade no país. É preciso que sejam adotadas medidas estruturais que promovam o desenvolvimento econômico e social de forma sustentável.

Inserida por khrysteinfield

⁠Em um mundo onde a riqueza é frequentemente medida por cifrões e posses materiais, esconde-se uma verdade sutil e profundamente velada. Frases ecoam, sussurrando que a pobreza não reside apenas na escassez de recursos monetários, e que a verdadeira prosperidade não se confina à opulência financeira.
O paradoxo revela-se na compreensão de que ter dinheiro, por si só, não é sinônimo de riqueza e prosperidade. Essa é uma máscara que esconde uma realidade mais ampla, uma realidade que transcende os limites do ter e possuir.
Para sentir-se verdadeiramente rico, propõe-se uma contagem singular, uma enumeração de preciosidades que o dinheiro não pode comprar. Uma riqueza que reside nas relações humanas, na saúde, nas experiências enriquecedoras e nos momentos que transcendem o efêmero.
Assim, as palavras veladas apontam para uma verdade submersa: a verdadeira riqueza está na apreciação das coisas que escapam à moeda corrente, na celebração das experiências imortais e no entendimento de que a prosperidade é um tecido intricado, no qual o dinheiro é apenas um fio entre muitos outros.

Inserida por MarceloViana

⁠Na dança das engrenagens, o futuro se molda,
O brilho do progresso, no céu, se desenrola.
A tecnologia avança, incansável, inabalável,
No olho da tempestade, o homem é vulnerável.

Os empregos se desvanecem, como neblina ao amanhecer,
Na sombra do progresso, o trabalhador a sofrer.
As máquinas, incansáveis, usurpam a mão do homem,
No teatro do mercado, a humanidade é apenas um nome.

A pobreza, silenciosa, se espalha, feroz,
O avanço tecnológico, uma maldição atroz.
No templo da inovação, o ouro se acumula,
Enquanto o homem, esquecido, na miséria se oculta.

Porém, na face sombria da moeda do progresso,
Surge a necessidade de um novo acesso.
Uma transformação que abrace a todos, sem distinção,
Onde a tecnologia é aliada, não a destruição.

Nas linhas de código, no pulsar das máquinas,
Há espaço para todos, em novas páginas.
Porque o avanço não deve ser a sentença do homem,
Mas o trampolim para um futuro onde todos têm nome.

Inserida por brunocassuriagarc