Texto sobre Liberdade
Embarcando agora em um devaneio da minha mente, estou sobrevoando as águas de um mar fortemente expressivo, parte de um cenário fascinante, quiçá, saído de um livro, que faz cada momento ser emocionante e consequentemente inesquecível.
Um vôo muito entusiasmante com uma emoção gradativa, impulsionado pela liberdade, sentindo pouco a pouco um fôlego de vida de muita singularidade, logo, sem dúvida, traz uma sensação maravilhosa que rejeita a banalidade e viver intensamente é o que importa.
Por conseguinte, poder voar neste exato instante sobre este lugar incrível, ainda que seja em pensamentos, permite alcançar um ânimo cativante, um alívio muito verdadeiro que rapidamente acende-me o semblante, causando-me assim, um grato sentimento.
A tolerância possui uma resistência limitada, trafega por um equilíbrio inconstante, sua força é vez ou outra testada, suporta o máximo que pode,
a paciência e o amor a deixam forte, a raiva e o egoísmo a torna fraca, uma natureza que em alguns momentos é imprevisível e às vezes, quando percebe que está sob o risco de ser imprudente, para evitar uma situação amarga, prefere o silêncio a ter que usar a sua oportunidade de fala.
O espírito impetuoso de um cavalo selvagem, que precisou aprender a controlar seus instintos para não pôr em risco a sua imensurável liberdade, claro que não é algo fácil, porém seria muito se já tivesse desistido, além do que, seus esforços são imensamente compensados ao se livrar de certos conflitos, infundados e destrutivos, um reagir sensato, tanto consigo quanto com os outros, arduamente, alcançado e também muito satisfatório.
A sensatez de ser alguém tolerante é conseguir domar a própria impulsividade e mesmo que não seja frequente, é gratificante, uma necessidade de sobrevivência, dessarte, o empenho para mantê-la deve ser incessante, permitindo uma abençoada recompensa, evitando certas palavras desgastantes para que assim, a paz prevaleça, a provocação inconveniente não seja tão sufocante, pesando a consciência.
Como se estivesse admirado um lindo quadro, eu trafego gentilmente pela arte envolvente dos teus traços, a liberdade dos teus cabelos, a polidez da tua pele, dos teus lábios, mergulho na profundez que há nos teus olhos, fico admirado intensamente e um simples instante se faz memorável.
A minha admiração dedicada a ti, fotografou a tua bela existência, agora tenho um parte de ti, uma arte em exibição na minha mente e por meio do sentir, posso contemplá-la, então, mesmo que não estejas aqui, estarás comigo, um frescor para minha alma, um vislumbre de amor imprescindível.
Sempre quando for possível mentalmente te contemplar, ficarei inspirado, serei atingido por tamanha vitalidade, uma sensação incrível semelhante a estar diante de um mar vivo, que, às vezes, é agitado, em outras, é tranquilo, mas mantém a sua verdade, o seu encanto, um forte ponto de equilíbrio, um bem e tanto.
Dedico a minha admiração neste momento a tua venustidade impactante de demasiada expressividade com os teus cabelos dançando no ritmo dos ventos, a verdade confiante que há nos teus olhos, sob a rica liberdade celeste, defronte a expressão das águas do mar, uma vívida composição, onde a emoção costuma constantemente se expressar.
Por admirar-te com tanta dedicação, inevitavelmente, fico inspirado com uma inspiração grandiosa, regrada a sentimentos e significados que denotam a riqueza da tua compleição e a profundeza do teu espírito, reconheço que é muita presunção, porém, retratar-te em versos, faz parte do meu objetivo e terei satisfação chegando o mais perto possível.
Ficarei honestamente ainda mais satisfeito se felizmenteencontrares alguma identificação por menor que seja, assim, pelo menos um trecho terá sentido sendo um pequeno reflexo de como és por fora e por dentro, um diferencial profusamente significativo que causará em mim um grande contentamento, um frescor genuíno, um mútuo avivamento.
Conduzido por uma paisagem de graça exuberante, ativo rapidamente o meu imaginário e faço uma viagem empolgante, montado em um dragão imponente com suas asas grandiosas, escamas reluzentes, uma distinta armadura, desfrutando de um vôo marcante, saboreando uma sensação única, simplesmente, exultante.
Sobrevoando um lugar formidável com a exposição emocionante, inigualável, de uma natureza acaloroda, encantos flamejantes, a linda imensidão de um fogo majestoso pertencente a um vulcão estonteante, proporcionando uma emoção de tirar o fôlego, onde a liberdade é constante, um momento bastante diferente de outros.
Retorno para a realidade e sinto-me brevemente renovado como se tivesse tomado um pouco de vitalidade, portanto, viajar imaginando, partindo de belas imagens é algo muito satisfatório, um refrigério alcançado pela simplicidade, mesmo que momentâneo, sendo uma arte criada pela mente que faz um bem e tanto.
Desde que ela compreendeu a relevância de cada fase, está se amando gradativamente, sua beleza tem ganhado mais destaque semelhantemente a uma borboleta sublime, que hoje disponhe de suas asas como gratas recompensas, nutrindo uma consciência livre de quem está fazendo sua brevidade valer à pena.
Liberdade que é valorosa num tom azul celeste, pela permissão do Senhor, uma demonstração de força e aprendizagem, uma consequência justa após lágrimas e lutas, principalmente, internas, portanto, não buscar preservá-la chega a ser loucura, ainda terás que lutar muito para continuares liberta.
O equilíbrio é instável, não é algo permanente, nem é facilmente alcançado, mas vem na hora certa, muito benquisto se está presente, uma presença indispensável, sempre promove um diferencial evidente, imprescindível, seja lá no íntimo, durante um simples momento ou ao ser atenciosamente visto.
Rico discernimento que quando é graças a Deus adquirido, temos a sensação de um dia nublado, iluminado por um clarão gentil do sol, infelizmente, com frequência, é esquecido, então, precisa ser várias vezes lembrado, um gesto de amor ao espírito, um jeito de mantê-lo o máximo possível equilibrado.
Sem dúvida, incomparável, existência majestosa, uma arte interessante de lindos cachos, natureza fervorosa, uma taça oportuna de entusiasmo, um amor que reflete nos olhos, ternura no semblante e nos seus aspectos, delicados e charmosos, o frescor intenso de um dia ensolarado, a paixão ardente da noite, um sorriso sincero, iluminado, um olhar audacioso, mulher memorável, um sentir fortemente caloroso.
O seu espírito se alimenta com muita frequência de uma liberdade notória, assim, a sua essência é conservada, não se importa tanto com a opinião dos outros, busca não se perder de si, uma postura determinada, um ser valoroso, de muitas fases e camadas, por conseguinte, impactante, uma peça rara, naturalmente, emocionante, ciente do seu próprio valor, de que a vida é temporária, dessarte, também agir ao seu favor.
Vive uma constante metamorfose, sacrifícios, desejos, vontades, acertos verdades, tropeços, ápices, começos, recomeços, colhendo os frutos, aprendendo com alguns dos seus erros, portanto, graças ao Senhor, um mundo feito de profundidade, onde o tempo vale ouro, o apreço precisa ser conquistado, tamanha expressividade semelhante a que está presente em um lindo quadro, o qual não se compara com tanta singularidade.
Luz atraente nos olhos, lábios exuberantes de uma boca tão carnuda, face harmoniosa, são lindos os teus cabelos soltos, pele suave, desenvoltura muito provocante, calorosa, que une intensidade e ternura, logo, tu és mulher fartamente graciosa, uma doce loucura.
Linda, elegante, ventura grandiosa, sorriso inegavelmente sedutor, cuja aparição é contemplada por poucos, no teu íntimo, a paixão aflora com todo o fervor, o fulgor apaixonante que reluz no teu olhar charmoso, o princípio de alguns momentos emocionantes, altamente, valorosos.
Liberdade fortalece o teu espírito entusiasmante que tanto inspira o amor, teu agir é audacioso, teu valor não pode ser mensurado, claro que estou ciente do teu lado imperfeito, entretanto, as tuas qualidades chamam mais atenção, o reflexo de um existir verdadeiro que incendeia o coração.
Imagino detalhadamente como seria se de repente surgisse uma porta e se abrisse bem diante dos meus olhos, revelando um lindo mundo celestial com grandes nuvens bastante numerosas, vários atrativos para contemplar atenciosamente, lugares bonitos para conhecer, certamente, atravessaria feliz, sem pensar duas vezes para iniciar uma inusitada aventura, sentindo um ânimo veemente mesmo que parecesse ser loucura.
Assim que eu a atravesse, um espécie de mapa apareceria próximo aos meus pés, em seguida, uma grande embarcação no estilo pirata, uma mescla abrilhantada de época e de um aspecto futurista, movida frequentemente por uma força mágica, esplendorosa, que estaria a minha inteira disposição e muito deslumbrado, não perderia tempo, embarcaria de imediato, provavelmente, um dos principais momentos que vivenciaria.
Nevegaria destemidamente pelos ares, desbravando cada canto, imerso numa sensação honrosa de liberdade, a mesma encontrada em alguns seres alados e espirituosos que estariam voando a minha volta e em partes mais distantes, um cenário de muitas cores, um céu grandioso, formatos distintos, muitas luzes poderosas, caindo de certos pontos mais altos, riqueza de detalhes incrível que deixou o meu espírito liberto ainda mais entusiasmado.
E acredito que eu não seria o único, encontraria outros de outras embarcações e uns dentro de tipos diferentes de transportes, motivos particulares, necessidades próprias, todavia, todos seríamos fugitivos temporários da realidade, piratas em busca do tesouro, a rara tranquilidade, a viveza do amor próprio, portanto, aventureiros natos desta vez através do lúdico, do imaginário de mentes numa atividade constante e uma notória complexidade.
Austeridade muito encantadora de um lindo pássaro, que usufrui de uma rara tranquilidade, que o faz cantar de uma maneira harmoniosa, belo e distinto sabiá, que saboreia o máximo da sua liberdade grandiosa, demonstrando uma postura sábia, atenciosa, não de uma forma descuidada, parece até que possui uma certa maturidade como se a sua típica irracionalidade fosse felizmente contrariada.
Consequentemente, a partir desta atenção voltada para este ser tão singular, admirável, poderia ser tirada pelos emocionados, uma lição muito salutar, valorosa, a de ter uma espírito atencioso, liberto apesar das circunstâncias, agindo com o devido bom senso, sem perder o doce encanto pela vida, pelo bem que está a sua volta, um desejado equilíbrio, uma existência vívida que naturalmente importa.
Então, quando viesse o inevitável término, seriam verdadeiramente livres, não ficariam presos ao passado de olhares que já não se cruzam, de uma convivência baseada na força do hábito, na superficialidade, saberiam o momento certo de levantarem vôo, mesmo chorando se tivessem vontade, pois sentir falta faz parte, mas não é o suficiente, assim, cada um saberia voar livremente como sabe o sabiá.
A benesse divina de poder participar de uma aventura marcante, trilhando por um pedaço de Mata Atlântica, sentindo o ar puro, ouvindo o canto sereno dos pássaros, adentrando uma diversidade verdejante, a natureza sendo uma anfitriã amável, recebendo de braços abertos, transmitindo uma paz incomum, trechos de águas cristalinas, grandes rochas, belas vistas por várias partes, uma visão grandiosa, experiência entusiasmante, um fôlego de vida, um frescor de liberdade a cada instante.
Assim foi o meu dia atípico de ontem, quando os aventureiros estiveram reunidos, partilhando o encanto pela riqueza do meio ambiente, benéfico em vários sentidos em um ecossistema fascinante, raios de sol passando por entre as árvores, iluminando com mais expressividade algumas partes da trilha, revelando até as formigas em atividade, aves cantando e voando tranquilamente como se tivessem nos dando as boas vindas por meio de uma vívida sonoridade.
E já que nem tudo são flores, após muitos passos durante o percurso, suor derramado, respirações que ficaram um tanto ofegantes, batimentos acelerados, ainda aconteceu um imprevisto desagradável e cômico ao mesmo tempo, todavia, seguimos para o ponto mais alto e fomos agraciados ao vermos a grandeza de uma linda árvore que antes estava solitária, mas logo ficou cercada por vários corações vitoriosos de mãos dadas, todos iluminados por um incrível pôr do sol, avivamento genuíno para a alma.
Vivenciamos momentos de contemplação, conhecimentos, interação de rostos familiares e outros recém conhecidos, caminhamos, subimos, descemos, os nossos olhos foram afagados pela graciosa naturalidade, também houve cenas engraçadas, bons sentimentos, certos medos foram enfrentados, tomamos banhos de vitalidade, um misto de desafios e contentamentos,tudo isso compensado pela renovação do espírito, pelos olhares que ficaram deslumbrados, o amor pelo o que é simples e belo, a essência de Beija-flor e seu íntimo liberto.
Tudo bem, podes até dizer que estou enganado, mas sinto que a tua essência se alimenta de liberdade, que muitas vezes tens a vontade de agir sem se importar com as consequências em certas ocasiões, oscilações de ânimos, aventuras emocionantes, memoráveis, principalmente, na calada da noite.
Cada vez em um lugar diferente, nada muito planejado, não necessariamente numa plena irresponsabilidade e sim com mais entrega, de uma simples conversa entre olhares e risadas ao calor instigante de um quarto, imersa em um momento veemente, conexões de corpos e almas, corações ardentes, sem distrações amargas.
Por conseguinte, sendo uma inconsequente temporária, acompanhada de alguém que esteja na mesma sintonia, sob o efeito poderoso de um prazer viciante, daqueles que não deixam a cama vazia, que fazem gerar uma euforia alucinante que arrepia a pele, a respiração fica ofegante, mexe profusamente com a mente.
As emoções se libertam e viram estrelas cintilantes no teto, os lençóis são as ondas de um mar agitado, pensamentos se juntam aos instintos, são transformados em belas criaturas aladas e passam a dançar num ritmo audacioso, intenso, o realismo vestindo o lúdico entre outras possibilidades, uma das particularidades do teu mundo.
Parte fascinante do que percebo, olhando na profundidade dos teus olhos, a tua expressão em silêncio, que somente um olhar atento consegue notar, entretanto, é apenas um fragmento da tua singularidade, sensível, liberta, peculiar, uma riqueza de detalhes, cuja grandiosidade é impossível mensurar ou talvez, seja só a minha interpretação poética que acaba de se expressar.
Olhando precisamente no refulgir dos teus olhos, eu viajo na profundidade emocionante do teu universo, buscando um lugar aconchegante, caloroso, na tua mente, um sonho inserido na realidade,um desejo veemente, audacioso,muito mais do que uma mera vontade, portanto, qualquer momento poderá ser oportuno, se houver reciprocidade, favorecendo o fluxo de sentimentos correspondidos, instintos abraçados, sincronia instigante, aprazível, de nossas vitalidades, corpo e espírito,
eternizando uma ou mais brevidades, és uma beldade incrível, que desperta uma intensa liberdade, arte do amor divino, essência inspirada em viver de verdade.
Tchau
Me deixa, me deixa aqui, daqui eu já sei o caminho, então me deixa sozinho, deixa falar do meu jeito, deixe eu seguir meu destino
Deixa eu lembrar da infância,onde era só menino.
Voa, voa, voa passarinho, voa, voa,voa passarinho, como é lindo seu conto, você é tão feliz sozinho.
Sonhei,um sonho cabuloso, um momento muito prazeroso, puro e sem maldade, curtindo a liberdade, sendo fiel a minha verdade.
Voa, voa, voa passarinho voa voa voa passarinho, estás livre para viagem,
Logo estamos de passagem
E não passará sozinho.
Uma dor de cabeça, um semblante cansado, lembrando de várias tretas, vendo que estou mudado.
Oh passado eu tentei, bati na porta perguntei,mas hoje como passarinho, para gaiola jamais voltarei.
Meu mar doce,
represa-la?
Não posso.
És livre mar...
Navegantes?
Só os que permitiu,
mas
não há ainda quem
o desbrave.
És livre mar,
de
ondas curvilíneas,
poente de toda luz.
Povoa a mente dos homens,
morada do desejo.
És livre mar,
a ti, tenho
apenas
um pedido.
Afoga-me.
Um passarinho na janela
Era uma manhã como tantas outras, quando minha atenção foi capturada por um pequeno pássaro que, com graça e leveza, pousou na janela de minha casa. O passarinho, em sua serena vivacidade, parecia trazer consigo um mundo de reflexões.
Suas asas delicadas tocavam o vidro com a leveza de quem afaga o próprio destino, e seus olhos, dois pontos brilhantes, refletiam a quietude de um espírito livre, como quem tem um céu inteiro dentro de si. A presença daquele pássaro revelou-se como um oráculo silencioso, sugerindo-me que a vida, em sua essência, é uma eterna contemplação do invisível.
Enquanto o passarinho perscrutava o horizonte, pensei nas vezes em que nós, humanos, presos em nossas angústias, deixamos de perceber as belezas simples que nos cercam. Ignorância é acharmos que pássaros, só porque têm asas, não caem ou que nunca descansam nos tapetes de Deus durante o seu percurso. Essa liberdade não tem nada a ver com invencibilidade.
O pássaro, em sua graciosa indiferença, ensinava-me a arte da quietude, a contemplação do instante presente, a sabedoria de viver sem pressa.
E assim, naquele encontro fortuito, compreendi que a janela não era apenas uma barreira física, mas uma metáfora da alma, uma passagem para a introspecção e para o entendimento do nosso lugar no mundo. O passarinho, ao pousar na janela, não apenas a tocava, mas convidava-me a abrir as portas do meu próprio coração para as sutilezas da vida.
Às margens do teu ser.
Meu mar doce,
represá-la?
Não posso.
És livre, mar...
Navegantes?
Só os que permites,
mas
não há ainda quem
te desbrave.
És livre, mar,
de
ondas curvilíneas,
poente de toda luz.
Povoas a mente dos homens,
morada do desejo.
És livre, mar,
a ti, tenho
apenas
um pedido:
Afoga-me.
O pássaro
Ao voar a céu aberto
Onde a ventania parecia não o atingir
Voa o pássaro entre horizontes
Com seu canto fácil de distinguir
Era conhecido como o melhor de todos
Não importasse o que o tempo fosse decidir
Entre chuva e sol
Quem mandava no céu não poderia a terra possuir;
O pássaro viajava absoluto
Seguia envolvido pela decisão
De morar no céu até o ultimo segundo
Contrariando o poder do seu pulmão.
DONZELAS SINGELAS
Outrora as mulheres tinham de ser donzelas... Singelas.
Sem vontades, sonhos, desejos ou maldade, tinham de ter carácter dócil, voz aveludada, e postura perfeitamente imaculada.
Tinham de almejar a Santidade, mesmo se presas em teias de maldade, mesmo subjugadas, ou se perdessem o norte, mesmo se encarassem de frente a própria morte... Tinham de ser donzelas, perfeitas, belas... Singelas.
Perfeitamente alinhadas com aquilo que delas se exigisse, muitos atributos e poucos ou nenhuns predicados, sem segredos mal amanhados.
Não podiam seguir o seu coração...
Não, isso não...
Mancharia para sempre a sua reputação.
As feias não tinham tanta ventura, muitas vezes deixadas à própria sorte, mas aquilo que elas pensavam ser infortúnio, era sinónimo de bom augúrio, da melhor das sortes.
Não tinham de se rastejar em uniões onde imperava tudo, menos o respeito, o cuidado, o amor e, até quando havia amor, a mudez era a espada pronta a cortar as suas gargantas, se elas tivessem garganta, sim porque o veludo, aquele que abafava as suas vozes para se tornarem aveludadas, era suave, voraz, mudo, era a cadeia entrelaçada, aquela que rasgava a pele alva, da pura e doce menina, aquela que puxava os grilhões para a almejada liberdade e por fim bater asas, mas suas asas atrofiadas, não se abriam.
As donzelas, singelas, tinham de rir em silêncio, porque as suas gargalhadas incomodavam os homens de bom porte, os donos das fazendas, os reis da corte.
As donzelas singelas não percebiam os trocadilhos, daqueles que riam às suas custas, maldizendo-as, de bruxas ou de murchas.
Mas as donzelas, singelas, aprenderam a ler e a prisão começou a encolher.
Primeiro, apenas nas suas mentes, deixaram de ser tão singelas, tão inocentes.
Depois de ler, veio o escrever e o mundo começou a mudar, não de repente, demasiado devagar...
Demorou para uma delas realmente se libertar, voar, depois dela outras se seguiram, e abriram caminhos para todas nós, os céus podermos alcançar.
"Entendo que é melhor ter espiritualidade que religião. A primeira liberta, enquanto a segunda lhe prende, estabelece limites. A espiritualidade lhe leva à verdade, e para isso precisaríamos de várias religiões ao mesmo tempo. Ou como se explica a existência de tantas?"
(Refletindo reflexões)