Texto sobre Infância
Trecho da crônica "Uma infância apagada"
Embaixo do avarandado está meu avô, sentado em um banco velho de madeira, vestia um jaleco de couro encardido, suas roupas eram velhas, surradas pela lida na roça e na cabeça um chapéu baeta. Ele observava suas vacas magras, sua égua branca e reclama da seca:
- “Vigeee lástima! Deus está castigando está terra”.
Vida
Todo dia ao amanhecer
Me lembro dos meus planos
De infância e juventude
Dos amigos de escola
da minha bicicleta
daquele dia de chuva que não volta mais
E cada dia traz um recomeço
Memorias perdidas
lembranças esquecidas
Se o futoro é daqui a um segundo
e cada passo que se da
é como um pulo
É preciso viver
É sonhar
É preciso ter fé na vida
É preciso se dar
É amar
é preciso ter fé na vida
Tão incerta quanto certa é a morte
Vidas paralelas podem se encontrar
Mas é preciso cuidado ao andar
Se as pedras no caminho
Não te deixa continuar
É preciso viver
É sonhar
É preciso ter fé na vida
É preciso se dar
É amar
é preciso ter fé na vida
INFÂNCIA
Quando eu era menino
A vida era minha namorada.
E foi o tempo da melhor amada.
A vida também era menina,
E brincávamos de viver,
Desfazíamos tudo
Só para acomodar de novo.
Tínhamos tempo para tudo,
Até que a vida e eu fomos mudando
Eu me esticando
E ela se encurtando.
E por desavença, numa dessas brincadeiras,
Bati nela com uma cadeira,
E desencadeou-se um desencanto.
Duas caras de espanto.
Do meu lado, eu a desfazia,
Do seu, ela me agoniava
Com seus achaques de pura raiva.
E nunca mais nos demos bem,
Embora nos abracemos todos os dias,
Não passam de normalidades,
Um fala e o outro responde.
De mim, não há um amor que volta,
Dela recebo beijos à toa,
Acho que nos esquecemos, um do outro.
álbum de fotografias
quanta sorte sonhar quando se é verde
não gosto de falar de minha infância
não há atos nobres nessa época
o que tenho certeza é que queria
crescer logo e me livrar da caolhice
do manco de pés tortos
da aparência desengonçada
e da opressão dos adultos
mal sabia eu que a miopia aumentaria
que os pés continuariam tortos
que a aparência piora com a idade
mal sabia que a opressão maior
é a da realidade e não dos velhos
mal sabia que ser cuidada e oprimida
é mais acolhedor que ser ignorada
ou ser preterida
não me recordo de tempos para sonhar
havia um medo velado em meus olhos miúdos
e um silêncio imposto
naquela casa sempre cheia de visitas importantes
era proibido correr
dizer palavrões ou se manifestar
ali criança não tinha vez
pular o muro e viver uma alegria clandestina
rendeu-me ora a cinta ora a palmatória
quem dera ter tido a glória
de saborear da liberdade
luxo seria ser uma criança
numa casa de velhos burgueses
não me recordo de um momento
de êxtase livre de culpa
ou de uma satisfação
não fadada à mentira
sou fruto do que fui
no fundo ainda sou
aquela criança.
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INFÂNCIA
POR VÁRIAS VEZES OS MEUS PÉS E MEUS JOELHOS FORAM ESFOLADOS
E as unhas arrancadas
Aprendi a andar de bicicleta descendo uma ladeira íngreme
Amava a chuva
Era meu banho predileto
Comia aquelas formigas de bundão torradas e com sal
Passava as tarde brincando de amarelinha
Jogando bolinha de gude com os meninos
Pegava carona no trem de carga que passava no fundo da minha casa
Até ele tomar velocidade e ai pulava do vagão
Dava minhas fugidas e ia brincar no porto de areia
Rolando da montanha mais alta
Gostava de olhar as nuvens passando no céu lentamente
Imaginava para onde iam
Parecia um tempo infinito
Mal sabia que o pesadelo estava a caminho
A grande fronteira de nossas vidas é deixarmos nossa infância.
A que mais dura é a auditiva-visual; que nos força a acreditar no belo, no fantasioso no conveniente.
E assim perdemos a GRANDE LIÇÃO de nossas vidas a EVOLUÇÃO.
Porque era conveniente aquela propaganda? E aquele marketing pessoal? Era verdadeiro?
Corra agora este risco de AMADURECER!
Isto é parte da Auto Aceitação.
Amigos, Esta passagem é só de ida.
Há dias em que sinto falta do cheiro da infância,
Dos amigos da escola,
Das manhãs de domingo...
Dias em que sinto falta do pão quentinho saído do forno, naquelas tardes frias.
Falta do gosto do Nescau.
Do quentinho do edredon, misturado ao frio do inverno.
Do velho chinelo de andar pela casa.
Da paz de espírito de ser criança.
Ah! Quem dera ter oito anos novamente, e um futuro brilhante pela frente.
Sinto falta mesmo é da liberdade de se poder somente sonhar ...
Do tempo de se ter tempo,
E da vida, de não se sentir faltas...
Amar é perder os sentidos, é voltar a infância, é querer levar o instante a eternidade, sem medo de errar.
É uma dança ao vento sobre as flores primaveril, é estar na chuva sem medo de se molhar.
Amar é encontrar a luz que faltava para seu mundo brilhar, é viver nas nuvens e não querer jamais voltar, enfim amar alguém é criar um mundo que só existe em sua mente, mas que só é possível viver nele se você estiver com esse alguém.
A Infância,
Tenho saudade dela. De quando as paredes do quarto eram cor azul marinho,
De quando o guarda roupa era arrumado pela minha mãe, modéstia parte muito bem, diga-se de passagem, as roupas pela qual vestia eram escolhidas por ela também, e os sapatos na época eram engraxados em casa mesmo.
De quando o horário de ir para cama era pré- determinado e não havia ato rebelde que o reprimisse, 22:00 no máximo, isso nos fins de semana, claro.
Saudade de quando acordava às sete da manhã de um domingo, pegava as cobertas da cama, e corria para ver os desenhos na parabólica nova que meu pai comprara.
De quando “refri”, sempre coca- cola, como de costume, era coisa rara, isso para não sair da dieta. Só nos fins de semana, especialmente nos domingos, quando íamos almoçar na casa de minha avó, feijoada nesse tempo era clichê piegas.
Saudade de quando conversas forjadas virtualmente pela internet não chegavam nem perto de substituir as tardes de brincadeiras incansáveis, afinal, computador nem sequer existia em nosso vocabulário.
Saudade de quando nas raras vezes meu pai comprara os potes de sorvete , geralmente nas férias, quando meus primos de Curvelo vinham com mais freqüência para cá, e corríamos para o antigo salão de festas no segundo andar da casa, que passara a ser agora utilizado como refúgio de brinquedos e nosso humilde “parque de diversões” onde também deliciávamos o pote inteiro, que variava de napolitano com chiclete, ou puramente chocolate com creme.
Saudade de quando andar de bicicleta demorava para ser aprendido, mas deste tal já se tornava regra obrigatória para todo final de semana, e não nos cansávamos.
Confesso, joelhos ralados ou roupas sujas de terra não ‘doíam” tanto como decepções, corações partidos e ilusões atuais.
Saudade de quando ler era aventura completa, quando se tratava de heróis e princesas, cavaleiros e suas espadas. Admito. Na época tinha louca admiração e fanatismo por Rei Arthur com sua espada de Excalibur tirada da pedra e dada pela Dama do Lago.
Saudade de quando levávamos Bob, nosso cachorro, para passear, e quando as brincadeiras de polícia e ladrão substituíam as brigas de irmãs de hoje.
Eu tenho saudade de tudo que é puro, e ficou eternizado.
Nossa infância marca, e jamais pode se dar ao direito de ser esquecida tampouco desprezada.
É única, excepcional, exclusiva e sem outra definição menos merecedora.
Eu me recordo muito bem desses tempos, desde os divertimentos até os dolorosos “puxões de orelha” do meu pai .
Um tempo em que APROVEITAR era princípio básico de sobrevivência da espécie, e que não havia muita importância em seguir regras ou padrões de sociedade já impostos, pois estávamos bons e felizes como estávamos.
Saudade de quando o “ser” era mais importante que o “ter”,
De quando os amigos se contavam nos dedos,
De quando lágrimas eram verdadeiras e não apenas borravam maquiagens. Saudade tranqüila mas um pouco dolorosa, pungente.
Saudade sim.
Saudade que lhe diz: “Olha, não faça-me apenas uma mera boa lembrança. Me faça um marco. Um fato. Uma história que você, jovem adolescente louca, é e foi o sujeito principal.
Não me faça substantivo, mas um verbo intransitivo.
Não me esqueça, mas eternize-me.”
Tal como ela é, e sem mais delongas, infância é infância e não há como negar.
Blog: http://bolgdoano.blogspot.com/
Infância
Lembro
Da minha mãe dizendo:
"Você precisa aprender a ser ordeira"
E do menino que morava na casa vizinha; e das fugas que fazíamos até o porto de areia
e da vez em que quebrei a perna
tinha então 14 anos
Minha vida se compunha de pequenos episódios triviais
e infinitamente encantadores
Infância
Meus pais por vezes me tratava como criancinha...
Não fazia muito tempo,
eu era realmente uma criança
A imagem que meus pais
tinham de mim
como uma bebezinha amavel, indefesa,
ainda estava fresca
na memória deles
e não podia ser facilmente descartada
Nunca consegui desarraigar
os métodos que eles tinham de lidar comigo
Os enganos infantis que eu costumava cometer
estavam bem frescos na memória deles
Sempre foi mais facil...
Sempre foi mais facil na minha infancia colocar em meus irmãos a culpa de meus erros...
Sempre foi mais facil...
Sempre foi mais facil na minha adolescencia colocar em meus pais a culpa de meus erros...
Sempre foi mais facil...
Sempre foi mais facil quando adulto colocar em meus amigos, familiares e colegas de trabalho a culpa de meus erros...
Sempre foi mais facil...
O que nunca foi facil?
Nunca foi facil reconhecer meus erros para amadurecer à inventar e enganar culpados...
Agora ficou mais dificil...
Agora ficou mais dificil cometer tantos erros com culpados, senão eu...
Agora ficou mais facil...
Agora ficou mais facil crescer e amadurecer e largar da minha infancia egoista de atitudes e culpados...
A pessoa não se convence que não é mais uma garotinha.
Reencontra amigos de infância, de adolescência e outros tantos de tempos mais recentes e só pensa em celebrar. Mas ela é temperada no exagero, e se celebra, pratica a ação com garra...Seus olhos iluminam o escuro com brilho de ofuscar o sol. Mas é noite, tem dança na pista e ela se joga como se não houvesse amanhã. Amanheceu...portanto houve outro amanhã, e suas articulações, desmancha prazeres que são avisam-na que já há muito tempo ela é uma senhora.
Amo dançar!
De onde eu tiro meus textos e pensamentos?
Lembro-me da minha infância quando passava fome, eu e meu pai tirando areia de um rio para poder ajudar no orçamento. Recordo-me da vida dura para trabalhar e estudar. Fico pensando em meus amores não resolvidos e nas rejeições que tive que suportar; na falsidade de alguns que diziam ser meus amigos, nas perdas de meus entes queridos e o da minha filha que doeu e muito. Diante dessas coisas nascem muitas inspirações para serem colocadas no papel. Falo também das coisas que presencio e que muitos têm medo ou vergonha de dizer.
Saudade.....
Saudade do meu tempo de criança, na pureza da infância que sinto alegria em recordar.
Recordações da casinha em que morava, toda de barro amarrada com terra batida no chão. Cerca de de bambu com cipó bem apertada, portão de madeira na entrada, Ah que saudade em meu coração.
Ainda me lembro do quintal de minha casa, uma roseira bem galhada vermelha como um coração.
Minha avó que aquela roseira almejava, todos os dias ela cuidava com muito carinho em suas mãos.
Mas hoje em dia casinha não existe mais, parede de barro é só cimento tudo ficou no tempo la atrás.
Só as lembranças vivem no meu coração, pois nem vózinha e nem roseira vive mais naquele chão.
E a saudade fica no peito a apertar, pois esse tempo tão lindo nunca mais irá voltar....
Dedicado a minha Vó Virgilna que Deus a tenha no paraíso.
Te amo
No meio do caminho tinha um espinho
A infância lembrança com carinho dos tempos de criança;
Jovenzinho querendo aprender tudo ao seu redor;
Esperto por natureza, desperta logo o interesse pela vida;
Então caminhando se foi sua mocidade logo chegaria a maior idade;
Enfim vivendo e sempre aprendendo, conhecendo e vivendo;
Chega a maior idade os sonhos de criança ficam de lado agora cresceu o pequenino;
Porém os sonhos de infância continuam andando lado a lado;
O tempo passa rápido demais hoje já sou adulto e vivo tranqüilo, sempre sonhando;
Vida vivida com muito amor, determinação e carinho;
Muitas batalhas é verdade mas sempre caminhando com pernas e mãos fortes;
Novas idéias, novos rumos chegam à porta, sonhos realizados, outros deixados de lado;
O tempo corre depressa, muito depressa;
Os cabelos brancos começam a aparecer mas o desejo e a força continuam lado a lado;
O tempo passa rápido é pura verdade;
Mas cada dia é sempre um novo aprendizado;
Sempre um novo dia uma nova jornada, um novo começo;
Parece que foi ontem, quando recordo da minha velha infância;
Bom os tempos de menino que vivia livre sem ter pressa nem hora;
Pois esse tempo não retorna jamais;
E assim continuo sendo um menino que lutei, luto e busco o objetivo;
Viver é bom só que passa rápido muito rápido, muito mesmo;
Chega à velhice sempre mas alegre e bem disposto;
Com muita alegria é com um sorriso largo;
Muita coisa se passou, muitas situações, lembranças que sempre vem à boca;
Muita coisa modificou, coisas novas surgiram nessa minha longa e curta passagem;
Muitos lugares conheci, passei e conheci, hoje bem velhinho agradeço tudo isso;
Quisera poder voltar e fazer tudo novamente;
Enfim chegou o fim;
Hora de despedir;
No meio do caminho tinha um espinho.
Minha Infância
Minha infância não foi muito frufru da qui nem frufru de la,
foi mais brinque daqui ese divirta de la.
Quando era pequena adorava brincar,
brincava de pega-pega, pique-esconde
até me machucar.
Cansar eu? acho que isso não vai acontecer. Pois sou espoleta pra valer.
Os vasos da vovó nunca quebrei,
mais nem por isso nunca apanhei.
Minha infância foi uma verdadeira diversão
como de qualquer criança que brincou e ralou no chão.
Sou menino criado na cidade
nunca tive uma infância na fazenda
o sertão para mim foi uma lenda
que pairou sobre a minha mocidade.
Conheci o sertão, isto é verdade,
assistindo o cinema brasileiro;
Glauber Rocha me deu esse roteiro
e eu que sou bom aluno fui atrás...
Os chocalhos são sinos matinais
nas dolentes canções do bom vaqueiro.
Sampa... que saudade da
"minha infancia querida que os anos não trazem mais..."
Rememoremos, pois, neste 464º aniversário...
Ósculos e amplexos,
Marcial
UM RETRATO DE SÃO PAULO
Marcial Salaverry
São Paulo sempre teve espírito pioneiro.
Foi daqui que sairam as Entradas e as Bandeiras,
que desbravaram o território brasileiro...
Os grandes acontecimentos, sempre tiveram
São Paulo à testa,
e isso a História o atesta.
Bandeirantes, entradistas,
e também líderes abolicionistas,
foram eminentes paulistas...
Em São Paulo sempre tramou-se a independência,
e tiveram paciência,
para esperar a hora certa...
Entre Santos e São Paulo, D. Pedro recebeu o recado fatal,
e proclamou a independência, afinal...
assim conta a História,
e São Paulo detém esta glória,
de ter sido aqui finalmente proclamada
a Independência tão sonhada...
Marcial Salaverry
(Êste poema foi escrito para o Dia da Independência, 7 de Setembro de 1952, pelo aluno do Grupo Escolar Arthur Guimarães, Marcial Armando Salaverry, aluno da Profª Rosina Pastore, encontrado entre algumas relíquias do passado...)
A VELHA SAMPA... AQUELA SÃO PAULO DA GAROA
Marcial Salaverry
São Paulo, sempre foi uma das grandes cidades do mundo, e sempre a maior do Brasil. Mas quem vê esta metrópole alucinada de hoje, e a conheceu em outras épocas, forçosamente sentirá a saudade batendo forte no peito.
Era outra vida... Tempo das serenatas... Aqueles rapazes pretendiam conquistar suas eleitas, cantando sob suas sacadas, e as donzelas, sempre suspirantes, assomavam às janelas, sorrindo enlevadas para seus apaixonados. Eram lindos romances.
As crianças dessa época apenas sabiam brincar, ignorando totalmente essas coisas de namoro. A infância vivia uma verdadeira infância, sem queimar etapas. Existia algo chamado inocência. Apenas na entrada da adolescência que começava a existir aquele namoro “de portão”, e assim, as serenatas eram um meio para os rapazes demonstrarem seus sentimentos às jovens. Hoje, bate uma saudade incrível desse romantismo gostoso. Piegas, porém, muito gostoso.
Andava-se tranquilamente pela cidade. Era possível brincar nas ruas. E existiam aqueles jogos de “uma na mula”, “dono da rua”, jogava-se futebol nas calçadas, e com bolas de meia. Alguém sabe o que é uma bola de meia?
Claro que havia indivíduos que viviam fora da lei. Eram chamados malfeitores. Mas nem eles agiam com violência, principalmente com essa violência gratuita que vemos nos dias de hoje. Até para isso havia uma certa ética que eles respeitavam. Tivemos alguns nomes que marcaram época, como Meneghetti, Sete Dedos, que entravam nas residências, roubavam e saiam, sem que ninguém notasse sua presença. Tudo dentro da mais estrita “ética profissional”. Sem qualquer tipo de violencia...
Não havia esse consumo desenfreado de drogas, essa maldade que se encontra hoje, quando as pessoas de bem precisam viver enclausuradas, com medo da violência das ruas. A rua era nossa, podia-se passear e brincar à vontade. Em costume da época, vizinhos reuniam-se à porta de uma das casas, colocavam cadeiras na calçada, e o papo avançava noite a fora... Não havia a tal da televisão... Havia uma convivência saudável, e havia um enorme respeito das crianças e jovens pelos mais velhos. Sua palavra era quase lei.
São Paulo com seus bondes, com o charme fantástico da Avenida Paulista, e seus palacetes, com que os “barões do café” ostentavam sua opulência, sem que precisassem temer serem sequestrados. O que dizer então da Avenida São João, e seus lindos cinemas, como Metro, Art Palácio, Paysandu, programa obrigatório dos fins de semana. O Ponto Chic, e seu famoso “Bauru”... Isso sem falar nas salas de espetáculo como Odeon, na Rua da Consolação, com as Salas Azul, Verde e Vermelha. No carnaval, os bailes do Odeon eram o ponto alto naquela bela Sampa. Na esquina com a Av. São Luiz, havia a Radio América, onde nos fins de semana assistia-se a monumentais shows musicais. Por exemplo, os Quitandinha Serenaders, um conjunto que arrasava... Não podemos esquecer de um jovem que tocava bandolim genialmente, chamado Jacob do Bandolim... os Titulares do Ritmo, que era um conjunto formado por cegos, e que a todos encantavam com sua arte... Não podemos esquecer uma menina em começo de carreira que arrasava corações juvenis, chamada Hebe Camargo. E um garoto que ela chamou de “principezinho de olhos azuis”, ganhando um gostoso beijo nas bochechas...
Nessa época, ainda havia a famosa garoa... Acho que a poluição matou a garoa... E como era gostoso passear a noite, curtindo o friozinho saudável dessa velha garoa... Av. São Luiz, Praça da Republica, Av Ipiranga... Nos dias de jogo no Pacaembu, o charme era voltar a pé, para uma paquera na Praça Buenos Ayres, um dos pontos mais lindos daquela São Paulo, descer pela Av. Angélica até o Largo do Arouche, para ir patinar num rinque de patinação, que era o ponto de encontro da rapaziada, sempre naquela tentativa de um namorinho com as meninas que lá iam, sempre com seus pais. As meninas “de família”, jamais saiam sozinhas...
Essa era a São Paulo daquela época... Não é para sentir saudade? “São Paulo da garoa... São Paulo que terra boa...”
Rememorando, ainda é possível pensar em ter UM LINDO DIA, como aqueles outrora vividos, e que jamais serão esquecidos...
Semblante tantas vezes repetido,
Já vi na infância um rosto parecido,
Me lembra de um tempo que nem conheço,
Lembrança de quem fui, lugar que nesse mundo nunca seria possível,
Acho que minha alma se lembra de sua casa eterna, de beleza mais pura e infinita,
Quando olho essa simetria, e a cor desses olhos tão lindos, a matemática do teu sorriso, com que construo os pilares que me dão à base, de com encanto contemplar à vida!
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