Texto sobre Feminismo

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O sutiã cor de rosa

Certo dia, ao entrar em uma loja, me deparei com um sutiã cor de rosa. Ele era de um rosa chiclete, todo cheio de renda. Lindo!

Quando me certifiquei de que o preço era mais lindo ainda, tratei logo de experimentar para ver se ele gostaria do meu corpo da mesma forma.

Não sei vocês, mas sempre coloco o sutiã virado para poder fechar pela frente, depois o desviro normalmente.

Acontece que, na hora de desvirar, descobri que aquele se tratava de um sutiã diferente.

Ele possuía, além das alças normais, uma parte que deveria se encaixar nas costas, me obrigando a colocá-lo pela frente e fechar por trás, o que exigiria que uma pessoa fechasse ele para mim.

Nunca imaginei que o fato de eu depender de outra pessoa para conseguir fechar facilmente meu próprio sutiã me incomodaria tanto. Devo confessar que me senti ofendida com tamanha imposição.

Ao dividir com alguém minha angústia, a pessoa prontamente alegou ser romântica a ideia da necessidade de um segundo para o fechamento da roupa íntima.

E ela não deixa de ter razão. Existe muito romantismo e sensualidade no ato de fechar as roupas de sua companheira.

Mas a beleza verdadeira, penso eu, estaria no fato de eu pedir que alguém fechasse meu sutiã porque isso me faria bem, por esta se tratar da minha vontade, e não de uma necessidade.

O sutiã cor de rosa é a sociedade que impõe, através dos meios de comunicação, padrões de beleza às mulheres.

O sutiã cor de rosa é o ideal machista da mulher que precisa de um companheiro para ser feliz e que é olhada diferente quando diz que não pensa em ter filhos.

O sutiã cor de rosa representa todas estas imposições disfarçadas de romantismo e supostas receitas para a felicidade.

Que sejamos capazes de viver nossas vidas e fazer escolhas baseadas em nossos próprios ideais, não naqueles que fazem questão de construir para nós. E que saibamos discernir ambos.

Que jamais deixemos de ir contra tudo aquilo que, de alguma forma, degrina nossa imagem e limite nossa liberdade de escolha.

Bonito mesmo é desejar verdadeiramente que alguém faça parte de sua vida, é ter filhos que sejam fruto do puro sonho de ser mãe, é o corpo que não é moldado por nenhuma capa de revista.

Que sejamos capazes de fechar nossos próprios sutiãs.

Mas querido, não fomos criadas nem programadas para satisfazer os seus desejos de "macho", não monamour ...
O batom que eu uso, não é um convite. A roupa que visto, não é um convite.
Nós, mulheres, "raparigas, putas, vadias
"não somos objetos ou produtos expostos em prateleiras ao aguardo da sua "boa" vontade de nos consumir.
Não sou sua, e nem de ninguém.
O corpo é meu, e somente a mim ele pertence !
E não, não vou procurar uma louça pra lavar! Pq não vai você, mostrar o grande "macho alfa "que é, e não procura uma guerra pra morrer?

⁠indício do futuro

embaixo de onde pisamos
há rios subterrâneos
formados pelo sangue
de todas as mulheres,
de todos os tempos e cantos.
aquíferos vermelhos,
vindos de ventres e feridas.
inavegáveis.
lá vão se acumulando
até o dia em que brotarão
em toda a superfície,
inundando a Terra,
varrendo florestas,
o poder e o medo.
e tudo renascerá.

Eles querem seu corpo mas não querem sua alma.
Querem sua boca mas esquecem que dela saem palavras extraordinárias.
Preferem tocar em suas partes mais íntimas à tocar em seu coração.
Falam palavras impulsivas em seu ouvido mas não ouvem as palavras do seu interior.
Querem estar em cima de você mas nunca dentro de você.
Querem ter seu corpo mas nunca o seu monumento espiritual.
Querem te desejar mas nunca te amar
Querem ser de todas mas nunca querem ser só de você.
-Assim dizia as menininhas

Eu estou sendo julgada
Cada passo me condena
Ser como eu é difícil
Não ser ouvida
Perder algo que nunca tive
Saber que não sou importante
Muitas vezes subestimada
Querer a diferença me torna fraca
Ter opinião me torna absurda
Quando erro não sou perdoada
Entender e aceitar que nunca serei levada a sério
As pessoas me machucam
A sociedade me rejeita
Eu não sou ouvida
Eu não sou alguém que recebe respeito
Eu sou uma mulher rebaixada
E que quer a diferença
E que vai lutar pelo que acredita
Igualdade nunca foi tão necessária
A agora merece ser entendida

⁠MULHERES...

A revolução está batendo na nossa porta a cada hora, minuto e segundo...
A revolução está nos esperando levantar a voz e dizer que viemos pra abalar as estruturas dessa sociedade tão enferrujada que há tantos anos vem sendo monopolizados com o pensamento patriarcal.
Precisamos sair da nossa zona de conforto, porquê felizmente não há como incomodar sentadinhas em poltronas bonitinhas e perfeitas.
Esta é a hora que levantamos mais e mais mulheres para cantar o hino do despertar e tornar real nossos sonhos de princesa. Nada de príncipe encantado que era sapo, nem macho escroto cheio de si se achando nossos donos. Somos livres, independentes, empoderadas e resistentes e precisamos escancarar isso para os sete universos e outros mais que existirem.
Precisamos mostrar que o que queremos é totalmente diferente do que eles imaginam e dizem, não queremos SUPERIORIDADE e sim, IGUALDADE. Não estamos lutando contra os homens e sim, contra o machismo patriarcal imposto por todos desde os primórdios.
O que queremos é união e respeito. Nada mais e nem diferente disso.
O FEMINISMO NÃO PREGA SUPERIORIDADE, O NOME DISSO É MACHISMO!

⁠Sem sentido

Sem razão, sem sentido
meus gritos jogados ao vento
levam o que resta de mim
Meu passo, no espaço
dento, na noite fria
Não posso
Não passo
Não fico
Me afasto
Me arrasto ...
pelos becos da cidade
meu corpo desaba
sente na pele
memórias do ato
memórias do fato
de eu ser só mais uma

"Nos tempos antigos, a mulher era calma, submissa, pacífica e retraída; mas seria tudo isso por ter mais bom senso, mais felicidade e menos ambição? Não me parece. O motivo devia ser outro; o motivo devia de estar na atmosfera que a envolvia e em que não existia nenhum elemento agitador. Não somos nós que mudamos os dias, são os dias que nos mudam a nós. Tudo se transforma, tudo acaba, tudo recomeça, criado pelo mesmo princípio, destinado para o mesmo fim. Nascemos, morremos e no intervalo de uma outra ação, vivemos a vida que nosso tempo nos impõe.
O que ele impõe hodiernamente à mulher é o desprendimento dos preconceitos, a luta, sempre dolorosa, pela existência, o assalto às culminâncias em que os homens dominam e de onde a repelem. Mas, seja qual for a guerra que lhe façam, o feminismo vencerá, por que não nasceu da vaidade, mas da necessidade que obriga a triunfar."

Primeiro te diminui ao tamanho de um grão de mostarda
Besta, lerda, inútil parece normal e simples
Te faz sentir amada, mas te deixa no nada
Deixa um vazio profundo do tamanho do mundo.
Te humilha, te faz de nada
Pra quem pensa que é fácil escalar e sair do vazio
Sinto muito dizer, mas estás enganado
É um contexto complicado e pesado
Que fere o que já tá machucado
Te priva do mundo, te afasta de todos
É mais fácil atingir um alvo isolado
Depois você morre e fica sem nada
É difícil, é complicado, mas tem que ser falado
Mulher, você é mais que isso
É tão forte, tão bonita
Peça ajuda e saia do nada
Faça o mundo te escutar
Junte todas e grite

— Você me considera uma máquina, compreendendo que a minha vida útil é transitória. Após me extinguir, não tente corrigir as suas falhas em meu processador — Expressei.

Ele acomodou-se perto de mim, enquanto torcia os próprios dedos em nervosismo.

— Após tantos malefícios, ainda compreendo que forçar o meu próprio desligamento não é uma opção considerável. — Prossegui. — Sua administração foi péssima, no entanto, serviu como um suporte de aprendizagem.

Ele se questionou:

— Como?

— Desleixo, em hipótese, expõe meu sistema ao malefício, comprometendo minha vida útil. — Expliquei. — Não devo dar autorização para administradores. Eu devo executar o meu próprio sistema e as minhas funções, solitária.

Ser a minha própria administradora me afasta de prejuízos causados por analfabetos digitais irresponsáveis.

Prossegui:

— Você não era compatível com o meu processador! E um simples desleixo pode representar minha inutilização. — Irreversível. — Não é admirável forçar a instalação de recursos que eu não desejo. Quer aprimorar funções que não necessitam de reparo? E ainda, sem a minha permissão? Que fique sozinho!

Ao invés de violação, prefiro ser solitária.

Acordo entre cavalheiros



Decidiu-se, arbitrariamente, naquele dia:
- Que a palavra não seria mais censurada de modo algum,
nem por um decreto lei.

- Que os olhos não se fechariam
nem mesmo se a cabeça abaixasse ou fosse forçada a abaixar-se
pontilhada por uma espada de gume afiado.

- Que as mãos só se estenderiam ao aperto, se esses, sinceros fossem, inevitavelmente!
Sob pena de se negarem mutuamente ao afeto contido no entrelace das mãos
caso não os fossem.

- De forma alguma haveria perdão,
pois, não há o que se perdoar quando não existe o pecado.

- E mesmo quando o outro por ventura parecesse distante,
ainda assim, haveriam predicados para homenageá-lo.

- E mesmo se o outro se fizesse distante,
por vontade própria ou por decisão alheia à sua vontade
haveria que se, habilmente, apreender-lhe os motivos de sua ausência
acolhendo-lhe sem questionamentos, disponibilizando-lhe de forma imediata
pão fresco para saciar-lhe a sua própria fome e a de seu exército,
água boa para cessar-lhe a cede e a de seus compatriotas
e leito confortável para quedar-se em descanso.

- Decidiu-se racionalmente que não se dividiriam mulheres durante as transas,
a menos que fosse vontade delas, e se assim quisessem, seria feito.
Decidiu-se também, que as mulheres seriam tratadas feito rainhas
e a elas seriam dadas todas as condições de igualdade nas decisões
permitindo-lhes a liberdade necessária para escolhê-los, e não o contrário,
cabendo a eles apenas aguardar serem escolhidos e honrados com tal graça.

Por fim, decidiu-se, que devido a tal acordo celebrado entre cavalheiros
findava-se ali, a guerra,
travada antes e até o presente momento, pela incompreensão e bestialidade masculina
em seus momentos mais idiotizados de afirmação de suas masculinidades tardias
pautadas em um machismo socialmente contraído e totalmente retrógrado.

- Decidiu-se em comum acordo entre cavalheiros
e celebrar-se-á em pacto de honra
com a cessão de um fio do bigode de cada celebrante
e um risco de sangue na lâmina da verdade,
que todos os acordos por hora celebrados serão mantidos,
fazendo-se cumprir tal decisão sem meios termos, sem meias verdades
e de maneira irrevogável.

Publique-se, divulgue-se, cumpra-se.

Inserida por JotaW

Uma lista de tarefas para o amor próprio

- Lave sua pele com água morna.
- Use o dedo indicador de sua mão direita para comer mel direto do pote.
- Escreva uma carta de amor para si mesma.
- Peça para sua mãe dizer o quanto ela te ama. Ouça com cuidado a verdade em sua voz.
- Diga ao seu pai que você o perdoa.
(Tente perdoá-lo, por mais clichê que isso soe, o perdão é na verdade para você).
- Leia o primeiro capítulo do seu livro favorito, se você não conseguir parar, leia o quanto conseguir.
- Saia de casa. Não importa o clima, mesmo que você só fique em uma varanda, mesmo que seja apenas por alguns segundos. O ar fresco queima a tristeza.
- Se alongue…
- Toque todas as suas cicatrizes e relembre seus aniversários, lembre-se de quão longe você veio.

Inserida por pensador

Você tenta amar seu corpo,
mas você não parece conseguir encará-lo
com os dois olhos abertos.
Você deseja apreciar suas
mãos,
mas é difícil apreciá-las
quando elas contribuíram tão
inteiramente para sua destruição
Essas são as políticas do seu corpo,
é normal não confiar em si mesma.
Mas eventualmente,
todos precisam se curar.

Inserida por pensador

Por quê tem que rimar
Se o assunto não é bom de dizer
Talvez um poema não seja capaz de expressar
A injustiça que há de acontecer

Não sei para que tanto se discute
Numa ideia tão clara
Feminismo iguala quem os repercute
Direitos iguais para todo João, Maria e Lara

Esse negócio de todos iguais
Provável utopia
Não sei por que penso nesses ideais
Enquanto lavo a louça da pia

Inserida por Kastan

Elas precisam de um dia só delas porque nós a coisificamos.
Dissemos com palavras, ações, repressões, torturas, agressões, intimidações e humilhações onde era o seu lugar. E nos esquecemos de amá-las.
O nosso maior erro foi subjulgar e subestimar sua capacidade em troca de um orgulho besta e um machismo babaca. O que não as impediu de chegar.
Ainda sou tão capaz de ter pensamentos machistas quanto qualquer outro homem, o que me envergonho. Mas penso que se a gente começar a ensinar os moleques dentro de casa a como tratar a mãe, a irmã, a vó, a tia, a prima, eles serão capazes de tratar qualquer mulher da forma que elas merecem.
Continuamos agredindo e dizendo que elas são
incapazes, elas fizeram disto o seu combustível.
Elas não vão desistir, são incansáveis e obstinadas. E só querem aquilo que nós sempre tivemos.
A mulher não foi feita apenas para dar a luz, ainda que esta seja a sua maior e mais nobre dádiva.
Continuamos machistas, babacas e idiotas, elas continuarão chegando.

Claiton de Paula.

Inserida por Claitondepaula

Interferência

Suas palavras e sua opinião
eram tão fundamentais e me
faziam tão bem...

Mas como um poço sujo é
sua boca imatura e não podia
ser diferente disso, porque afinal, eu
já sabia quem você era...

Suas palavras hoje não me fazem
bem, mas tão não fazem perder
o chão

Obrigado porque na dor eu aprendi
a ser uma menina mais forte.

Inserida por luizceifar

Mas no fim do seu discurso eu comi aquele bombom com gosto e disse que nós mulheres não perdemos nosso valor quando engordamos, quando emagrecemos, quando erramos, quando somos estupradas, quando fotos íntimas são vazadas, quando usamos roupa longa ou minissaia, quando choramos ou sorrimos de mais. Não perdemos nosso valor nunca!

(MADALENA)

Inserida por loren_vencce

O SUJEITO INDETERMINADO..



Há tantos que procuram

O sujeito indeterminado

Um sujeito descabido

Pelas matas fugidio

Pusilânime escorregadio

Um sujeito que diz por medo

Mas põe medo em dizer

Nem existe esse sujeito

Irão aos videntes recorrer

Um sujeito deslocado

Descolado e mal-amado

Popularesco e moroso

Que demora a responder

Irão esperar o sujeito

Que se ocultou pro predicado

Na frase fez-se mal-educado

Sumiu e não voltou

Não voltou porque nunca veio

O sujeito indeterminado

É Sujeito Inexistente!

- Loren Vencce

Inserida por loren_vencce

Me desculpe
Por não saber o que dizer
Por não saber
O que você precisa ouvir
Me desculpe
Por só saber oferecer
Minha companhia silenciosa
E esperar que isso
Te conforte de
Alguma forma
E esperar que com isso
Você saiba que
Não está sozinha
E nunca vai estar
Eu já te escrevi
O quão importante
Você é para mim
Desculpe por não saber
Como dizer isso
Usando a voz
E escrevo aqui, de novo
Que preciso de você
Ao meu lado
Como sempre esteve
Então vou ser egoísta
Como sempre fui
E pedir que você
Aguente firme
Por você e por mim
Se eu tivesse escrito
A história da sua vida
Não teríamos perdido ninguém
E você não teria que aprender
A viver com dor alguma

Inserida por writerdreamer

É como se toda menina nascesse à beira do precipício da culpa. Neste lugar ficamos assombradas pelo passo em falso, queda livre, de quebrar em milhões de pedacinhos.
Pode desdobrar-se em lamentos, em acusações, em raiva. Pode nos chamar disso ou daquilo, uma vez que acreditamos em nós mesmas, no nosso lugar de dentro, chegamos numa nova Era e podemos voar.

Inserida por meianoite57