Texto sobre Egocentrismo
Foi então que recebemos dois mandamentos iniciais, que acabam sendo a base de todos os outros: Ame Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. A incapacidade de cumpri-los só atesta do que somos feitos: um amor-próprio doentio, que nos impede de ter ações desinteressadas. Fruto do pecado. Nenhum movimento seu e meu é feito sem que haja uma busca por prazer. Mesmo aqueles que se autopunem. Quem disse que não existe prazer na sofrência não é ou não conhece um melancólico.
É essa natureza egocêntrica que nos impulsiona a ignorar a existência de Deus no dia a dia (ou apenas se lembrar em momentos de extrema necessidade). E é esse pecado que nos faz encher as mãos de pedras e ter prazer em apedrejar o próximo, quase como um hobby. O que chama atenção não é apenas a crueldade nos atos e palavras, mas a atitude de se achar em condições de bombardear o outro, ignorando as próprias falhas.
Amor? O ser humano ama sim. Ama odiar. Seja um parente, um concorrente, um personagem ou um participante de reality show. Em nossas confortáveis cadeiras de juizes, verbalizamos impressões pessoais e soltamos vereditos. E na nossa constituição não existem palavras como recomeço, perdão, empatia, arrependimento, mudança. Mas existe um conceito tendencioso de “justiça”.
Seria muito inocente achar que os valores mudaram e hoje nos tornamos piores que ontem. Sempre fomos. O mundo dá voltas sim... em círculos. Não tem como ignorar os coros de “crucifica-o” dos dias atuais. A internet apenas nos colocou em um palanque.
Maldita serpente. Ficamos cegos. Ficamos secos. Perdemos o rumo da verdadeira felicidade. Vagueamos em busca de prazer e nunca estamos satisfeitos. Nada satisfaz. Nada preenche por completo. Vivemos de paleativos. Não conseguimos mais, por conta própria, enxergar A Fonte. Estamos nos afogando em nós mesmos.
AME-SE!
Sem NARCISISMO, sem SUPERVALORIZAÇÃO, com a certeza que "sempre há um pé descalço para um sapato velho e sempre há um sapato velho para um pé descalço"!
Se não nos amamos, como podemos pedir e/ou exigir dos outros aquilo que não conhecemos?
Como mostrar aos outros como fazê-lo?
Precisamos gostar daquilo que vemos no espelho, isto é AMOR PRÓPRIO, AUTO (e não ALTO) ESTIMA.
Cruel Narcisismo
Quem eu não sou mais
Eu não sou mais sozinha
Eu não sou mais só namorada
Eu não sou mais só noiva
Eu não sou mais solteira
Eu não sou mais independente
Eu não sou mais elogiada
Eu não sou mais admirada
Eu não sou mais valorizada
Eu não sou mais feliz
Eu não sou mais vaidosa
Eu não sou mais charmosa
Eu não sou mais esperançosa
Eu não sou mais sã
Eu não sou mais um ser existente
Eu não sou mais
Eu não sou
Eu não
Eu
Eu não sou mais Eu
Manipulação, jogos mentais, dramas, dissimulação, narcisismo...
Essas comportamentos podem ser notados nas relações afetivas dentro e fora da família, entre aqueles que se opõe por um motivo específico ou não, pois pode ser um motivo torpe ou simplesmente voluntário, detentor de mania de perseguição.
Sim, existem muitos no mundo particular!
Uma dica suave para a sua saúde mental, como elas possuem fortes características de pessoas passionais e autodestrutivas, não se aventure a bater de frente, não faça isso, simplesmente, respire, relaxe e restaure-se!
Confie em Deus, como diz Roberto Carlos, “...as coisas mudam de lugar e o sol renasce com as manhãs..”.
Eu já tive que conviver com o narcisismo de gente que me culpava por coisas que eu não havia feito, só para esconder os seus próprios defeitos.
Já me culpei por ter sido escrava do egoísmo e de problemas que não eram meus.
Hoje sei e admito minha culpa: não dei um basta e a mim mesma peço desculpas!
Nildinha Freitas
Narcisismo e Neurodivergência em uma Sociedade Neoliberal
O que resta de uma mente que luta para encontrar seu lugar em uma sociedade que valoriza o desempenho, a competição e o sucesso a qualquer custo?
Acredito que o espectro narcisista é vasto, e sua manifestação pode assumir inúmeras formas dentro dos recortes psicosociais em que vivemos. Em uma sociedade neoliberal e capitalista, o perfil narcisista — seja ele crônico, patológico ou treinado — frequentemente se encontra no topo da pirâmide social.
Essas são as pessoas privilegiadas pelo sistema, favorecidas por sua natureza egoísta, exploradora e alienante. O sistema recompensa aqueles que não demonstram empatia, que conseguem explorar e invalidar os outros para alcançar seus próprios objetivos.
E onde ficam as pessoas que, por sua própria natureza, não se encaixam nesse molde? Como os autistas, aqueles com afantasia ou Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) sobrevivem em um sistema que parece desenhado para vê-los fracassar? Essas pessoas, que muitas vezes possuem uma empatia profunda e uma visão única do mundo, são constantemente marginalizadas por não seguirem as regras sociais "normativas" — regras essas que são, em sua essência, adoecedoras.
Vivemos em um mundo onde a busca por sucesso e poder, sem consideração pelo impacto sobre os outros, é celebrada. E, nesse contexto, aqueles que não compartilham dessa mentalidade são colocados à margem. Para as pessoas neurodivergentes, a realidade é ainda mais dura: elas vivem em um constante estado de vulnerabilidade, não porque lhes falta valor, mas porque o sistema em que estão inseridas não foi feito para acomodar sua maneira de ser.
O Verdadeiro Perigo Invisível: Narcisismo, Empatia e a Sociedade que Marginaliza os Sensíveis
Em uma sociedade que celebra a grandiosidade e o sucesso individual, os narcisistas caminham livremente, muitas vezes ocupando lugares de privilégio e poder. O narcisismo patológico, caracterizado por uma constante necessidade de validação e uma preocupante ausência de empatia, é raramente reconhecido como o perigo que pode ser. O que é frequentemente negligenciado é que essa condição não apenas prejudica os indivíduos ao redor, mas também ameaça a liberdade e o bem-estar de quem convive com ela.
Enquanto o narcisismo permanece invisível aos olhos de muitos, a sociedade frequentemente esquece que o narcisista não enxerga além de si mesmo. Para ele, os outros são apenas reflexos distorcidos, peças a serem manipuladas para alimentar seu senso de superioridade. Pesquisas mostram que essa falta de empatia, somada ao desejo de controle, pode levar a comportamentos abusivos e destrutivos. No entanto, apesar dos danos causados, os narcisistas raramente são acompanhados por especialistas, não recebem o tratamento adequado que poderia prevenir suas ações danosas.
Em contraste, temos aqueles que, por suas condições neurodivergentes, como autismo, transtorno de processamento sensorial, esquizofrenia paranoide, afantasia e transtornos de personalidade borderline, vivem em constante estado de hipersensibilidade. O que a sociedade muitas vezes não percebe é que, ao contrário do estereótipo de falta de empatia, esses indivíduos frequentemente experienciam uma forma profunda de empatia, uma conexão intensa com o sofrimento alheio. Sua sensibilidade, no entanto, os coloca em posição de vulnerabilidade, tornando-os presas fáceis para aqueles que se enquadram no perfil narcisista, especialmente em um mundo que marginaliza os que não seguem os padrões normativos.
Essas pessoas, que sentem de forma intensa e se importam profundamente com o bem-estar dos outros, são muitas vezes estigmatizadas. A sociedade tende a vê-las como "difíceis", "frágeis" ou "problemáticas", enquanto, na verdade, elas são vítimas de uma cultura que valoriza a frieza e o controle. Indivíduos com transtornos como o borderline, por exemplo, podem ser incrivelmente empáticos, mas sua dificuldade em regular as próprias emoções faz com que sejam frequentemente incompreendidos e até demonizados.
Vivemos em um mundo que, de muitas maneiras, valida o narcisismo, premiando aqueles que conseguem se destacar à custa dos outros. O sucesso e o poder, frequentemente associados a traços narcisistas, são glorificados, enquanto aqueles que sentem demais, que questionam, que buscam conexões genuínas, são relegados à margem. Esse padrão cultural, dominado pela busca de validação externa, não apenas alimenta os narcisistas, mas também aliena aqueles que se recusam a jogar o jogo.
É uma ironia cruel: enquanto os narcisistas caminham livremente, sem serem responsabilizados por seus comportamentos prejudiciais, os sensíveis e empáticos são vistos como desajustados. Pessoas que têm uma conexão mais profunda com os outros, que sofrem por não se encaixar no molde de frieza que a sociedade parece exigir, são muitas vezes marginalizadas e patologizadas.
Devemos, então, nos perguntar: quem são realmente os que mais precisam de atenção e acompanhamento especializado? É hora de olharmos para essa dinâmica de poder com mais clareza e justiça. Se os narcisistas andam soltos, quem realmente está fora de lugar? Quem, de fato, precisa de cuidado e tratamento?
A sociedade precisa rever seu julgamento, reconsiderar o que é patologizado e o que é aceito. Porque, no fim das contas, os que são marginalizados por sentirem demais podem ser aqueles que mais têm a oferecer em termos de empatia, conexão, liderança e humanidade.
**Libertando-se das Amarras do Narcisismo: Um Caminho para a Autocura**
Estar em uma relação com um narcisista pode ser uma experiência devastadora. Muitas vezes, as vítimas se sentem presas em um ciclo de manipulação emocional e abuso psicológico, o que pode minar sua autoestima e bem-estar. No entanto, a boa notícia é que é possível quebrar essas correntes e retomar o controle da própria vida.
O primeiro passo para se libertar é reconhecer que você está em uma relação tóxica. Isso pode ser difícil, pois os narcisistas muitas vezes são habilidosos em mascarar seu comportamento manipulador. No entanto, ao identificar os sinais de abuso emocional—como a desvalorização constante, a falta de empatia e os jogos psicológicos—você começa a entender a realidade da situação.
Buscar apoio é fundamental nesse processo. Converse com amigos e familiares que possam oferecer uma escuta empática. Se possível, considere procurar a ajuda de um terapeuta especializado em relações abusivas. Ter alguém para apoiar suas emoções e validar sua experiência pode fazer toda a diferença.
Estabelecer limites saudáveis é outra parte crucial da libertação. Os narcisistas costumam invadir o espaço emocional dos outros, mas você tem o direito de dizer "não" e proteger seu bem-estar. A prática de limites pode ser desafiadora no início, mas com o tempo se tornará uma habilidade valiosa.
O autocuidado deve estar no centro da sua jornada de recuperação. Priorize atividades que te façam sentir bem e que rejuvenesçam sua alma. Seja praticando esportes, meditando ou simplesmente dedicando tempo a hobbies que você ama, cuidar de si mesmo vai reforçar sua autoestima.
Além disso, planejar sua saída é essencial. Se possível, desenvolva um plano para se distanciar do narcisista—seja mudando sua rotina ou até mesmo mudando-se fisicamente. Após essa decisão, evite todo tipo de comunicação com essa pessoa; isso ajudará a quebrar o ciclo tóxico.
Por último, mas não menos importante, lembre-se de reforçar sua autoestima. Você é único(a) e digno(a) de amor e respeito! Pratique a autocompaixão e cerque-se de pessoas que realmente te valorizam.
Liberte-se das amarras do narcisismo e abrace a possibilidade de viver uma vida plena e saudável. O caminho pode ser desafiador, mas cada passo dado é uma vitória rumo à sua liberdade emocional.
Vejo boa parte dos brasileiros iniciando um século com uma pitada de egolatria, outra de narcisismo e o egocentrismo como prato principal. Enquanto o império da futilidade reina neste país, a intelectualidade padece.
É massa se amar, é legal ter vaidade e se cuidar. Porém, como tudo, há um limites!
E não acredite no narcisismo
Quando todos fazem projetos
E esperam que você ouça
Não confunda, eu vivo em uma prisão
Que eu construí para mim mesmo, é a minha religião
E eles dizem que eu sou o garoto doente
Fácil de dizer isso quando você não corre riscos, rapaz
Bem-vindo ao narcisismo
Estamos unidos por nossas diferenças
A custo de que?
“Sua” ideologia, seu ponto de vista, suas crenças, seu narcisismo... A custo de que tudo isso está acontecendo? Já parou para observar o que fere toda essa sua forma de pensar, agir e falar? Já começou a observar as consequências do seu ponto de vista? Já começou a observar as falhas das suas crenças e abrir mão do seu narcisismo que te impedem de ver além do espelho? A custo de que toda minha vida está pautada? A custo de que a minha crença foi criada? A custo de que as coisas existem? A CUSTO DE QUE ESTOU SENDO AQUILO QUE NÃO SOU?!
Ah...o ego, capaz de elevar-se ao topo em segundos. Ao topo, no auge do narcisismo. E como faz bem, e como nos sentimos recompensados, donos do mundo, da verdade mais ilusória. Mas não se esqueça nunca: o mesmo motivo pelo qual Narciso apaixonou-se por si...e não por "TI", foi o mesmo motivo que o destruiu...o EGO.
Flávia Abib
O NARCISISMO DE DEUS
Desde as muitas teorias criadas para explicar a existência da criação do mundo e o homem na terra, uma em especial faz parte do imaginário da cultura de quase todos que foram atravessados pela cultura judaica-cristã, que é justamente o mito que deus criara o mundo em seis dias e no sétimo descansou.
Ora, se Deus criou o mundo em seis dias como diz nos escritos bíblicos, e se ele por si só é Deus, por que a necessidade de criar alguém que fosse sua imagem e semelhança? Pode-se pensar que a existência de Deus seria solitária, pois não se bastou existir.
Seria então Deus um ser Narcisista? Incomodado com sua solitária existência? Que criou um ser no espelho de sua face por ter se deparado com sua solidão projetada no solitário Adão? E Eva, veio em auxílio para tirar Adão do monótono paraíso e da solidão?
Se a psicanálise vai até onde há possibilidades de dúvidas, a religião começa a partir de uma crença, da ideia inquestionável de acreditar em algo maior que vem em socorro de nosso assombroso desamparo. No entanto, pensar a existência pelo víeis bíblico por si só nos faz em algum momento nos deparar com um Deus também desamparado. Que até as crenças humanas advêm do desamparo, pois o Deus cristão é a própria imagem de quem o criou, demandando um investimento narcísico de crer para existir. Pois não basta existir, precisa ser adorado por alguém que não existe sozinho.
Isso nos leva a raciocinar que o sujeito dentro de todas suas estratégias psíquicas está sempre em fuga daquilo que de fato é, um ser primordialmente só, desamparado e lançado ao mundo para viver a dialética do se encontrar em si e tentar se achar no outro.
Nascemos sozinhos e morreremos sozinhos, porém pensar sobre isso no campo do real é desolador, por isso buscamos viver e criar maneiras de nos relacionarmos socialmente.
Por outro lado, o ato de se relacionar com alguém deriva o sofrimento de deparar-se com o desejo do outro, e que esse desejo é impossível de controle. Eva sabia disso.
Então a angústia nos assola, pois ela sempre nos remete ao nosso próprio desamparo, ao nosso narcisismo.
O filósofo Arthur Schopenhauer, que por muito inspirou Freud, já usava o dilema do porco espinho para fazer menções às relações humanas, de como é sofredor para o sujeito se relacionar de qualquer maneira humana possível, até mesmo se pensarmos hoje em dia no surgimento das relações líquidas na modernidade, via redes sociais, quanto mais intimidade e aproximidade entre um sujeito e um grupo, mais espinhosa essa relação poderá se tornar. Radicalmente bloquea-se e silencia-se qualquer ameaça ao EU, fugindo daquilo que não é imagem e semelhança. No conto bíblico há um lugar próprio que é destinado aos hereges, aqueles que não se assemelham e devem ser castigados. Quem não me ama, não é digno do reino do meu céu, não é isso?
Essa ambivalência afetiva passa a nutrir as neuroses no mundo contemporâneo, pois o que se busca no outro, seria justamente o eco de sua própria voz.
Como disse Caetano Veloso, narciso acha feio o que não é espelho, pois paradoxalmente as identificações mesmo derivadas daquilo que possa ser diferente ao sujeito, ela serve para que o sujeito possa diariamente afirmar sua identidade de ser e sentir-se pertencente a algo, um grupo do qual é ele mesmo, que por ora, o faz perder contado com o outro ou mesmo em companhia de alguém, o sujeito buscar inconsciente manter-se sozinho dentro de sua bolha narcísica para preservar sua fantasiosa ideia que existir o basta.
Leivanio Rodrigues
Vivemos numa "era de excessos"
Excesso de narcisismo
Excesso de informações
Excesso de exibicionismo
Excesso de vaidade
Excesso de ostentação;
Excesso de consumismo
Excesso de individualismo
Excesso de materialismo
Excesso de liberdade
Excesso de violência
Excessos de excessos
Ser amante de si mesmo é viver montado no egoísmo e no individualismo. Sentimentos que fazem perder a oportunidade de vivenciar a grandeza do tempo tornando o indivíduo incapaz de sentir-se útil, de viver em paz consigo mesmo, com Deus e com o mundo. O stress, a solidão e a depressão são companhias indesejáveis e fiéis para tais indivíduos; o que é lamentável!
Existe uma linha muito tênue entre o egoísmo, o individualismo e o amor próprio. Talvez porque eles tenham influências entre si, já que o egoísmo pode levar ao individualismo, o fantasioso individualismo da independência muitas vezes se confunde com a plenitude do amor próprio, e o amor próprio massageia o ego, retroalimentando o egoísmo, indiretamente. Seja indivíduo, mas não seja individual, ame-se e domine seu ego.
Nesse mundo individualismo e de competição. Fica cada vez mais difícil pensar em união. É cada um por si, não importa, certo ou errado, queremos ter sempre razão. O meu ego, primeiro eu ,sempre eu e depois eu de novo. Fico aqui no canto, meu universo, meu encanto.
Seria possível deixarmos de olhar pro nosso próprio umbigo e olhar ao a vida redor.
Olhar as pessoas no olho e abraças mais vezes. Escutar, sentir ,curtir a companhia do outro, sem interesses algum , perdoar , amar ,se doar, se permitir viver, evoluir como ser humano.
Pensamos e agimos diferente, disso tenho certeza, independente de credo,etnia,religião, respeito já é um bom começo. Como posso dizer que amo a Deus, se não consigo me importar e amar meu próprio irmão? Que tal repensamos nossas atitudes ? Pra deixar um mundo melhor,unidos de força,juntos sem acepção
Não é ruim o socialismo, mas é que eu prefiro o individualismo.
Não é ruim se apaixonar por alguém, mas é que eu prefiro desapegar.
É bom amar as pessoas, mas nesse momento estou preferindo o amor próprio.
É preciso ajudar o próximo, eu apoio totalmente, mas por esses tempos preciso cuidar de mim primeiro.
Talvez me achem um egoísta, egocêntrico, prefiro pensar que sou menos um hipocrita neste mundo.
Afinal, como posso me socializar se não consigo me recompor por dentro?
Como posso me apaixonar se não consigo me aturar?
Como posso amar e querer cuidar de outras pessoas se estou tão largado e maltratado?
A verdade é que é preciso um tratamento... um tratamento que vem de dentro.
Eu apoio todas as formas de amor...
Então, camarada, não me julgue, porque de todas as formas de amor, o amor o próprio me conquistou, e é por esse caminho que eu vou.
FAMÍLIA
Desagrega-se tristemente a instituição família, pelos sombrios caminhos do individualismo. Os filhos vem sendo estimulados pela mídia televisiva, através das novelas e outros programas, a não respeitarem mais os pais! Havia nos meus tempos de menino um misto de sentimentos a debaterem-se em nosso íntimo, quando eramos chamados a atenção por algum erro cometido. Primeiramente vinha a vergonha de termos desagradado a quem nos deu a vida, depois vinha-nos uma espécie de alívio por nos sentirmos guiados, amparados por aqueles seres que eram toda a razão da nossa existência. Agora porém, os filhos tarde percebem que a verdadeira felicidade, residia na alegria que habitava com eles a mesma casa, pois nos tempos de hoje, muito mais que antes, os filhos que quando crianças amavam os pais se tornam seus algozes, raramente os perdoando pelas ações que eles julgam como erros e que frequentemente as cometem também.
Cada vez mais o individual cresce e o todo diminui, o individualismo misturado pelo desejo de ser apreciado, tememos os outros pois os outros se temem, estamos doentes, buscando felicidade no vago. Fotos com sorrisos forçados demonstrando uma máscara de felicidade, a busca cega de felicidade se torna o sofrimento deste mundo hoje, saciando com o material devido o prazer de se ter, mas que logo some desejando mais, com a aparência saciando o que devo ser mas que com o tempo deixa de ser.
A raiva se tornou escudo, o individualismo a armadura e a frieza a espada.
A felicidade não vem do prazer momentâneo, a paz não pode existir com a raiva, sem paz não
há amor, sem amor não há felicidade.
O medo se torna agora parte de nós, tememos nós mesmos.
Pois não nos conhecemos a si mesmos.
A felicidade vem de dentro de você não de fora.