Texto sobre Educação
Deus está sempre com as mãos estendidas, basta nós sermos educados e lhe dar um aperto de mão. Kkkk
Pronto: tudo resolvido na gratidão do universo em retribuir o que pensamos e da forma como agimos.
Simples assim.
O amor e a caridade sempre prevalecem nas questões da vida, dos relacionamentos e nas soluções das grandes soluções, de cada ser.
Fiquem na paz.
CORDIALIDADE
Cordialidade é a manifestação explícita de afeto e simpatia, onde há boa vontade e convergência nos pontos de vista. Imagino entrar num local e ser bem recebido, com braços abertos e sorrisos nos lábios e assim se é cordial. Tudo fica muito mais fácil e agradável a convivência quando estabelecemos uma relação de afeição, estima e respeito.
Ao entrar no elevador ou em algum local, o que custa sorrir e dizer bom dia, ao receber uma pessoa em um grupo diferente, ela precisa se sentir acolhida, ser tratado com educação. A vida se torna mais leve ao usarmos aquelas palavrinhas mágicas, tendo bom senso e respeitando os limites dos outros, desta forma o ambiente fica mais harmonioso. Precisamos lembrar a todos os instantes que é necessário nos acostumar a tratar o próximo melhor. Se onde estamos e isso não existe, sutilmente demostramos, e como uma onda, em cadeia, conseguimos mudar as ações e tornar o mundo em que vivemos muito mais civilizado.
Lembre-se sempre “Gentileza gera gentileza” e pôr em uso no seu cotidiano, um “por favor” nada custa, mas muda o nosso dia a dia. Se você acha que isso não faz a diferença, tenha certeza que ao entrar numa loja irá sempre se lembrar se foi bem atendido se suas necessidades e expectativas foram supridas, se foi, a possibilidade de voltar e muito maior, se não foi, bom nem preciso dizer. E lá se vem mais um raiar do dia, desejo a todos que seja muito cortês. Bom dia amigos!
"Menina Maravilha"
Cheia de encantos,
com brilho no olhar,
A arma que portava?
Caderno, lápis e a vida pra sonhar...
um tiro pelas costas
fez-a silenciar...
Enquanto o ex-Juiz comemora
por detrás de sua mesa
as famílias choram a tristeza
da oitava criança morta
Não, não comemore como mais um gol doutor...
Não faça de conta que não se importa
vista-se de luto,
tenha esperança
nas tuas crianças
Pare de mandar matar...
Luto, luto...
substantivo e verbo
com prosas e versos...
Doutor não seja soberbo...
Mais amor, mais educação...
Menos bala, menos corrupção...
"O grande paradigma da vida é sempre achar que haverá um amanhã, e neste dia teremos a oportunidade de fazer o que deixamos para depois. Aquele abraço, aquele beijo, aquele pedido de perdão, aquele dia especial em família. Afinal, é unânime entre os moribundos a famosa petição, independente de credo - por favor Senhor, só mais um ano!
No entanto, durante toda a vida tivemos oportunidades de fazer, o que somente na morte, desejamos com todo nosso sentimento."
Thiago Oliveira (1986 a)
"A empatia é um estado de intelecto emocional. Quando praticada, nos imuniza do egoísmo. Evita ofender e ser ofendido. Empatia, é a prática da autoconsciência. Ao entendermos que, existe um universo de possibilidades para além do nosso egocentrismo, rompemos as barreiras do preconceito. Com isso, compreendemos melhor o nosso próximo."
Thiago Oliveira (1986 a)
"Decidir abster-me de comentar minha indignação sobre a maldade alheia, não é um gesto de covardia. É um ato reflexivo, que me proporcionará dois caminhos de paz. O da direita, é não criar contendas e seguir meu caminho em harmonia com o mundo. O da esquerda, será agir em pró da causa e revolucionar através do pensamento filosófico."
Thiago Oliveira (1986 a)
"Quando temos a certeza de que vivemos como almejamos, certeza de que temos uma vida digna, ainda que não seja abastada de materialismo. Passamos a nos preocupar com o que acontecerá após a nossa morte, tanto quanto, nos preocupavamos com o que ocorrera antes de termos nascido."
Thiago Oliveira (1986 a)
"Sobreviver no estado do Rio de Janeiro, Brasil é tão heróico e vibrante quanto sobreviver ao desembarque nas praias da Normandia, França. Fato ocorrido em 6 de junho de 1944, o famoso dia D. Tão mortal quanto as MG42 alemãs. Aqui lutamos contra Sarampo, Corona Vírus, Febre Amarela, Zica Vírus, Dengue, Gripe, Chikungunya, Milícias, Tráfico, Autoridades Corruptas e Analfabetismo Funcional."
Thiago Oliveira (1986 a)
"A existência de alguém, que se opõe aos meus pensamentos é fundamental para o meu crescimento, enquanto ser social. E, entender a importância do outro ser no processo de aprendizagem, na jornada de vida, compreendendo, respeitando, aceitando ou não sua opinião, me tornará de fato, cidadão."
Thiago Oliveira (1986 a)
NO TRÂNSITO SOMOS TODOS PEDESTRES
Autor: Gerardo Carvalho Frota (PARDAL (*)
Tivemos mais u’a Campanha
De trânsito para educar
Desta vez todo pedestre
Que pelas ruas andar.
E também os condutores
Pra aprenderem a respeitar.
Pois todo mundo é pedestre
Seja o da moto ou ciclista
Por isso no dia-a-dia
Não deve perder de vista
Que quando pedestre for
Não ande no meio da pista.
Vou contar uma história
Que se deu em minha cidade
Ela aconteceu no trânsito
Veja que barbaridade
Pois já morreu tanta gente
Que é quase calamidade.
Até março deste ano
Ocorreu tanto acidente
Passou até de 3 mil
E acontece diariamente
54 batidas
Que coisa mais deprimente...
Lendo isso num jornal
Eu não quis acreditar
À AMC e ao Detran
Eu fui então procurar
E a turma da estatística
Que passou a me contar.
Disseram que esta cidade
É a 3ª do Nordeste
Em acidente de trânsito
Que já tá virando peste
É como se nas estradas
Se vivesse a lei do agreste.
Me mostraram cada número
Que fiquei estarrecido
Mais de 4 mil acidentes
No Ceará tem ocorrido
Até março deste ano
Quanta gente tem morrido
1600 acidentes
Esta é a média mensal
Nas estradas do Estado
Federal ou estadual
360 é o número
Só de acidente fatal.
Neste primeiro trimestre
Morreram em todo o Estado
97 pedestres
Que povo precipitado!
Mais 400 feridos
Este é o triste resultado.
E neste mesmo período
Morreram nesta cidade
Mais de 36 pedestres
Veja que brutalidade
O dobro do ano passado
É triste mas é verdade.
Cada 23 minutos
Um acidente é registrado
De 3 em 3 horas tem
Um pedestre atropelado
Cada 27 horas
Na via um morto é encontrado.
E continua a estatística
Com número tão deprimente
Cada 3 horas um pedestre
É ferido em acidente
E em pouco mais de 2 horas
Outro morre de repente.
A cada 6 dias vai
Morrendo um motociclista
E em cada 26 horas
U’a pessoa morre na pista
Sem falar nas estatísticas
De acidentes com ciclista.
Pois conforme o Denatran
Quase 60 por cento
Das mortes que há no trânsito
Tem um relacionamento
Muito estreito com o pedestre
Por ser um frágil elemento.
Foi Andréia Maciel
Que tudo isso falou
Num artigo que escreveu
Em que bem analisou
A situação do pedestre
Que aos poucos se complicou.
Nem todos são condutores
Diz também a jornalista
Mas todos somos pedestres
Inclusive o motorista
E portanto a segurança
Não vamos perder de vista.
Chegou também na cidade
O doutor Carlos Alberto
Que é um membro do Contran
E nos falou curto e certo:
Segurança dos pedestres
Tem que se ver bem de perto.
Seja a pé ou em bicicleta
Ou mesmo motorizado
Sobre duas ou mais rodas
Pro pedestre é arriscado
Conviver bem neste trânsito
Que pouco foi educado!
Não é possível andar
Nas ruas sem se envolver
Com o próximo que lá está
E com ele conviver.
Só mesmo com a educação
Isto vai se resolver.
Pra concluir diz Alberto
Todos se conscientizando
Um cordão com a sociedade
Aos poucos vai se formando
E a vida de todos nós
Vai então se preservando.
Professora Elisabeth
Deu a sua opinião
“Para cobrar dos pedestres
Correção e educação
Têm que os gestores do trânsito
Mostrar também sua ação.
Construir mais passarela
E as faixas também pintar
E lá na escola os pedestres
Vai ser preciso educar
Pois muita gente nem sabe
Como a rua atravessar.
Diz o Código de Trânsito
Tem que haver educação
Do Jardim à Universidade
Pra que haja formação
E que a vida não termine
Estendida pelo chão.
NO TRÂNSITO SOU PEDESTRE
É a discussão na cidade
Pretende-se assim fazer
Com que toda a sociedade
Respeite quem anda a pé
Como uma necessidade!
Gislene da AMC
Disse que para ocorrer
PAZ NO TRÂNSITO é preciso
O condutor aprender
A respeitar os espaços
E com outros a conviver.
Pra isso basta seguir
A antiga lei da empatia
Que é só fazer com o outro
Aquilo que gostaria
Que fizesse então consigo
Esta é a boa filosofia!!
As leis existem pra quê?
Para que sejam evitadas
Colisões para as pessoas
Não saírem machucadas
É o que ocorre quando os carros
Ficam em cima das calçadas.
Pois sem respeitar as leis
E sem fiscalização
O Brasil sempre será
Um eterno campeão
Em acidentes de trânsito
Como já é há um tempão.
Mais de 350
Mil pessoas ficam feridas
E são mais de 30 mil
Que por ano perdem as vidas
10 bilhões governo gasta
Com estas vidas sofridas.
Voltando para cidade
Onde se passa esta história
Vamos nos conscientizar
Que só teremos vitória
Quando em todas as cabeças
A lei for obrigatória.
Afinal qual é a cidade
Onde passa esta tristeza
E as estatísticas mostradas
Vão tirando sua beleza
Esta cidade se chama
Nossa amada Fortaleza
Fim – out./2005
(*) - Professor aposentado. Educador de trânsito há 30 anos. Cordelista e trovador há 40 anos. Presidente do Centro dos Cordelista do Nordeste - Cecordel
Precisamos educar os mais jovens
para que ofereçam um ambiente mais seguro
para as mulheres.
Tenho um filho de 11 anos
que já se comporta como um príncipe,
porque ensino e dou exemplo.
Mas sabemos que a maior parte dos pais
são ausentes e/ou insensíveis neste aspecto,
então é preciso que as mães
- como principais educadoras -
preparem homens melhores para o mundo.
Feliz ou infelizmente,
como tudo de relevante na sociedade,
a mudança do comportamento e da mentalidade dos homens
deve ser liderada pelas mulheres.
"Uma vez que, o sábio dialoga com a solidão e o ignorante com as multidões. Talvez durante anos da vida de um sábio, sua maior infâmia seja, ofertar à ignorância o valor que não lhe é digno. Dando-lhe pôr sinônimo de paz de espírito e felicidade. Enquanto o erudito é inconformado com as questões do mundo a sua volta, dialogando consigo mesmo. O néscio, sobrepuja as barreiras do pensamento lógico, bebendo, festejando e dormindo em berço esplendido. Certo de que o mundo simplesmente funciona."
Twitter.:@JovemInfluenc e Facebook: @eraumavezumtalbrasil
Será que realmente estamos educando nossos filhos para a vida?
Uma coisa é colocá-los em instituições de ensino acima da média, presenteá-los até sem motivos, com jogos viciantes, apoiá-los em qualquer circunstância, tanto certas como erradas, sempre colocando a culpa nos amigos.
Outra coisa é prepará-los para a vida, propriamente dito, sabendo sempre de seu paradeiro, seu comportamento na escola, privando-os de alguns prazeres por seus atos indevidos, fazendo-os saber o valor daquilo que gastam, arrumando para eles alguma ocupação de responsabilidade, evitando o tempo perdido com os vícios modernos.
Percebo que, pelo menos eu, ainda não conheci até hoje, alguém que tenha vencido na vida sozinho, com louvor, que tivesse tido um passado descomplicado, sem nunca ter vivido alguns desconfortos ou privações.
(teorilang)
O que define a autoridade de alguém sobre um determinado assunto? Será a sua vivência de campo e acadêmica com o tema? Será o rompimento com o senso comum e a sua busca determinada pelas respostas científicas? Será que, alguém é tido como uma autoridade no assunto, porque estudou, se especializou e pensou fora da caixinha?
Ou simplesmente porque abre uma conta no Facebook? Então, acha que de imediato, ganha notoriedade, autoridade divina em todos os assuntos e temas, logo, pode refutar com ignóbil extremismo qualquer coisa que o mesmo desconheça. E por fim, acha que não concorda porque, tudo é um plano maléfico de uma nova ordem mundial.
#Thiago_Oliveira, #TSO, #Pensador, #Mundo_Hipocrita
Eu tinha medo de ir para a escola quando tinha uns 8 anos. Medo é a palavra mesmo e hoje eu nomeio o sentimento que já foi chamado de frescura e preguiça. Era medo. Na época eu estudava no Ramão, lá em Guará e apanhava de alguns meninos mais velhos mas meus pais estavam passando por um divórcio difícil e eu não queria preocupar ninguém, então ia com medo mesmo, c’est la vie, eu diria hoje, e levava meu corpo fraco cotidianamente para a roleta russa de apanhar ou não.
Nessa escola havia a melhor professora do mundo: Tia Helenice. Ela era uma mulher rica para os meus padrões de consumo da época, toda arrumada, com uma jaqueta de couro e o cabelo cortado baixo é uma doçura que não é típica dessa classe e tampouco daquele lugar. Por um motivo que eu desconheço, a tia Helenice foi com a minha cara, me tirou da carteira do fundo, me incentivou em todos os aspectos e eu fui - dentro de um ano- quase uma experiência de angicos, me tronando um dos melhores alunos da sala.
Naquele ano aprendi a ler decentemente, comecei a prestar atenção nas aulas, aprendi até matemática. Foi transformador. E hoje, passados mais de vinte anos, o cabelinho cortado e pintado da minha professora ainda está vivo na minha memória e eu entendo que ser professor é o que ela fez por mim e que é por causa dela que eu sou professor hoje. Através de uma professora de uma escola pública de bairro pobre eu fui transformado.
Nunca mais vi a minha querida professora. Não sei nem se está viva, mas para mim, ela representa muito mais do que qualquer professor com phd que conheci ao longo da minha vida.

E se faltar feijão, a gente come os livros...
"Não esquenta, por que se faltar feijão, a gente come os livros e se farta de conhecimento. Com o cérebro plástico e a mente cheia de possibilidades, serão tempos sombrios para os oportunistas de plantão que vivem de explorar a inocência e a ignorância do povo mais humilde. Vai ser cada vai se ferrar diferente, que vai dar gosto de ver a cara de espanto deles".
A Revolução dorme na Periferia
Revolução nasceu na periferia, magrela e desdentada mal podia chorar. Não teve forças pra mamar pela primeira vez no peito murcho e já quase seco de sua (ama de leite), vizinha de parede, que havia parido alguns meses antes uma dupla de desajustados (como fez saber alguns anos depois a escola). Ela, Revolução, cresceu em uma rua de terra agitada no bairro mais violento da Zona Norte, onde até o medo tinha medo de estar. Lá não tinha nada (parques, praças, quadras, ruas asfaltadas, essas coisas), mas também não tinha nada de mais, era um lugar comum, feito qualquer um, feito outro lugar qualquer. Era lugar onde se podia encontrar a mais variada gente, onde a alegria vivia cercando as pessoas e a vida pulsava em uma intensidade diferente.
De fato, lá tudo era mais intenso! Os sorrisos, o choro, o cheiro de frango frito, a catinga da cachaça no hálito seco e duro dos bêbados quase mortos caídos na calçada de qualquer jeito e o cheiro da erva, da pedra e da dor que ecoava da tristeza dos olhos da mãe resoluta, sem saber o que fazer diante do excesso que a intensidade do lugar propiciava. Lá democracia era na (b) fala de quem pudesse se impor e, o silêncio, a primeira lição aprendida já ao nascer. Lá buraco era buraco mesmo, fundo, bem fundo! E cavava-se até não ter mais como continuar e quando o buraco já estava mudo, criando impossibilidade de se continuar, cavava-se ainda um pouco mais até o fundo escondido abaixo do fundo que existia no buraco, antes desse se tornar cova. O que não era incomum!
De Revolução só se sabe os sonhos que contava baixinho ao pé dos ouvidos da professora, única pessoa que ela confiou até hoje. Uma senhorinha bem velha, com hábitos estranhos e vestes (alternativas), que contava com orgulho ter pegado em arma nos tempos de escola, durante o período da ditadura militar, onde se reunia com suas colegas durante a noite dentro de uma manilha abandonada na Rua Um (primeira rua a ser pavimentada no bairro), e lá tramavam subversivamente contra os desmandos do governo golpista. Revolução lembra-se dos limões que chupava pra matar a fome e do nó nas tripas que sentia sem poder gritar, lembrava-se dos amigos e amigas que morreram mudos e também dos que conseguiram a liberdade, ainda com pouca idade, na mão de algum salafrário abusador. Revolução reconhecia naquela senhorinha a sua única saída, se espelhava nela e em sua filosofia de vida; a Educação tanto falada pela professora tornou-se seu hino da mudança, sua única esperança de evoluir, já que tudo ali parecia fadado a murchar. As manchas brancas e a pele áspera de Revolução eram dos vermes e das lombrigas adquiridas no contato com a água podre que corria sob sua casa. Revolução cresceu faminta, lambendo os beiços enquanto assistia o frango rodar na ilha de assar exposta no passeio da padaria de seu bairro, onde aprendeu desde muito cedo a se virar. Aos treze anos, Revolução se perguntava por quem todos ali morriam? E perguntava-se também, porque morriam tantos ali todos os dias? Revolução era feliz, apesar de tudo! Talvez procurasse algo, talvez não soubesse ainda o quê, tateando sempre no escuro era mesmo difícil de saber.
Revolução já dava sinais de cansaço e andava meio sonolenta nas aulas, já não se importava com as revoltas nas ruas, nem se revoltava com as incursões da polícia na favela, nem com a iminência da morte de seus amigos subindo e descendo vidrado(s) feito soldados, nos becos e nas vielas, nem com o cheiro de pó e pólvora que impregnavam as suas narinas e oprimiam seus olhos. Revolução incrédula olhava pela janela e sem poder acreditar via a vida diferente. Mas não sabia explicar o que estava vendo ou sentindo! De repente, tudo que foi sempre torto parecia ter se endireitado, parecendo fazer algum sentido. Revolução sentia as juntas doerem e parecia ter os sentidos alterados, as pernas reclamavam o peso de seu corpo e os enjoos e náuseas acentuavam. Já sem paciência, Revolução curvou seu corpo franzino e em meio ao sangue que jorrava angustiante por entre as suas pernas juvenis, pariu gêmeos. Caída no chão da cozinha e sozinha no barraco, nem lamentar podia. E se lhe perguntassem quem era o pai... O que ela diria!
Os dois filhos de Revolução foram criados pela professora e cresceram e viveram até a vida adulta e, apesar da culpa, todos entenderam a importância da luta daquela mulher. Filhos (bem sucedidos) da Revolução nasceram do ventre estreito de sua genitora, mirrados, sem esperança e famintos, foram acolhidos pela professora; e apesar do karma em seus (DNA’s) cresceram argutos, espertos, astutos e hoje lutam pra que outros também possam revolucionar. Lutam para que outros vivam, para que outros não se calem, nem sejam silenciados. E se hoje vivem, é para servir de exemplo, ser espelho da Revolução que na periferia ocorreu... Preta, catadora de lixo e guerreira que nos pariu e morreu. Revolucionária do dia a dia que viveu e morreu um dia de cada vez, que cresceu ouvindo a professorinha dizendo que quem luta e não se cala, cala a fala de muitos e muda a forma que o mundo conforma quando distribui a sorte e desenforma a forma que o deus dos brancos escolheu. Cresceu ouvindo a professorinha dizendo que: - “Quando a periferia tomar consciência de sua importância para a sociedade verá, nesse dia, o desencadeamento da maior revolução da história do Brasil”. E de tanto ouvir a professora falar moveu seu mundo e mudou o rumo de tudo, revolucionando o rumo que a vida preestabeleceu, seguiu em frente orgulhosa enquanto o futuro moldava o presente de toda aquela gente que o passado estranhamente esqueceu. Hoje dorme na memória revolucionária da periferia que na história dos livros ninguém leu.
Mães são paradoxais, mas incríveis!
É fato que toda mulher possui o instinto materno, mas nem todas nasceram com o dom de transformar um ser pequenino em adulto bem resolvido.
Algumas, cientes disso, usam frases de impacto que, de uma forma ou de outra, formam cidadãos de bem. Algumas delas já foram usadas por mães que nunca precisaram usar da palmada, mas sempre olharam no fundo dos olhos dos filhos, todos os dias:
Filho abusado: “Vem gritando que eu piso em seu pescoço”.
Filho que sofreu bullyng: “É bom pra você aprender a largar de ser besta”.
Filho que tirou nota baixa: “Toma esses livros. De agora em diante vai ter que fazer tarefa sozinho! Até que suas notas estejam acima de 8,0, não toca em nada eletrônico”.
Filho bolha: “Se eu receber outra reclamação de sua professora eu te arrebento”.
Filho ladrão: “Vá devolver essa caneta ao seu colega agora, senão eu quebro em sua cara”.
Filho mentiroso: “Mente que eu arranco sua língua”.
Filho birrento (na rua): “Filhinho, vamos ali, perto daquela árvore, cheia de varinhas, que vou te mostrar uma surpresa”.
Filho do quarto bagunçado: “Agora que joguei tudo no chão....arrume, que daqui a pouco eu volto, senão vou jogar no lixo tudo o que eu encontrar fora de lugar”.
Filho carente: “Dá aqui um abraço de 10 minutos”.
Filho barbado: “Tá pensando que eu vou te sustentar a vida inteira? Pode cuidar de arrumar outra teta!”.
Filho desastrado: “Quebrou de novo? Chega! O próximo vou arrancar de seu couro! Quando você trabalhar vai aprender a valorizar suas coisas”.
Filho ateu: “Fique à vontade. Quando precisar de proteção espiritual, ore para Karl Marx que ele te protege!”.
Filho doente: “Mamãe está aqui. Daqui a pouco você estará bem melhor! O que mesmo que aprontou desta vez?”.
Filho que reclama do pai: “Ih! Precisava ver os outros que conheci antes dele!”
Filho que ainda não passou em concurso: “Por que atendeu minha ligação se ainda não teve aprovação?”
Filho que teve sucesso: “Fez sua obrigação”.
Filho que tem filho: “Encoste a mão em meu neto que te acabo, menino! E completa: Venha cá meu netinho, vovó protege você!”
Mãe é Mãe... complicado, mas é quem nos ama de verdade.
Imprevistos - Corona Vírus
Teve um dia...
Teve um dia que uma notícia inesperada surgiu;
Teve um dia que, de perto, não era mais possível demonstrar afeto;
que precisamos cuidar não só da nossa saúde, mas de toda a gente;
Teve um dia em que dúvidas e angústias apareceram;
Que ficamos sem respostas e não soubemos o que falar;
Teve um dia que tudo e todos precisaram se fechar por um tempo;
Chegou um dia em que um simples abraço a distância significou cuidado;
Que precisamos desacelerar para continuar;
Que precisamos ser resilientes;
Chegou um dia que descobrimos: o outro precisa estar bem para que nós também possamos estar bem.
Que aceitar e aprender um novo modo de ensinar se tornou
coragem e ousadia;
Que os desafios abriram espaço para uma nova forma de significar a palavra VIDA.
Vai chegar o dia em que precisaremos aprender com os mesmos professores, mas de uma forma diferente.
Que pais e educadores estarão, ainda mais, de mãos dadas pelo desenvolvimento das crianças.
Que vamos ter dúvidas de que as coisas não serão tão fáceis quanto parecem, mas que também não serão tão difíceis quanto dizem.
Que não vai ser perfeito, mas vamos construir juntos.
Vai chegar o dia...
Todos os dias estamos sujeitos a pequenos ou grandes imprevistos. Dias que mudam aquilo que estava programado e que mudam o rumo, o destino, nos deixando por vezes sem direção.
Só sabemos que esses dias já estão à nossa frente, que a mudança
aconteceu a passos rápidos, que os fatos desafiaram não só a nós mesmos, mas a toda uma comunidade.
Dias em que é preciso enfrentar os medos
que precisamos abrir mão do idealizado para o que é possível.
Dias em que vamos perceber: a casa é terreno fértil para as mais variadas formas de
Aprendizagem
E que é possível, sim, deixar o saber entrar.
Vai chegar um dia em que a palavra mais valiosa se chamará cura.
E nós, todos nós, temos certeza de que, com a força do verbo esperançar, esse dia logo chegará,
E descobriremos: que eu, você, nós, somos a cura do mundo.
"O grande legado da vida não é ser um acumulador de conhecimentos, transformando-se em um estorvo social. Mas, ser um multiplicador do saber, compartilhando-o de maneira sustentável e equilibrada. Tornando-se distinto dos demagogos e, um exemplo digno para o legado de outras vidas."
Thiago Oliveira (1986 a)
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