Texto sobre Avô

Cerca de 249 texto sobre Avô

⁠Os meus netos
Ouvi a tua voz: olá avô!
Que linda voz a tua, eu aqui estou,
O teu sorriso transforma a tristeza em alegria,
Até parece que há muito tempo não te ouvia,
Ainda ontem aqui estiveste, que saudades,
O avô ficou contente assim que chegaste.
Ouvir chamar-me avô é tão lindo, nem pensas,
Como avô fica menino às tuas expensas,
Tinha os olhos fechados e acordei de repente,
Quando me tocaste, fiquei tão contente,
A minha alma até parece que fica menina,
Mas a tua ainda é maior do que a minha.
Começámos a brincar, somos dois meninos,
O tamanho é diferente mas somos pequeninos,
Nas nossas brincadeiras e no nosso fulgor,
Mas somos grandes no nosso amor,
Eu gosto tanto de te ver correr e de ouvir gritar,
Pareces um passarinho sempre a cantar.
A nossa gritaria, certamente ouvia-se na rua,
Era a minha voz mais grossa e mais a tua,
Muita gente parava para olhar com apreensão,
Os dois que brincávamos sem dar atenção,
Aos olhos que para nós nos olhavam,
Lá para cima da nossa rua onde passavam.
Vem até mim dá um grande abraço a este ancião,
Que é teu avô orgulhoso de alma e coração,
Vais-te embora, é apenas um até logo comprido,
Que parece há tanto tempo que não estou contigo,
É um amor tão grande que nos une e tão forte,
Quem nem todos os avós têm esta sorte.
Agora espero que venha outro amanhã para te ver,
Nem calculas como as tuas brincadeiras me fazem viver,
São pedaços de vida estes momentos em que brincamos,
Que me fazem ter mais amor, a ele brindamos,
Com mais brincadeiras e tantos ensinamentos,
Que damos um ao outro, de enormes parecem pequenos.

Inserida por jose_custodio_1

A vida presenteia você de várias formas:

A vida de Familia, pai, mãe, avô, irmãos...
Relação amável.
A vida de estudante, alunos, professores...
Relaçao de aprendizado.
A vida de namoro, Companheiro, amante...
Relação imprevisível.
A vida de aventura, grupos, diversão, equipes...
Relação social.
A vida de trabalho, colaboradores, chefes...
Relação amigavél.
A vida de casamento, amigo, esposo, filhos, enteados...
Relação de amor.
A vida de saúde,. paciente, medico...
Relação de cuidado.
A vida solitária, autoconhecimento...
Relação de autosuficiencia.
A vida religiosa, templos, Igrejas, padres...
Relação de fé.
A vida dos paradigmas, consumo, vicíos, regras...
Relação doente.

O homem despreza de certa forma a vida, desde o dia de sua existência. È teme viver a chegada da morte...
Dá pouca importância a este ato maravilhoso, que é nascer para vida. A sua recepção diante da vida é um ato de motivações instantâneas e passageiras.
A sua insegurança e a falta de confiança em si mesmo e nós outros.
A capacidade de amar e amar o outro.
A necessidade de se deixar amar.
A vida é cheia de surpresa, presenteia o homem com as várias formas de vida e se movimenta a todo instante para perdurar o que há de bom.
Então o homem no fio de sua existência se dá conta go valor a vida...

Inserida por Geulifelove

⁠ As lágrimas aqui , lembrando minha avó paterna Negra , doméstica , mãe do filho ilegítimo do patrão ..
Essa pele mais clara que carrego e me oferece privilégios , não me dá o direito de esquecer minhas irmãs , me dá o dever de ser voz e luta contra toda forma de opressão e racismo , esteja eu onde eu estiver !!

Inserida por Bia-Domingues

Colcha de Retalhos

"Quando eu era pequenina adorava passar as férias na casa de minha avó materna. Uma das coisas que mais me encantavam em sua casa, além do fogão a lenha branquinho, eram suas colchas de retalhos. Ah! Meu sonho era ganhar uma colcha daquelas. Exatamente igual. Costurada retalho por retalho.
Um dia chegamos em sua casa e ela estava a costurar. Organizada como só, tinha montinhos de retalhos divididos por cores, estampas e tamanhos. Enquanto meus dois irmãos sairam pra ver os animais do pequeno sítio, eu sentei-me no chão do ladinho dela e ali fiquei admirando-a.
A medida que vovó ia costurando percebi que na frente dela tinha um saquinho no chão com alguns retalhos separados e que ela jogava la dentro outros retalhos também. Com os olhinhos brilhando de curiosidade fitei-a sem piscar, ela, percebendo olhou-me carinhosamente, passou a mão em minha cabeça e ordenou-me:
-Pegue ali minha pretinha, aquele saquinho e o traga aqui pra mim.
Depressa atendi o seu mandar e, ela continuou:
- Agora veja esses retalhinhos aqui ó! Não podem ser usados. Eles parecem bons, mas, observe:
Vovó com um leve toque conseguiu rasgá-los todinhos.
Lembro-me que fiquei muito assustada, pois eles pareciam Perfeitos.
Ela prosseguiu:
- Se eu costurá-los junto com os outros em poucos dias a colcha estará toda rasgada e todo o meu trabalho terá sido em vão.
Vovó olhou-me ternamente , sorriu e continuou costurando sua Colcha de Retalhos. Atraída pelo barulho que vinha do quintal, levantei-me e fui brincar com meus irmãos...

Hoje crescida e adulta, sei que comercialmente, uma colcha daquelas teria apenas um valor simbólico ( talvez nem isso), mas, a Lição que aprendi naquele dia, na humilde sala da casa de minha avó, tem Preço Impagável.

Nossa vida é como uma Colcha de Retalhos. A cada um de nós é dado linha, agulha e diversos retalhos para tecê-la. Retalhos bons e retalhos ruins, cabendo a nós o discernimento e as escolhas sobre quais retalhos usaremos para costurarmos a nossa Colcha.

Eu nunca tive uma colcha de retalhos igual as feitas por minha vó Doce, mas, naquele dia ela me ensinou como tecer retalho por retalho a Colcha de Retalhos da Minha Vida...

E tem aqueles que são "retalhinhos de Amor" na minha vida...Ô se tem...

Inserida por scheilla_lobato

Mulher avó, mãe, filha, irmã,
Mulher, sempre mulher,
Mulher operária, doméstica, aposentada, autônoma, civil, militar ou jurídica,
Mulher forte, autoritária, empreendedora, consumidora,
Submissa,
Mulher, sempre mulher,
Mulher de fé, benzedeira, rezadeira, curandeira e mágica,
Mulher, sempre mulher,
Mulher moda, fitness leve ou cheinha, gostosa, romântica,
Mulher, sempre mulher,
Mulher profissional, enfermeira motorista, médica, cozinheira, ...
Mulher, sempre mulher,
Mulher amadora, mãe, lava, passa, arruma, cozinha e aconselha, com razão e emoção
Mulher, sempre mulher,
Mulher falante, muda, surda, cega, de todas as especialidades,
Mulher sempre mulher,
Mulher casada, descasada, viúva, solteira ou amasiada,
Mulher, sempre mulher,
Mulher amada, mulher que ama, mulher apaixonada, mulher, sempre mulher, mulher dia e noite, noite e dia, 365 dias mulher. Sou Luz, Paz, Harmonia, Sabedoria e Conhecimento sou mulher, sempre mulher.
Parabéns a todas nós mulheres poderosas na divina providência de Deus.

🦋Natalirdes Botelho🦋

Inserida por NatalirdesBotelho

Colo de avó

Tem avó que é diferente,
nada de cachorro, gato,
cavalo ou duende.
Galinha de estimação
é o que a avó carrega
feito mapa do tesouro,
para lá e para cá
(parecem duas dançarinas).
e para quem conta
os seus segredos, fala do tempo,
do que vai colher, do que vai plantar.

A galinha concorda: có,
discorda: cócó,
Às vezes dorme, às vezes acorda
e muitas vezes esquece
que a avó não é galinha.
Apesar de tão quentinha,
a avó é gente.

Inserida por pensador

Ahhh minha avó, querida avó! Como foste para mim uma espécie de rei Davi: que deixara tudo pronto para seu neto, espécie de Salomão, seu filho, a quem fora incumbido a erguer a espécie do glorioso templo de minha VITÓRIA!

De: Fábio Silva para a: eterna, saudosa e inesquecível dona Celina.


08.12.2019 às 08h06m

Inserida por FabioSilvaDN

HOMENAGEM À AVÓ

Minha avó não tem conceito,
Não tem limite nem definição.
Ela é só o alguém que viveu
Bem dentro do meu coração,
Mergulhou e aperfeiçoou
O ser que havia em mim
E, com sua suave doçura,
Fez-me ser maior que o enfim.

Minha avó teve seu nome,
Sua letra e sua canção.
Minha avó teve ternura,
Teve alegria e muita paixão.
Ela viu meus primeiros passos,
Mesmo me puxando pros seus braços,
E agarrava-me o quanto podia
Com cada palavra nova que eu dizia,
Porque maior que o amor por sua vida
Dedicaca amor à vida que é minha.

Minha avó era tão importante
Que DEUS a chamou num instante,
Para ela com alegria cobrir
O céu que estava a nos redimir.
Essa avó que eu tanto amei
E que hoje comigo já não está
Foi a pessoa mais nobre do mundo
Que aos seus netos só sabia amar!

Vó, nossa amada vozinha,
Sua vida agora é finda,
Mas nunca, em nenhum momento,
Desde que nos deixou ao seu tempo,
Sua vida deixou de existir
No coração dos seus netos que aqui
Sempre deliraram ao te ver sorrir.
E eu, como uma das netas mais velhas,
Queria dar à senhora um recado:
Pra sempre a senhora será lembrada
E nunca estará no passado.
Os nove netos que aqui ficamos
Queremos te dizer com alegria
Recebemos suas bênçãos vindas do céu,
Seja de noite ou de dia.

Nara Minervino

Inserida por NaraMinervino

Já dizia a minha avó...
Não permitas que falsos lobos vestidos com a pele de cordeiro entrem em tua fazenda.
Quando fores a casa de alguém, entre cego, mas também saia de lá mudo.-Denise Pinto🥀


Obs: Não repares em torno da casa que te acolheu, não saias por aí contando o que ouviste.

Inserida por Denise_pinto_1

Apenas uma frase muda uma história. Maria do Carmo Boaventura, minha avó, era filha de Pedro Camilo de Castro e Albina Gonçalves Boaventura, fruto de uma relação frustrante. José de Castro, tio de minha avó, deixou meu bisavô fazer uma bela casa nas terras dele. Com o voto de confiança que Pedro Camilo tinha pelo irmão, não desconfiava da inveja que o mesmo poderia ter. Ao conversar com o irmão José de Castro, houve informação falsa e enganosa e, logo após a conversa, brotou muita desconfiança de traição da parte de minha bisavó. Depois de uma fofoca sem provas concretas, o casal teve um destino difícil, traumatizante, principalmente para minha avó, que era um bebê e precisava dos pais juntos para ter uma história mais próxima da felicidade.
Maria do Carmo Boaventura nasceu em Capelinha do Chumbo. A parteira era vizinha da família. O método do parto era bem rude; não havia hospitais próximos, e tudo se resolvia com as parteiras amigas. Albina ficou morando lá na nova casa 1 ano e 6 meses; a partir daí, suas vidas tiveram um rumo muito triste.
Pedro Camilo de Castro separou-se de Albina Gonçalves Boaventura. Minha querida bisavó implorou para que isso não acontecesse. Houve gritos e desespero, mas não foi possível controlar a situação. A fofoca diabólica do irmão foi o início da mudança da história de um anjinho. O marido disse que se separariam, mas havia uma condição: sua filha iria junto. Afirmou, também, que a traição é inadmissível. Ela exclamava bem alto que ele tinha de acreditar nela, que o amava e só tinha olhos para ele, que era incapaz de traí-lo e só ficava em casa lavando roupas e cuidando da filha. Por fim, disse que até poderia morrer. Minha avó beijava sua mãe, chorava muito. A pouca vizinhança ouvia a discussão com pena da situação. Vovó grudava na minha bisavó, mas, mesmo assim, meu bisavô, um homem rude, seguiu em frente. Tomou minha avó pelos braços, entrou na casa, depois foi embora, tomando rumo ignorado. Entregou a chave da casa para o irmão, pegou minha avó e desapareceram daquele lugar. Sem saber o que fazer, os dois perambulavam no sol escaldante. Passaram perto de um casarão, entraram num portão. Havia um corredor de árvores, uma passagem muito fresca, com ventinho agradável. Avistou Palminda sentada no alpendre. Aproximaram-se, minha avó enrolada num pano branco. Ele pediu água e deu a minha avó um pouquinho do líquido. Palminda encantou-se com o bebê, e meu bisavô perguntou se poderiam ficar, tentando resolver a situação em que se encontravam. Palminda aceitou. Quando meu bisavô Pedro Camilo voltou para buscar a filha, esta já estava chamando Palminda de mãe. Admirado com os bons tratos, resolveu doar a filha para o casal de idosos Joaquim Sebastião Borges e Palminda da Fonseca. Joaquim é avô de José Leandro Borges. Maria do Carmo familiarizou-se muito rápido com a nova família, pois lá estavam a Dona Ana, sua irmã de criação, e meu avô morando no mesmo teto. Vovô e vovó, encantados, começaram a namorar e casaram-se bem jovens, ela com 14 anos, ele com 18 anos. Meus trisavós apoiaram o romance. Namoraram por 3 anos e ficaram noivos. O trisavô prometeu uma festa de arromba. Cumprindo o prometido, matou 1 boi, 1 porco, 8 galinhas, fez galinhada, tutu, pelotas, sucos de limão e laranja, pinga alambicada, contratou um sanfoneiro animado que tocava sanfona e cantava música raiz. Houve muito arrasta-pé. Foram convidadas muitas pessoas amigas da família e parentes. Na hora da festa, os padrinhos de casamento venderam a gravata e arrecadaram uma grana boa. Para ficar mais completa a colaboração, o trisavô deu uma fazenda para os jovens casados começarem a vida, na localidade de Peroba, município de Lagoa Formosa. Logo depois de um ano de casados, tiveram a primeira filha, que recebeu o nome de Maria Borges. Alguns anos depois, nasceram Eva Borges, Pedro Leandro de Castro e, por fim, Madalena Borges. Com o passar do tempo, morreram prematuramente seis filhos.
O ofício de costureira de minha avó ajudou seu esposo, José Leandro Borges, a criar a família. Nas décadas de 60, 70 e 80, ela decidiu trabalhar na área de costura. Havia muito trabalho em Patos de Minas, pois eram poucas as costureiras. Os clientes eram muito fiéis. Uns vinham de Lagoa Formosa para a feitura de ternos, vestidos, calças de brim, boinas, etc. Depois de 30 anos de trabalho, uma catarata afetou minha avó, e tiveram de reduzir os serviços. Madalena teve uma infância harmoniosa com os irmãos mais velhos. A diferença de idade da irmã mais velha, Maria Borges, é de 20 anos. Toda vez que os irmãos iam à casa de meus avós, encontravam as mulheres costurando e gostavam muito disso. Sebastião saía e comprava pães, balinhas e picolés para os sobrinhos; era uma festança. Pegava-se água da cisterna para fazer café. O bom de prosa Juca Sertório chamava todos os filhos para se sentarem à mesa que ficava na varanda no fundo da casa, em frente ao pomar de frutas, o galinheiro e o viveiro de mudas. Ali saíam assuntos maravilhosos do tempo da vida em Lagoa Formosa, do empreendimento do viveiro de mudas, da venda de muitos caminhões de café e eucalipto. Naquele dia, depois de vovó preparar o café, colocava na mesa pães de queijo, biscoitos, roscas caseiras. No momento da prosa, sugeriu-se que José Carrilho e o primo Itamar de Castro tomassem conta de uma mercearia que meu avô montaria para os dois netos. Antes do fim da proposta, os dois netos pulavam de alegria. José Carrilho, que tinha a doutrina cristã e pensava em ser frade, gritou: “O nome da mercearia será ‘São Pedro’, do qual vovó é devota”. Todos apoiaram a sugestão. Minha avó olhou para as netas Eni e Maria Luzia, que tinham desejo de morar com os avós. Elas receberam esse convite e o aceitaram. Para mostrar gratidão, todos os dias as netas lavavam a casa, arrumavam as camas dos avós, tratavam das galinhas. E não ficou só nisso. Outros dois netos, Netinho e Ernane, foram convidados a garimpar nos rios Abaeté e Paranaíba. Arnaldo contraiu reumatismo juvenil e ficou com sequelas nas articulações, por isso não podia participar dos convites junto com os irmãos; estava internado fazendo tratamento e todos orando por ele.
Minha mãe, Madalena, gosta de frisar com orgulho que nasceu em Lagoa Formosa, sua terra querida, cheia de natureza e pessoas simpáticas, hospitaleira, onde morou por onze anos e teve vários amigos, que faziam parte de seu cotidiano. A casa era feita de adobe grande e cheia de gente da família. Madalena, as amigas vizinhas e os primos iam para o quintal comer frutas, brincar de casinha, pique, esconder, amarelinha, elástico e criar bonecas de espiga de milho para brincar, aproveitando para aprender a fazer trancinhas nas espigas de milho.
E no quintal de 3 mil metros quadrados, no centro da cidade, com pomar de frutas, horta e muitos pássaros, minha avó fazia biscoitos em um forno feito de barro, pães de queijo, biscoitos de espremer, cultura esta que, com o tempo, foi ficando mais escassa e sendo substituída por moradias verticais, concretos e por tecnologia.
Em 1959, período em que o País vivia sob pressão da ditadura militar, Madalena estudou nas Escolas Normal e Professor Sílvio de Marcos; esta pertencia à Penha e hoje é o Colégio Tiradentes. Nas escolas havia regras; as alunas eram obrigadas a ir à escola de uniformes padronizados; tinham que usar boinas, meias brancas, sapatinhos e saia pretos, camisas brancas, gola marinheiro muito bem passada. A sala muito cheirosa, as meninas iam bem perfumadas. Durante a juventude, curtiu muito com os amigos. Gostava de frequentar a Recreativa e o Social, ir aos cinemas Garza e Riviera. Os jovens trajavam terno e gravatas, e as meninas, vestidos sociais, enfeitados de pérolas, os quais eram confeccionados por Madalena e pela mãe dela. Naquela época não se viam mulheres andando de calça feminina, comprida: era chamada de eslaque. Com 22 anos, Madalena conheceu o Lázaro, na Recreativa. Os bailes eram bem clássicos, com o som de umas bandas de Brasília, os Asteroides, banda patense que tocava Beatles, Elvis, Mutantes, Geraldo Vandré e outras músicas contemporâneas. Época do vaivém, em que os homens faziam um corredor no passeio, e as mulheres passavam de braços dados umas com as outras. O vaivém ia da General Osório à Olegário Maciel. Os postes de iluminação localizavam-se no meio das ruas. Os veículos tinham de desviar-se dos postes, pedestres e ciclistas. As motos mais sofisticadas eram as lambretas.
Lázaro andava de garupa com o amigo Dão, ambos de terno e gravata, curtindo a noite na pacata Patos de Minas.

O flagelo da perda de uma mãe é um pesadelo eterno, e o desprazer de nunca ter sentido o calor de uma mãe é estar em um Ártico Polar
Fábio Alves Borges

Inserida por FabioAlvesBorges

Uma vez minha avó disse:
Você não pode desistir de encontrar um amor porque uma pessoa idiota te fez acreditar que o amor machuca..
Mas ai eu te pergunto..
Até quando ?
Até quando vale a pena sofrer para tentar achar um amor ?
Sempre haverá uma pessoa boa que toca no fundo da sua alma mas também vai ter aquela pessoa ruim que vai tocar no fundo da sua alma..
Como você vai descobrir se essa pessoa vale a pena ou não ?
Você só percebe depois que o estrago ta feito..
O pior é que as pessoas te deixam quando você mais precisa delas..
Elas estão ali vendo seu mundo cair e não fazem nada..
Eu sinto falta daqueles abraços quentes que uma pessoa me dava..
Mas Deus tira as pessoas de outras pessoas..
Minha avó também disse que a gente tem que se acostumar com a partida das pessoa,mas eu nunca me acostumo e acho que nunca
vou me acostumar..

Inserida por DanNeves

Um dia meu avô me contou uma coisa que na época eu não entendi muito bem mas guardei cada palavra que ele disse..
dizia ele:
-Uma despedida é sempre dolorosa, pois nunca sabemos quando diremos adeus a alguém pela última vez.
Naquele tempo eu não consegui compreender ele mas concordei com cada palavra que ele disse..
Minha mãe e meu pai trabalhavam muito,eles viajavam toda semana e eu tinha uma vida muita difícil,toda vez tendo que mudar de
casa e de escola,era uma loucura..
Meu avô decidiu falar com meus pais para que eu pudesse morar com ele para que eu tenha uma vida de uma criança normal,que eu
possa fazer amigos na escola e na rua da minha casa..
Meus pais não contestaram,até disseram que era um adianto..
Quando descobrir que iria morar com meu avô eu fiquei muito feliz,minha relação com o meu avô sempre foi uma das melhores,sempre
gostei muito de ficar com ele..
Lembro de quando ele comprou o primeiro smartphone,eu tive que ajudar ele a usar e ensinar como mexer nas coisas..
Ele também me ensinou a fazer várias coisas como ler,escrever,andar de bicicleta entre outras milhares de coisas..
Um dia meu professor meu perguntou o porque do meu avô ir em reuniões escolares e em festivais e não meus pais, na hora eu não
soube responder e disse que não sabia o motivo..
Assim que cheguei em casa perguntei ao meu avô o porque dos meus pais não irem em reuniões e etc.
Ele disse aquilo que eu já sabia,que meus pais trabalhavam muito e blá blá blá, depois disso nunca mais falei sobre o assunto com meu
avô..
Um dia meu avô falou que precisava ir num hospital conversar com um doutor e pegar uns exames,ele disse que não precisava ir com
ele mas eu fiz questão de acompanha-lo
Chegando lá não demorou muito e fomos atendidos por um médico..
Meu avô pegou os exames e riu,eu não entendi o porque dele está rindo e também não entendi a cara do médico que parecia confuso..
Quando o médico abriu boca meu mundo acabou..
O médico disse as seguintes palavras:
- desculpa senhor, mas você sabe que você está com uma doença rara e que pode morrer a qualquer momento??
Meus olhos encheram de lágrimas mas consegui conter pra tentar entender mais sobre o assunto..
Meu avô riu novamente e disse:
- Essa doença não me impede de rir e ser feliz como eu era antes de descobrir essa doença..
Meu avô pegou os exames e saiu da sala do tal doutor..
Quando a gente saiu daquele hospital eu entrei no carro e comecei a encher meu avô de perguntas sobre o que tinha acabo
de acontecer
A única coisa que ele me disse foi:
-Quando eu tinha 5 anos, minha mãe sempre me disse que a felicidade era a chave para a vida. Quando eu fui para a escola, me
perguntaram o que eu queria ser quando crescesse. Eu escrevi “feliz”. Eles me disseram que eu não entendi a pergunta, e eu disse a
eles que eles não entendiam a vida.
Quando a gente chegou a gente sentou para conversar sobre essa tal doença que pode matar meu avô a qualquer momento
Ele dizia que essa doença se chamava HEMOFILIA e era uma doença que era um distúrbio na coagulação do sangue, ele também disse
que não era pra me preocupar com esses tipos de coisas e que era pra eu viver a vida como um adolescente qualquer..
Eu disse que era impossível não me preocupar com isso,fui pro meu quarto e deitei pra tentar esquecer o que realmente pode acontecer no futuro..
Comecei a pensar no que eu ia fazer da minha vida sem o meu avô, me perguntei de todas as formas o que eu poderia fazer pra ajudar meu avô..
Lembrei de uma coisa que ele me disse a muito tempo atrás,meu avô disse
"Uma despedida é sempre dolorosa, pois nunca sabemos quando diremos adeus a alguém pela última vez."
Eu cheguei a conclusão de que eu devia aproveitar meu avô o máximo de tempo, pois eu sei que agora mais do que nunca eu posso
perder ele a qualquer momento..
Ele me ensinou a levar a vida na alegria pra não sofrer mais que o necessário,por isso eu não posso me apegar em um momento triste,
vou fazer meu avô ser a pessoa mais feliz nesse curto ou longo período..
Os dias foram passando e a cada dia eu ficava mais feliz em poder ver que eu arrancava sorrisos do rosto do meu avô mesmo sabendo que ele estava destruído por dentro..
fomos em festivais de danças,em oficinas de artes,em teatros,shows e tudo que meu avô gostava de fazer..
Em um fim de tarde eu lembro do meu avô e eu sentado em um banco de praça com um picolé na mão, entre conversas e risos ele me
disse uma coisa que eu nunca vou esquecer, ele olhou pra uma banca de algodão doce e disse:
- você me promete que sempre vai ser um homem dedicado,educado,companheiro.
você me promete que vai ser tudo que eu não fui pra sua avó..
Mas porque disso agora vô,ele começou a chorar e disse que ele fez a maior burrice da vida dele,
-meu orgulho,meu ego,minhas
necessidades e meu egoísmo tiraram da minha vida uma mulher bondosa e forte
disse ele controlando as lágrimas
Ele me olhou e disse que poderia não durar nem mais um mês e me pediu para que quando ele morresse eu chegar e pedir desculpas
pra minha mãe, eu sem entender nada só disse que iria fazer isso..
No dia seguinte meu avô morreu enquanto dormia...
E hoje eu estou aqui escrevendo nessa carta os 16 anos mais felizes da minha vida..


Hoje eu me despeço desse mundo com 18 anos
E eu peço desculpas para meu avô aonde ele estiver
Peço desculpa por não conseguir ser forte e verdadeiro como ele sempre quis que eu fosse

Inserida por DanNeves

⁠Vou ser avó de menina...

A vida é uma caixinha de surpresas. Frase bem clichê, mas também muito verdadeira.
Hoje saí para trabalhar preocupada com minha nora. Ela está grávida e ontem, durante a consulta, não conseguiram ouvir o coração do bebê. Tensão.
Após a espera pelo resultado veio a notícia. O bebê está bem. E mais, através de um áudio gravado por meu neto, descobri que serei avó de uma MENINA.
Impossível conter a emoção. As lembranças. A expectativa vivida durante minhas duas gravidezes – sempre esperei o bebê nascer para saber o sexo. Recusava-me a saber antes, talvez uma forma de alimentar a esperança que viesse uma menina.
Sempre quis ser mãe de menina e, apesar de agradecer os filhos que Deus me enviou, as sobrinhas que pude ajudar a educar, havia aquele desapontamento, aquela espera que nunca se concretizava em encontro.
Hoje veio a notícia. Minha menina está a caminho. Já é amada desde a primeira espera. Avós são mães que não precisam engravidar e amamentar, bastam amar. Amar muito. Contar histórias, fazer tranças (sabiam que "trançar os cabelos prende as dores e as impedem de se espalharem pelo corpo")? Não sou eu a autora dessa informação, mas acredito nela.
Comprar roupinhas rosas e coloridas, usar laços, dar muitos abraços.
Minha amada e esperada menina, eu você e Michelll vamos brincar muito. Vamos descobrir muitas coisas juntas. Formaremos um belo trio. Vovó já está contando os dias...

⁠Tamarineira do meu avô

Diz o velho ditado quem planta tâmaras não come o fruto.
Isso era antigamente que lavaria 100 anos pra ver o resultado da semente. Até nisso o homem se meteu mudando as coisas feitas por Deus.
Hoje se colhe com 10 anos e mesmo assim pra gente da cidade é tempo demais da desânimo.
Imagine seu avô enterrar uma semente nativa sem a ciência do homem só com a fé de Jesus.
Pensando que em algum dia depois de 100 anos o seu descendente vai provar de um fruto plantado de forma rudimentar. Assim segue a vida que nós plantamos todos dias.
Algumas sementes semeadas por nós agora a doçura do fruto não poderemos provar, mas alguém tua descendência seu sangue estará lá pensando que bom que meu avô deixou essa preciosidade que foi plantada na mocidade especialmente mim.
A vida foi feitas pra deixar frutos doces e não erva daninha capim.
Se tem plantado com pressa de comer o fruto sozinho.
Está começando errado
Pra frente que se olha o arado
Está começando pelo fim

Inserida por marciobragarjrj

⁠A avó e o Menino

A avó não tinha presente e tão pouco lhe vinha o futuro.
Vivia de si, num tempo em que os dias, só lhe prometiam o passado.
Pela manhã cantarolava cantigas de roda.
A tarde pedia chá e se ria sobre coisas desacontecidas.

Quando a noite lhe vinha, adormecia falando com invisíveis olhares.
Não tinha a estética da memória.
Seus ouvidos acordavam lembranças do sentir.
Suas mãos continham a fermentação das horas.

Seus braços acolhiam porções de vida refluídas.
E de si apenas se ouvia o balbuciar das palavras.
Assim, vivia sob o cuidado das crianças,
Que em certas ocasiões lhe contavam estórias.

Como aquela de uma sábia anciã,
Que para não morar com o tempo findo,
Decidiu torna-se novamente alguém para ser inventada.
Foi assim que numa fração, antes de partir, disse ao menino:
- Descobri que és tão grande, que não pude de ti, ausentar-me.

Inserida por carlosdanieldojja

⁠A vida é assim.

Essa é a história do neto que não neto , da avó que não é avó, mas que o respeito, o carinho, a amizade, a confiança, a segurança fez com o que os sobrenomes se curvassem diante esse bem querer .

Mostrando que ser família é muito mais além do que ter o mesmo laço sanguíneo .

Na verdade essa é uma união de almas .

E assim segue a história.

Alguns dias, temos muitas festas, sorrisos e alegrias que contagiam !!!!

Noutros preocupações
Cuidados
Surpresas
Decepções
Conhecimentos
Esperança
Tristezas e por ai vai-se longe ...

E Junto a tudo isso vem a idade !

Pra muitos experiências
Para outros receios, medo , insegurança.

Uma grande parte
Saúde precária, idas e vindas aos hospitais se tornando cada vez mais frequentes.

Muito triste.

Outros tantos nos deixando para um sempre e verdadeiro fim e sem chance alguma de poder retornar!!

E uma grande e assustadora maioria desperdiçando o melhor que se tem em vida em :

NADA !

Usando da ignorância como veículo de sua condução para caminhos tortuosos da mentira , dos Vícios, da indiferença e dissimulação.

Só que o tempo nunca foi amigo de ninguém, ele também tem que trabalhar.

Ele tem uma função deverás muito importante.

Presta contas ao destino.

Então o que será que ainda iremos precisar de aprender?

Ou já aprendemos de tudo e fingimos não perceber?

Eu hoje olho a minha avó de coração, não a laços sanguíneos) mas a amor em meus cuidados e atenção e noto aquele olhar me fazendo tantas perguntas, querendo do seu jeito me dizer tantas coisas...

Que as vezes choro por dentro.

A ouço frequentemente dizer :

" Muito obrigada por tudo o que você faz por mim"

"Que Deus te retribua em saúde e felicidade "

Ou assim:

" Porque se preocupa tanto em me arrumar?
Já sou velha "

Respondo :
" Por mais cansaço que eu sinta, nunca me arrependerei de nada que eu puder lhe proporcionar "

Porque Deus foi quem me escolheu para essa tarefa .

E mesmo que o mundo vire-se contra mim eu não temerei mal algum .

Ela me devolve com seu sorriso de uma pessoa de 90 anos cheinho de histórias e agradece .

E eu continuo ...
Ahhh !!!
Sobre os motivos que eu resolvi lhe deixar toda arrumadinha é porque você precisa conhecer diariamente uma pessoa incrivelmente importante nesse mundo.

E ela pergunta
Quem Val ???

Eu a olho e digo:

VOCÊ !

Inserida por ivam_chavier

⁠Mas eu só tô sendo real quando eu digo
Que ninguém quer ouvir o avô do rap
Homens velhos tem ataques do coração
E eu não quero ser responsável por isso
Então largue o microfone e siga em frente
Você ainda pode ter um pouco de dignidade
Eu nunca reclamaria por ser um falso don corleone
De 100 anos de idade

Inserida por MCBigBen

Ser avó é mimar e ser mimada o tempo todo.

É ser convidada pra fazer bolo sem receita porque só ele sabe os ingredientes.

É botar o bolo no forno sem querer olhar o tempo do mesmo, pois o verdadeiro aquecedor é o coração.

É criar e recriar formas de brincar sem pressa de terminar.

É perguntar ao vovô como é ser avô, e ele silenciar na emoção.

É sentir o abraço e o cheirinho de Deus no coração a todo instante ❤️

É aniversariar todos os dias em comunhão com o amor incondicional dos avós.

Inserida por IvaneideHenrique

⁠UMA AVÓ DE AÇO
Tenho uma avó de aço. Sim, minha avó é de aço. Desde muito cedo a vida lhe sorriu em desventuras. Se tornou órfã de mãe aos 6 anos e sem condições, o pai entregou os vários filhos a muitos. Ela fora criada um período por primos e depois por desconhecidos que a queriam adotar. O destino trouxe-lhe meu avó, 19 anos mais velho que ela, e ela, aos 19 anos, casou-se com ele . Fruto dessa união, nove filhos foram nascidos, sendo que pelas peças e ensaios da vida, se foram dois: uma menina com 2 meses e meio, e o único filho homem - mesmo nome do pai, invadido pela leucemia aos 8 anos de idade.
Quando surgi, filha da sua 2ª filha - neta primeira, portanto mais velha, cresci vendo-a de aço. Impávida, alcácer da casa, mulher vigorosa...enquanto meu avô, na mansidão das palavras a acompanhava em admiração. Dona Iraci esbravejava com sua tempestuosa personalidade. Fazia todo mundo tremer. Trabalhava arduamente para cuidar de tudo. ASB dedicada, cuidava da limpeza com maestria tanto no serviço, quanto em casa. Recordo dela chegando com baldes de "lavagem" para alimentar os porcos do chiqueiro que tinha aos fundos da casa.
A casa de vó sempre foi o melhor lugar do mundo. Era lá que encontravam os netos, tantos outros que foram nascendo das outras seis irmãs da minha mãe. Mas antes de qualquer coisa, naquela casa o lema era trabalho. Não recordo um dia sequer da minha vó descansando (é estranho hoje vê-la deitar!). Quando chegávamos, ora era na cozinha, ora na limpeza da casa (que até os dias de hoje permanece impecável), ou ainda nas quitandas e doces (meu preferido era de goiaba)...os tachos de cobre gigantescos e quentes. A lembrança da minha vó era de uma máquina de trabalho, como se nela existisse um motor incansável e eterno. E creio que de tanto assim viver, seu cérebro registrou que era! A dinâmica desse cotidiano, nos fazia enxergá-la puro aço.
Fui uma neta muito presente na infância e por muitos anos da juventude...mas de repente, com tantas mudanças....as visitas vão se tornando escassas, os encontros diminuídos...enfim... Por que precisamos crescer? Aliás, por que precisamos crescer e esquecer?
Hoje foi dia de poesia dentro de casa. Hoje a poesia exalou nos cantos da cozinha da casa de minha vó. Na despedida rotineira das minhas curtas e raras visitas de final de semana - tão comuns e singelas como todas as que faço quando saio de casa e retorno para onde moro, abracei-a apertado, dizendo: "eu te amo vó!" Ela me olhou com olhar triste e lacrimejado. Então falei:
- Vó, uma amiga viu minha postagem (abri o instagram e mostrei a ela nossa foto do dia anterior) e disse: viva e linda! Ela, com os mesmos olhos:
- Linda o quê, minha filha!? Vagueou triste e continuou: Minha filha, a gente não enxerga, sabia? A gente não vê a velhice chegando. Não percebe! Ela vem de mansinho. Quando me olhei no espelho, assustei! Estou tão velha! Não me reconheço. Pergunto: quem é essa? Não é fácil aceitar, minha filha. É muito difícil encarar. Agora ta menos ruim dentro de mim, mas não é fácil.
Segurei sua mão. Seu olhar era de dó. Dó pelo o que a velhice lhe vem provocando, lhe vem martirizando. Fixei meus olhos nos dela:
- Eu te amo, vó! Você é linda! É difícil, mas é e será assim pra todos. Olha as minhas mãos! Elas não são mais as mesmas de pouco tempo atrás!
Depois de uns instantes a mais de afago, despedi e peguei a estrada - grande parte da viagem sozinha. Vó tá tão diferente daquela vó da minha infância, tão distante daquela que ainda consigo recordar nas profundezas da minha memória. Fiquei pensando naqueles seus olhos de hoje, naquela mão, no rosto dela que não é mais o mesmo. Muito modificado. Mas não eram as rugas que me impressionavam. Não eram as marcas do tempo, chegadas nessa tão assustadora velhice, já nos seus 83 anos.
Mas a leveza daquele rosto marcado. Mas ela ainda não se deu conta disso. Ela não é mais de aço; é cansável e humana. Limitada como tudo que existe na terra. Eu vi hoje uma vó de voz baixinha feito sinfonia que acalanta, de olhar carinhoso e querido, feito brisa que acalma. Mas que necessita do meu olhar. Os olhos lacrimejando não me saiam do pensamento - ah, esse olhar! Estavam tantas coisas escritas! Era um discurso revelando que ela fez tudo o que tinha de fazer e o que importa agora, não está na força - isso é coisa ausente; não esta na braveza - isso é coisa sem sentido.
A vida, através do tempo, lhe acalmou a alma. O tempo da colheita chegou. Uma colheita daquilo que não se apalpa. Daquilo que aquele olhar provocou na minha alma inquieta...inundada de amor e gratidão, e admiração, e respeito e orgulho que serão eternos.
Vi na minha vó hoje, a mulher feita de flores que se valeu por tantos anos atrás, das forças de aço para sobreviver.
Vó, a senhora agora é flor! Sensível, frágil, delicada! Deixe-nos te amar apenas. Não tenha pressa, nem tenha raiva do tempo. Ele quem nos dá você a cada dia de presente!
Obrigada por estar linda e viva! Porque o cheiro dos seus olhos lindos permanece o mesmo. Eu te amo. Quero falar eu te amo assim como todos os dias falo bom dia a toda gente que conheço e que desconheço por aí! Eu te amo, vó!

Inserida por Tatianyaraujo

⁠Detalhes -

Naquela casa ao fundo
vim à vida como sou
e lá morreu o meu avô
num silencio profundo.

Alta noite em solidão
passa a vida em sopro lento
passo eu e passa o tempo
só não passa o coração.

Faz doer lembrar que a morte
nos deixa secos e tão sós
naquela casa , por sorte,
sempre lembro os meus avós.

E quando um dia eu partir
não me chorem por favor
já me basta toda a dor
de ter vivido sem sorrir.

Inserida por Eliot