Texto sobre Água
Barquinhos de Papel
Na água da chuva ondulante
Meus barquinhos de papel,
Sob o som da acordina.
Transportavam triunfantes
Num castelo de ouropel,
Os meus sonhos de menina.
Velozes e coloridos
Singravam o rio encantado,
Enquanto a chuva caía...
Dentro deles um pedido
Relíquias do meu passado,
Que só a alma entendia.
Onde estarão os barquinhos
Com os pedidos que fiz,
Nesta longínqua andança?
Talvez naveguem sozinhos
Por um caminho infeliz,
Nas correntes da esperança.
a palavra é!
está
no altar-mor que lhe é devido
ela é!
Terra Água
Centro
Sol Luz
é o princípio o intervalo e o fim
do universo
é calor
respira-se da palavra
habita-se todo o seu espaço
interior
in "Meditações sobre a palavra" (um tributo a Ramos Rosa, o poeta do presente absoluto), editora Temas Originais, do poeta Alvaro Giesta
Banho de Chuva
De repente, quando se viu sem a sombrinha
entregou-se aos pingos d'água, tomou sem
pressa banho de chuva, feliz pelo momento
olhou para o céu, no lívido azul do infinito
redescobriu a infância, enquanto os demais
ao seu redor, protegidos por sisudos
guarda-chuvas, caminhavam cabisbaixos na
mesmice daqueles que desaprenderam sonhar.
Posso te servir mais um café
Na intenção de fazer você ficar
La fora tocam gotas d’agua na janela
Fazendo o cantar das aves cessar
E na porta aberta o vento vem dizer
Que o tempo para pra quem sabe viver
O vento carrega teu perfume
E o conforto pousa aqui
Nos meus braços cheio de espaço
Com meus abraços sempre a te cobrir
Respira, suspira, me inspira;
Me fazes suspirar...
Me deixas louco, me fazes sonhar!
Me dás água na boca;
Vontade de te abraçar, e beijar...
Grito teu nome e me calo,
Só pra te ouvir falar;
Canto-te num belo verso,
Te faço minha mulher;
Desfaço tudo que fiz,
Agora faço o que queres...
Choro, se tu quiseres;
Amo-te de coração!
Faço-te uma canção...
Amo-te até no chão.
Respiro o teu suor...
Aspiro o teu perfume, cheiro de uma flor!
Assim, sou mais feliz!
Maluco, muito beleza...
Tristeza; não tenho não!
É louca esta paixão.
Roberto Corazza.
Fui na fonte...
Fui na fonte buscar água
para lavar meu coração
e no caminho,
encontrei um anjo
que pegou na minha mão.
Me disse que algum dia,
eu contaria os meus segredos
que foram embrulhados
e amarrados,
com fita de cetim rosa.
É assim
que eu guardo,
um pouquinho mais de mim.
No meio da floresta,
parei para ouvir a orquestra
que sempre encantava
quem por ali passava.
O maestro era o vento
e os músicos,
eram os pássaros.
O balançar das árvores,
eram as notas especiais.
Fiquei ali,
durante algum tempo
e quem fez companhia,
foi a paz.
Ferrões Quente
Pessoas se moldam aos outros como a agua aos seus moldes mais complexo. Inquietos com o momento silencioso, solitário, esparsos e dispersos inibem o conhecimento mais perfeito aflorando o que deveria ser descoberto por um e não inúmeros e que seja sublime e sem traumas de conhecer aquém ou alguém. Se desvirtuam do natural de correr, pular, puxar e empurrar aquilo que antes era simples e que no hoje se descartam por meras lembranças e reposições mundanas. Saber esperar é uma qualidade, explorar o tempo de espera com momentos, "pode ser você até algo melhor surgir" ou simplesmente com atitudes sufocados pela surdina do sono alheio não tem as características de aguardar. Sempre que tomamos decisões no calor do momento ou da fome do prazer, cometemos deslizes onde a vida nos marca com ferrões quente.
Doce Como Doce De Mamão Enroladinho
Que a felicidade,
venha fresquinha,
como água!
Doce,
como doce de
mamão enroladinho.
Alegre como o
cantar do passarinho.
Terna como a minha alma!
Sonhadora como
as minhas inspirações.
Que a felicidade,
nunca me abandone...
Mesmo quando a vida
insiste em me deixar triste.
Eu quero sempre
poder ter a capacidade
de buscar estratégias,
para trazer a felicidade,
para perto de mim!
Pois somente assim...
E bem assim...
Terei todos os meus
sonhos coloridos!
No seu olhar perdido minava água, ela não podia chorar porque estava em publico no metrô, ela passou a mão nos olhos para enxugar as gotas que teimava em cair, as mãos deslizava sobre a bolsa, na sua agonia, e falta de controle emocional, seu corpo estava rígido,e o que se percebia era só um olhar perdido que se voltava para o chão e para as paredes do metrô.
As vezes queremos tanto aquilo que não era pra ser nosso. E livre e arbítrio.
mulher no metrô 21/03/2015
No ritmo da chuva
A chuva cai lá fora
pingos de água intermitentes
que envolvem transparentes,
o vidro da minha janela...
Arrebatadoras vão descendo,
molhando, vão acontecendo
caídas, rolando no chão
pequenas enxurradas de emoção...
Chuva que cai transbordante
molha a alma do poeta errante
que em lágrimas tende a escrever
o que da vida não pode conter...
Anjopoesia
"TEMPESTADE/S"
És um deserto, na minha alma
Num poço profundo e cheio da água mais pura
Onde sacio a minha sede, sede de amor
Paixão e liberdade
As tuas mãos entrelaçadas nas minhas
Suadas, quentes e frias, da tua barba que pica-me
O meu corpo como uma tempestade
De vento que geme de frio
Derretes o gelo com o teu calor
Como uma fogueira que arde de amor.
Amo-te ao luar, amo-te à chuva, senti-te na praia
Na areia quente, o corpo queima, na noite esquecida
Sacias a sede, cansas a mente, cansas o corpo
É nos teus braços que eu amo estar, fresca a tua boca
Sabe a romãs, cheio de amoras, brisa do mar
Seca o deserto, do nosso alento, choro ao sol
Choro ao vento, desta tempestade da nossa vida.
BOM DIA MEUS BONS AMIGOS!!!
Enquanto a água do café não borbulha,
o pão, manteiga e geléia coloco na mesa.
Vem de súbito na memória
o fogão à lenha da minha infância,
cujo fogo aquecia a água soltando fagulhas...
Esqueço as xícaras e me vejo com surpresa
voltando no tempo com as doces fragrâncias...
mel - ((*_*))
Somos o tempo. Somos a famosa
parábola de Heráclito, o obscuro.
Somos a água, não o diamante duro,
a que se perde, não a que repousa.
Somos o rio e somos aquele grego
que se olha no rio. Seu semblante
incerto se espelha na água mutante,
no cristal que espelha o fogo tropego.
Somos o vão rio predestinado,
rumo ao mar. Pelas sombras cercado.
Tudo nos diz adeus, tudo nos deixa.
A memória nos imprime sua moeda.
E no entanto há algo que se queda
e no entanto há algo que se queixa.
PINGOS D’ÁGUA DA CHUVA
(Gleidson Melo)
Um, dois, três... Milhares de pingos d’água. Assim é a chuva. Suave, acalma e traz a tranquilidade necessária ao bem-estar.
Conforto para os corações apaixonados pela vida. Num cantinho especial e reservado, somente para contemplação da natureza: sozinho, sentado e sentindo o cheiro de terra molhada.
Cai em forma de chuvisco, fazendo barulho no telhado. Lava as calçadas e molha os campos verdejantes. Enche os rios, os riachos e escorre nos vales. A vida acontece. Na beira do lago, dá um sentido todo especial ao momento e traz a felicidade.
Os pensamentos repousam na calmaria, enquanto dezenas, centenas, milhares... Incontáveis pingos proporcionam a paz e “faz chover”.
E outro estresse vai por água abaixo!!!
Mas por quê não conquistar a paz?
E eu posso ter pensado em guerra.
Queria lutar nessa guerra sem armas.
E eu queria isso, eu queria nada.
Mas haviam tantas bandeiras vermelhas nas ruas.
Agora outro vai por água abaixo.
Sim, vamos ser claros, não vou confiar em ninguém.
Você não me destruiu, politica, luta e sociedade.
Ainda estou lutando pela paz
Tenho uma pele insensível e um coração de ferro.
Mas a sua lâmina pode ficar cega.
Sou como um metal tinindo.
Posso estourar seus ouvidos.
E eu vou ficar acordado à noite para ver sua queda.
Vamos ser claros, não vou fechar os meus olhos.
E eu sei que posso sobreviver. A sua ignorância.
Andaria no fogo.
E eu quero marcar meu rosto novamente.
Estou fazendo tudo o que eu posso???
Então outro vai por água abaixo.
É difícil perder a razão.
Você não me destruiu.
Ainda estou lutando pela paz.
Mas você não vai me ver desmoronar.
Porque eu tenho um coração que luta.
“”És pão
sagrado
Purificado
Água cristalina
És saudade matutina
Manhã de chuva no chão
A refrescar a ilusão
És pão da vida
Sonhos de amor
Ausência de dor
Calafrio de desejo
Doce de beijo
És assim
Verdade em mim
Simplificada como tarde de sol
És brisa no atol
És pão
Pão que nutre a fome
Pão que irradia seu nome
Simples mas feito o que
E sem você
Sou pronome
Que só encontra felicidade
Quando seus braços se tornam o pão
Pão que sacia a fome
Fome do meu coração...””
Cercas físicas serão transpassadas. Muros serão derribados.
Liberdade é água natural num mundo de olhares desertos, luz num caminho cheio de buracos. Liberdade é poder ver a Lua e plantar sob sua benção, colher e comer sem coçar o bolso. É também, em essência, desnudar-se, elevar-se; derrubar a cerca em volta de si, enxugar esse excesso de racionalidade no peito que nos afoga em remorsos futuros. O coração é selvagem, instintivo, intuitivo, momentâneo, livre. Se assim não for, fere-se nas cercas, cria casca, vira pedra, morre por uma insuficiência 'amorística' que nós mesmos criamos.
Uma flor não pede permissão para nascer no asfalto. A borboleta voa efêmera e não teme a morte, porque em todo momento vive. Pois o contrário da Vida não é a morte, é o não amar.
Quem viveu a loucura do casulo, loucura enxerga no auto-aprisionar.
Bebi água de uma fonte.
Pura, cristalina.
Nascida no monte.
Aquele que jaz tardio
no horizonte,
o qual tento alcançar.
Bebo novamente.
Sinto um ardente desejo de lá voltar!
Percorro mais um caminho,
depressa, devagarinho.
Apenas sinto um pequenino
ardor ao olhar.
O sol brilha intensamente,
inebria a minha mente.
Apenas quero lá chegar!
Sinto febre de repente,
um calor aparente,
que não esperava sentir.
Apenas quero aquele momento!
Alcançar aquele monte.
Descansar e sorrir.
Anabela Pacheco
"Não gosto de nada sem raízes, elas tem que ser ligadas a terra, por precisarem de água e de luz do sol... Tem que ser cuidadas... Tem que durar, o tempo suficiente pra fazer parte de nossa história..."
Assim como um relacionamento deve ser... São as orquídeas, que, mesmo após caírem suas flores, a cada ano renascem...
Chuva
Chuva que cai
Encantadora melodia
Água la fora
mente tranquila
Chuva que cai
Bênção divina
pingos ao chão
Lembranças longínquas
Chuva que cai
Inesperado milagre
Correntezas escorrem
Caminhos se abrem
Chuva que cai
Promessa de vida
Ventos molhados
Quatro da matina
Chuva que cai
Amores passados
Trazem de volta
Eternas águas de março !