Texto sobre a Primavera
Agostos
________Quem vive a vida com gosto - nas intempéries dos Agostos, pulando cordas e quebrando gelos, ou, acendendo fogos e transpondo invernos - sabe que uma Primavera está para chegar...
Recordo-me bem do frio de Junhos na cidade e Julhos no campo, quando levantávamos bem cedo para a missa das cinco e para ver as vacas no curral - exatamente nesta ordem...Víamos as tardes se acabarem nas montanhas cinzas e ofuscadas pelo por-do-sol, um vento sem sal e sem gosto... Então, sonhávamos com a chegada dos ventos de Agosto - aquilo é que era vento temperado!
Pelo menos a gente podia dar corda no tempo: soltar pipas - ainda que em combate com as ventanias, redemoinhos de folhas secas e esterco de gado.
Recordo-me feliz de sentar-me no balanço da varanda e ver o curral fechado de tábuas e porteiras de braúna as manhãs geladas de inverno - resto de outono revirado de folhas secas e úmidas pelo orvalho da noite.
À tarde, a névoa se dissipava e o sol forte de inverno esquentava a terra vermelha e a plantação murcha e pálida - um cheiro de poeira passada, passando longe e deixando seu rastro sobre as folhas mortas, que nem tapete velho.
O anoitecer era um frio de gelar a pele e a memória. Dava uma saudade das tardes de abril e das manhãs de maio!
De repente, tudo vai ficando pra trás, mas o registro fica na mente e nas recordações - eram como beijos roubados às pressas... Por isso, soltar pipas em Agosto era muito bom... Enquanto elas se empinavam e se perdiam pelo espaço, as lembranças flutuavam na mente!
Naquele tempo, a gente não tinha fotografias e nem precisava de gavetas... Somente para guardar roupas, talvez...
Os olhos eram os nossos melhores armários... Tudo viam e tudo trancavam, arrumadinho - cada coisa em sua prateleira - e lá também se penduravam os raios de sol, as nuvens avermelhadas desfiadas e as cachoeiras que batiam nas pedras soltando faíscas de luzes... Filetes prateados e alucinantes que cegavam as nossas vistas, que nunca mais saíram da memória.
As coisas novas nunca ficam nos mesmos lugares... Os redemoinhos da vida as espalham pelos ambientes por onde andamos... Mas no armário dos olhos, nada sai da sequência e as imagens, em cores efusiantes, desfilam uma a uma, bagunçando nossas cabeças, estremecendo nossos lábios e levitando nossos corpos - viajamos, literalmente!
Às vezes, nos sentimos meio árvores - fixas no chão, embora seus galhos balancem e alcancem os céus, continuam ali - um exemplo de aceitação. Idosas e crescidas, não sairão vivas do lugar e se saírem, estarão mortas.
Assim, um pouco de nós se sente como árvores e outro tanto como o vento. É quando paramos estáticos, ou corremos o mundo só com a imaginação e o registro de nossas vivências. Mas não somos como elas que vivem as estações e não se descabelam com as mesmices . Quando florescem e frutificam, se superam em beleza com a nova safra. E se não dão flores ou frutos, renovam sua roupagem em folhas verdes e viçosas.
Na essência, nunca seremos como elas - envelheceremos aos poucos, mas para sempre e o viço da juventude se esvai, lentamente... Aí nossos brilhos serão outros - o conhecimento, a sabedoria e a renovação de valores.
Árvores e pessoas precisam ser adubadas com insumos potencialmente necessários à renovação e fortalecimento interior - elas perdem a flexibilidade dos seus galhos e as pessoas se emperram - corpo e mente.
Dizem que em Agosto os cães ficam raivosos e atravessam as cercas de suas casas, em busca de outros seres, para descarregarem suas raivas.
Talvez seja também a época de o homem soltar seus gritos e suas lamúrias - libertar o peito e deixar o ar sair em disparate, como pipas ao vento - as cores são as nossas marcas... o branco a nossa paz.
Quem sabe os Agostos de nossas vidas sejam oportunos desejos de repaginação de nossos layouts - tempos sagrados de reconstrução dos nossos projetos e recondução das ideias - renovação de tons, símbolos, sabores e percepções - o espelho de um outro EU.
O outono deixa sementes, que domem aconchegadas pelo inverno - berço temporário. Mais tarde, precisarão ser lançadas ao solo para germinarem. Como as pipas, as sementes devem ser lançadas ao vento, harmoniosamente!
Afagadas pelas mãos serão, respeitosamente, depositadas ao solo.
Foi em Agosto que, sem nenhum gosto, descobri que as férias eram passageiras - o mês de soltar nosso tempo era sequestrado pelos devotos do ensino que jamais entenderam que 'o aprender' é viver solto e livre de regras ou razões e que as pipas só se soltam sem amarras...
Agostos são guardadores de conhecimentos que brotam nas Primaveras . "Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações". Transformações virão, aceitações, quem sabe? As sementes são novos gens prontos para diferentes combinações - mentes em evolução.
Deixemos as flores colorir os campos, os jardins e nossas vidas - olhos precisam de cores!
Então, sacudam os seus ventos, renovem suas poeiras - não deixem a sombra encobrir o sol - não deixem as lágrimas ofuscar os horizontes, não deixem a tristeza destruir as alegrias e não deixem o choro ofuscar os sorrisos. Vivam felizes os seus Agostos, enquanto aguardam, ansiosos, pelas suas Primaveras.
texto- Delza Marques - 8/08/2017- (Lendo Miryan Lucy Rezende).
EU CONSIGO
Autora: Profª Lourdes Duarte
Tem situações na vida que nos deixam tristes, desolados. Porque não dizer, nos sentimos fracassados. Principalmente quando objetivamos algo com muita intensidade e não alcançamos.
Nem tudo na vida é fácil e nem tudo que não alcançamos é sinal de fracasso. Se na vida alcançássemos tudo que almejamos,com certeza não teria emoção o que conseguimos com sacrifício.
Dalai Lama tem uma frase magnifica que nos ensina muito. , “A mais profunda raiz do fracasso em nossas vidas é pensar, 'Como sou inútil e fraco'. É essencial pensar poderoso e firmemente, 'Eu consigo', sem ostentação ou preocupação”.
Se não alcançamos o que desejamos hoje, lutemos para conseguir amanhã. A força de vontade nos impulsiona para alcançarmos tudo que sonhamos e desejamos. Como diz o grande Dalai Lama, 'Eu consigo', sem ostentação ou preocupação”.
Então, deixei os momentos ruins que te fizeram sentir um fracassado irem embora, como os pássaros que voam livres no verão e se protegem no frio do inverno. Deixe que o presente seja sinônimo de esperança, renove as suas forças, levante a cabeça e deixei o passado que te fez sofrer, cair como as folhas de uma árvore no outono e que em toda Primavera voltam, mais verdes e belas e logo as flores florescerão perfumando os campos.
Assim é a vida
Não deixe que algo, alguém ou momentos te transforme em um fracassado. Lute!
Enfim, espere o futuro chegar assim como os pássaros esperam o verão para voarem livremente, as folhas de uma árvore que esperam o outono para caírem e as flores a Primavera para florescer e exalar o seu perfume. A diferença é você esperar, não como um fracassado mas como um lutador de sonhos e objetivos. Sempre de cabeça erguida, sabendo que pode ir mais longe do que já foi, porque você consegue.
Lembre-se sempre do pensamento de Abraham Lincoln “O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer”.
>> A beleza que não morre
De que adianta celebrar a beleza,
se no passar das primaveras
as flores murcham,
as pétalas caem,
e o brilho que era intenso, ofuscante,
de repente, ao anoitecer da grande selva,
Não passa de alguns poucos vaga-lumes rodeando as árvores
em busca de lesmas e caramujos para saciar sua fome,
e mesmo assim, até os próprios bichinhos iluminados,
desaparecem depois de míseros dois ou três anos de vida.
Então, por que celebrar a beleza que é tão sensível e passageira?
Talvez a sensibilidade do observador não foque sua exaltação sobre a beleza daquilo que morre, daquilo que passa, mas na celebração daquilo que fica, daquilo que marca.
E como os diamantes valiosos, o prudente observador guarda pra si os sentimentos da beleza que se torna eterna ao ser contemplada, uma fonte viva de cores; sabores; amores.
E assim, o que era pra ser uma beleza pálida, sem cor,
tornou-se uma esperança plantada no peito,
uma colorida lembrança semeada na mente,
viva em cada movimento,
em cada marola de vento.
Soprando da primavera seu eterno frescor.
O que seria do ano se só existisse uma estação, se o ano inteiro fosse ao calor, ou só frio?
Deus tem um plano escrito para cada um de nós, saiba que isso que está passando é só um inverno as vezes rigoroso outra calmo sereno e tranquilo, porém está chegando a primavera onde tudo será florido e colorido. ,Ele é grande então agradeça por tua honra em nossas vidas, pois só Ele é o Deus eterno sobre toda terra e céu.
"Primaverando"
Ah! Quanta beleza
Uma estação tão linda que destaca a natureza
Tantas flores, tantas rosas
Os perfumes que ezalam
Nos instigam a viver com mais delicadeza
Tamanha variedade de espécies
Que enfeitam nossas praças
Deixando tudo mais bonito
Tão harmônico e cheio de graça
Aos apaixonados por essa estação
Eu desejo que aproveitem
Distribuam muitas cores
Deixem o mundo mais contente
Vamos "primaverar" ?
Dedicado à minha amiga Keila Sena
Os lamentos do vento de outubro entornam a mansão em Bertioga
Fustigam seus muros, mas a paz está em seus salões altos
Embora folhas de outono caiam e morram, um broto da primavera reina a casa. É você, brilho de botões tão verdes, cores de esperança, amor que enche coração do bravo...
Você é vento que sopra na vela reta como flecha, furando a onda que não impede regresso deste que bem te quer, e te quer enfim,
descansar em teus magestos braços.
Miudezas
Meu amor é um pássaro pequeno, daqueles miudinhos,
voa e pousa em qualquer lugar,
sem pressa e ambição alguma de ficar.
Um dia encontrei um amor, ele não me devolveu minha beleza.
A melodia que cantava, com o tempo,
entristeceu por ficar num mesmo canto.
Meu amor, esse pássaro pequeno, muitos desejaram deformar,
transformar,
reformar.
A miudeza era feiura. Não era beleza.
Não entenderam que feiura e beleza são aspectos da mesma arte.
Eu, porém, sou poeta dos contrários,
profeta dos caminhos tortos.
Sou um amante de miudezas.
Que a primavera me assopre seus ventos,
aromas diversos de amores,
eu irei.
Meu amor. Adeus.
Chegou!
A época mais verde, mais colorida, mais cheia de vida. A época dos ursos acordarem da hibernação, das formigas saírem dos formigueiros para abastecer seu estoque, das cigarras voltarem a cantar. Chegou a época de florescer e, não digo isso apenas para as plantas, pois depois de um inverno cheio de acontecimentos e ensinamentos, nós também devemos florescer nossa vida, nosso eu.
O equinócio do outono
Nesta transição da estação,ocorre também em nos a mudança no interior da alma. A luz cruza a esfera da camara secreta,o coração.o nosso chakra central, acontecendo o eclipse que traz o equilíbrio. Nessa estação,os olhos se voltam para as noites parecidas com nossa vida.Assim como no hemisfério,metade da luz está acima do horizonte do coração, equilibrando razão e emoção,acontecendo a transformação.
Esta fase é a da colheita..teremos então a produção, o conteúdo de nossa plantação da ultima estação..Fazemos a celebração!
Os ventos levam as folhas secas e esperamos pela volta de alguém que partiu.
Amadurecemos no mesmo tempo que eles,ligados pela fé que irradia a esperança na certeza de uma nova criança...
Semelhantes a uma semente, que para germinar, deixa-se morrer embaixo da terra, crescendo,desenvolvendo e logo então,novos grãos para uma nova plantação,renovados na beleza da natureza...
Assim é o ciclo da vida, estreitando laços de amizade e blindando todas as formas de amor já vividos neste vasto e diversificado planetinha. Um lugar chamado terra,recheado de cores flores e amores!
Saudações!!!
Por vezes.. passamos por passar.. como que sem perceber.. a beleza em cada detalhe.. em cada ato da natureza.. talvez como que se, em nosso dia a dia, eles não estivessem presentes...
Quantas e quantas vezes.. ao caminharmos apressados para nossos compromissos.. não passamos desapercebidos por estes pequenos milagres da mãe natureza?.. o que dizer de centenas de formigas que ali transportam o alimento para outras milhares?.. ou ainda do caroço de uma pequena fruta que vem ao solo, logo após um pássaro se alimentar de sua polpa?...
Quem não se lembra das plantas.. quando ao chegar da primavera sua flor nos traz todas as cores e perfumes?.. de onde vem tamanha motivação, tamanha dedicação?.. pequenos atos trazendo uma consequência de outros milagres.. partindo da beleza e perfume da flor.. capazes atrair pequenos animais.. que por sua vez levarão seu pólen até outras flores.. que gerarão frutos.. e estes alimentarão outros animais.. que ajudarão a semear suas sementes.. onde novas plantas nascerão.. onde um novo círculo virtuoso se iniciará.. a cada ato.. cada pequeno milagre.. sendo gerado pela beleza que brota do interior de uma planta...
Como seria.. como é?.. hoje mesmo.. perceber já se percebendo enquanto já se percebe que se pode.. hoje mesmo.. permitir brotar.. todas as infinitas possibilidades interiores.. toda a beleza interior.. enquanto já observando o desencadear dos pequenos milagres.. hoje mesmo.. como é!?!...
Uma semana cheia de bons frutos!!!
Paz e Luz
Instintos à solta... como fera
aponta o alvo e não erra
espera que da vida só lhe cheguem primaveras...
Hiberna no inverno,
no outono e no verão.
Testemunha efêmera
longínqua... como o som de um trovão.
Fingidor ferido,
caído, prostituído,
bárbaros ruídos...
teoremas de ilusão....
sortilégio, bruxaria, maldição.
Oh! Meu Anjo, caístes de uma estrela;
Numa noite em que jamais se esquecera;
Fora em Junho um Inverno Primavera;
Cuja flor puro Amor teu ser exala;
Ah! Moça rara és em tudo tão bela !
Viestes do nada e me enlouquecera...
Aquele brilho no olhar, me rendera;
Cuja a pureza, tua alma revela !
Especial, razão de meu viver;
De ti agora é tudo que preciso;
Saudade amiga sempre lhe acolher;
Eu quero ver a vida em teu sorriso;
Co´alma em sentidos, sempre, a entender;
Esse amor que ficou feito feitiço!
Amor por estações
Que o nosso amor seja como o Verão,
Quente e propensos à viagem,
Assim como o sangue que circula em meu coração
Viagem para descobrir em teu corpo cada linguagem,
Linguagem essa que desvendo agora,
Como o mistério da luz da aurora.
Que o nosso amor seja como o Outono,
Como as folhas que caem e florescendo uma nova flor
Assim como o ipê-Mamono;
Quem sabe para amar não seja necessário um novo amor.
O que é ruim se esqueceu, e o que é bom será guardado,
E que venha novos amores para que assim seja cultivado.
Que o nosso amor seja como o Inverno
Frio e cauteloso para congelar nossos defeitos,
Assim tenhamos um relacionamento perfeito,
Com cuidados e carinhos para brindar o que é eterno,
Que no frio desse amor, seja relembrada nossas boas lembranças,
Para que nosso sentimento volte a ter esperança.
Que nosso amor seja como a Primavera
Como o florescimento das flores,
Floresça o mais lindo dos amores.
E com simplicidade e espera,
Seja brotado em nossos corações sem dor,
A semente do nosso amor.
-Bruno Melo-
Olho pela janela tudo cinza
O sol não veio
Intimidou-se ao ver nuvens carregadas de escuridão.
Abriu mão de sua imponência, majestade, altivez
Busquei-o para aquecer meu rosto
Colorir meu coração com as cores de Luz
Busca em vão
Hoje o grande astro quer quietude.
Não desisti de me encher com alegria.
O dia nublo sugere solidão.
Mas não posso, hoje tenho pressa.
Lembrei!
Guardei um tesouro em meu coração.
Mais belo que a luz do Sol.
Que nenhuma escuridão pode ofuscar a beleza.
Te busquei para colorir meu dia.
Que coisa linda, já sabia.
Com você sempre sou primavera.
Tenho paz e alegria.
NINHO
No sono refaço as forças.
No sonho ao teu lado fico.
Acordado, o meu pensamento
viaja.
Como uma ave, rompe o vento
enfrenta a chuva, na busca de
quem é o seu amor, vai.
Além do ninho, a companheira o
espera, juntos se completam,
juntos se encolhem buscando
um, o calor do outro.
Para eles é sempre primavera.
Há flores nas juras de amor
feitas.
Há as flores do amor, que por
suas vidas se espalham,
enfeitando os caminhos,
por onde seus corações passam.
Roldao Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
No caule macio de uma pequena árvore
palavras escritas ao léu, ao céu,
da pequena que sob sua sombra nascera
coberta pela poética e seu inspirativo véu
sentimentos, ideias e ideais, os quais
realmente nem sabia o que eram,
versos ainda poucos, alguns roucos,
vindos de dentro do coração,
murmurando a poética pela tapera,
quimeras em metáforas de ilusão
Você foi
o meu
melhor
outono...
Trouxe alegria
para minha alma
e sorriso para
o meu coração.
Me presenteou
com palavras doces,
melodia suave aos
meus ouvidos...
Como um canto
entoado por Deus,
me dando esperança,
fazendo festa nos
meus dias sombrios.
Foi uma luz
Um alívio!
Minha sincera
gratidão a ti,
alma nua
e desconhecedora
do que é mal.
Que o bem perdure
em nossas vidas.
Que todas as feridas
sejam curadas.
E que nada que um dia
nos faça florescer
precise ter seu fim na
primavera.
Não repare minha ausência,
nem sempre meu tempo conduz
a caminhos e presenças,
mesmo tão cheios de luz
Sigo as horas buscando quimeras,
versos, flores sob o vento,
dançando sob colorida primavera
junto ao coração em contentamento
Só assim consigo caminhar
os passos que preciso a cada dia,
ninguém pode e nem deve estranhar
o que a alma poética fantasia
Em certas ocasiões, é necessário ser flores... ser espinhos, é também fazer parte do perfume. Muitas vezes, é imprescindível ser primavera.
A estação da renovação, onde tudo floresce e renasce, trazendo consigo a esperança de novos começos.
Ser primavera é saber se reinventar, mesmo após as tempestades mais severas.
É permitir-se desabrochar, espalhando cores e fragrâncias que encantam e inspiram.
É abraçar a vida com a leveza e a beleza que só a primavera pode proporcionar, sabendo que, após cada inverno rigoroso, sempre haverá um renascimento cheio de possibilidades e sonhos.
Devido a um lapso no clima, veio uma oportunidade indispensável, marcante, em uma lúdica realidade alternativa, ricamente, construída pelo meu imaginário, quando as quatros estações ganharam belas formas e foram personificadas em quatro distintas e poderosas beldades, uma ocasião e tanto, cheia de encanto e de expressividade, inverno, primavera, verão e outono, vividade de um vínculo fraterno, desfrutando o máximo de uma temporalidade.
Cada uma estava em um lugar diferente e afastado, nada fora da normalidade, até que de repente, todas foram surpreendidas ao perceberem que tinham mudado demasiadamente e logo sentiram uma forte necessidade de estarem juntas, pois de alguma maneira estavam conectadas, então, sem perder tempo, saíram de suas localidades e partiram, carregadas pelos ventos, em busca uma das outras com os seus corações exultantes, focando numa interação enriquecedora.
Após horas de empenho e de espera, finalmente, chegou o grande dia, os seus olhares se cruzaram, uma alegria imensa, cativante, compartilhada entre elas, abraços calorosos e apertados, falas de afetos, sentimentos fortalecidos pelas saudades, sorrisos alegres, a preciosidade de espíritos esbanjando entusiasmo, um amor tremendo, profusamente, significativo, firmado na verdade, no zelo recíproco, onde a felicidade de uma estação, alimenta a da outra, um momento incrível, reunião encantadora.
Estavam simplesmente elegantes, animadas e dispostas a aproveitarem, consequentemente,a pressa foi colocada de lado, aproveitaram bastante, nenhum segundo foi desprezado, prolongaram magicamente aquela rara brevidade e passearam pelo mundo, passos seguros, incansáveis, calmos, os detalhes simples eram os que mais se destacavam, um evento sublime, nada de tempestades para atrapalhar, um cuidado mútuo, permitindo assim um passeio memorável para todas elas, um contentamento por tudo.
Contudo, aquele encontro climático entre as estações chegou ao fim, mas antes de se despedirem, decidiram compartilhar algumas lições, dessarte m, cada estação teve a sua vez de falar, Verão começou "Que os gestos de amor sejam quentes e entusiasmantes como os dias ensolarados", em seguida, Outono "Aprendam a desapegar, soltem as suas folhas secas", depois, Inverno " Na frieza, o calor dos momentos é intensificado, também a viveza dos sentimentos" e concluindo, a Primavera "Todo florescer só ocorre na hora certa, um abençoado acontecimento."