Texto sobre a Primavera
Música silente
Postas mãos...
brancas, taciturnas,
alvas feito Jasmim
na primavera...
Noturnas!
Nenhum toque de gaita,
à boca se desenhou.
Era o fim... Porque a canção se cansou.
Nenhum sopro... Nem tom.
Borboletas azuis pousam na tela,
voando dos pincéis, outrora em suas mãos,
e agora, voam pelos ares em procissão...
Tudo silente, emudeceu
A canção se cansou e dentro da gaita se recolheu.
Neste sonho,
depois da chuva de primavera,
a cortina de pérolas desce do céu,
resvala a relva ruiva
da inspiração do encontro:
pérolas de orvalho
irrigam a palma nua dos meus pés.
Há um outro lado da cortina
como a página de um livro? – eu penso.
Oh! ela se esvai com o sol
relógio das estações.
Mãos de seda dobram o tecido,
zelosas das gotas de orvalho,
e o recolocam no útero da árvore.
Um homem vem
puxando uma carroça de junco
cheia de pétalas rosa chá
e passa sem deixar nem mesmo
o perfume da sua presença.
Em minhas mãos vazias
um punhado de sementes
pequenos pássaros sonolentos.
Flores de hera
Por ti, na primavera
Caminhei na chuva
Em busca das flores de hera.
Mas sobre ti me enganei...
Tal qual a hera, que não produziu flores
Nem mesmo no fim da primavera.
Esse amor infértil
Também nunca me ofereceu nada
A não ser anoiteceres e madrugadas.
Nunca sozinho um ninho fez para sua amada.
Nem derramou pétalas sobre nossa cama desarrumada.
Porém, tal qual as flores de hera!
Nem um ramo me oferecia.
e nunca, nunca, a mim, tentou ser primavera.
Ainda estamos na Primavera, que está quase se despedindo,
mas sempre é tempo de saudá-la com amor no coração...
Para falar de amor, nada melhor do que
uma valsa, para dançar com amor,
uma poesia, para dedicar a quem se ama,
e uma rosa, para oferecer com amor e carinho...
UMA VALSA... UMA POESIA... UMA ROSA
Marcial Salaverry
Uma poesia musicada...
Música e poesia, sempre de mão dada...
Uma rosa ofertada...
Produtos de divina inspiração,
a nos alegrar o coração,
em devaneios, nos domina
o corpo e a alma...
Sempre nos acalma...
Invade nossa mente,
com suas rimas, com seu ritmo...
Completamente arrebatados,
pela fantasia etérea, apaixonados,
ouvimos inebriados,
bailamos enlevados...
Poetas, não deixem de escrever...
Faz-nos com suas rimas viver...
Compositores, não deixem de compor,
aliviando assim nosso sofrer, nossa dor...
Vem meu amor querido...
Esqueça um momento sofrido...
Pela poesia que estou a declamar,
venha me amar...
Com a música que está a tocar,
vamos dançar, pelo salão rodopiar...
Nossas penas olvidar...
Vamos flutuar nas ondas de nosso amor...
Entreguemo-nos a esse delírio sem dor...
Nos mares a navegar...
Nas nuvens flutuar...
Pegue minha mão, sinta a emoção
que faz palpitar meu coração,
quando estamos esta música ouvindo,
e a poesia em nossa alma sentindo...
Doce embalo para nosso amor...
Aspire o doce aroma das rosas...
Vamos da Primavera nos despedir...
Marcial Salaverry
Vem, meu amor!
Vamos sair por aí,
a PRIMAVERA chegou!
De mãos dadas, vamos ver os jardins em flor!
Rosas, cravos, glicínias e jasmins
abrem-se ao sol
e querem nos ver passar.
A vida nos chama, vamos sair...
Enlaça-me, vamos ao campo !
colher flores de perfume sem igual
e beleza sem par!
Vem meu amor,
chegou a Primavera!
Vem, vamos senti-la em todo seu esplendor!
Cika Parolin
É primavera
É primavera então deixe florir,
que as pétalas abrochem...
para desabrochar e colorir
mudando assim toda paisagem!
Flores são sorrisos da natureza
e a primavera uma gargalhada!
E é nesta felicidade da beleza,
que a vida se vê orvalhada!
Então, que as flores vire canção
e a alegria sempre floresça
não somente numa estação,
mas, no inverno de um coração
porque o frio é apenas uma peça
e a flor um amor a florir na estação!
Poema...
Primavera
Seu aspecto essencial essência e beleza é uma surpreendente obra pictórica, pintura preciosa...!!!
Alívio, antídoto eficaz para o espírito imaginoso, inconsiderado, inconsistente, instável e irreprimível..!!
Banha - nos com providencial luz, purpurando - nos,
deliciando - nos com uma sutileza Instintiva em um,
inebriamento sútil aromatizante, aromático cheiroso
encanto penetrante para todo o universo, atmosférico!
( Poéticas Solange Malosto)
´Primavera
Façamos qual os pintores, reunindo - se em ritual para celebrá - la. Celebrar a Primavera, primaveril primavera
estação da rainha dourada. A maciça prole faceira em
brilhante matiz, perfumancia e perfectilidade encantava - os, inebriava - os tal seu mistério e esplendor...!!!
Viventes da criação, perplexos, como hoje, seduzidos tal o seu fascínio, desejosos de seu néctar se mobilizavam qual os anjos, entoando um canto oscilante, sinfonia concertante dos passarinhos, abelhinhas, borboletas esvoaçantes, diante de grandioso encanto, contando sempre com a solicitude, magnitude divinal de Mãe num suntuoso fulgor ( texto de Solange Malosto public: 13/10/2015)
Primavera
Período preferencial dos artistas, talvez a época do ano preferível do gênero humano. " Viver é uma arte" creio eu que uma objeção na afirmativa não faria senão enraizar uma obstinação sem compatibilidade. No universo artístico, mortais de labor aprimorado do passado, no caso os pintores, reuniam - se para celebrá - la. ( Fragmentos D'Alma Solange Malosto)
Poema
Ternura de Mãe
Filha minha, lindo botão que desabrocha,
frescor de manhãs de primavera, entre todas as donzelas, a mais linda, doce, singela!
Comparo- te com lis do campo, vejo- te como flor de pântano, certeza tenho que o Pai do céu, te escolheria, dentre todas elas!
Candura própria de Maria, alma alva e angelical, existente brilho, só nas estrelas,
és princesa, e original
Quando vejo teus olhos brilhantes,
fitando o mundo sem esperança, rogo ao Pai e a Maria, socorre- a neste instante!
Filha amada, filha minha, agora entendo, porque não tens par, vejo- te num radiante luzidio, reluzente revestimento, cintilante brilho, outra como tu nunca, és singular!
À noite, quando o sol já no ocidente,
a lua, estrelas, brilham, vejo- te como lua,
as estrelas tuas damas de companhia!
Vejo a lua, é a te que vejo!
As estrelas, tuas pajens fulgentes, num belíssimo, encantador, cortejo de rainha!
Quantas vezes, vejo- te como divina, no
teclado, balé, na oração, sono, acordada,
são muitos os momentos, talvez, em todos de tua vida!
Cintilas quando dormindo!
Quantas vezes em teu quarto, acariciei teus cabelos, e tu não me vias?
Constantemente fico pensando,
ela tem mãos de artista, estatura de miss, porte de infanta, soberana de um reino,
rainha um dia, grande mulher!
Agora menina moça, estás na adolescência limiar da juventude, chegará um dia que serás moça, mulher!
És linda, bela, divina!
A mais perfeita das maravilhas!
O criador não nos deixou a fórmula,quando te criou, oh! filha minha!
Ainda não encontrei teu príncipe, cônjuge, futuro companheiro, sei que vive, no momento ainda estrangeiro!
Quando aparecer, vai ser pra valer, tempo, não vais ter pra retroceder, vai levar- te num cavalo branco, cheio de plumas brilhantes,
sei que vou chorar, ficar em prantos!
Serás feliz, viverás o teu encanto!
(Poema public no Jornal Tribuna do Leste Manhuaçú)(Data 13/05/91)
►Entardecer
Querida pombinha, abra sua janela
Estou aqui fora, na primavera
Veja, as flores estão voando, abra sua janela
Quero contemplar o seu sorriso, abra ela
Querida pombinha, que saudade que me deixou
Por onde você esteve por toda a minha vida?
Levou a minha tristeza embora
Para dar lugar a sua alegria.
Querida tulipa, desculpe pelas rosas
Tentarei conquistar seu coração de outro jeito
Mas tenho receio de me apaixonar mais, ora
Você me enfeitiçou, tulipa, com certeza sonharei contigo
Em navios titânicos me afundarei, em seu bel-prazer.
Ah, mal sabe o quanto desejo sentir seu aroma
Seu perfume, que minha mente tanto ama
Pudera eu ser capaz de explicar, o quanto eu quero
Como quero abraçá-la, beijá-la, torturá-la
Com vários mimos, chamegos, em arrepios
Sua pele vibrando e você sussurrando
Chamando pelo meu nome, enquanto digo que te amo
Enquanto assistimos, lá de longe, o sol se pondo.
Primavera no cerrado
Depois da chuva das flores
Colore o cerrado de amores
Perfume, a aragem sorrindo
O inverno e secura indo
Num renovo que se refaz
Aroma de esperança traz
No voo da mamangava, do beija flor
É ressurreição, cheiro, cor
Desabrochando no sertão
Com florescente inspiração
Anunciada pelo vento
Cada botão rebento
Em quimeras da natureza
Emoção perfazendo em beleza
E gratificação de quem espera
A alma em poesia da bela primavera.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
12 de setembro de 2015
Cerrado goiano
Era um dia de primavera num dia que ficaria para a história das nossas vidas, dos nossos avós, dos nossos pais e da nossa geração um dia que só tem um nome LIBERDADE.
Era um Abril de amigo Abril de trigo.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus e amor e aventura.
Abril de novos ritmos novos rumos pelas estradas, pelos céus e pelos mares.
Era um Abril comigo Abril contigo e com o povo português.
Ainda só ardor e sem ardil mas muito amor e alegria.
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Uma primavera de cravos e vinhos e fado.
Era um Abril na praça Abril de massas ouvindo os fadistas e os copos de vinho a tocarem de forma cintilante.
Era um Abril na rua Abril a rodos pelas ruas de Portugal.
Abril de sol que nasce para todos e todo o nosso encanto.
Abril de vinhos e sonhos em nossas taças.
Era um Abril de clava Abril em acto.
Em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo e aventureiro.
Abril de boca a abrir-se Abril palavra e gritando ao mundo VIVA A LIBERDADE VIVA A LIBERDADE.
Esse Abril em que Abril se libertava pelos mares e pelos céus.
Era um Abril de clava Abril de cravo e vinho e amor.
Abril de mão na mão e sem fantasmas mas sim de anjos e deuses.
Esse Abril em que Abril floriu nas armas e nas garrafais.
Este dia é um canteiro de obras do amor e aventura.
Com flores todo o ano a encantar Lisboa e Portugal.
E veleiros lá ao largo do amor.
Navegando a todo o pano e beijando o amor.
E assim se lembra outro dia febril de prazer e excitação pela LIBERDADE.
Que em tempos mudou a história das nossas vidas.
Numa madrugada de Abril,
Quando os meninos de hoje já são homens e guerreiro e heróis.
Ainda não tinham nascido e já eram heróis e guerreiros.
E a nossa LIBERDADE.
Era um fruto prometido,
Tantas vezes proibido mas vamos festejar.
Que tinha o sabor secreto da LIBERDADE.
Da esperança e do afeto da LIBERDADE.
E dos amigos todos juntos a gritarem LIBERDADE.
Dbaixo do mesmo teto.
Nós temos sempre necessidade de pertencer à alguma coisa; e a liberdade plena seria a de não pertencer a coisa nenhuma mas sim de termos o prazer de desfrutar a vida.
Mas como é que se pode não pertencer à língua que se aprendeu, à língua com que se comunica, e neste caso, a língua com que se escreve e grita se LIBERDADE.
Se o leitor, o leitor de livros da LIBERDADE E DO AMOR E AVENTURA; aquele que gosta de ler, não se limitar à quilo que se faz agora, se ele andar pra traz e começar do principio, e poder ler os primitivos e os grandes cronistas e depois os grandes poetas românticos e aventureiros, a língua passa a ser algo mais que um mero instrumento de comunicação, transformando-se numa mina inesgotável de beleza e valor, de amor e numa só palavra LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
VIVA A LIBERDADE.
Era um dia de primavera num dia que ficaria para a história das nossas vidas, dos nossos avós, dos nossos pais e da nossa geração um dia que só tem um nome LIBERDADE.
Era um Abril de amigo Abril de trigo.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus e amor e aventura. Abril de novos ritmos novos rumos pelas estradas, pelos céus e pelos mares.
Uma primavera de cravos, vinhos e fado.
Não deixe esse tempo lhe corromper
A cada primavera.
Eu sei.
Esperança.
Com a capanga vazia.
Quem deixou essa herança.
Nesse mundo sórdido.
Construindo a vida entre trancos e barrancos.
O sonho do pódio.
A sociedade violenta causando danos.
Um teste.
Uma prova de vida.
Promessas e enganos.
Não permita se a perder.
Não deixe esse tempo lhe corromper.
Você deveras será sua própria unção.
Capaz de deter o canhão.
A voz que reprime.
A ocasião desse regime.
Não, amigo irmão, cale se não.
Bem sei do seu prato.
Um bandeco furado.
Pipoca no almoço.
Única refeição do moço.
Mas nessa garfada aos milhos.
Que se lateja a poesia.
As letras ao trilho.
Formando seu caráter.
Copiando detalhes.
Ai de ser por essas estradas.
Encontrarás novos sabores.
De enganos e tropeços.
Ai de surgir novos amores.
Giovane Silva Santos
Plantei um pé de romance
Foi na primavera.
Eu sonhava com ela.
No começo eu sentia.
Era um lance.
Logo logo.
Plantei um pé de romance.
Adubei com carinho.
Coloquei água dos meu olhos.
Molhei o ninho.
O sol que desejei.
Para fortalecer a lei.
Um amor robusto.
Como manda a poesia.
Palavras em oração.
Minha declaração.
Daquela fantasia.
Continuei a semear.
Logo vi brotar.
Uma vibração.
Um projétil bruto.
De encanto maluco.
Só eu via a canção.
Cada palmo semeado.
Um beijinho alcançado.
Daquela flor com espinho.
Aceitei quietinho.
Pois talvez é o que merece meu coração.
Se vale a pena não sei.
Mas é necessário a plantação.
Giovane Silva Santos
Às Dores de minha mãe -
Eu que não era
vim de onde não sei
e foi em breve Primavera
que em teu ventre me gerei.
Mãe! Eu nasci das dores de minha mãe!
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe ...
Poderei algum dia esquece-lo?!
Deverei juntar minhas mãos
e algum dia agradece-lo?!
Serão apenas momentos vãos,
palavra alguma poderá agradecer
ao ventre de minha mãe.
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe...
Mãe minha, minha mãe ...
Em ti me fiz poeta
em águas-de-solidão
e masceu minh'Alma insurrecta
do teu sanguíneo coração.
Mãe, minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de mimha mãe.
Preste Atenção:
Minha casa tem quatro janelas
Sopram ares de toda natureza
Primavera,
Verão,
Outono,
Inverno.
Minha casa tem três portas
Por onde ventam
Saúde,
Paz,
Prosperidade.
A casa tem quintal
Onde circundam muros centenários
Dentro deles,
Histórias ancestrais.
Nela tudo tem vida
Em cada canto e recanto.
ENTRE:
A cada tábua que range
Ao seu pisar
Preste atenção: a casa FALA.
Em cada prato dependurado na parede
Que se curva a sua passagem
Preste atenção: a casa te OBSERVA.
Em cada cortina que balança
Preste atenção: a casa RESPIRA.
E se o café perfumar e cheirar seus ares:
Preste atenção: ela é VAIDOSA.
Minha casa
"Encantada"
Espelho da minha intenção
É muito bom te receber.
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
O seu corpo é tão lindo
Como as flores na primavera
O que mais te destaca é pureza
Pois isso sempre tivera
Não consigo parar de pensar em você
E em nenhum momento, no seu olhar
Que é tão faiscante
Que não foi difícil me apaixonar
A sua bela e carnuda boca
Me traz inspiração
E quando beijá-la
Me sentirei um campeão
O seu calor e sua delicadeza
Me faz sentir confiança
Pois me trata tão bem
Que no seu dedo, quero pôr aliança
Primavera em cor
Primavera em cor...
Eu gosto da flor
Gosto de todas as pétalas
e as borboletas
me ensinam a voar!
Primavera em cor
Eu gosto do sol
Gosto do perfume das flores
e os amores
me ensinam sonhar!
Primavera em cor
Eu gosto do céu
Gosto de ver mil formas nas nuvens
e as paisagens
me ensinam a colorir meu dia!
Primavera em cor
Eu gosto da vida
Gosto de imaginar mil encantos
e todos os momentos
me ensinam, Deus alcançar!
Maria Lu T. S. Nishimura