Texto Poético
Mundo Poético
No meu mundo Poético
Submeto-me à ciência oculta,
E em uma consciência inexplicada,
Não me comparo com o tempo.
O tempo é quem me leva.
Minhas inspirações são conduzidas pelo vento.
Cambaleiam até nas altas tempestades.
Sou apenas um verso que ainda não começou;
Sou um poema ainda não esperado;
Sou um pássaro em busca de um ninho;
Sou o cotovelo do mar agitado;
Sou uma criança que chora por nada.
Muitas vezes nem sei onde foi parar a postura.
Sou uma máquina que ainda não foi fabricada;
Sou o tear que tece a teia sem nela ter tocado;
Sou um acorde de uma melodia improvisada.
Repentista que tem nas veias um sangue que fervilha por dentro sem ser notado.
Os meus icebergs desmoronam.
Os pinguins fazem suas migrações.
E os cisnes,
Voam para outros continentes,
Em busca de um clima gelado.
Assim é esse Poeta...
Que escreve tudo sentado no próprio sonho de uma calçada.
Sentado ou caminhando eu sei que vou.
Sem destino e os desatinos deixo bem longe,
Por algum lugar dessa minha,
Jornada......
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Verso criminoso.
Sou pássaro voador
Quando um verso poético me machuca
Vou em busca de uma cura
Em seu ombro
Tenho o remédio que tanto preciso
Ah! Se não fosse ele
Voaria sem rumo para outro lugar
E o verso criminoso
Me perseguiria até que eu não mais te encontrar.......
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Vira lata no quintal sem coleira
Vigiando um burrego desnutrido
Um boi velho cantando seus mugidos
Carcarás nos farpados da porteira
Uma lebre fugindo nas carreiras
Um tum tum de batidas no pilão
Se mistura ao estampido de um trovão
Passar vela nas mãos de quem morreu
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Pés cansados calçando uma alparcata
Em fragelos os punhos de uma rede
Lagartixas desfilam nas paredes
No coreto matuta enfeitada.
Com perfume Almíscar perfumada
Um casal namorando no portão
Um vaqueiro , uma espora e um gibão
Procurando uma rês que se perdeu
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Um bruguelo chorando desgosto
E um velho tocando realejo
Faz comércio de doce quebra queixo
sacudir o pirrai que tomou o choro
Procissão de boiada dando estouro
Benzedeira vendendo oração
Lapeadas de folha de peão
Ver visagem de alguém que já morreu
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Pr Jardel Cavalcante
UM SENTIMENTO POÉTICO
O sentimento poético,
Do riso cínico e do choro patético,
Tateia na curva sob o olhar cético.
Nas noites cinzentas do pensamento ético.
A mentira tem mira no condão do discurso.
O rio é o mesmo navegando em seu curso.
A corrupção e a ganância miram a larva e o recurso,
É o velho e o novo no mesmo percurso.
O sentimento desnuda a alma miúda.
Chora a face sisuda da desavença bocuda.
É um sentimento profundo clamando o amor,
Enrolado na mente com pétalas de flor,
É uma luz, é um sonho. Um afago consolador.
De um mundo mais justo e mais promissor.
Que a paz e a esperança
tenham um novo amanhecer.
Na batuta do tempo
e no seio do poder.
Élcio José Martins
Da flauta flutua
O lírico poético.
A sátira sutura
Com o quê céptico,
Que verga a envergadura
Da armadura pó sentido métrico.
Pulsão que castrou a dita ditadura,
Punção na mão do povo e o olhar na face/interna,
Mira agora o seu governo novo que não é mais que uma baderna.
Sufrágio clama o mouro para responsabilizar o tolo,
Diz - "tens poder" - mas - "pensa" - não és mais que um palerma!
Mas o povo é tento do descontentamento, falcão atento.
Lhe corroí ácido por dentro quando moi o pensamento.
Não há dito nem tortura que acabe com cultura,
Nem Maria nem José que não saiba como é
O fundo do tacho e a falta de rapadura.
A critica bate o pé com mão dura,
Com fé no Ser e na cultura.
Porque o Ser não esquece.
Que a espada enfraquece,
A flauta flutua,
A sátira sutura,
Com o quê céptico,
E o lírico poético.
A sagrada triangulação, o olho que tudo, ou quase tudo, vê... Só não o vê o que não quer ver e quem não quer ver que o que está visto é que temos que andar é de olho nisto, principalmente em quem está no poder. A mim não me compete competir, mas gosto de escamotear, falar por dizer e advertir para não esquecer. Que politicas fundamentalistas, como as que ainda vemos hoje, algumas até parecem nascer de novo, já exterminaram muito povo e censuraram muita pulsão que é só coisa do criador. Não devemos permitir censuras sobre a nossa envergadura. Nunca houve um tempo tão bom como o que se vive nos dias de hoje, para andar de olho, temos uma ferramenta que nunca antes houvéramos pensado sequer poder um dia existir. Esta janela para o mundo também é uma maneira de exercer, esclarecer, escutar e debater, aquilo que vai acontecendo. Todo temos e devemos ter algo a dizer... Nem que seja uma lírica mal escrita, cujo único objectivo é não sair da sátira poética! O resto fica à interpretação de cada um e a quem de direito com vontade de (munido de suas próprias ferramentas), agir. Sigo convencido de que pelo menos não fiquei inerte daquilo que eu sinto que penso!
Vazio Poético
As palavras se esvaziam da mente
Como um copo de água em dias quentes
A sonoridade poética silencia a alma e desinquieta o coração
São dias difíceis ao poeta que se lamenta e se renova em seus escritos
Em que a criatividade se distancia e suas emoções se perdem na dor
A dor de estar no vazio poético.
EMPODERAMENTO NEGRO
Então, vamos dialogar o logos, poetico contextual em voga
No que interferia, se alguma presença que venha interferir
Aquela presença marcante, difere, marca, no contexto atual.
EMPODERAR , criar, e dar condições sociais, culturais, a um grupo
Seja esse "grupo" afro, migrantes, de comunidade ou não, que seja
Quero dialogar sem um pouco de lógica, na serenidade das pessoas
Quero interar no empoderamento afro, se minha raiz descende o mesmo;
No diferente, legal assumir o que é, e não omitir a vossas historias
Sou indiferente, no que excluie as diferenças, somar, multiplicar, idéias...
A natureza não difere suas cores, ela integra, e interage! isso é empoderar;
Prosa de: Marco Aurélio Lima
05/10/2019
SER OU NÃO SER POESIA
ser ou não ser um texto poético
não depende de palavras eruditas
nem de frases sábias e implícitas
nem dum belo pensamento sintético.
a poesia não alimenta egos
não serve para exibicionismos
nem p'ra acrobáticos malabarismos
nem alimenta cabarés de cegos.
quando se sente o pulsar do poeta
quando se sente o seu ofegante respirar
e nos contamina a sua alegria
quanto as ideias têm uma meta
quando se sente os versos a dialogar
então sim será certamente poesia!
©ArthurSantos
Completando hoje 61 anos de idade.
Faço essa breve reflexão, num ensaio poético do momento que vivemos:
As horas e os dias passam, o tempo insiste em continuar
E esses últimos dias passam, como se fosse um filme
A irreversilibilidade do tempo, que calcula o incalculável
Vai passar, vai ficar
A ausência de trocas de afeto
Criando a força do uso das palavras
Da arte
Da poesia
Da fotografia
E da empatia
O cheiro do álcool que exala no ar
O movimento desconexo do corpo
A fragilidade da vida
A inocência e a impiedade
A luz do silêncio
O barulho do mar
O calor do dia, desse dia
O renascer da simplicidade
O nascer do sol
A presença do Criador
A fugacidade da alegria
E a felicidade espontânea.
Paulo Maramutá.
Manhã de 18 de abril 2020.
Contemplo-te
Concentro-me em materializar-te
Num engenho auto-poético,
Das inigualáveis formas de arte,
Que fusionam fervor e senso estético.
Estruturando o interno baluarte,
Pondo a prova o ceticismo de um cético.
Contemplo-te.
Dou-me conta que não posso transportá-la
Pruma tela; tintas não expressam-na.
Ou montá-la em argila, rocha ou mármore,
Nem harmonias em consenso manifestam-na,
Se rabiscasse os casos tornar-se-iam folclore.
Contemplo-te.
Dou-lhe a ponta e o teor interminável,
A invenção que representa e incentiva,
Estimulando a valentia inviolável,
Crescente, expansiva e gradativa.
Contemplo-te.
Contemplo-te como templo da astúcia,
Conforto-me ao examinar cada minúcia,
Que de ti vem, que detém, que a ti devem.
Contemplo-te.
O Eu Poético
A nossa poesia não está sujeita
À uma análise externa
A interioridade de um ser não se define
Pela objetividade social acerba
Pois, poesia é vida
É interioridade
É idiossincrasia
É reflexo de um estado de alma
Que com o derramar de uma lágrima,
Oscila...
Poesia é o amor, é a dor, é dita
Poesia é a luz que ilumina os homens
Nas suas vidas malditas
Poesia é criação, é paixão, são as trevas
Poesia é desilusão, é canção, é a luz
Portanto, não se admite
Quando um mero crítico a reduz
Poesia é subjetividade
É a vontade
Inexprimível do que sofre
Poesia é o amparo dos homens que anseiam pela morte
É o eu escrito em linhas tortas
E a representação material
Das ideias das pessoas absortas
Poesia é o pecador
Que almeja o perdão
E a relutância daquele que sabe
Que partirá um coração...
É a determinação de quem jura fidelidade
E a paciência de quem se predispõe
A esperar alguém pela eternidade
Poesia é o eu, inclassificável
Indomável e livre
O qual a sociedade nada lhe exige
Mas se exprime
Porque assim o deve
Provocando fortes emoções
Àquele que os seus versos recebe
De forma natural, o eu nos cativa
Fazendo-nos perceber
Que nada compreendemos
Sobre expressão artística.
Força motriz
Com o sistema poético fragilizado, fiquei inoperante e desmaiei....
Dormi acordado, quase morri...
Sem saber, minha alma foi produzindo alguns efeitos.
Nulo dos holofotes, no meu profundo interior, sonhando continuei...
Copulei-me com outros versos, vi minhas asas pegarem forças, sem notar, voei alto...
No meu consciente, eu não existia mais.
No subconsciente, algo me fortalecia.
No superconsciente, super operacional me tornei...
Abrangido pela força divina, habilitei minha força motriz, simplifiquei a velocidade que me quis derrubar e a reduzi em pedaços, e as sapateei com meus pés...
Eletronicamente, recebi um nova vida, uma nova forma inspiradora eu ganhei..
Tentaram me desarmar, carregado de munições poéticas, reapareci...
Quiseram me fazer de inepto...
Mesmo incapaz, sobrevivi...
Um dom que muitos querem derrubar...
Mas, Deus é Deus,
Com ele na frente, não há pedras, não há montanhas...
Com artimanhas, as teias vão se desfazendo..
E o Poeta, continua escrevendo com sua mente sóbria e equilibrada sem os tormentos...
Autor: Ricardo Melo
O Poeta que Voa
DEVANEIO POÉTICO
A gente cresce e amadurece, pois, colocando na mesa o nosso passado, dizendo em voz alta como se fosse uma prece, observamos as minúcias da vida, o que já passamos e o que na atualidade ainda acontece.
Olhamos o nosso passado e percebemos as diversas bobagens que já realizamos, muitos fatos que não nos enobrece, mas que serviram de aprendizado para que pudéssemos evoluir, sendo superior a algo que já aconteceu, mas que atualmente ainda nos entristece.
Muita coisa absurda e exagerada, mas que no momento de lembrança até se torna engraçada, mesmo que no ridículo dos acontecimentos, de imaturidade entranhada, nos faça lembrar e dar muita risada.
Juventude abobada, de descobertas e adivinhações exacerbadas, de falas e certezas de tudo e de nada, de um jovem se achando adulto e sábio, mas que na inocência apresentada, tinha mesmo um certo conhecimento, mas não para ensinar aqueles que já estavam no mundo há décadas passadas...
Esta é a minha visão de alguns que ainda não viveram em sua plenitude, mas que se acham sábios e cheios de razão, que talvez até possam ensinar um ou outro cidadão, os que não viveram e não tiveram a mesma sensação.
Mas não se assuste, esta é a minha intenção, instigar, dizer que para ensinar com exatidão, é preciso possuir vivência e ter sentido na pele a dor da evolução.
Confuso Coração
Confuso coração que habito
Nas emoções chego a me perder
Parece um poético labirinto
A poesia é uma saída que posso ver
Vejo sentimentos que possuo
E outros que tentam me possuir
Fazem de mim um receptáculo
E me obrigam a escrever o seu sentir
Da mente chove pensamentos
E os versos pingam no meu chão
Faço das rimas os meus passos
Peregrinando neste confuso coração
Alan Alves Borges
Livro Confuso Coração
Amor poético
O amor poético é retratado como uma experiência transcendental, onde os amantes se entregam à beleza e a profundidade dos sentimentos. É descrito como uma sintonia de emoções, onde cada interação é uma expressão artística. A vulnerabilidade é celebrada, pois os amantes se entregam sem reservas, confiando na imortalidade dos sentimentos compartilhados. Apesar dos desafios, o amor poético persiste através das eras. Inspirando poetas e amantes a sonhar e a criar suas próprias histórias de amor duradouro.
Atestado poético
Tão longe,
Tão perto
Como te desperto?
Às vezes, me consome,
Noutras, esconde-se
Por que some?
Hoje, faz falta,
Amanhã, transborda
Por que meu peito ainda salta?
Somos dois,
Um.
Dias depois, nenhum?
Tão cedo, tão tarde,
Descubro que não é paixão,
Mas patologia: crise de saudades.
Qualquer pessoa pode ser poeta... Basta que, se deixe levar pelo encanto poético da vida.
Que saiba absorver do universo toda graça e harmonia;
Não é necessário que escreva,
Mas, que veja em tudo magia...
Que se permita obter alegria em cada acontecimento.
Para ser poeta, apenas requer que se viva em função de uma fantasia,
Essa, que é dormir e acordar todos os dias, com um sorriso, num gesto de amor e poesia.
Gratidão
Hoje eu abri o meu dicionário poético e com atenção percorri as palavras uma a uma em busca de alguma que tivesse a força, a beleza e a poesia que o teu gesto despertou em mim. Descobri contrariada, que por mais significativas que as palavras fossem, todas elas deixavam a desejar, porque certos sentimentos nunca serão capturados, nunca serão apreendidos pela semântica e aprisionados dentro de uma só palavra. Restou-me, então, o desejo de que você sinta a vibração de carinho e a luz da afeição que sem esforço algum emana dessa palavra grandiosa: Gratidão!
Usando o meu olhar poético, adentro fundo na minha mente, alcanço um pensamento lúdico, onde vejo felizmente as águas transparentes da tua essencialidade, a rara sutileza do teu mundo e o fulgor fascinante da tua rica venustidade.
Surrealidade muito interessante que permite sair temporariamente desta realidade e assim, usufruir o máximo da tua natureza emocionante, sincera, bela de pele delicada, uma vida simplesmente exultante, admirável, no tom clássico da tua alma.
Imerso neste sonho acordado, influenciado por esta saída renovadora, sou abraçado pela inspiração ao ponto de retratar-te nos meus versos e como não poderia ser diferente, estás profundamente encantadora com uma emoção bastante evidente.
Dentro de um devaneio poético, vejo os meus versos se transformarem em lindos pássaros por causa do poder do teu apreço e sem perder tempo, agradecidos por terem sido avivados, voam na tua direção, então, ficam voando ao teu redor como se estivessem dançando sincronizados uma linda dança aérea, um vôo no tom de gratidão e amor, pois suas existências ganharam um novo significado, preservando a mesma essência, cujo valor é imensurável.
E durante este momento, de certo modo, mágico, estás mavilhada com os teu olhos exultantes e surpresos por este acontecimento tão inusitado e belo de se ver, trazendo de imediato um sorriso sincero no teu rosto, o que me faz sentir um grande entusiasmo pelo impacto profundamente satisfatório causado em ti, tendo em vista que isso comprova que a minha poesia não é feita somente de palavras, mas também possuem uma natureza vívida, ou seja, tem corpo e alma.
Eu tenho a dádiva de ter esta cena muito empolgante na minha mente, na qual, partilhas o protagonismo com os meus versos, um cenário encantador, detalhamento expressivo, criado por meus pensamentos inspirados, um forte realismo, que me permite observar cada fragmento, parece até que estou neste lugar de verdade, porém, mesmo que não esteja, não deixa de ser significativo e o teu apoio não passa a ser menos importante, muito pelo contrário, sendo um incentivo certamente necessário.