Texto para Animar uma Pessoa
A Mentira -
A mentira
tem sido a tônica dos relacionamentos
interpessoais, e acredito que seja
algo da natureza humana.
(Um artifício natural da comunicação,
da expressão humana).
A meu ver,
essa prática, ainda que muito de má fama,
seja uma condição humana.
(Nascemos com essa
“capacidade
de fuga").
Agora,
imagina só se não tivéssemos
essa habilidade infame,
onde estaríamos?
Em que situação a humanidade
se encontraria?
Certamente,
a história teria um rumo, totalmente,
imprevisível.
E quem garante que estaríamos
melhor?
Eu não garanto.
Mas,
na dúvida,
fale a verdade ou
cale-se!
Costas Nuas –
Despertei-me primeiro que ela,
um pouquinho antes do
sol nascer.
O quarto ainda estava um pouco escuro.
Havia, somente, uma pequena réstia vindo
por uma fresta da janela entreaberta,
de cortinas malfechadas que,
poeticamente, alcançava
suas costas nuas.
Fiquei ali,
parado. Bobo.
Observando ela dormir, enquanto
o pequeno raio de luz, delicadamente,
beijava suas costas nuas.
Era o sol nascendo lá fora.
E um sonho acontecendo
cá dentro.
Cada pessoa que passa em nossa vida, passa só.
Cada pessoa tem um DNA, é única, e ninguém substitui ninguém.
E cada pessoa que passou em nossa vida, não segue só.
Certeza de que leva um pouquinho de nós mesmos.
Assim como, deixa um pouquinho de si mesma.
Ninguém se encontra, e cruza nosso caminho por acaso.
E nós entramos na vida de alguém por alguma razão.
Hoje, nessa viagem, é lindo descobrir que a vida tem um significado.
É muito legal quando a pessoa é espontânea.
Aquela pessoa que te faz rir quando você quer chorar.
Aquela pessoa que te ouve, quando ela mesmo quer falar.
Aquela pessoa que te quer bem, quer te ver sorrindo.
Uma pessoa assim será sempre a sua melhor amizade!
Pois do jeito dela, ela te protege.
Somos pessoas abençoadas por ter amizades assim!
E é para a vida inteira!
Ouça -
Ouça:
não confie em mim!
Não tenho como provar, de
maneira convincente,
indubitável, o que
digo quando
escrevo.
Nem mesmo
isto.
Mas há gente muito
pior, extremamente
perigosa falando
muito, falando
alto,
gritando insistentemente.
Fique atento!
Fique em silêncio quando
não souber o que falar.
É mais seguro.
E mais: ouça,
ouça atentamente
o que o silêncio
esconde.
A sabedoria pode
estar aí.
Cada pessoa tem um jeito.
Cada uma gosta de se vestir, comer, assistir, ouvir, ler, sair, passear, do jeito que gosta.
Algumas sentem atração pelo mistério que ele provoca.
Outras não trocam a paz que possuem.
Tanto como queimar num fogo ardente, ou se apagar gradativamente aos poucos, o mais importante e verdadeiro, é se sentir bem.
Mais Justo –
O que estamos fazendo
por nós mesmos?
Que sejamos mais justos
com os nossos atos
e sentimentos.
E ser justo, talvez signifique,
muitas vezes, desistir de algumas
coisas e pessoas que
desistiram da
gente:
Um emprego que se tornou maçante;
um belo par de sapatos apertado;
um grande sentimento inútil que
agora só maltrata, só distrói,
só machuca.
E quem sabe esteja aí o começo
para um recomeço mais justo
com nós mesmos, com
o outro — com a vida.
O Vírus –
Que coisa:
Já estamos, outra vez, na defensiva!
De novo, cancelam–se os
encontros — as conversas de perto,
o toque dos dedos e mãos
e pele.
Cancelam–se as ruas, as casas
e calçadas alheias.
Estamos, agora, outra vez, sozinhos:
sem visitas, com dúvidas — com medo.
O quão insignificantes, frágeis
e vulneráveis somos,
quando somos dominados
por algo, fisicamente
mínino, ínfimo,
invisível?
De onde vem tanta arrogância,
meu Deus?
Acúmulos -
Talvez seja um dos maiores males
deste século:
Esse sentimento de rejeição
crônica, acumulada e
negada.
Pessoas sentindo-se solitárias
em meio à multidão,
acumulando palavras
não ditas,
desejos não expressados,
choros não chorados.
Pessoas, cada vez mais,
sentindo-se totalmente inúteis,
incapazes,
rejeitadas por tudo, por todos...
pela vida.
Pessoas (normalmente
responsáveis, cuidadosas),
mesmo quando inocentes,
com um estranho sentimento
de culpa.
Ninguém entende nada,
no entanto (dizem), está tudo
normal.
(Não, não está!).
(As relações humanas estão saturando — esgotando-se).
Expectativas criando ansiedade.
Ansiedade criando mais ansiedade, desencadeando pânico — medos, aflições.
Por fim,
uma enorme frustração — angústia.
Um enorme peso — desânimo.
Pessoas, extremamente frustradas,
tendo que submeter-se a trabalhos "pela metade", relacionamentos "pela metade",
vidas "pela metade".
Com isso, sentindo-se ainda
mais reduzidas.
(Sim, isso é muito velho). Mas isso,
como consciência, é destes
tempos — inconscientemente esquisitos.
É um sentimento rejeitado;
Um sonho rejeitado;
Uma vida rejeitada.
Uma geração de "robôs"
que cultuam o desapego, a frieza,
a superficialidade — uma espécie de não amor.
Movida por sentimentos ínfimos, relacionamentos fúteis — facilmente descartáveis — em que alguns (e não são poucos),
hora ou outra, se quebram por, naturalmente, criarem raízes, desabrocharem confiança,
fantasiarem sonhos.
Mas o que está à mostra,
o que vemos:
semblantes felizes, corpos firmes, festas, sorrisos — gente bem vestida, bem amada, bem resolvida — online.
A tela apaga-se e o que
sobra é outra coisa:
Uma realidade fria e sombria,
de gente solitária, ferida, magoada,
que não cabe em Rede Social.
Acúmulos, mais acúmulos,
ainda mais acúmulos
e um estouro.
Tarde demais:
não há mais tempo para
mais nada.
Não Feche a Porta -
Tem sido uma grande aventura
te acompanhar.
Uma aventura cansativa,
cheia de desafios,
dificuldades.
Uma aventura que,
depois que ficamos só
você e eu,
às vezes, bate medo, insegurança.
Afinal, antes,
éramos, certamente mais
fortes.
Havia mais gente - mais abraços, mais colo,
mais sonhos... (é, tá frio,
né?!).
Tudo bem,
não importa muito como
a vida será daqui
pra frente, moleque.
Você só precisa me deixar
estar por perto,
te dar uns conselhos,
fazer um som e,
de vez em quando,
me dar um abraço apertado.
Porque,
apesar das perdas e
decepções,
apesar dos sonhos que
se foram para sempre,
você é o melhor que tenho
e, pra mim é tudo,
e essencialmente o que
mais importa.
(Não,
não feche a porta...
papai não vai
ficar!).
O Mesmo Caminho -
Depois daquela primeira
vez,
por conta de um copo
d'água (isso sete anos
antes),
não me recordo mais
quantas e quantas vezes
eu peguei o mesmo
caminho com lágrimas nos
olhos e aperto no peito.
Com aquele gosto amargo
do desprezo, da decepção, entalado sufocando, quase insuportável.
Sempre acompanhado de
uma frase:
"é, mais uma vez".
Na esperança que aquela
fosse a última. (Nunca foi).
Ah,
meu pai sentiria vergonha
de mim.
Orgulhosa, egocêntrica, manipuladora e extremamente fria com as palavras quando magoada ou ameaçada
O que me faz pensar...
Sera que ela ja amou? Por que na sua presença ela se sente tão vulnerável? Sera que é medo do amor? Medo de estar exposta?
Ao que faz chegar a conclusão que...
Ela tem medo, medo do que esse turbilhão de emoções pode fazer com ela, calma desacelera, ela nunca deixou exposto seus medos, suas fraquezas e pontos fracos assim dessa maneira
Ela não vai dizer que sente sua falta se você partir e nem vai aceitar as lágrimas de saudade, ela não vai apagar memórias só algumas marcas
Mas ela sabe que só alguém como você pode a destrui-la
E chegou o dia que meu coraçãozinho temia, mas uma desculpa formulada para poder conversar com você!
Seu aniversario chegou, eu fique semanas ensaiando a mensagem que seria enviada para você, comprei um presente que demorei meses para escolher. O presente não deu muito certo de te entregar, eu não tive coragem de falar que comprei e você não teve a coragem de responder minha mensagem no whatsapp questionando o que eu queria conversar. Ah, confesso que foi algo bem constrangedor, como todos os pontos épicos desse termino.
Eu pensei em te encaminhar um texto descrevendo todas as suas qualidades, eu poderia fazer paginas falando sobre você.. Mas, eu percebi que estaria fazendo mais uma vez o papel da boa moça que sofre por algo que não é reciproco. No final eu apenas fiz uma breve mensagem com "feliz aniversario que todos os seus sonhos se realizem" e confesso que eu levantei um sorriso ao ver que você me agradeceu. Eu me seguro firme para não puxar um assunto que talvez não tenha continuidade. Eu preciso ser forte mesmo que essas situações me deixem fraca.
Do fundo do meu coração eu desejo que você apague as velinhas o quanto antes e que esse dia acabe para eu poder seguir com meus dias normais.
A Fórmula do Mal -
Junte política e religião;
Acrescente consideráveis partes de egoísmo, insensibilidade, hipocrisia
e fanatismo;
Misture tudo ao discurso do "bem
moral" e "em nome de Deus",
e crie assim
as pessoas mais crueise perigosas
da históriada humanidade.
O Passar do Tempo -
Até minha adolescência
(exceto para lembrar-me
as datas e horários dos meus programas de TV favoritos),
como um bom adolescente,
eu não sabia bem para quê
serviam relógios, despertadores
e calendários.
Pra mim,
eram desnecessários
e eu me sentia alheio
a tudo.
De uma maneira mais consciente,
não tinha a percepção do
passar do tempo.
Assim,
me sobrava tempo
para a liberdade
de não temer
as horas,
os dias,
os meses,
os anos.
Mas chega uma certa idade
que passamos a nos relacionar diretamente, de uma maneira
um pouco mais íntima,
com o Tempo.
Dormir, comer, passear,
trabalhar...
tudo passa a ser controlado, contado, cronometrado,
medido.
Passamos a ter que nos
moldar para que, de algum
modo,
caibamos naquele dia.
(Inevitavelmente sempre
há sobras).
Então
espalhamos relógios,
despertadores, calendários
por todos os cômodos, cantos
e caminhos.
Sentimos na pele e ossos
e mente o passar
dos anos.
Começamos a perceber
coisas que, antes,
pareciam não
existir.
E,
hora ou outra, esquecer
outras.
Às vezes
começa perto dos trinta;
às vezes aos trinta, perto
dos quarenta,
não sei.
Mas tenho a impressão
que mais na frente,
bem mais lá na frente,
ficaremos tão ligados,
tão íntimos do
Tempo,
que a vida não saberá
mais diferenciar-nos.
E
então,
é chegada a hora.
Ao Meu Último Romance -
Sabes
esse teu coraçãozinho apertado,
machucado,
cheio de traumas e receios?
Deixas que eu cuido dele!
Prometo que terás sempre
o melhor abraço
do mundo.
Tentarei de tudo para que
possamos rir juntos,
sempre.
E chorar (se tiveres que chorar).
Quando faltares forças,
eu serei tuas pernas
e olhos
e braços, e te guiarei.
Quando sentires medo,
te acompanharei segurando
tua mão.
Prometo
acolher-te na dor
e agasalhar-te no frio.
Prometo fazer-te poemas
e lembrar de ter paciência
naqueles dias.
Prometo escrever-te mais canções
e cantá-las sempre que quiseres
ouvir.
Prometo fidelidade aos teus olhos
e mãos e pele.
Prometo respeitar teu espaço,
teus limites,
tuas manias
e imperfeições.
Prometo alimentar teus sonhos,
tuas virtudes e teu sorriso.
Prometo atencão à tua saúde
(corporal e mental).
Prometo banhar teu corpo de carícias
e tua alma de poesia.
E só peço-te uma coisa:
Protejas meu coração!
Pois este,
antes,
foi quebrado e,
ao encontrar-te,
reconstruiu-se
(ainda que triste e fragmentado),
nobre, lírico e infinito,
e cada pedacinho agora
é teu.
Viva Mais e Entenderá -
Já me fizeram chegar
ao ápice (e não é que tenha
sido ruim), mas segundos
depois,
eu queria, imediatamente
fugir dali,
pois me sentia totalmente
vazio e descartável.
E já encostaram (meio
que sem querer),
alguns dedos em minha
pele,
acompanhados de um,
desconcertante meio
sorriso sem
graça,
e eu me senti um Rei de
coroa e trono.
Eu sei,
isso acontecerá
para poucos.
Mas um dia, feito
um dia qualquer,
então você
saberá:
Não é com quantos. É com quem.
Na Mesma Moeda -
Às vezes,
diante de algumas situações
ruins,
precisamos nos colocar
à altura: cerrar os punhos,
fechar a cara,
endurecer o coração e estar
preparado para o que tiver
que ser.
O melhor caminho sempre será
o da paz e do amor.
Mas um coração — vivo —
ainda é alimentado
por sangue.
O Senhor -
Certo dia,
enquanto eu estava no sofá
de casa,
com aquela velha angústia
das minhas manhãs,
vi pelo portão um senhor parado
na rua em frente.
Percebi que estava perdido,
pelos movimentos repetitivos
da cabeça — que ficava de um lado
para o outro, à procura de algo.
Logo
notei que era um senhor
conhecido,
inclusive por
mim,
que já o vira outras
tantas vezes
por aí,
e, assim como a maioria,
eu sabia que se tratava de
um pobre dependente
de álcool (ignorado como
tantos ignorados),
precisando de ajuda desde
sempre na vida.
Então
eu desci e fui até ele.
— O que deseja? — perguntei-lhe.
— Ir para minha casa. — respondeu-me.
— Onde o senhor mora? — questionei-lhe, mais uma vez.
E após ele dizer o nome do bairro,
eu o instrui para que,
dessa vez,
pudesse pegar o caminho
correto até sua casa.
Chamei-lhe e disse:
Olha,
o senhor vai direto,
e na primeira esquina
vira à esquerda até
chegar à avenida
principal — apontando-lhe
o sentido com um dos braços.
Ele,
que havia perdido um dos
pés das sandálias,
assim o fez.
E enquanto ele seguia,
meio cambaleando,
lentamente seu
destino,
eu voltei para minha
casa, para minha vida,
minhas angústias
diárias.
Minutos depois,
outra vez sentado no
sofá da sala,
agora com uma xícara
de café na mão,
para minha surpresa
(como num déjà vu),
me aparece o mesmo senhor,
no mesmo local, fazendo os
mesmos gestos.
Por um instante,
pensei em descer e, outra vez
ajudá-lo.
Mas percebi que,
independentemente do
quanto demorara,
ele já havia entendido a vida
e seus labirintos íngremes e esburacados — mais cedo
ou mais tarde, no seu tempo,
tomaria o caminho de volta
até sua casa — como o
fizera tanta e tantas
vezes.
Eu é que nada sabia
da vida,
além da porta
de casa,
e era, de fato, quem
mais estava
perdido.
Encontros Trágicos -
Se a vida fosse, de fato,
boa,
não permitiria tantos
encontros trágicos.
A maioria das pessoas,
simplesmente
não liga.
Uma pequena parte
tem sorte.
O resto
vive à beira deum precipício.
Assim,
a vida acontece,
e se, de fato,
ela fosse boa,
não permitiria tantos
encontros trágicos.
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