Texto Filosófico

Cerca de 1123 texto Filosófico

Nosso destino dispõe de nós, mesmo quando ainda não o conhecemos; é o futuro que dita as regras do nosso hoje. Supondo que nos seja permitido, a nós, espíritos livres, ver no problema da hierarquia o nosso problema: somente agora, no meio-dia de nossas vidas, entendemos de que preparativos, provas, desvios, disfarces e tentações o problema necessitava, antes que pudesse surgir diante de nós, e como tínhamos primeiro que experimentar os mais diversos e contraditórios estados de indigência e felicidade na alma e no corpo, como aventureiros e circum-navegadores desse mundo interior que se chama "ser humano".

Friedrich Nietzsche
Humano, demasiado humano. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
Inserida por guilherme_niemeyer

Bem que existe no mundo, aqui e ali, uma espécie de continuação do amor, na qual a cobiçosa ânsia que duas pessoas têm uma pela outra deu lugar a um novo desejo e cobiça, a uma elevada sede conjunta de um ideal acima delas: mas quem conhece tal amor? Quem o experimentou? Seu verdadeiro nome é amizade.

Friedrich Nietzsche
100 aforismos sobre o amor e a morte. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Inserida por pensador

O orgulhoso conhecimento do privilégio extraordinário da responsabilidade, a consciência dessa rara liberdade, desse poder sobre si mesmo e o destino, desceu nele até sua mais íntima profundeza e tornou-se instinto, instinto dominante – como chamará ele a esse instinto dominante, supondo que necessite de uma palavra para ele? Mas não há dúvida: este homem soberano o chama de sua consciência...

Friedrich Nietzsche
Genealogia da moral. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
Inserida por Eltom

O homem moderno crê experimentalmente ora neste, ora ⁠naquele valor, para depois abandoná-lo; o círculo de valores superados e abandonados está sempre se ampliando; cada vez mais é possível perceber o vazio e a pobreza de valores; o movimento é irrefreável. (...) A história que estou relatando é a dos dois próximos séculos.

Friedrich Nietzsche
Fragmentos Póstumos apud REALE, G. O saber dos antigos. Terapia para os tempos atuais. São Paulo: Loyola, 1999, p.7.
...Mais
Inserida por malhoudo

O que hoje sou, o lugar em que me encontro — a uma altura em que já não falo com palavras, mas com raios — oh! Como então estava ainda longe disso! — Mas eu percebia a Terra prometida — em nenhum instante me enganei sobre o caminho, o mar, os riscos — e o sucesso! A grande tranquilidade no prometer, a feliz visão em direção a um futuro que não há de ficar em simples promessa! — Aqui cada palavra é vivida, profunda, íntima; nem faltam coisas dolorosíssimas, havendo palavras que propriamente sangram. Mas um vento de grande liberdade sopra sobre tudo; a própria ferida não age como objeção.

Inserida por PensamentosRS

⁠Já se passou muito tempo desde o célebre “Só sei que nada sei.” Todavia, com o advento da Internet, é cada vez mais comum deparamos com pessoas que estão certas de que sabem, fazendo-nos esquecer ou até termos vergonha do “não saber”. No entanto, o não saber sempre será um fardo inerente ao humano, pois toda água do mar nunca caberá em um buraco na areia por maior que seja ele. Assim, o sábio que reconhece sua própria ignorância transcende àquele que se considere o detentor da sabedoria, pois, a falsa sabedoria revela-se mais prejudicial do que a própria ignorância.

Inserida por thelastpoetalive

Amigos. — Apenas pondere consigo mesmo como são diversos os sentimentos, como são divididas as opiniões, mesmo entre os conhecidos mais próximos; e como até mesmo opiniões iguais têm, nas cabeças de seus amigos, posição ou força muito diferente da que têm na sua; como são múltiplas as ocasiões para o mal-entendido e para a ruptura hostil. Depois disso, você dirá a si mesmo: como é inseguro o terreno em que repousam as nossas alianças e amizades, como estão próximos os frios temporais e o tempo feio, como é isolado cada ser humano! Se alguém percebe isso, e também que todas as opiniões, sejam de que espécie e intensidade, são para o seu próximo tão necessárias e irresponsáveis como os atos, se
descortina essa necessidade interior das opiniões, devida ao indissolúvel entrelaçamento de caráter, ocupação, talento e ambiente — talvez se livre da amargura e aspereza de sentimento que levou aquele sábio a gritar: "Amigos, não há amigos!". Esta pessoa dirá antes a si mesma: Sim, há amigos, mas foi o erro, a ilusão acerca de você que os conduziu até você; e eles devem ter aprendido a calar, a fim de continuar seus amigos; pois quase sempre tais laços humanos se baseiam em que certas coisas jamais serão ditas nem tocadas: se essas pedrinhas começam a rolar, porém, a amizade segue atrás e se rompe. Haverá homens que não seriam fatalmente feridos, se soubessem o que seus mais íntimos amigos sabem no fundo a seu respeito? — Conhecendo a nós mesmos e vendo o nosso ser como uma esfera cambiante de opiniões e humores, aprendendo assim a menosprezá-lo um pouco, colocamo-nos novamente em equilíbrio com os outros. É verdade, temos bons motivos para não prezar muito os nossos conhecidos, mesmo os grandes entre eles; mas igualmente bons motivos para dirigir esse sentimento para nós mesmos. — Então suportemos uns aos outros, assim como suportamos a nós mesmos; e talvez chegue um dia, para cada um, a hora feliz em que dirá:
"Amigos, não há amigos!" — disse o sábio moribundo;
"Inimigos, não há inimigos!" — digo eu, o tolo vivente.

Amigos. — Apenas pondere consigo mesmo como são diversos os sentimentos, como são divididas as opiniões, mesmo entre os conhecidos mais próximos; e como até mesmo opiniões iguais têm, nas cabeças de seus amigos, posição ou força muito diferente da que têm na sua; como são múltiplas as ocasiões para o mal-entendido e para a ruptura hostil. Depois disso, você dirá a si mesmo: como é inseguro o terreno em que repousam as nossas alianças e amizades, como estão próximos os frios temporais e o tempo feio, como é isolado cada ser humano! Se alguém percebe isso, e também que todas as opiniões, sejam de que espécie e intensidade, são para o seu próximo tão necessárias e irresponsáveis como os atos, se
descortina essa necessidade interior das opiniões, devida ao indissolúvel entrelaçamento de caráter, ocupação, talento e ambiente — talvez se livre da amargura e aspereza de sentimento que levou aquele sábio a gritar: "Amigos, não há amigos!". Esta pessoa dirá antes a si mesma: Sim, há amigos, mas foi o erro, a ilusão acerca de você que os conduziu até você; e eles devem ter aprendido a calar, a fim de continuar seus amigos; pois quase sempre tais laços humanos se baseiam em que certas coisas jamais serão ditas nem tocadas: se essas pedrinhas começam a rolar, porém, a amizade segue atrás e se rompe. Haverá homens que não seriam fatalmente feridos, se soubessem o que seus mais íntimos amigos sabem no fundo a seu respeito? — Conhecendo a nós mesmos e vendo o nosso ser como uma esfera cambiante de opiniões e humores, aprendendo assim a menosprezá-lo um pouco, colocamo-nos novamente em equilíbrio com os outros. É verdade, temos bons motivos para não prezar muito os nossos conhecidos, mesmo os grandes entre eles; mas igualmente bons motivos para dirigir esse sentimento para nós mesmos. — Então suportemos uns aos outros, assim como suportamos a nós mesmos; e talvez chegue um dia, para cada um, a hora feliz em que dirá:
"Amigos, não há amigos!" — disse o sábio moribundo;
"Inimigos, não há inimigos!" — digo eu, o tolo vivente.

O que em geral se consegue com o castigo, em homens e animais, é o acréscimo do medo, a intensificação, o controle dos desejos: assim o castigo doma o
homem, mas não o torna ‘melhor’ – com maior razão se afirmaria o contrário. (‘O prejuízo torna prudente’, diz o povo: tornando prudente, torna também ruim. Mas felizmente torna muitas vezes tolo.)

Inserida por gtrevisol

A Viagem (As Pequenas Grandes Coisas) -

Muitas pequenas grandes coisas têm passado por despercebidas nesta rara, às vezes longa, às vezes breve, jornada que é a vida de cada um de nós.
A correria e o excesso de informações - em sua maioria, fúteis - dos nossos dia, têm nos afastado do que realmente importa: o olhar, o toque, o sentir, o dizer, o ouvir (pequenos gestos e cuidados diários).
Perdemos a percepção de evolução, do gasto, da mudança.
Temos nos colocado no automático: o pragmático e mecânico cotidiano das tarefas diárias, sem a, muitas vezes necessária, atenção nos detalhes que, quase sempre, determina o resultado.
Nos relacionamos por conveniências; nos olhamos por desconfiança; nos atraímos por novidades.
Logo, o espanto, a surpresa: a criança cresceu, a flor murchou, a relação esfriou, a oportunidade passou, algo, dolorosamente, se perdeu.
Sim, temos perdido muito tentando ganhar, sabe se lá o quê.
Conheço pessoas que passaram a vida inteira acumulando dinheiro e perdas.
Certamente e infelizmente, o dinheiro acumulado nunca reparará as perdas.
Não desperdicemos a oportunidade de amar em excesso: o outro, a família, os amigos, seres, lugares, sensações e, de vez em quando, parar, descer do “veículo” e admirar a paisagem desta "estrada".
Pois, nesta viagem, entre o despertar e o adormecer, o grande barato não é a inevitável, angustiante e misteriosa chegada. Mas sim, as paradas, as pequenas grandes coisas e pessoas que encontramos pelo caminho e que nos fazem, ainda que momentaneamente, esquecer o fatal e irreversível destino dos que aqui nascem.
Não compre a ideia de um depois, apesar de achar que estamos vivos pelas incertezas.
O Tempo que temos é o agora, e Tempo é tudo.
Assim, sigamos na busca.
Entre erros e acertos: tentativas.
Entre lágrimas e sorrisos: emoções.
Entre o início e o fim: viva... vida.

(Poesia e boas escolhas).

No Fundo -

A gente ouve e vê tanta coisa:
conselhos,
frases de efeito,
reflexões...

Coisas,
de fato, úteis,
necessárias que,
de alguma forma,
ajudam,
nos mostram algum sentido,
alguma luz,
alguma direção.

Mas o que,
de fato, a gente ouve
e vê,
ainda é muito pouco,
raso,
impessoal,
impreciso, perto do que,
realmente, lá no fundo,
a gente sente.

E isso,
ninguém explica.

Terrível Mal-estar -

Este
foi um domingo
em que eu só cheguei
até o portão de casa,
e somente para abri-lo
pela manhã
e fechá-lo à noite - em momento
algum fui
lá fora.

Ironicamente,
tudo que eu botava para dentro
voltava em seguida,
em agoniantes e sucessivos vômitos.

A minha irmã
(um pouco mais do que de costume),
foi minhas pernas e braços
me fornecendo alimentos, remédios - cuidados.

Passei o dia inteiro
com um terrível mal-estar
depois de passar a madrugada
bebendo,
consideráveis copos
de lembranças,
sentimentos malresolvidos
e saudades incuráveis.

Ah!
Teve um pouco de cerveja também.

Gente Maldita -

Tem gente cuspindo na cara
de "Deus".
Em meio a preces
e orações,
tem gente cuspindo na cara
de "Deus".

Frequentando academias
e festas e igrejas e shoppings,
e cuspindo na cara de "Deus".

Cuspindo a sorte:
zombando da dádiva da vida,
da misericórdia,
do livramento,
do perdão.

Entre crianças e jovens e idosos,
tem gente muito, muito má,
cuspindo na cara
de "Deus".

Juntando as mãos em oração,
falsificando fé, crença, respeito,
dignidade, esperança, amizade,
amor.

Pedindo,
fervorosamente,
força e coragem e saúde e dinheiro
e, descaradamente,
rindo, rindo e cuspindo na cara
de "Deus".

Gente maldita,
hipócrita, sem caráter!

Poupem as crianças! Poupem as crianças!
Ao menos, as crianças!

"Deus", perdoe-nos:
sabemos o que fazemos.

Fragmentado -

Tudo que me possue
hoje,
me tem frag

men

tad

o.

São restos deixados por outros
que, simplesmente,
usaram o que lhes convinha e
se foram (satisfeitos ou
não).

Não que eu não me doe por inteiro.
Aliás,
quando sou cativado pelo sentimento,
sempre me dou por inteiro
(apesar de não mais
sê-lo).

Sobre O Dia dos Pais -

Os superpoderes de alguns super-heróis são a capacidade de amar e se doar por sua família.
A honestidade, dignidade e determinação.
A simplicidade do dito e feito é parte do seu mundo.
Sabedoria, em poucas palavras, é: fazer o necessário da melhor forma possível.
Confiar no Tempo, na justiça do Tempo, no amor.
Os verdadeiros heróis merecem muito mais que só um dia no ano: merecem o respeito, carinho, gratidão e cuidados diários dos seus protegidos.
Obrigado por tudo, meu herói!

Massacrante -

⁠Aprender a conviver com
a dor calada,
com a falta de respostasque
sufoca,que angustia;
Com a decepção amarga,
cortante da rejeição,
é extremamente massacrante.

Afeta o corpo, a mente
— dilacera a alma.
Nos faz desacreditar de
muitas coisas.

Mas,
às vezes,
depois de tudo ter sido feito,
depois de todos os esforços
e cuidados,
a gente não tem mais nem
a escolher.
Simplesmente
alguém escolheu partir da
gente e,
como uma memória
cravada no
tempo,
a gente — inerte —
olha, chora e
fica.

Trevo da Sorte -

⁠Aprenda:
Você não vai encontrar muitas pessoas especiais durante
sua vida.
Serão raras, pouquíssimas,
e se reduzirá ainda mais as
que estarão ao seu lado
em qualquer situação.

As idiotas, as aproveitadoras,
as sem caráter, as medíocres
— essas pessoas — serão a grandemaioria.

Cuidado, muito cuidado
para não perder seu
trevo da sorte.

⁠⁠⁠A Constância da Vida é a Repetição -

A vida é feita de mudanças
e transformações.

Porém,
todas as mudanças e
transformações são partes
de ciclos repetitivos:
(segundos, minutos, horas,
dias, semanas, meses,
anos, décadas, séculos,
milênios, eras...),
em que Deus é o Tempo
e Tempo é tudo.

Ainda que, de certo modo,
os traga, (por leiguice),
aqui ignoro a precisão dos números,
da matemática, da física
- da Ciência -,
e prendo-me ao olhar (distraído) do cotidiano:

A dona de casa,
o padeiro, o taxista, o jovem
casal de namorados,
os nossos avós, os primeiros
passos dos bebês, as discussões,
a rosa murcha, a canção preferida,
o copo que se quebra,
a água que ferve, o tropeço
na calçada, o coração partido,
os dias frios, o pôr do sol,
a gargalhada espontânea,
os velórios, as fases
da lua.

Prendo-me ao comum
das falas, dos gostos e
gestos.
Dos conselhos, influências e comportamentos.
Da jornada de trabalho, das receitas médicas e cardápios culinários.

Prendo-me as manias e tocs e tiques.
Os mantras, dogmas, ritos e rituais.
Costumes, crenças, tradições e culturas.

Por que insistes em repetir palavras, inútil poeta?

De novo, não há nada
de novo:

A constância da vida
é a repetição!

⁠Teu Aniversário -

Neste dia especial,
dedico-te o mundo e tudo
que nele há de
poesia.

Mas sei que não me queres
no teu mundo,
então,
dedico-o distante (sozinho),
em silêncio.

E porque vives no meu
mundo — coração — (ainda
que não me ouças nem
me vejas mais e assim
queiras),
espero (ansioso), que me sintas
nestas simples e sinceras
linhas,
com a profundidade, graça
e leveza
com que fizeram
tua alma.

O nascimento na verdade é a primeira morte interna pois recebemos a lapidação externa, sofremos assim uma cirurgia de natureza psicológica de certa forma "dantesca"...

Acredito que ninguém é livre até jogar fora o veneno da endoculturação...

Nas palavras de Nietzsche deixo-te um conselho: "Torna-te quem tu és"....

www.fb.com/poetamisantropo

Inserida por poetamisantropo