Texto Filosófico
Também pode acontecer que existam fanáticos da consciência, puritanos que preferem morrer sobre uma vã ilusão e não .sobre uma incerta realidade. Mas isto não só é nihilismo, mas também sintoma de uma alma que se sente desesperada e fatigada até a morte, por muito valorosa que possam parecer as atitudes de semelhante virtude
Viver é querer ser diferente da Natureza, formar juízos de valor, preferir, ser injusto, limitado, querer ser diferente! Admitindo que o lema "de acordo com a Natureza" signifique no fundo "de acordo com a vida" seria possível que atuásseis de outra forma? Por que então fazer um principio do que já sois, daquilo que podeis deixar de ser?
Você deve tornar-se senhor de si mesmo, senhor também de suas próprias virtudes. Antes eram elas os senhores; mas não podem ser mais que seus instrumentos, ao lado de outros instrumentos. Você pode ter domínio sobre o seu pró e o seu contra, e aprender a mostrá-los e novamente guardá-los de acordo com seus fins.
Lamento agora não ter tido outrora a coragem (ou a imodéstia) de me servir de uma linguagem pessoal para exprimir ideias tão pessoais e audaciosas. Arrependo-me de ter pessoalmente recorrido a fórmulas de Kant e de Schopenhauer para exprimir opiniões inéditas e insólitas que eram diametralmente opostas à inteligência e ao sentimento, tanto de Kant como de Schopenhauer.
O indivíduo, o 'indivisível', tal como o povo e o filósofo o entenderam até agora, é, no fim das contas, um erro: ele não é algo à parte, não é um átomo, não é um 'elo da corrente', não é algo meramente herdado de outrora - ele é a linha humana inteira que chega até ele e inclusive o ultrapassa...
"....a isso, porei justo raciocínio, e é o seguinte: não estás falando bem, meu caro, se acreditas que um homem, de qualquer utilidade, por menor que seja, deve fazer caso dos riscos de viver ou de morrer, e, ao contrário, só deve considerar uma coisa: quando fizer o que quer que seja, deve considerar se faz coisa justa ou injusta, se está agindo como homem virtuoso ou desonesto".
O filho de Tétis (Aquíles), o qual para não sobreviver à vergonha, desprezou de tal modo o perigo que, desejoso de matar Heitor, não deu ouvido à predição de sua mãe, que era uma deusa, e a qual lhe deve ter dito mais ou menos isto: — "Filho, se vingares a morte de teu amigo Patróclo e matares Heitor, tu mesmo morrerás, porque imediatamente depois de Heitor, o teu destino está terminado".
Ouviu tais palavras, não fez nenhum caso da morte e dos perigos, e, temendo muito mais o vigor ignóbil e não vingar os amigos, disse: — "Morra eu imediatamente depois de ter punido o culpado, para que não permaneça aqui como objeto de riso, junto das minhas naus recurvas, inútil fardo da Terra."
Crês que tenha feito caso dos perigos e da morte? Porque, em verdade, assim é: onde quer que alguém tenha se colocado, reputando-o o melhor posto, ou se for ali colocado pelo comandante, tem necessidade, a meu ver, de ir firme ao encontro dos perigos, sem se importar com a morte ou com coisa alguma, a não ser com as torpezas...
Mas não recearei dizer que penso ter tido muita sorte por me ter encontrado, desde a juventude, em certos caminhos que me conduziram a considerações máximas com as quais formei um método que me parece fornecer um meio de aumentar gradualmente meu conhecimento e elevá-lo pouco a pouco ao ponto mais alto que a mediocridade de meu espírito. Pois dele já colhi frutos tais que, embora nos juízos que faço de mim mesmo, sempre procurei inclinar-me mais para o lado da desconfiança que para o lado da presunção, e embora considerando com os olhos de filósofo as diversas ações e empreendimentos de todos os homens não haja quase nenhum que não me pareça vão e inútil.
Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos.
Ora, todas as paixões precedentes podem ser excitadas em nós sem que percebamos de modo algum se o objeto que as provoca é bom ou mau. Mas quando uma coisa se nos apresenta como boa em relação a nós, isto é, como nos sendo conveniente, isso nos leva a ter amor por ela; e, quando se nos apresenta como má ou nociva, isso nos incita ao ódio.
Não importa sem vc tem 100 ou 1000 amigos no face, vc agora tem voz ativa, não importa se poucos curtem, compartilham ou comentam seus posts. Nós cidadãos precisamos rever urgentemente nossos conceitos. O mundo passa por uma transformação inimaginável até mesmo para as feras como Sócrates e Platão. O ser humano do século XXI precisa derrubar antigos conceitos e abrir um pouco mais sua cabeça, estilo olho de peixe. O homem moderno tem que entender que não dependemos mais dos meios de comunicação para lutar por nossas direitos, agora temos a rede social ao nosso favor. Viva a democracia, viva a liberdade de expressão.
Já expliquei mil vezes que a ciência política começou quando Platão e Aristóteles criaram a distinção entre o discurso do agente político e o do observador científico. A objetividade das opiniões do cientista político não vem de nenhum isentismo, mas do simples fato de ele JAMAIS se rebaixar à função de porta-voz de um grupo político. É a minha total independência de quaisquer grupos que me torna incompreensível e escandaloso para muita gente num pais em que praticamente TODO pensamento é grupal.
Um homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade. Assim, ele rejeita coisas difíceis pela impaciência de pesquisar; coisas sensatas, porque diminuem a esperança; as coisas mais profundas da natureza, por superstição; a luz da experiência, por arrogância e orgulho; coisas que não são comumente aceitas, por deferência à opinião do vulgo. Em suma, inúmeras são as maneiras, e às vezes imperceptíveis, pelas quais os afetos colorem e contaminam o entendimento.
Mas o maior erro de todos consiste em se equivocar quanto ao objetivo final do conhecimento; pois há aqueles que são impelidos para ele apenas por uma curiosidade natural e um temperamento ávido de saber; outros, para entreter sua mente com variedade e certo prazer; outros, por ostentação e para serem respeitados; outros ainda, com objetivos de emulação e vitória; muitos pelo engodo do ganho ou para sua subsistência e poucos para se valerem do dom divino da razão no interesse da humanidade.
Se prestarmos atenção ao que se passa em nós mesmos sempre que transgredimos qualquer dever, descobriremos que, na realidade, não queremos que a nossa máxima se torne lei universal, porque isso nos é impossível; ao contrário dela é que deve universalmente continuar a ser lei; nós tomamos apenas a liberdade de abrir nela uma exceção para nós.
"Mesmo que tenhas tempo para viajar, dons para os estudos e a esperança de fazer descobertas, casa-te do mesmo modo. Tu não te arrependerás, ainda que isso te impeça de conheceres todo o globo terrestre, de te exprimires em muitas línguas e de compreenderes o espaço celeste; pois o casamento é e continuará a ser a viagem da descoberta mais importante que o homem pode empreender; qualquer outro conhecimento da vida, comparado ao de um homem casado, é superficial, pois ele e só ele penetrou verdadeiramente na existência."
Eu não digo que os corpos parecem simplesmente seres externos ou que minha alma parece simplesmente dada na minha autoconsciência, quando afirmo que as qualidades do espaço e do tempo – segundo as quais, como condição da sua existência, coloco aqueles e esta – estão no meu modo de intuir e não nesses objetos. Seria um erro meu se transformasse em mera ilusão (Schein) aquilo que devo considerar como fenômeno.
O primeiro olhar,
é a primeira página nunca escrita,
de uma longa história,
que pode ser de amor,
ou de uma desilusão profunda.
Um olhar de tremor inunda,
Faz a carne tremer,
E o corpo em transe, gemer.
Um olhar faz amar,
Faz memórias,
causa dor....
O olhar transforma,
cria...
recria...
produz luz...
mas,
Um olhar profundo,
Daqueles que rasga a alma...
Tira do coração a calma,
E o leva para um querer fecundo
(Sócrates Di Lima)
Há versos que se escrevem e fazem sentido,
Há versos que fazem sentido ao escreve-los.,
Mas, tem versos que é poema nascido,
Do amor que aprisiona a alma ao cocebe-lo.
E desse amor faz-se anjos de liberdade,
Qua cantam canção de paixão e tentação,
Se faz pura sedução a felicidade,
Faz faz felcidade e vale a pena essa prisão.
(Sócrates Di Lima) ...
Não conheço em absoluto o ateísmo como resultado, menos ainda como acontecimento: em mim, ele é óbvio por instinto. Sou muito inquiridor, muito cético, muito altivo para me satisfazer com uma resposta grosseira. Deus é uma resposta grosseira, uma indelicadeza para conosco, pensadores – no fundo, até mesmo uma grosseira proibição para nós: não devem pensar!”,
in Ecce Homo.
“... Acredito que os animais veem o homem como um ser igual a eles que perdeu, de forma extraordinariamente perigosa, a sanidade intelectual animal. Ou seja: veem o homem como um animal irracional, um animal que sorri, que chora, um animal infeliz.
É muito difícil os homens entenderem sua
ignorância no que diz respeito a eles mesmos.
Pobre do pensador que não é o jardineiro,
mas apenas o canteiro de suas plantas...!”.