Textos sobre saudades
"Se meu coração falasse, ele gritaria aos quatro cantos do mundo, o seu nome.
Por você, amada minha, eu abriria mão de tudo, fama, renome.
Daria a minha vida e de qualquer outro homem.
Existe uma eterna batalha entre seu olhar e sua ausência, disputam entre eles, qual mais me consome.
Não tenho desejo de ti: tenho dos seus beijos, sede; do teu corpo, fome.
Já não consigo lidar com nossas lembranças, me prostro de joelhos, rogo, imploro: Réquiem, Domine!
Tentei saciar a minha sede; acabei por afogar-me em sua fonte.
Quando perguntarem por nós, por favor, não nos lembre, não nos conte.
Quando lhe narrarem-me, quando disserem que me viram, não pergunte como estou, não queria saber com quem, tampouco onde.
Quando ao longe, ouvirdes chamarem teu nome, não se espavente, não é a morte; é só o meu morto coração, em seu último suspiro, gritando aos quatro cantos do mundo, o seu maldito nome..."
"Hoje, ela apareceu do nada.
Veio me pedir perdão, com palavras ensaiadas.
De olhos lacrimejados e voz embargada.
Frases mal ditas, coisas não ditas, ideias entrecortadas.
Do que me dissera, não pude crer em nada.
Só acreditei no beijo repentino, na nudez e na pele suada.
Acreditei em cada suspiro e após cada gemido, ela dizendo que me amava.
Acreditei quando sobre meu peito, caiu uma lágrima.
Da boca dela, não acreditei no perdão em palavra.
Acreditei no desespero em cada beijo, parecia, que em meus lábios, se afogava.
Fui capaz de crer, quando despida, à luz da Lua, sua pele brilhava.
Refleti só, enquanto ela adormecia, por toda a madrugada.
Eu até queria, mas não poderei perdoá-la.
Não posso correr o risco e perdê-la de vista, espero que amanhã, ela apareça aqui, do nada..."
Convicto
A paixão: Em cada coração que passei sei que deixei uma imagem boa refletida nos momentos de saudades.
A saudades: Sentimento por vezes duro, por vezes amável e em cada visita ao meu cérebro se comporta em alta voltagem.
O amor: Tão bom de ser vivido quanto imprevisível de ser durável, entre tantos elementos e conjuntos de forças que o fazem existir em cada um de formas e maneiras diferentes, apenas uma afirmação posso fazer, "é maravilhoso sentir!"
Olhando as estrelas
Sentado no batente do quintal de casa no começo silencioso da madrugada olhei para as estrelas e elevei o nível das minhas lembranças do meu grande amor. Pude ver várias passagens dos nossos graciosos dias juntos, tantos elogios, quantos beijos, quantas emoções em forma de carinhos e os cuidados sendo tratados como sagrados.
Noite a dentro, recordar os teus hábitos, sentir nas flores o teu cheiro e ver aquela estrela dentre tantas que escolhestes como nossa e apenas como nossa, me deixou com saudades do teu santo abraço.
Um carrossel de memórias está passando em frente as estrelas e eu consigo enxergar cada sentimento, cada dia vivido, eu consigo enxergar você.
"Fui tolo, achei que minhas palavras, fariam dos meus sonhos, realidade.
Achei que minhas ações, trariam aos meus braços, a minha eterna saudade.
Pensei que seu sorriso calmo, traria ao conturbo da minha vida, alguma serenidade.
Novamente, os sinônimos tornaram-se um, fundiu-se o Famigerado à leviandade.
O tempo urge, o relógio me açoita a alma, com cada tic tac, tic tac.
Cada segundo, sem o negror do seu olhar, parece-me uma eternidade.
Quando em seu abraço, sob o julgo dos seus lábios e embebido da voz, a tranquilidade.
Meu algoz, parece parar, mas ainda sim, ele passa tão rápido: O correr do tempo, ao lado de quem se ama, é punição divina, pra de outras vidas, iniquidade.
Deus, me faz de exemplo, do mais alto céu, ri da minha desgraça, da minha jocosa calamidade.
Ora, como não revoltar-se?
Sabendo ele do que sabe.
Sabendo que sou o puro pecado, um demônio em Terra, o próprio diabo, para me castigar, fez tu e a fez cruzar meu caminho, você, inalcançável ao meu eu, revestida de toda santidade.
Lembro do meu paraíso inalcançável, você embalada em meus braços, e a pele arde.
Queria ser ateu acerca do amor, mas infelizmente, venero-te, minha divindade.
Rogo, imploro aos céus, por um único beijo, para que eu me enterre e minh'alma descanse, por toda eternidade.
Parece que ninguém ouviu, Deus riu: Fui tolo, achei que minhas palavras, fariam dos meus sonhos, realidade..."
"Não sei qual dos homens é o pior, meu caro amigo; aquele que sente demais ou aquele que teve a sorte, de nunca sentir algo.
Sabe, eu amaldiçoo os clérigos, os padres, por nos venderem a imagem de um inferno, que sei não existir.
Meu irmão pescador, aqui pagamos nossos pecados, o inferno é aqui.
Deus nos amaldiçoou com os nossos sentimentos.
Nós sentimos sem poder escolher, sem a certeza que seremos retribuídos da mesma maneira.
A única retribuição que se tem no amor é o ódio, a indiferença de quem se ama, o sofrer.
E todo homem que sente, todo homem que ama, vive o seu próprio purgatório diário.
Louco é aquele que ama, e escolhe viver sem quem se ama.
Acredito, que quando se escolhe a vida ao amor, não se amou de verdade.
O amor é o veneno da alma, e por isso Deus é imortal, pois ele não ama, impossível ele nos amar e nos fazer sentir.
Eu escolho a morte, todas as vezes, meu amigo, todas as vezes, nessa vida e na próxima, eu hei de escolher a morte
Quando n'outro plano, eu não puder ter com Deus, lhe asseguro, meu amigo, ele deu sorte..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador - Os Sinais
"Eu sou completamente apaixonado por você, meu amor, é verdade; mas já abri mão de outras paixões antes.
Talvez eu até lhe ame, amor meu, mas quem eu realmente amei, nunca tive, ela continua lá, na minha estante.
Até tentei abrir mão do meu único amor, mas ela está gravada na memória, cicatriz eterna em minh'alma, ama-la é meu purgatório, meu inferno de Dante.
Eu trocaria qualquer eternidade, por ao lado dela, um único instante.
Sei o que me acometeu, sei o que me tornei depois dela, sinto saudades do eu era antes.
Perdão, meu amor, meus devaneios, desilusões, vagueantes.
Eu sou completamente apaixonado por você, mas paixão não é amor, mesmo quando se existe uma beleza, como a sua, estoteante.
Meu coração é um infante.
Infelizmente, sou incapaz de abrir mão do meu único amor, mas minha beldade, não se demore, pois, já abri mão de outras paixões antes..."
"Se quiser só um momento carnal, por mim tudo bem; se tu, de mim, não fizeres, de ti também não farei questão.
Mas não falo pelo meu coração.
Se quiser que eu apague seu fogo, pode ser, mas é assim, que se inflama, a chama da paixão.
Se amar você for um erro, tudo bem, mas por esse erro, não hei de pedir perdão.
Vislumbro seus olhos, não sabia que era possível, ser tão pequena, a imensidão.
Nunca imaginei, ver-me refletido, em uma constelação.
Tu não me amas, passo a crer, se tu me disseres que não mereço o teu amor, lhe digo: tens razão.
Mas eu, amor meu, amo ninguém; quem ama é meu coração.
Somos como Gil e Drão.
E tu bens sabes, que o amor da gente é como um grão.
Semeei seu chão.
Plantei semente de ilusão.
Colhi o que plantei, dor e desilusão.
Queria ser o Alceu e você, a minha Anunciação.
Mas infelizmente, a indiferença ganhou em meu âmago o seu espaço, já não tem reversão.
Só te digo uma coisa, amada minha: Se quiser só um momento carnal, por mim tudo bem; se tu, de mim, não fizeres, de ti também não farei questão..."
"Fez frio essa noite, e a fantasia de ter você me aquecendo o corpo, me inflamando a alma, roubou-me o sono.
Eu quero o seu aconchego, clamo por seu amor, mas me pergunto: O seu coração tem dono?
Caso tiver; o que farei com o meu? Que já depus sobre os seus pés: Terei seu abandono?
Mal entrei no seu ringue de desilusão, um olhar foi nocaute, já estou na lona e ainda nem soou o gongo.
Tentar esquecer-lhe é tolice, pra que o whisky, se é o seu beijo, que me deixa tonto.
O perfume me inebria a mente e fico zonzo.
Fazer que não é paixão, é finjir-me de sonso.
És princesa, da beleza rainha, fazei de meu coração, vosso trono.
Acordo na madruga fria, ao léu, atônito.
Tento dormir novamente e não consigo, pois a fantasia de ter você me aquecendo o corpo, me inflamando a alma, roubou-me o sono..."
"O que não me mata, me faz mais forte.
O seu amor, me destruiu, saí mais fraco, era melhor ter encontrado a morte.
Achei em ti minha joia rara, uma paixão de novela, mas pergunto: pr'onde foi minha a sorte?
Azar no jogo, azar no amor, azar na vida, azar na sorte.
Azar na morte.
Azar meu, ter lhe beijado, ter entregado meu peito, à lâmina de sua faca, ainda hoje, sangra-me o corte.
Quem secará a lágrima que em meu olho escorre?
Amanhã eu paro, mas hoje, eu vou te esquecer, vê pra mim, só mais uma dose.
Me faz fraco, o que me fazia forte.
Que meu pranto, se misture com as águas da chuva e ninguém me note.
Sua ausência não me matou, é verdade, mas estou fraco como nunca, longe de estar forte..."
"Sempre que me pego pensando em você, eu vejo a imagem de um homem desamparado.
Os olhos cheios de lágrimas e na voz só dor, embargo.
Trêmulo, atônito, assustado.
Por você, abandonado.
Tento afogar nossas lembranças, mas a garrafa já secou, sua imagem vem à mente após cada trago.
Pra tentar aliviar a minha mente da aterradora imagem, quebrei o espelho do meu quarto.
Odeio minha imagem, porquê ao me olhar, eu vejo o tolo alucinado.
Alguém que amou demais e não foi amado.
Vejo em meus olhos a lembrança dos seus, meu paraíso estrelado.
Eu me olho no espelho e vejo o próprio diabo.
Em vãs lembranças, acorrentado.
Condenado a vagar pela eternidade, nas memórias de um passado feliz e nas leviandades de sonhos não realizados.
Meu inferno são teus olhos, meu lar; meu purgatório, seus lábios.
Cada lembrança da sua nudez, o corpo suado é um açoite em minh'alma, meu eterno pecado.
Que Deus me perdoe, mas jogado em seu pedestal, eu orei pra que tudo na sua vida desse errado.
Para que volte a mim e possamos ser perdoados.
Mas fique tranquila, Deus, em seu trono, orgulhoso, não ouve as orações dos apaixonados.
Se o fizesse, por entre as estrelas, nosso destino juntos, estaria traçado.
Hoje, consegui me fitar por um breve momento, depois de tanto tempo acovardado.
Era preferível ter ficado cego, da minha visão, abdicado.
Novamente, pensando em você, vi aquele homem, desamparado..."
Cansada Gauchada
Bah, que canseira! O passado na frente, feito sombra comprida.
Nem deu pra ajeitar o cabelo, nem pra lavar bem a vista.
Ele não espera a gente acordar, já chega dando pitaco,
Com a voz grossa que nem carreta atolada no barranco.
Tem dia que ele vem que nem potro xucro, relinchando de raiva,
Me xingando que nem se eu tivesse roubado a última prenda.
Me bate que nem peão castigando o bagual teimoso,
Quase quebra a alma da gente, deixando um gosto amargo.
Cada dia uma prosa diferente, um jeito de chegar mais perto.
Hoje ele veio que nem chuva de outono, pesada que só.
Tão pesado que a cabeça ficou baixa, os olhos sem brilho certo,
Quase que nem consegui olhar pra cima, feito gado no brete.
Botou um peso nos ombros, na mente fez um nó apertado,
Me senti um nada, que nem folha seca varrida do terreiro.
Tem dia que ele me leva pra longe, num rancho abandonado,
Me bota num sofá velho, de frente pra um caixote preto.
Aí ele liga a tal "televisão" da memória antiga,
Bota umas fitas empoeiradas, de quando a vida era outra.
Cada dia um filme diferente, uma história que me castiga,
De um tempo que eu mesma vivi, mas que a alma não mais suporta.
Ele grita no meu ouvido, que nem vento minuano na janela,
Como se Deus tivesse virado a cara pra essa pobre chinela.
Hoje a lágrima escorreu cedo, que nem orvalho na grama,
Pedi pras forças do céu, pra aguentar essa cruz que me chama.
Sei que não errei tanto assim, pras palavras do passado doerem tanto,
Sei que muitas vezes não devia escutar, mas a gente se entrega.
Mas lá dentro também tem uns "e se" que a gente carrega no canto,
Umas verdades que eu escondo, pra não piorar essa peleia que me pega.
Amanhã, ele vai ter mais fitas pra mostrar, pode apostar,
De coisa que eu não fiz, de rumo que não consegui mudar,
De quando a cabeça era mais fraca, sem tento pra lidar.
Me agarro nas rezas, nas conversas longas com o Divino,
Pedindo perdão pras pisadas tortas, pras dores que me abatem.
Sentei com Deus hoje cedo, com o passado ali, ladino,
Um café quente na mão, o cabelo em desalinho, os olhos que ainda batem.
E chorei que nem criança perdida na neblina, sem ter pra onde correr.
Porque sei que agora, nessa hora amarga que me invade,
Não consigo achar um jeito de botar um ponto final nessa saudade.
Só Ele, lá de cima, pode me dar um milagre, um perdão verdadeiro,
Pra esse passado que judia tanto do meu presente altaneiro.
Só assim, quem sabe, consigo rabiscar um futuro mais inteiro
"Um homem, não pode se apegar a sonhos, não realizados.
Repito esse conselho, por vezes a fio, olhando seu retrato.
Um homem, não pode se apegar a sonhos, não realizados.
Repito só, aos prantos, no escuro do meu quarto.
Completamente embriagado.
Um tolo, amargurado.
Recordo-me de nós, visito nossas lembranças e sinto o peito acelerado.
Meu coração, ainda bate por ti, era melhor, quando você se foi, tê-lo arrancado.
Podia ele ter parado.
A solidão, me abraça forte e me sinto sufocado.
Um nó na garganta e na trêmula voz, o embargo.
Sussurro baixo.
Um homem, não pode se apegar a sonhos, não realizados.
Na janela, vejo um clarão, mais um trovão, nem isso têm me assustado.
A chuva retumba, inunda as cercanias; minhas lágrimas, o meu quarto.
Eu deveria ter dado mais um beijo, ter trocado mais um olhar, apertado mais o abraço.
Sei que Deus me olha, lá de cima, desesperado.
O amaldiçoo, por o mais importante mandamento, não ter registrado.
Um homem, não pode se apegar a sonhos, não realizados..."
"Perdão, por meu exacerbado ciúme, amor, mas sinto ciúmes da distância, que nos separa.
Sinto ciúmes do ar que respira e da que lhe banha o corpo, a água.
Perdão, amor, mas sinto ciúmes do Sol, quando é a luz dele, que lhe deixa a pele iluminada.
Sinto ciúmes do vento, ciúmes do frio, por serem eles, a lhe deixarem com a tez arrepiada.
Sinto muito, amor, mas sinto ciúmes de tudo, sinto ciúmes do tempo, pois quando não está comigo, é ele dona do seu ser, é ele que está sempre do seu lado, mesmo que lhe faça entendida.
Sinto ciúmes até de mim, amor, pois quando lhe faço rir, não é meu verdadeiro eu, é um outro homem, de minha face, outra máscara.
Sinto ciúmes até do próprio Deus, minha amada.
Pois, quando fores de mim, a ele pertencerá o seu ser, por toda eternidade ele terá a alegria do seu ser, o doce da sua risada.
Perdão, minha deusa, mas mesmo agora, sinto ciúmes do que lhe escrevo, me enciúma, as minhas próprias palavras.
Pois quando lhe escrevo, tu há de se apaixonar; mas não por mim, mas por palavras parvas.
Sinto ciúmes de tudo, meu amor, e por isso, peço perdão por amá-la.
A bem da verdade, sinto ciúmes até do meu amor, pois é somente ele, que pode bem tratá-la.
Sinto ciúmes do diabo, pois por ser ele, dono do pecado, ser o único capaz de entender a nudez do seu corpo, a sua parte depravada.
Perdão, por meu exacerbado ciúme, amor, mas sinto ciúmes sim, pois no escuro do meu quarto, como religião, eu sou o único capaz de venerá-la..."
AS MÃOS DE MEU PAI
As mãos de meu pai possuem calos e visíveis veias.
Mãos que seguraram meus braços, mãos de quem guerreia.
Que doem com os machucados da enxada, da picareta, de capinar terrenos.
De orar por provisão, de chorar quando só Deus estava vendo.
A vizinha se desesperou, matou os filhos e se suicidou, todos tomaram veneno.
Há coisas que nunca me contou, mas muito sofrimento aquele olho já viu.
Corajosas, aquelas mãos construindo a casa, chegou o inverno e a casa caiu.
Frustradas outrora, quando nada tinha para tomar café.
Faltou pão, faltou água e até eletricidade, não faltou a fé.
Nadavam em direção ao barco, para buscar o sustento no mar.
Câimbras musculares, língua embolada tentando gritar.
Socorro! Um barco, dois jovens aparecem e acodem.
Lágrimas e risos de alegria pela vida poupada eclodem.
Aqueles calos acompanhando um olhar para baixo de insatisfação.
O palito de dente, partido em milhões de pedaços, esmagado na mão.
Potente, resistente e exemplar. Um guia, um líder, um norte para imitar.
Foi o resultado, o produto de um labor daquela mão a sangrar.
No remo, na pá, no tijolo e cimento, buraco cavado, é mais um pilar.
Agora não é só início de derrame, braços formigando, joelho a cambalear.
É a guerra dos anos, afetando a rótula, o sangue, mas nunca o sorriso.
Pronto, soldado, amigo, professor se for preciso.
Voa sentado, andando, em minha mente vem me abraçar correndo, assim como o cavalo galopa.
As mãos de meu pai, criaram gaivotas, que voaram do Brasil, tiveram filhotes na Europa.
Lá dói a saudade, onde beira o frio que congela o rio e embranquece a montanha.
Conto para todo mundo, que lá no norte tem sol e praia, boa comida e peixe assado na banha.
E também tenho amigos, parentes, gente feliz, adultos e crianças.
Mas as mãos de meu pai, que me fazem tanta falta, é a minha maior lembrança.
Sergio Junior
A nuvem
E de repente sua foto some, e com ela todo o chão embaixo dos meus pés, eu estava na reunião e foi um silêncio ensurdecedor, senti um zumbido no ouvido e minha respiração ofegante, queria ir embora dali, me senti como 8 anos atrás, perdida sentada no chão do box de um apartamento vazio.
Mas dessa vez eu agi diferente, acho que o tempo e as cicatrizes do passado me fizeram ser mais forte, pelo menos parecer..
Não invadi seu espaço, deixei você respirar e entrar em contato não tinha outra alternativa, se não esperar.. afinal foi o que eu mais fiz não é? Te esperar.. sempre você decidir, você querer, você assumir, você parar de ser meu inimigo.
Até que na segunda veio um telefonema, curto, rápido e cheio de enigmas. Você resolveu uma história em 30 segundos, não deixou eu falar e não falou, terminou uma vida pelo telefone e covardemente me calou.. fechou a porta (pra você resolvido) mas pra mim não, porque fiquei presa do lado de dentro. Chorei, e chorei como as crianças fazem quando não conseguem ou não sabem resolver um problema, corri para o colo da minha mãe. Me entreguei, queria que ela me consolasse e resolvesse tudo como num passe de mágica. Eu não entendo o que houve, não sei o que aconteceu, repassei várias vezes as suas palavras na minha memória, tentando montar esse quebra-cabeças e achar o por quê. Queria tanto conversar, falar, entender, ouvir, sempre fomos dois grandes amigos, intimidade de sobra para falar o que estiver passando na cabeça.
É injusto você saber e eu não, é injusto você conseguir esquecer e eu não, é injusto você seguir a sua vida e eu ficar presa na ligação de uma segunda-feira. Por que não pessoalmente? Qual é o medo de me enfrentar? De me olhar nos olhos e ver que eu estou e sempre estive sendo sincera com você? Santa? não, nunca fui... Mas burra também não!!!
Nesses últimos dias escutei tantos conselhos, ouvi tanta gente tentando me ajudar aliás eu tive que contar, você sabe como fico quando as coisas não vão bem entre a gente, era nítido nos olhos inchados e a voz sempre embargada.. Mas de todas as pessoas e conselhos eu escutei um.. de quem eu menos imaginava...
Minha mãe com seus super poderes acalmou minha alma, e confesso que me surpreendi porque imaginava que ela falaria: Viu, te avisei!! mas não, ela disse: A verdade sempre aparece, não fica assim filha, a justiça é de Deus. Ele deve estar sofrendo tanto quanto você, não sabemos o que ele está passando, ore por ele, todos os dias ore por ele.. você tem a mim e ele? ele não tem ninguém. Acalme seu coração, tudo vai se resolver no tempo certo.. Deixa ele quieto, deixa ele se fortalecer. Confia ..
Olha vou te confessar que está sendo bem difícil deixar pra lá, e confiar no tempo de Deus, mas pela primeira vez vou fazer isso, por você e por mim.. o amor continua aqui, nas entrelinhas, na saudades de um bom dia raio de sol, em uma ligação de vídeo para você me acompanhar até a moto.. num cheguei.. sinto falta de ter sua cia mesmo que não fosse física, dos seus conselhos, sua voz.. de ter planos.. sinto falta de ser boba.. hoje essa nuvem que está na minha cabeça e no meu coração não me deixam ser 100% em nada, espero que você esteja bem, comendo bem, dormindo bem, e que esteja com a paz que meu amor não pôde te dar. Nosso 24/12 fica para próxima.. vida!! . . .
Sempre que você precisar.
Eu estarei aqui de braços aberto lhe esperando.
Eu estarei aqui para te acolher, proteger e cuidar de você.
Aquecer o seu coração, sua alma.
Eu sempre te ouvirei.
Não importe onde eu estiver.
Sempre que você precisar.
Estarei aqui para te ajudar.
POESIA DE " SABINO TAVARES".
ESCRITOR, ROTEIRISTA, CINEASTA, POETA, DIRETOR DE CINEMA.
www.sabinartproductions.com.br
Lembre-se Sempre
A vida é um constante aprendizado. Nunca sabemos tudo. Nunca estaremos completamente satisfeitos.
A vida passa muito rápido para perdermos tempo com besteiras e bobagens. Estamos sempre aprendendo e nos reinventando.
É preciso ter a sabedoria de escolher sempre o melhor e o positivo. E fazer de tudo para ser feliz.
Lembre-se sempre disso.
Sinto uma Solidão em Meu Peito
Carrego uma dor profunda na alma, uma solidão que aperta o coração. Palavras que deveriam confortar acabam por ferir, como se fossem lâminas invisíveis.
Tudo ao meu redor parece desmoronar. A saudade, como um rio turbulento, afoga meu peito, trazendo uma dor que nunca cessa.
Não encontro forças para sair da cama, nem vontade de me alimentar. Até ouvir meu próprio nome se tornou insuportável. O espelho reflete alguém que eu mal reconheço: uma pessoa triste, apagada, que perdi ao longo do caminho.
O sol, antes fonte de vida, agora me incomoda. Mas ninguém percebe a escuridão que carrego dentro de mim. Ninguém entende a dimensão da minha dor, a angústia que me consome.
A depressão não é frescura; é viver preso em si, isolado em uma bolha que sufoca. Ela traz ansiedade, destrói minha autoestima, e brinca cruelmente entre a euforia e o vazio.
Não consigo colocar os pés na rua. As lágrimas insistem em cair, marcando cada dia com tristeza e solidão.
Só peço a Deus força e coragem, para romper este ciclo e recuperar minha vida. A solidão não pode me derrotar para sempre.
Lembranças
É inverno outra vez, e nesta estação, eu penso um pouco mais em você.
Seja feliz para que possa ser feliz também.
Não se engane, não é amor, é lembrança.
Lembrança é pior que saudade, saudade é ausência de algo, já a lembrança é cheia de boas memórias.
São felizes, por isso doem, mas na maioria das vezes nos arrancam um sorriso amarelo.
Rezo para que vc se torne uma saudade, que eu não sinta vontade de olhar para o passado.
Ainda bem que não conseguimos ver as flores de cerejeira daquela vez, seria ruim ter que odiar minha flor preferida.
Já me basta não conseguir ouvir algumas músicas, ver alguns filmes , sentir aquele perfume ou ser chamada de vida, sem querer voltar no passado por um instante.
Isso não é amor , mas é lembrança de uma vida cheia de amor.