Texto em versos

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Lembrei do seu abraço apertado,
falhei ao te manter longe
dos cacos da minha memória.
Hesitei ao apagar
os teus registros de mim.
Não quis jogar
fora teus livros.
Aquele poema de Drummond
que você narrou pra mim
ricocheteia no
fundo da mente e vem
atormentar
meu gole de cachaça,
meu último gosto de amor,
o começo
da minha loucura semanal.

Roney Rodrigues em "Brain Damage"

Inserida por RoneyRodrigues

Faltou algo no meu céu,
o brilho de estrelas mortas
levando anos luz para me acertar.
Eu fico vagando por aí,
sendo golpeado por meteoritos,
cometas e
olhares apaixonantes.

Em uma noite de céu turvo,
olhei no fundo da sua galáxia,
na profundeza que é você,
eu soube nesse instante:
Seu abraço seria meu:
Seu corpo, minha morada;
Seu carinho, a chave dessa jaula.

Eu vou chegar perto da sua pele,
vou me encostar, vou me perder.
você sempre soube,
estive doente aguardando
a cura cair do céu.
Me tornei dependente desde que
me mudei para o seu sorriso.
Em dor eu sempre ofereço:
Meu corpo ao seu lazer;
Minha poesia à sua memória.

Roney Rodrigues em "Lágrima Láctea"

Inserida por RoneyRodrigues

Eu dirigia na estrada da vida.
Lembro que a tempestade rugia lá fora.
O pavor era vibrante, o medo era palpável.

Eu guiava com cautela e temor
sempre a vigiar o retrovisor,
Lia com atenção as placas.

Ao entrar na curva do teu corpo,
eu virei o volante, o corpo não respondeu.
Os pneus não tiveram aderência, eu capotei.

Os estilhaços, o horror,
a dor de saber tarde demais
que o melhor a fazer era ter esperado
o mau tempo passar.

Roney Rodrigues em "Aquaplanagem"

Inserida por RoneyRodrigues

Não quero sucesso
não procuro fama
desde pequeno
eu prefiro o canto do palco
nunca gostei do holofote
eu gostava do papel da árvore
da nuvem ou da estante
eu derramava lágrimas
ao ver Romeu e Julieta
mortos por causa do amor
eu não almejo o mundo
pra mim um banco
de madeira
um bom rock
e uma cerveja
já compensam o stress
que me espancou
a semana inteira.

Roney Rodrigues em "Sou da turma do canto"

Inserida por RoneyRodrigues

OSTENTAÇÃO É UMA MERDA

Isso de mostrar teu ouro
Esfregar na minha cara teu luxo
O vazio do seu caviar
Ao seu Porsche
É imenso e gritante.
É coisa ridícula.
Pendura no teu pescoço
Um livro de Drummond,
Um livro de Dostoiévski.
Recita pra tua morena
A poesia mais luminosa.
Ela vai amar o que você
Carrega por dentro.
Não essas coisas
Externas e breves.

Inserida por RoneyRodrigues

Versejar!

Não me apresso em versejar,
Pois devagar se chega longe,
E perto só quero você,
Pra sempre me acompanhar.

Não é falta de inspiração,
Tão pouco de amor e paixão,
É apenas o meu pensar,
Pra mais um verso combinar.

Vivo pelos caminhos,
Costurando os meus lacinhos,
Criando os meus versinhos,
Pra no final te entregar.

Vou parar neste momento,
Mas não por falta de sentimento,
Pois o meu humilde versejar...
Você sempre poderá contemplar.

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Inserida por rascunhosescondidos

Eu te deixo ir,
te deixo bater
as suas asas de cobre
mundo afora, vastidão.
Te deixo levar parte
do que restou
desse coração
velho e fatigado.
Eu te amarei à distância,
sofrerei
por discrepância,
mas tudo certo.
Aprendi
a manter o riso ereto.
Aprendi a silenciar o coração,
essa pedra que escondo
a sete chaves.

"Vai"
Por: Roney Rodrigues

Inserida por RoneyRodrigues

Queria ser como as flores que crescem perto da rodovia. Elas suportam todo o lixo jogado pelos motoristas, todo o veneno espalhado pelos escapamentos, todo o barulho da ira humana. Elas resistem e crescem coloridas e imponentes. Enfim, uma bela qualidade: suportar o caos à sua volta.

"Resiliência"
Por: Roney Rodrigues

Inserida por RoneyRodrigues

Antologia


Hoje eu sou amanhã à noite lembrar o que viveu
Porque eu tenho tanto amava como eu perdi
Eu sou culpado de ter amado que não merecia
Eu sou culpado de não merecer que me amou idolatria

Eu voltar a amar sem fé somente companheiro
Eu amo de novo, mas eu quero ganhar sempre
Volto para fingir que você que eu estou feliz que eu me importo
Porque você nunca vai adorar se o coração está ausente

Onde as batidas e emoção eram
Onde ele foi que meu amor não pode voltar
Onde a ilusão de amor era sonhador
Talvez você levou você e nem eu posso encontrá-lo

Incêndio de madeira que termina em cinzas
Como nós amamos sem medida limita a lamentar
Talvez hoje eu olho para trás toque
Escolher ou me levar migalhas de pão .

Inserida por JAIMEANTONIO

Sortilégio

Seduceme entre blue grass
Enredame entre armas brancas
Cativar -me sorrir verde
Sorria para entre lábios vermelhos

Eu vejo muito, mas tão pouco de pena
Eu vejo pouco e se contentar com nada
Eu não tenho nada e eu quero tudo
O paciente dorme e acorda

Sua paisagem é minha fronteira
Muitas vezes eu não vi
Andar através do fogo e punição
e entre areia eu perdi

O pensamento nos engana
Quanto mais você esquecer mais memorável
Os mais tiros mais cry
Quanto mais você ama , mais você sofre

Talvez sentindo transformou em obsessão
Mel que caiu para o final de costume
É por isso que nós nos tornamos tão louco
O que é que nos torna tão sã

Vai ser a fonte que brilha fora de sua boca
Será feliz que nós gostamos o lamento
Será que vamos buscar uma razão onde a razão não
Será o feitiço que me deixou e foi para você .

Inserida por JAIMEANTONIO

Título: Palavras escritas

Um menino queria fazer trajetória,
Queria poder exprimir sua história.

Uma menina queria fazer glória,
Queria poder ortografar com uma dedicatória.

Um homem queria fazer poesias,
Queria poder redigir suas nostalgias.

Uma mulher queria fazer poemas,
Queria poder grafar seus problemas.

Um idoso queria fazer biografias,
Queria poder treinar sua caligrafia.

Uma idosa queria fazer cartas,
Queria poder comunicar algumas erratas.

Assim anda o universo,
Para o mundo se transcrever em versos.


Autor: Nélio Joaquim

Inserida por NelioJoaquim

O último passo do destino

A terra que cobrirá meu corpo
Esta me chamando.
Espreitando-me sem cessar
Os vermes já me rondam
Como que se, minha sorte pudessem tirar

Diante disso, vou traficando dias
Vomitando de mim agonias
Cessarei assim desinibida de mim
Derramando palavras em sulcos
Adiando com versos o meu fim


A fase final das horas sorri olhando-me
Aproximam-se o cessar
Distanciam-se os sons dos meus suspiros
Não há gestação de dias
A fome do fogo da vida, saciada, chora

Murcha como flor, sem culpa
Completo minha caminhada
Deixando-me ainda aqui.

Enide Santos 18/12/15

Inserida por EnideSantos

MEDO DE ABELHA


Tenho medo de abelha,
é um segredo de orelha.
Não, só por conta da dolorosa ferroada,
mas, pelo tamanho que fico diante da danada.


O inseto, que naquele instante é maior do que eu;
Tentando fugir, me escondo dentro de mim, no grande breu.
Fico apavorado e saio correndo,
quando vejo o que aqui está vivendo...


Parece coisa de criança,
aflita sem segurança.
Mas, é sério mesmo seu doutor,
nem fantasma me dá tanto temor.


Prefiro enfrentar um leão,
que já saio na mão.
A maldita me joga na sarjeta.
É a filha mesmo do capeta.


Um demônio disfarçado
Perseguindo-me amedrontando
Remoendo minha alma
No inferno não tem calma


O zumbindo, em meu ouvido, diz:
_Não fuja do que é, pois eu lhe fiz;
Venenosa amarela.
Revela-me que sou ela.


É conhecendo-se que vai se encontrar.
Futucando nos medos que carregar.
Saber se é um homem que tem medo de abelha,
ou se é abelha que tem medo de cochichar, na própria orelha.

Inserida por MAGODIONES

RAINHA DO MAR


A vida, o mar.
Que acaba o castelo de areia.
Que puxa a gente pra dentro,
e empurra, de novo para fora.
Que levanta bem alto,
para ter queda maior.

O barco quebrado.
Faço mais forte.
E um dia vir a quebrar de novo.

O tempo ensina aos pescadores,
o tempo do mar
Que tem seu tempo para
deixar de ter tempo.
Ai, é só mar, só mar mesmo,
sem tempo nenhum,
e com todo tempo sobrando.

Assim, a rainha do mar,
nos ensina ficar peixe.

Inserida por MAGODIONES

PORQUÊ LER POESIA?


Poesia só serve pra isso:
Tirar a gente
da gente e jogar
no mundo.

Depois…

Tirar a gente do mundo,
e guarda a gente
bem mais

F
U
N
D
O

na gente de novo.

Assim, os olhos dos
poetas são distantes
de tanto ir pro mundo e descer
mais profundo…

Que um dia de tanto




D
E
S
C
E
R
rasgará a alma
para fazer
poesia com
Deus.

Inserida por MAGODIONES

O VENTO DE EROS


Toda calçada tem meu desejo
Impregnado no vestido florido
Bailando com o vento presepeiro
Dissimulado num olhar sorrateiro
Que desnuda à donzela, eternamente ligeiro
Colorindo-a de vergonha postiça: vermelho
No brilho do olhar malicia e sorriso inteiro
O vento sessa
A saia para
Balança
E a vida perde todo seu encanto

Inserida por MAGODIONES

CAMA MACIA


Cama macia para sono pesado
Por um instante tornou-se retardo
Descansando, acordar para quê?
_Se nesse sonho lucido tudo vê

O frio da noite, o breu do dia
Estancada de joelhos em fé pia
Lágrimas banhavam a fria cova
A mãe rezava segurando a rosa

Carnaval apoteótico de vermes com fome
Cavucando carne gelada, a forma se some
Sem pressa, agonia vagarosa a alma consome

Uma chorrava em prantos, enquanto outra ria
A última trouxe a morte; Daquela, a sua luz sumia
Sonhando acordado em cama macia

Inserida por MAGODIONES

SALVE, DEDÉ SEIXAS


Conheci um atlante andando no chão
Vi com meu olhos, iludidos pelo ancião
Com meia idade, tinha saber de um milhão


Falou de uma universidade, por ele cursada com fervor
Daquelas que a vida, te coloca como aluno e professor
É um ser que se inventou, como homem, sábio e doutor


Maluco beleza, que veio aprender o que tinha pra ensinar
Não cresceu, pra esconder seu tamanho, e humildade mostrar
Aos olhos dos que carregam o mundo, nas costas a lhes esmagar


Os pensamentos e as palavras em medidas bem pitada
Encheu livros, cabeças, poemas e conversa animada
Percorreu o mundo, voltando pra amada


Em sua fome desenfreada, um tal de Nietzche devorou
Vomitou outro Seixas, aquele do rock and roll
Filosofraseando o mundo encantou




O Dom Quixote da Suíça Pernambucana
Desbravando o frio daqui, dentro do sertão em chama
Enfeitou-se de glória, sem espaço pra fama


Na simplicidade ocultou, os poemas da vida espalhada
Editores não enxergaram as obras, pelo leitor aclamada
Do poeta de fogo, que tira poesia, entre a cruz e a espada


Vou falar só uma vez, pra quem lê e quem não leu
Que mistério nele transcendeu, nas frases que escreveu
O pequeno se fez grande, e como sol a iluminar se deu

Inserida por MAGODIONES

POESIA DO EXÍLIO

W.W. MATTA E SILVA
_O ESCRITOR ESPIRITUALISTA _
GARANHUENSE,
TORNOU-SE PÁGINA VIRADA?

O berço deixado, caiu na estrada
No Rio de Janeiro fez casa, tenda.
Na caridade desmanchando contenda
Sabedoria, tirou: porque a vida é jangada


E sem rumo não chega, quem se deixa levar
A rota da fé, só o íntimo é timão
Não vive na paz, quem não tem coração.
Foi na caridade que serviu a ajudar.


Escritor de diversas obras religiosas
De cunho afro-brasileiras e míticas
É estudado em suas obras volumosas.
Dos acadêmicos, recebeu positivas criticas


Tornou-se por mérito referencia
No fundamento esotérico umbandista
Com preparo argumentou com ciência
Abrindo caminho para linha doutrinista


Sua inteligência, abaixo da humildade
Na aflição e na doença o povo atendia
Guindo como podia: os pequenos da sociedade
Atraindo também, os cultos da época que vivia


A fama que trouxe consigo, não o tirou
O sacerdote da fé; do prumo da razão
A disciplina, estudo e caridade o guiou
Simplicidade, amor e trabalho sua missão.


Assim, foi chamando pelo saber profundo
Que sem todos, não somos nenhum
Semeando na prática como de um
se faz quatro, correr o mundo.

Inserida por MAGODIONES

CHICO XAVIER

Em tenra idade com outros aprender a ter
Eles lhe ensinavam o que iriá vir
Diante de olhos torcidos ao que ai ser
Caminho único nesta vida: servir


Sua mão tracejava mensagens do Lado
Aos lamentados, filhos apartados do coração
Em memórias revividas, hoje é encontrado
Paziguando a tristeza e a dor da multidão


Lágrimas colhidas, no balde da vida
Aos que fadados perderam para morte
Amados levados pelo destino que finda
Esperança encontrada em Xavier nova sorte


Caridade e instrução chamavam todos da Luz
Ajudando povo doente de profunda saudade
Exemplo vívido, sempre SERVINDO o guia da cruz
Amor enjaulado, SER de humilde verdade


Sina traçada, abraçava os de cá
Aonde há dor arrancava esperança
Vida marcada, ensinava os de lá
Que era no outro a grande bonança


O que fez é celebrado, com admiração
Os livros escritos, a palavra semeada
Aos pobres: o ombro, aos ricos: compaixão
O santo da gente, fez sua própria jornada


Um mandamento somente cumpriu
Amou-os como a si mesmo:_ vivia
E feito o trabalho da terra partiu
Em dia de festa, de muita alegria

Inserida por MAGODIONES