Texto de Solidão
►Caro Sabiá
Sabiá, meu caro amigo viajante
Avisei a João que estou a caminho
Diga-o o quanto estou em romance
Peça-o para que me receba com carinho
Sabiá, sabes bem a quem fui a confessar lá nos mangues
Andorinha vizinha, Sabiá, que criaturinha linda em sorriso
Logo que a vi, piei, rebolei-me todo em sedução cativante
Atrapalhei-me, Sabiá, deixando-me levar pelo calor sem juízo
Voou tão distante a criaturinha, caro amigo, tão distante
Piei em dor ao luar, pensando se voltaria a cantar em delírio
Chorei, Sabiá, sem saudades de um amor correspondido para sarar.
-
Passei desta fase vergonhosa, Sabiá, pela dor sem motivo
Saí pelos céus a fora, até que ficassem alaranjados, em busca de um lugar melhor
Machuquei-me em encontro de alguns galhos em frente ao destino
Sabiá, busquei ela, admito, Andorinha que sempre sorria ao redor
Penso somente em suas plumas a voar no horizonte, como se não fossem voltaria
Nunca mais as vi, Sabiá, que saudade de quem não me conhecia, que dó
Sabiá, amigo, tudo o que desejo é que eu volte a vê-la, só um pouquinho
Então voarei a seu encontro, Andorinha linda, que desconhece meu amar.
Grande é a dor que eu preciso sentir
Pra gerar algo produtivo em mim..
São noites sem dormir peito a apertar
Não dar pra viver assim
Assim não quero ficar.
Em cada dor sai uma poesia
Em cada verso uma canção
Alguém pode achar que sou fria
Mas dentro de mim existe um vulcão.
Pronto ele estar pra explodir
Entrar em erupção
Se acontecer será meu fim..
Rastro de mim restará? NÃO
Morto
Sinto que perdi um pedaço
Talvez
É difícil manter o quebra cabeças
Montado
Sempre exibido a todos.
A moldura não é firme
As peças não se seguram sempre
As pancadas, toques, quedas
Fotos
Desgastam a forma completa.
Fecho os olhos e
Cubro meus ouvidos
Vejo e ouço meu interior
Vomito
Sou muito podre para meus sentidos.
Uma parte de mim morreu hoje
Tentei reanimá-la
Sem sucesso
Acho que perdi minha melhor parte
A parte que me amava.
Ninguém
Sou o grito mudo no vazio,
Nada pode acalmar a dor.
Ninguém.
Pode.
Sou o sorriso amarelo no escuro,
Busco na sombra o afago.
Ninguém.
Vem.
Sou o escárnio da nobreza,
Vivo pelos becos da miséria.
Ninguém.
Espera.
Vê?
Ninguém.
No fim se importa com nada.
Sou o tempo perdido angustiado.
Vazio
Afinal o que é esse vazio que todos falam?
É acabar a série que tanto gosta e ter que esperar uma nova temporada? É se sentir sozinho? É algo de grande ou pequena importância? São incontáveis as perguntas sobre a sensação de vazio, mas, a resposta é que tudo isso está certo, cada um sente de um jeito, podemos estar rodeados de pessoas todos os dias, porém, vamos nos sentir vazios, sozinhos.
"Você não da valor a quem está do seu lado contigo", "Estamos aqui por você e com você".
Não se trata de não valorizar, e sim de que muitas vezes o vazio não é preenchido por nada nem por ninguém, a não ser nós mesmos. Começa a sentir ansiedade, insegurança, solidão, quando não esta bem consigo mesmo. Quem melhor que nós mesmo para sermos nosso melhor amigo? Todos os dias sonhamos, fazemos planos, mas nos sabotamos. "Será que consigo?", "Não sou capaz". PARE AGORA! Você é incrível, com cada detalhe, pessoas vem e vão, nos fazem feliz e também nos magoam, mas faz parte, quem vence sem nenhum desafio? Sem uma complicação?
Amigo(a) lhe admiro, e você também deveria sentir orgulho de si mesmo. Somos pessoas, erramos, mas cabe a nós seguir lutando, se errar, ver o que errou e melhorar. Estamos crescendo constantemente, nunca deixei alguém tirar teu brilho, teu sorriso, tua beleza.
Você e só você pode acabar com o VAZIO de sua vida. Pare, pense, e recomece!
Mal secreto (soneto)
Se o vazio que sente, na saudade que mora
No peito, e sufoca cada gesto recordado
Cada olhar do passado, que a dor devora
Pouco será a imensidão do vasto cerrado
Pra que se possa ecoar tal tristura sonora
A sensação que chora, e a lágrima da face
Que escorre, e que chameja a toda hora
Na recordação, sem que haja desenlace
Se se pudesse, do ser a ventura recrear
Da alma só felicidade então aí dimanar
Tudo seria melhor neste amor inquieto
Mas, está cólera que espuma, e jorra
Da ausência, e a solidão que desforra
Nos cala, e estampa um mal secreto...
(2020, 01 de agosto)
"Isolamento social, acústico e térmico.
Esse é nosso cenário. Não há convívio entre nós apenas formalidades, não diálogos apenas troca de informações, não a mais toque, carinho, contato pele a pele. Somente um "oi" "boa noite" "tchau", forçado e frio, tanto quanto os ventos de Agosto."
Foste
De mim, se apartou.
Levou o sorriso e a graça,
outro rumo tomou.
Quiz ser livre, e voou.
Quem sabe outro amor?
É da vida amar, esquecer
também da vida é.
Mas tudo ao coração traz
dor.
A saudade perto se aninha ao
lado de quem fica.
A solidão, que perto espreita
logo será vizinha.
Saudades, solidão e dor,
parceiras inseparáveis do amor.
Assim a vida nos fala.
Quando do amor, nada fica
os olhos cegam, a boca cala.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Sei que mora em mim, uma poesia.
Tímida, magoada, vazia.
Tem tempo que não a vejo…
Mas sei, está lá…
Queria muito escrevê-la.
Preenchê-la com a minha alma.
Ela simplesmente se esconde.
Sei, está lá…
Contarei o ocorrido, foi numa tarde fria…
Ela estava lá, radiante, linda, intrépida, falante!
A pobrezinha, pronta para ser escrita…
Foi, traiçoeiramente ferida.
Daquele dia em diante, procurou o fundo do meu ser.
Escondeu-se, emudecida, sem ver sentido em ser escrita.
Desde esse dia a procuro, reviro-me pelo avesso.
Ele disse-me certa vez, que não vê sentido em suas próprias palavras.
Porque quando se perde o amor, perde-se o ânimo e a graça.
Somos tomados, pela dor e a falta…
Ontem procurei por ela, vasculhei cada cantinho de mim. E nada.
Encontrei um bilhetinho, que me deixou franca e gentilmente…
“Só saio por amor. Do mais puro e verdadeiro. Não vale ser escondido, metade ou
não-correspondido. Se queres escrever-me, desencante-se, cure-se e ame, pois bem se sabe que com solidão, medo e dor, jamais escreverás um doce poema de amor”.
Quero saber se o vento soprar aonde vou parar,
Mesmo sem ter você aqui pra me segurar,
Quero mesmo poder te abraçar,
Chegou o dia pra mim chorar,
Você foi mais cedo que eu e agora vou te soltar,
Quero cantar, mas me faltou ar,
Tenho que me deixar levar,
O vento não deixará parar.
Já vou chegar.
Insônia
Mais uma noite que falou para mim....
Tormentos de pensamentos
Virar e revirar sem fim
Estou só com estes apoquentamentos
Ânsia pela paz que não me quer,
pelo sono que não me abençoa.
Liberdade nem que seja de aluguer
Porque me prendem estás correntes?
Tudo está além do que sentes.
O sol não chega e a noite vai longa
Fria, me envolve, me abraça, me atormenta!
É, as coisas da vida te arrebentam
Estar, não estar
Viver.
A verdade te liberta.
Tolice.
Sei lá o que é isso.
Honestidade, verdade é sempre a melhor política.
Acho que quem disse isso não sabia nada.
Quem disse isso nunca teve que mentir para si mesmo.
Eu cai nessa lorota.
Pra nunca mais.
Seja honesto consigo mesmo
Não se deixe tombar
Se levar
Seja você e não tenha medo disso.
Da vida não se leva nada.
Se depender de mim serei enterrado pelado
Aqui, se fiz ou não, parece que não interessa.
O passado se apaga por causa de um futuro que não existe.
Como pode? Parece normal.
O que não parece normal sou eu
Vou fingir achar-me anormal
Achar estranho ser desigual
Achar o desigual estranho
Achar que querer voar é errado
Pelo menos uma vez na vida você pode pular de um avião sem paraquedas
Curta seu voo
--- muleke se ajeita---
acelerando
já vejo o fim se aproximando
sozinho no meu quarto
deitado quito calado
ouço a voz que me fala
muleke se ajeita
a vida não liga se tu faz careta
levanta e bota um sorriso nessa sua cara feia
tu pode até falha mas nunca pare de tentar
poha
há sempre gente na pior
querendo ta no teu lugar
que não tem o que comer
ou ao menos lugar para morar
levante e vá a luta
a vida pode até ser longa
mas logo ela acaba
tem gente que se diz no topo
o topo não existe
a unica coisa que ta no topo
é o egoismo dela
anos atrás tu tava no fundo do poço
colhendo o que plantou
por isso hoje só cultive ouro
falo no pique para tocar teu coração
desenhando o esboço do teu futuro
eu nunca faço nada em vão
nem todos que tem vantagem vão vencer
observe garoto
os que não têm nada têm tudo
e os que têm tudo não têm nada
vá ao trabalho
daqui a poco passa 10 anos
e tu vai morrer de fome
por não ter plantado nada
muleke se liga
quanto mais se acelera
mais perto do fim se fica
muleke se toca
a vida logo termina
por isso a viva
poha
Guzman
"Você é meu Sol, mas ainda tô na escuridão.
És meu calor, mas o frio da sua ausência, assola meu coração.
Você é abandono e indiferença e eu continuo sendo amor e paixão.
Sou sua companhia, você é minha solidão.
Seu belo brilho, ao longe, infelizmente não sou capaz de alcançar com minhas mãos.
Não posso te amar por toque, então fiz de ti minha religião.
É você que toda manhã eu admiro, seu brilho ao longe, se tornou meu templo de adoração.
Só restou-me loucura, onde era razão.
Dá manhã, já vejo os primeiros raios, a anunciação.
Vejo meu Sol, mas sei que infelizmente, vou ficar na escuridão...
"E naquela noite eu lhe entreguei o meu negro coração.
Na esperança de você revivê-lo, com o seu vermelho de paixão.
Eu fui seu em forma de poema, em forma de canção.
Eu fui companhia, onde só existia solidão.
E olha só, ainda estou na escuridão.
E sem o teu vermelho amor, sem o meu negro coração.
Só me restou as promessas e as juras feitas em vão.
Ah mulher! Como fui feliz naquela ocasião.
Onde viajei por seus olhos, com brilho de constelação.
Só restaram-me os devaneios, daquela amarga ilusão.
Meu último pedido às estrelas? Devolva meu negro coração..."
"Tudo bem, pode ir, antes de ti eu já estava só.
Acostumei-me ter a felicidade em minhas mãos e vê-la virando pó.
Desejo o seu amar, por amor e não por dó.
Me vem a lembrança do teu beijo e a garganta dá um nó.
Ter você, longe ou perto, eu não sei o que é pior.
Minhas juras e os nossos sonhos, ainda sei de cor.
Se tento ser algo bom é para junto a ti, ser melhor.
Mas você se foi e me deixou amarrado em um sentimento, em que não desato o nó.
Mas tudo bem, pode ir, pois antes de ti, eu já estava só..."
É um misto de emoções que me consomem por inteiro.
Nesse oceano de sentimentos, me afogo, não tem jeito.
A cada maré, algo de ti me domina, com total efeito.
Maré vem, amor. Se vai, ódio.
Maré vai, desprezo. Vem, desejo.
O todo me confunde, mar é rio.
Já não sorrio.
Rio profundo, que me inunda de saudade, solidão.
Rio se torna um ofurô, onde me banho no fervor da sua paixão.
Companhia minha, em sua ausência, se tornou a solidão.
O meu sonho, mesmo sem erro, é o frescor do seu perdão.
Sinto o toque frio do vento, infelizmente, não é sua mão.
E novamente, por inteiro, me consome, a emoção.
Emoção é o amor, amor é perdão.
Perdão é desejo e desejo é paixão.
Paixão de um só, infelizmente, é solidão.
Silêncios
"Em minhas fugas e buscas conheci muitos silêncios.
Aquele que é refugio. Abrigo de muitas saudades. Guardiã de minhas lembranças. Arquivo das memórias mais sagradas.
Já busquei, desesperadamente, o silêncio.
Nele procurava um esconderijo para meus gritos, que de tão fortes, não cabiam nas palavras...
Já fugi do silêncio. É que seus gritos acordavam meus medos e ameaçavam meus segredos...
Gosto do silêncio que aflora meus sentidos e é música para meus ouvidos. Que conversa com minha solidão e sabe de mim mais que as palavras. Do silêncio que revela, na ocultação dos sons, meu mundo de sonhos e desejos.
Silêncio que se faz morada de tudo que vivi ou sonhei viver. Que me acompanha, mesmo quando os barulhos internos/externos são ensurdecedores e ameaçam minha paz.
O silêncio é sempre bem-vindo, pois me renova e me faz perceber, cada vez mais, o valor das palavras.
Gosto do silêncio nascido da paz!"
Mossoró/RN, 31/07/2015
No calor da tarde,
Um simples abraço -
Sinal covarde.
Virou amasso.
Perdurou por dias,
aquela Paixão (ardente).
Acabou-se porque vias:
o final era pendente
Como um emaranhado -
tão difícil para ser arrumado
(Se faz).
Como apenas um fio
(Se desfaz).
Sente que se vai;
não se vê quando vem
Grito!
Ó paixão!
Preferiria a solidão...
Não fosse tão difícil seguir a razão.
Silêncio; Pensamento
Amor te quero!
Mas ninguém quer me dar-te.
Me desespero.
Procuro pelo abate.
Abate da solitude.
Um fim sem finitude.
Arrasado...
Em busca do parado,
Pela noite acordado.
No amor marcado;
Encontra-se um agrado
Amor onde te acho?
Na rua,
Dentro de um carro,
Sob a luz da lua,
Ou no meio do riacho?
Pensamentos desvairados
Seguem o passado.
Daquilo que já foi,
Áquilo que há tentado.
Indignado,
Coração sem rumo
segue o traçado.
Quem sabe o luto
Te deixa paralisado.
Sentimentos sentirei.
Aí de quem disser,
Que não o farei.
Memórias que passam.
De que sentimentos me falam?
Nunca senti.
Dizem que vem de ti!
Porém de tu não sinto nada,
Só sinto o vazio.
A cada passada -
Uma solidão angustiada.
Sozinho que vago
Pelas ruas
Em meu âmago.
Sinto falta de tuas luas.
Besteira dizer.
Que jamais senti;
Pois um dia te vi,
Diz de prazer.
Contudo,
no passado se encontra.
Só no futuro,
Estarei a pronta.
Sentir-te em meus braços,
Dar-lhe meu afago.
Me tira dos cansaços
Que é não estar em teus abraços.
Longe de mim vazio,
Me cansei do seu perfil.
Quero meu amor.
longe só encontro a dor.
Dor da solidão,
da falta de paixão.
Quero meu amor.
Aquela que me dá valor.
Quero meu amor.
Sai de mim,
se tu não for.
Quero meu amor,
Não para o fim da solidão,
Mas para que meu coração
Possa te dar minha paixão.
Sozinho.
Quero meu amor.