Texto de Solidão

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⁠Para o mundo que brilha sombriamente
Em comunhão com a escuridão
Onde a intemporalidade gera tranquilidade;
E eu na sarcástica petulância
De fugir do meu receio...
Confinando-me a esta cela
De estranhezas e desprezo
Contra essas paredes
De uma realidade há muito tempo fraturada,
e que sangra-me a carne já mortificada...
Que enferruja-me as entranhas de meu cerne
E aprisiona-me neste ergástulo de memórias nevoentas...
O brilho opaco de névoas urdidas por almas já olvidadas...
E os uivos agonizantes de um páramo murchando
Envolto em decadência...
Minha solidão grita em versos depressivos...
Ansiando arranhar esse refúgio até se fender
Ou colapsar, como tecidos frágeis.
Sinto-me engaiolado, sibilando uma canção para o tédio;
Ele que dilacera o espírito; fruto pútrido dessa Quarentena.
E eu olho para os olhos brilhantes desse loop...
Que semeia sofrimento ainda mais desenfreado
Rasgando-me... Mais sou apenas mais uma planta neste cenário sombrio.

Te esperei

Dói, no mais íntimo do peito ouvir o som da porta fechando, sentir os raios de sol no rosto, descer lentamente cada degrau da escada, esperando... fantasiando... mas sei que você não vem !
Mais uma vez, por insistência ou desatino, apoio os pés na calçada do vizinho de frente e te espero, lembrando de quando vinha, de quando surgia a caminhar com o rosto ainda sonolento, mas com um grande sorriso estampado no rosto que contagiava e tornava tudo mais contente.
Hoje, te esperei, sabendo que não vinha, te esperei... entristeceu-me o semblante, calei-me sem nada ter dito, lamentei profundamente sua ausência, orientei-me as pernas e segui o meu caminho que já não mais parecia alegre como em tais dias, agora, ingrime e sozinho.

Me perdi na poesia
Me perdi no teu abraço ligeiro
Me perdi na vontade de te ver
Me perdi naquele sorriso
No olhar que esconde um mundo inteiro
Naquele deboche
Nos traços do seu lindo corpo
Na forma de agir
Na forma de vê o mundo
Naquela vontade de te beija
Naquela vontade de por um minuto simplesmente não ligar para as consequências
Para o que vem depois
Para o que vão falar
Para os que vão se opor
Para o arrependimento
E se o clima ficar estanho
O silêncio matar nosso momento?
Mas...no fim são só palavras, pois quem dera eu ter coragem de dizer tudo isso a ela,logo eu.
Metade de mim diz que ela sente simplesmente uma atração, a outra diz que minhas chances são minimas, já a outra diz para desistir
As vezes precisamos quebrar o gelo e simplesmente se abrir
Mas sempre vem o depois, vem a reação dela e as vezes precisamos tanto de uma pessoa por perto que ocultamos sentimentos apenas para ela não se assutar e ir embora.
Eu pareço tão cafona e minhas experiências dizem que esse texto nem devia existir
Mas não sei me expressar, se não for por aqui.
Por que no final sou uma experiência de uma paixão mal resolvida.
Um poeta de coração barulhento

Moça sapeca

Esse teu jeito
De menina bonita...
Moça sapeca.

Deixa comigo teu coração,
Porque o meu
Já não te deixa mais...

Como eu quero
O brilho dos teus olhos
Iluminando os caminhos meus...

Se te afastas por um pouco,
A saudade me castiga
Ansiando teus abraços

Ah... esse teu jeito,
De menina bonita...
Moça sapeca do meu coração.

Edney Valentim Araújo
1994...

⁠você, que me rouba o amado.
Você, angústia dos apaixonados.
Você, que ao coração faz sofrer
E no tempo, amargura do viver.

Você, prenúncio da solidão.
De dias e noites de escuridão.
Raiz de grandes dores,
Fim de muitos amores.

Deixe-me ver meu amado.
Estar, quero, ao seu lado.
Você, um tormento, uma ânsia.
Você, que tem por nome: distância.

⁠Sou sobrinha-neta da Ilusão, tenho marcada em meu sangue a marca amarga da ferradura agalopada do solene marchar da carruagem de meus sonhos, ébrios de tentação. Sou a cria amarga do roubo esperançoso de minhas racionalidades fatais, que enganam, deturpam e profanam a doçura antes presente em meus sonhos. Sou o devaneio solto pelas ruas, a loucura a planar sobre os campos férteis da solidão, sou o resultado infame da mistura sórdida de meus antepassados de terra e vão.
Sou tantas e de tantos, sou tato e pranto, sou cólera e acalanto, não sou nada, nada, mas ainda assim, canto. Canto as lamúrias através de pena e cetim, debruço-me sobre meu viver torpe e vomito palavras pobres em versos e prosas em carmim.
Não domino a poesia, mas a poesia domina-me a mim, quebro meus pudores em mil pedaços de taco, ligo meus temores um a um em mil laços, reconstruo minhas convicções em mais mil espaços e ao final, sobrando-me apenas a dor e o cansaço, enfim me desfaço.

⁠Piedade⁠

Piedade pelas almas sozinhas ou por aquelas que pensam que finalmente encontraram um amor para toda a vida?
Depois de um tempo a solidão torna-se um campo de sossego, refúgio e reflexão
Mas se chega alguém e invade os muros
o desejo abrupto causa o caos da ansiedade e inquietação
E os receios já não são de ver o tempo passar
de não ter a quem amar
de viver apenas os filmes da televisão...
Acostumada a guardar o coração no manto da solidão
quem diria, agora preocupa mais o medo de não saber adequar-se à engenharia complexa e fortuita dos amores de então...
É como se existisse um tipo de amor ultrapassado
e como se querer compromissadamente assustasse como um espantalho em meio à plantação
Mas o risco, na verdade, se estende ao amoroso e perene, pois tem as cartas do jogo quem menos se apega à relação...
Isso é um banho de água fria
os gelos não servem apenas para gelar as bebidas
mas se os receber
utilize-os para tratar as lesões sofridas
e com sorte aliviará a dor das almas mal correspondidas
_ Piedade, são poucos os disposto...
_ Piedade, porque talvez a reciprocidade seja mais consistente na solidão..

Tragediazinha

Cansou-se da eterna espera
o morno amor chove-não-molha
e retirou seu cavalinho
da chuva peneirando lá fora.
Casou-se com a igreja
o fogão a máquina de costura
e recheou os frios dias
de tríduos e novenas
biscoitos bolos rendas.
Mas na calada da noite
no recato escuro
ainda embala o velho sonho
de um amor absoluto.

Lá vem a noite novamente,
Chegando sorrateiramente e dominando o ambiente
Deixando-me inquieto e com frio
Ouço os passos chegando ao ritmo de cada batimento
Ouço as gargalhadas preenchendo o silêncio
Chego a sentir a brisa tocando meu braço como se acabassem de correr bem pertinho
E assim mais um pouquinho da minha alma se esvai nessa saudade incontrolável
que transforma uma noite inteira em segundos de lembranças que a tempos não se renovam e vão se perdendo
Prostro-me e rogo a Ti por compaixão dessa dor que nenhum pai deveria sentir...
Porém que seja feita sempre a Sua vontade, porque Teu é o tempo certo e a verdade.

"Creio eu que, as lagrimas, são o combustível de um bom coração.
Acredito também que, todo aquele que chora, por vezes, merece o perdão.
Minhas lágrimas foram em vão.
Minhas palavras de perdão.
Nada valeram, desde sempre então.
Eu vivo apaixonado por ti, mas desde então, flerto com a solidão.
Do teu amor, seria indigno, meu coração?
Seria eu, digno de perdão?
Eis a questão.
O frio da madrugada, sempre desperta esse tipo de reflexão.
Com o tempo, sua indiferença, me ensinou uma importante lição.
Não se deve perdoar quem não é capaz de nos dar perdão..."

Soneto de sentimentos

A vida é como as ondas
do mar que vão e vem
como as batidas do meu coração
com a solidão que derrama
da minha insurreição.

Meu coração é feito de cimento
Que vai voando com os meus sentimentos Que vai morrendo em meus pensamentos
Que vai voando com os meus batimentos.

Lua branca que cai do céu que vai navegando no mar de mel.
Morrer ou viver
não sei o que escolher
até a lua se escurecer.

Alma negra que derrama sangue do meu coração que vai morrendo na escuridão da minha ilusão.

Gelo da alma.
sentimento pois assim,
dor de repente,
notória...
ainda assim te amaria,
que foste escuro,
triste meu coração,
alma sem fundamento,
pelos ares de mundo,
tudo estranhamente
austero nas profundeza,
o que sou do além,
ao mesmo no terror,
sendo frio ou racional
bem obscuro minha alma,
derradeiramente,
somente tentei ver seu mundo,
por um estante, entre outros
senti que sou, mesmo assim...
o frio que domina este espírito livre,
indomável, desvendo as fronteiras do destino
me deparo com minha verdadeira essência...
será um patamar de meus pensamentos,
sinto a evolução num deserto, primordial
terror podia ser docemente o nível do ador...
mesmo assim sento me deslocado...
pois deixei o teor opaco,
no palco elemental,
de um ser de outra dimensão,
transcendendo o pensamento,
não sendo puramente algo simplório...
num estágio aonde um devaneio
é espontaneamente relapso
num mundo de farpas e lagrimas,
não há uma importância verdadeira,
tento para si o que é real?
no colapso tudo pode ser vulgar,
no paradigma poucos se pode
e muito se deixa entre muitos valores
o materialismo , impuro
entretanto linhas desta vida
tudo soa abstrato,
em ilusões e atos insanos...

Eu nasci, eu cresci, eu vivi, senti dor,
todas essas coisas que eu fiz, foi por amor
eu olhei, eu sonhei , eu te vi.
tudo o que eu queria era você perto de mim
eu sou lobo solitário, com feridas de leão
respeita essa droga não mexe comigo não.
te mato em 3 segundos eu não ligo para o mundo
eu vivo num submundo lotado de latifúndios
você mexeu, você gostou mas agora de surpresa
seu tempo acabou não durou, sufocou
eu sou o lobo solitário e a dor não passou
vivendo e aprendendo já que um lobo é o que sou

E quando tudo se acaba, o que resta? Acabou o sorriso, acabaram as conversas, a alegria de sua presença. Tudo se encerrou quando você se foi. Quando pela última vez fechou seus olhos, ali se encerrava uma história de amor, e iniciava a minha história de dor e saudade.
E o que resta após o fim? Resta o começo de muita saudade, muitas lágrimas e dor... Mas restam também suas fotografias pra me lembrar o quanto seu sorriso era lindo, o quanto já fui feliz ao seu lado.
Restaram tantas coisas boas que enfim sei o que resta depois do fim. Resta a alegria por ter estado ao seu lado, restam lembranças de amor que são como bálsamo para minha dor.
E em meio a lágrimas, sempre me escapará um sorriso ao lembrar o quanto te amei, amo e amarei. Até o reencontro.

É talvez meus escritos não façam mesmo sucesso...
Nesse mundo ao inverso,
Onde no verso,
É bonito ser triste,
E nisso se insiste!
Nos meus versos levo amor,
Fujo da dor,
Ao invés de solidão,
Prego solução,
Troco o tropé,
Por fé,
Gritos vazios não aliviam sofrimento
São levados pelo vento,
Por isso escolho a fé,
E isso que me põe de pé!

A alguns dias assisti ao filme conta comigo, de 1986. Fiquei comovido, me identifiquei com os personagens, afinal tenho 16 anos. Eu fico imaginando: como queria ter aquela vida... uma vida simples, onde os amigos são importantes, onde você vive aventuras com eles, aquele clima nostálgico... enfim, estou chorando aqui agora, sem exageros.
Eu queria ter aquela vida... ah, como queria... só queria sair por aí com quem você gosta, buscando aventuras. O final do filme me emocionou muito, quando cada um vai para o seu canto. É assim que eu me sinto, não me julguem, por favor. Às vezes penso até em dar um fim, em me matar...
Enfim; é isso. Me desculpe se tomei o seu tempo, mas aqui se faz o meu desabafo. Obrigado por lerem, e, se quiserem, deixem algo aí embaixo. Muito obrigado mesmo.

apogeu definitivo,
amor sem destino,
prisioneiro infinito,
magoas solúveis,
bem como o veneno,
distilado por um estante
de lucidez até sentimento reluto
no caos do dia a dia...
pois bem tudo passa ou não...
a vertente abraça tuas virtudes,
no máximo do querer,
seja uma ilusão
na soma de tantos desejos.
sombras que questionam
a vida que retrocedeu no exato
estante que a beijou.

►Desculpe, Coração

Coração, me perdoe, foi sem querer
Novamente te fiz sofrer por uma escolha minha
Agora sei que não estou preparado para uma nova vida
Escrevi alguns rascunhos para não sucumbir a tristeza
Mas, cá estou, refletindo as minhas incertezas
Sei que você me ama, por isso peço desculpas
Eu estava iludido, cego, fui facilmente seduzido
Assumo totalmente a minha culpa
Mas não me odeie, só estou procurando a felicidade
Você se lembra quando a encontramos?
Nossa, foi incrível, eu enxergava beleza por toda a cidade
Agora sofro de tantos abandonos, que se transformaram em transtornos.

Coração, a ingenuidade fez sua parte
Confiei em uma face amigável, mas traiçoeira
Passado para trás, eu me vi chorando até a tarde
Coloquei uma música, e com o caderno sobre a mesa,
Escrevi, coração, palavras depressivas
Que prefiro não repeti-las.

Ultimamente a insônia tem me feito visitas
Daquelas que acabam aderindo a rotina
Ontem mesmo eu não consegui dormir
Fiquei me revirando, tentando descobrir,
"Por que bocejo e não adormeço?"
E, com um piscar, o sol nasceu
E aqui estou eu, escrevendo como de costume
As minhas próprias frases me punem.

Por favor, volte a conversar comigo
A falta de batidas me diz que você está ferido
Sei disso, sei também que sou um tolo menino
Mas, tente ao menos entender a minha solidão
A solidão que carregamos por anos a fio
O meu toque até ficou mais frio,
Meu sorriso está mais tímido esses dias
Por isso fui a procura da alegria
Sim, não a encontrei, fui enganado, maltratado
Porém, me deixe tentar novamente, prometo que dessa vez,
Dará certo, encontrarei o amor predileto, você irá gostar
Só me deixe tentar.

Ontem você me disse que ainda não se recuperou,
Daquela dama, do nosso antigo amor
Mas, não faça do medo o seu novo vizinho, coração
De tentativas e erros nós criaremos o nosso caminho
E, diante da imensidão, nós faremos várias canções
Como as que fizemos antes, com o ar de romance
Eu te prometo, aqui e agora, que não serão apenas memórias
Vamos amar novamente, vamos criar novas histórias.

Mais uma chance, é o que te peço
Se desta vez não funcionar, prometo me tornar cético,
Acostumado com o tédio, com as expectativas no médio
Mas eu tenho que insistir, afinal, é assim que sou feliz,
Com alguém do meu lado, aconchegado em um caloroso abraço
É dessa maneira que sou feliz, estando apaixonado.

Em uma flor

Deixa eu saber aonde estou,
Se meu coração está contigo
E já não anda mais comigo...

As águas que vieram
Ainda banham os meus olhos
Neste rio tão vultoso
Do amor que te espera...

Não te esqueço um só instante,
Mas se lembrares de que te amo
Não demores a voltar...

Se não te importas a minha dor,
Saiba ao menos do amor
Que em tuas mãos
Depositei em uma flor...

Edney Valentim Araújo

Efeito miragem

Eu queria congelar o tempo
Bem naquele momento
Em que você olhava para mim
Eu queria não sentir
Esse misto de sentimentos que me vem
Quando toco em ti

Você me perde e me ganha
Com a mesma intensidade
E eu tenho a mesma saudade
Desse teu poder de barganha

Juro por teu desempenho premiado
Juro pelo nó de tua gravata
Eu juro pela turbulência transpassada
Que não sei como me desvincular de teu passado

Eu olhava pro céu
E a estrada nos abençoava
E a noite, embalava
Como crianças largadas ao léu

Seu olhar brilhava
Como esmeraldas na luz
Oscilantes, porque fizestes jus
À fama que te acompanhava

Teu olhar irônico
Que só me fazia enxergar além
Meu sorriso atônito
Mostrando que nem sempre o ouro que reluz
É o que convém

Eu olhava pro infinito e pra você
Juro pelas intermináveis faixas amarelas da estrada
Que minha vontade tão bem guardada
Era só poder te dizer

Que você é incrível
Que teu passado não tem que nos ser inquilino
Porque enquanto a noite caía,
Eu só te desejava
Cada vez mais perto

E que não seja certo
Eu sempre gostei de arriscar
Só te peço pra ficar
Seja meu maior pecado
Mas esteja perto
Esteja,
Deixe estar

Se tudo me disser que é errado
Eu escolho a inconsequência
Seguro tua mão e imploro
Tira-me da abstinência
Que o vício do teu corpo me trás encarnado

São números e letras,
Maiores que sentimentos menores
Troquei o vício em você por outros 20 piores
Permaneço incrédula sobre o que vem atrás

Vá pro raio que o parta e me leve junto com você
Por tudo que acontece
E eu não consigo não dizer
Que sinto sua falta

Porque estar contigo é como andar de montanha-russa
Não se pode prever o que vem a acontecer
Resta-me apenas aceitar
Antes do dia amanhecer
Te chamo para brindar
À mais uma manhã confusa e sem saber e sem você.

Thaylla Ferreira Cavalcante {Amor, meu grande amor.}