Texto de Praias
Barra Velha
Caminhando pela praia....
nesta orla deste meus Estado
Sim, em Santa Catarina
onde o mar a seduz
serpenteando com suas linhas
linda beleza sublime
Barcos ao largo da baia
gaivotas e outras aves marinhas
na calmaria, rara beleza
As ondas se chocam
arremessam-se no costão
e nas branca areias
Um cheiro único de maresia
completam essa paisagem
Esse belo mosaico
da mãe-natureza
É um lugar belíssimo
fica bem situado
encrustrado ao norte
desta Bela e Santa
eterna Catarina
(30/07/2018)
Onde eu moro... tem DNA
Tem praia... serra... campos
muita cultura européia... infinitas belezas
natureza exuberante... sublimes contornos
paisagens bem desenhadas
esculpidas pela mãe-natureza
Nasci, moro aqui neste rincão
chamado de Santa Catarina
onde suas belezas
elas simplesmente me inspiram
Me trazem a mente suas sutilezas
e até hoje mantém a essência
Arraigada ao povo
tem no seu DNA trabalho
e muitas certezas
(30/07/2018)
Quero te falar de possibilidades.
Possibilidade de ser feliz,
De caminhar na praia de pés descalços,
Mas, de mão dadas.
Olhar pro mar e ver as infinitas,
Possibilidades.
Possibilidade de ficar tímida
Com um olhar intenso
De se perder nesse olhar,
De rir das bobeiras
De refletir sobre um poema
De imaginar, as possibilidades.
Possibilidade de ser tratada como princesa,
Tendo a possibilidade de ser a vilã,
E mesmo assim, ser amada.
Possibilidade de viajar, se divertir.
De ver um filme e sonhar.
De se descobrir e quem sabe, amar.
É só isso que posso te oferecer,
Possibilidades!
não necessito ir à praia
para tomar banho salgado
de descarrego
me banho todos os dias
no suor do meu trabalho
e nas lágrimas de dor
e sofrimento que inundam
minh'alma
e derramam os sais
em meu coracao
mas graças a Deus
o sal tem mais função
o de conservar
então conservo
só o que for bom
só quem for do bem
só quem chegar por amor
só quem vier
pra acrescentar felicidades
abraços e beijos
amor e respeito
carinhos e afetos
em minha vida
em meu espírito
em meu caminho
e se não tiver quem
seremos eu e Jesus
eu e meus anjos
eu e Deus
não preciso de mais
não preciso de dor
não preciso mais sofrer
só viver
aprender
e descansar no céu!!!
"Tenho o olhar em gotas mel.
Gotas que sabem ao mar de um corpo que vive junto à praia.
O meu coração bate em pulso nostálgico.
É um relógio de corda que o tempo abrandou.
Fito agora a flor que me deste.
Adoro tulipas.
Mas a orquídea, é a flor que o beija flor cuidou... "
Búzio do Coração (dezembro, 2014)
A praia
Ao longo da serra oceânica
Vejo a distância o belo mar
Memórias ficam tão frescas
A bela vista faz eu acalmar
Ao chegar na linda praia
Vejo a grandíssima multidão
Os pequenos grãos de areia
E as ondas salgadas e sutis
Quero ver o meu passado
Com todas as boas risadas
Juventude passa na brisa
Junto com todas as alegrias
Passado não é presente
Futuro também não será
Viver é um bom pretendente
Vivências novas a descobrir
Eu Só Queria
Olhar o mar, a praia, pisar na areia;
Ver o dia passar a minha maneira;
Sentir o sol deitada na esteira;
Mas aqui estou: em pé na madeira.
Modelando... igual sereia
Pra ter uma foto, pra que você creia
Que veja além, além da poeira,
De ironia e sarcasmo somado à bobeira.
Moral da proza: sereia que gosta de areia
Um dia vira prisioneira.
A vida tem sentido?
Não sei...
A chuva,
O gato,
As ondas na praia a quebrar,
Um quero-quero a querear?
Talvez.
Um sussurro.
Um murmúrio.
Um zunido.
Uma fala ao pé do ouvido?
Talvez.
Um ir e vir.
Um passear.
Um medo de amar.
Uma lágrima a rolar?
Talvez.
Talvez seja a vida só uma encenação
de uma mente maluca, excêntrica... vazia...
desesperadamente querendo preencher seus infinitos dias.
Talvez.
Pirei
Na praia
Dancei com o mar
Corpo suado
Colado
Na areia
Vi teu corpo
Me joguei
Cair de quatro entre os teus dedos
Fui andando devagar
Cair na dança
Por cima, por baixo...
Me fiz loucuras
De mancinho
Devagarinho
Lambi tua boca
Mexi teus nervos
Baguncei tua pele
Arranhei teu olhos
E fui...
Do meu jeito
Jeitinho, arranquei tua roupa
Tuas orelhas, cantei !
17/11/2018
Mário Loff começou a delinear, na cidade da Praia, o seu percurso académico através da História e do Património. Naturalmente, estes componentes encontram-se unidos e formam um todo praticamente indissociável quando se associam à Cultura. Este poeta Tarrafalense de raiz, alma e coração, é um verdadeiro crente na criação artística enquanto motor do desenvolvimento do património cultural.
Ativo na cena cultural do seu Concelho, sempre procurou contribuir para um ambiente dinâmico, criativo e inovador em todos os domínios das artes. Escreveu dezenas de peças de teatro, dos quais cinco foram encenadas no grupo teatral Komikus de Tarrafal no qual Mário Loff é o seu diretor. Certamente, a prática artística ao mais alto nível passa pelo interesse precoce pelo universo das artes do espetáculo e pela integração em organismos culturais. Por isso, concebeu o projeto “Despertar”, com o intuito de envolver os jovens Tarrafalenses e sensibilizá-los para a cultura. Esta iniciativa também tem o condão de se aproximar de públicos socialmente desfavorecidos, procurando a sua integração, também na componente artística da sociedade.
Professor e formador, de 2004 a 2006 e entre 2014 e 2015, Mário Loff assume como um ato de responsabilidade a divulgação da cultura. Assim, tem levado a cabo a produção da “Rádio Praça” na cidade de Tarrafal de Santiago que, para além do puro entretenimento, procura reforçar a cidadania enquanto promove livros e autores. É notório o incentivo à leitura, numa meritória campanha de informação e sensibilização, que ao promover o acesso às obras do património cultural, Loff procura incutir a qualidade na educação artística.
Entre o pensamento e a expressão, mostra a sua força criativa e perseverança na escrita. Contribuiu, em 2018, no livro de contos infantil “A viagem mais fantástica do mundo” da escritora Natacha Magalhães e para a comemoração do Centenário da sua cidade natal escreveu e ofereceu à sua cidade sete poemas. Participou em várias antologias como, por exemplo, a antologia dos poetas de Tarrafal de Santiago (que em parceria com jovens poetas foi o precursor), a antologia de poesia da língua portuguesa ”Mil Poetas”, a antologia “Palavras da Alma”, foi colaborador do boletim da Altas, onde é membro-fundador da Associação Literária de Tarrafal de Santiago e da qual é o atual presidente.
Em 2017 foi convidado pelo CITCEM e pelo DCTP da Universidade do Porto, no âmbito do Colóquio Internacional “A Glimmer of Freedom. Tarrafal - Silêncios, Resistências e Existências”, para contextualizar o Antigo Campo de Trabalho de Chão Bom e os seus presos políticos através de um poema da sua autoria.
Inquestionavelmente, Mário Loff é um poeta prismático e um ativista cultural que com o seu olhar crítico, centrado na comunidade, envolve e contextualiza os diversificados aspectos da sociedade e da cultura Cabo-verdiana.
Meu sonho era ser paisagem...
Hj caminhei pela orla da praia e fiquei observando as movimentações das pessoas, dos carros, dos navios, dos aviões e etc....
E percebi a inércia da paisagem, perpetuando sua existência com sua resistência passiva a inovação.
Enquanto nós que nos consideramos modernos e contemporâneo nos movimentamos rumo ao fim.
Como a vida é
Um dia belo, sol, calor, praia
No outro chuvisco, raios e trovões
Assim é a vida
As vêzes estamos calmos numa tranquilidade que paira sobre o ar
No outro é turbulento como se todas as coisa do universo estivessem contra nós
Mas não podemos nos desanimar
Pois depois do furacão sempre vem a calmaria
E na vida também é assim
Temos dias difíceis que temos que superar
E dias calmos que temos que aproveitar ao máximo
Louvo-te PÁTRIA AMADA!
De norte a sul,
de leste a oeste!
Dos pampas gaúchos, o rincão,
às praias do lindo nordeste.
Do serrado à Floresta Amazônica.
Louvo o teu POVO, terra adorada !
da nordestina alegria
ao jeito conservador do sulino.
Do natural da terra
aos imigrantes de tantas etnias
que aqui encontraram abrigo.
Oh! Meu BRASIL adorado!
honro e louvo teu sagrado chão.
Cika Parolin
Ao anoitecer, sempre vem a escuridão
Mais a lua se vai
E o sol sempre vem para beijar a praia
E junto com ele vem a luz
Uma luz que inicia levemente no horizonte
Luz essa que sempre trouxe boas energias
Ótimas vibrações e certas esperanças.
Assim como esse ciclo repete diariamente
Também acontece o mesmo conosco
Embora essa fase seja como uma noite sem fim
Onde estamos distantes devido forçase motivos obscuras
Para românticos apaixonados por sua amada
Há sempre uma esperança de que um dia
Novamente o sol voltará a nascer
Trazendo novamente com ele, não só o brilho do seu sorriso
E sim o calor que sempre aqueceu os nossos corações.
Tantas belezas
todas elas juntas, num só lugar
A praia nua, as águas turvas
num verde tão intenso
Que lembrei de você
As linhas do teu corpo feminino
lembranças vem e vão
quando eu amava caminhar
Sentir sob os pés
cada grão de areia
que me massageava a alma
Praia, tua silhueta
faz me lembrar
quão belo, tão intenso
podemos simplesmente amar
Paixão ímpar, eterna paz
(07/05/2019)
O dia
O vento, as ondas, a areia, o sol... dessa praia.
Me faz lembrar e me faz voltar
Ao primeiro dia, ao dia que nossos olhos se encontraram
Ao dia em que nossas bocas se desejaram
No dia mais perfeito dia, em que em todo o mundo só existia
Eu e você, você e eu, e nossa perfeita química
Foi primeiro olhar, primeiro passo, primeiro "OI" e o primeiro abraço
Tudo foi naquele dia, que essa praia me faz agora recordar
Foi o dia inteiro, na tarde tudo perfeito
Até chegar a noite e tudo ter que acabar
Estavamos encantados, hipnotizados, que não conseguiamos parar de nos olhar
Aquele dia foi mágico, foi lindo, mas agora só o que resta são recordações
Daquele dia, dia de verão
Na noite uma palavra dolorida, teve que ser a despedida
Te dei um tchau e você um adeus. E cada um seguio o seu caminho.
Mas faltava aldo de recodação, então você virou e correu em minha direção, virou-me e me beijou, me deixando sem folego, sem reação.
Aí, esse dia... Lindo dia... Que essa praia me faz lembrar.
E só lembranças e uma certeza que agora tenho.
É que eu sei que nessa mesma praia, algum outro dia eu irei novamente te encontrar.
Faz tempo que te espero
Sob o sol de um verão escaldante
Naquela praia um local distante
Ouvindo o som que vem
Da Jamaica Oriental
Que paz eu sinto vendo as ondas
De um mar azul sem sim fim
Na Jamaica de Bob
Sob um céu feito pra mim
Eu tenho te esperado
E agora tenho você aqui do meu lado
Olhando nos teus olhos
Andando lado a lado
Mesmo que o tempo se alarme
E o sol se apague por aqui
Ao seu lado, terei meu barco ancorado
Você é meu porto mais que seguro.
Paulo Lima
Você escapa das minhas mãos como areia de praia tento te segurar te apertar nos meus braços mas como cavalo selvagem vai embora.
E depois volta como quem não quer nada e bagunça minha vida como um furacão e vai embora de novo, e assim vivemos em um ciclo vicioso,você vai e vem e nessas indas e vindas vai levando um pouco de mim com você.
Fui a mercê, mas foi melhor do que morrer na praia
Pouco com Deus é muito, muito seu Deus é nada
To navegando nesse mar e a vela ta furada
To a mercê, mas é melhor do que morrer na praia
Seres humanos, seres estranhos, não sejam farsas
Não se disfarça
Toda mentira a verdade acha
Sou viajante to voltando pra minha casa
Eu poderia começar tocando o céu. Logo em seguida, recolher os grãos de areia das praias. Durante esse recolhimento me encontraria com o mar, me deixaria atravessar por ele, invadido ser por suas forças, pela maciez de suas águas; e por seu cheiro de sal. Nessa invasão, o mar me carregaria pra junto de si; de modo paulatino me levaria, me envolveria num fluxo interminável.
Me encontro submerso no mar, os peixes cruzam-me, beijam-me - alimentam-se das minhas feridas - vão me despedaçando aos poucos. Meu corpo vai entrando num processo de decomposição, as veias rompem, o sangue deságua, atrai os grandes peixes; os quais se achegam pelo cheiro, pela percepção da cor: nuance avermelhada que toma todo o mar. A morte não permeia esse lugar, não se trata disso.
A alma continua plena, sóbria, o corpo todavia se inebria pela invasão das águas, pelo o beijar dos peixes que se alimentam em cada toque dos seus lábios junto a minha pele - me amam no mesmo tempo no qual me devoram.
