Texto de Praias
Eu acredito que em toda mulher,
mesmo na mais anciã,
permanece sempre no fundo da alma
aquela composição menina
escrita e gravada com as letras sentimentos
para a Poesia Pai.
Toda vez que o meu coração a declama
meus olhos jorram sobre o meu rosto
a mais sentida e profunda lembrança.
*Lembro do meu pai brincando e catando tatuí comigo
na Praia de Itaipu.
O movimento é forte e constante
Carros congestionam as rodovias,
os edifícios são montados no ar,
construções tomam conta do pântano
pessoas chegam de todos lugares
sotaques, idiomas e interesses diferentes
vão somando sem da descanso,
A cidade cresce
pendurada na geografia de um deserto esquecido.
tronou-se um destino desejado para muitos, movida pelos ventos que balança as palmeiras e coqueiros um sol que bronzeiam os corpos sobre a areia ,lanchas, patins e bicicletas completam um cenário magnifico de muitas cores, cores que dão vida aos drinks e letreiros luminosos no cair da noite
tudo se mistura nesse paraíso latino-americano chamado Miami
Ela não quer flores
Nem marcar data
Nem divulgar que é amada
Cansada de clichês
Ela não quer pedido de noivado
Nenhum amor programado
Ela quer cuidados
Um abraço estralado
Caminhar na praia
Se perder do nada
Respirar o verde
Relaxar na rede
Deixar o corpo respirar
Se esquentar debaixo do edredom
Deixar sua marca de batom
Aproximei-me do ar salgado, que respiram as gaivotas
um gato brincando com novelos de ondas
Sou novamente eu no lago oceano
na areia da praia e nos balaustres da baía
Olhando os alvos barcos de papel
Marinheiros tocam bandolim
Nunca longe, levo minha casa para salas de concerto e teatro
mar esquivo... eu finalmente encontrei os olhos
Tatuagem Incolor - Jairo Ramos
- Ainda me lembro bem. Era noite de espetáculo no teatro.
Como parte do elenco principal, você entrou no palco... Linda e radiante!
Em cartaz: “Ópera do Malandro”. (Chico Buarque).
Pude perceber, por coincidência ou não, que o brilho do meu relógio lhe chamou atenção!
Para o seu camarim você me convidou, quando o seu olho esquerdo para mim piscou.
Com um sorriso discreto, eu confirmei que sim... Dito & Feito!
Na saída do seu camarim, ao final do show, um Uber você solicitou...
Quando entramos, logo nos beijamos... O clima esquentou!
Para puxar assunto e "quebrar o gelo", o Motorista do Uber perguntou:
- Quer que eu ligue o Ar-condicionado, senhor?
- Quando fui responder, você me interrompeu! Abriu o vidro do carro e disse:
- Está uma noite linda! Olhem para o Céu... Pode tocar, por favor, para a Olegário Maciel!
Existem acasos que precisam ser celebrados. - Você sussurrou ao pé do meu ouvido.
- Iremos tomar umas “Budweiseres” e caminhar pela areia da praia do Pepe até o Sol nascer...
E quando isso acontecer... Enfim, iremos transcender!
- Subitamente e assustado acordei, com você me dizendo:
- Amor, você dormiu durante toda a apresentação do espetáculo Moulin Rouge... Vamos para a nossa casa! Iremos tomar umas cervejas de latinha, vou fritar uns salgadinhos e assistiremos UFC agarradinhos...
Pode deixar que vou fazer um resumo da essência do espetáculo para você:
No “Beijo”, está toda a diferença entre os romances da vida real e os do palco (fake).
Um Beijo verdadeiro você jamais se esquecerá, pois Tatuagem na sua Alma ele fará!
Agora, beije-me e saberá se estou blefando ou não...
- Fato! Sigo invicto, porém lembrando-me... Muito!
O cara ...
Você apareceu quando meu coração estava de ressaca, uma ressaca tão pesada que eu não sabia o que fazer pra acalmar.
Você era apenas um sonho.
Um sonho que era real.
Você chegou como a brisa no mar, aquelas onde você fecha os olhos e sente felicidade.
Você me reiniciou.
Naquele momento você era tudo! Mas como Tudo?!
Acabei de te conhecer, não pode ser!
Ah, mas eu posso!
Fomos conversando e eu fui de inventando.
Quem era o cara da praia?
Ele era o meu amor!
Era minha paixão a primeira vista, era o cara que iria me amar e me querer como ninguém nunca quis.
Era o cara lindo que morava no meu inconsciente.
Era minhas noites mais quentes.
Contratos
Contrato da Paz
Fica estabelecido neste contrato:
08 dias de descanso absoluto, nenhum vizinho ao seu redor, ninguém passando na rua, seu sono será tranqüilo, uma sombra enorme para colocar o carro, a chuva acalmará ainda mais os seus dias e quando tiver sol o seu lugar na areia terá vista total para o mar, escutarás as músicas de sua preferência e não terá hora para nada,
Contrato da Alegria
Fica estabelecido neste contrato:
Seus momentos de paz acabaram, a partir de hoje serão 3 dias de muito barulho, os vizinhos todos ao redor retornaram, a rua é movimentada 24h, as músicas serão um pedaço de cada, tocadas no volume máximo por todos, seu lugar na areia é um cantinho sem vista direta para o mar, apenas frestas entre cada guarda-sol, seu carro não sairá da garagem pois a sombra já está ocupada desde o amanhecer e o seu sono será interrompido a todo momento pela alegria do folião que passa.
Considerando os dois contratos achei prudente assinar os dois, pois nesta vida precisamos de tudo um pouco.
Paz e alegria!
De Pedra a Pedra
Toco na pedra, inicio a corrida com largas passadas. Tento enxergar meu objetivo, no final da praia, a outra pedra que à distância o meu toque espera. A bruma do mar e a atmosfera aquecida distorcem a visão. Não enxergo o final mas isso não importa pois a pedra me espera. O coração acelera, o corpo se prepara e me acostumo ao ritmo. Tenho para escolher o caminho onde a areia é dura ou fôfa, escolho a variação dos dois, conciliando a vontade do coração com a dos pés. À beira d'água, num vai e vem água fria refresca minhas pernas e me dá impressão de maior velocidade. Pequenos peixinhos cruzam meu caminho, me distraem, me divertem. Os pés começam a sentir a dureza do impacto, mudo o rumo procuro a areia fôfa. Os pés agradecem mas o coração reclama, encontro então um caminho não tão fofo que atende o coração. Mais afrente uma nova situação, o terreno inclinado submete a prova a minha coluna. Arrisco seguir na inclinação, mas a coluna berra pedindo atenção. Atendo o pedido, mudo a direção, parto para uma região plana, onde a areia muito fofa sacrifica o coração que novamente reclama, mas agora não dou atenção, sei que é valente e assim vou em frente. A água já não parece mais fria, sinto morna e gostosa, dá vontade de um mergulho. Penso na pedra que lá me espera e num mergulho de finalização onde a satisfação será tanto maior quanto maior for o meu cansaço. Decido esperar o final da corrida, para aí sim, curtir um mergulho como um prêmio perfeito. Já avisto a pedra com maior clareza, vou tocá-la, alcançando-a sem esmorecer, nem mesmo quando próxima. Consumo o tempo com cada passada, me aproximo de todos os objetivos de minha vida e isso é fato, pois tudo que nela alcançarei dependerá do consumo desse tempo. Sigo ofegante e as dores se destacam, a areia abrasiva arranha meus pés, os calcanhares sentem o piso duro, o caminho fôfo sobrecarrega as panturrilhas que sentem pequenas pontadas sinalizando a exaustão muscular. Percebo que estou no momento que será definido se sou fraco ou forte. Isso é muito forte, então o ritmo não esmoreço e até aumento, por breve tempo, mostrando a mim mesmo do que sou capaz, volto ao ritmo, sigo em frente. Agora a pedra está próxima, preciso chegar, a exaustão me consome, penso na física, sou engenheiro, otimizo os movimentos, não desperdiço energia. Agora não há como falhar, a pedra está muito próxima, aperto ritmo, penso no toque sem o qual parecerá que nada terá sido feito, um simples toque, mas não um raspado, como se tudo na vida fosse alcançado, já penso no prêmio, vou conseguir, faltam cerca de sete metros, já fiz isso em um só pulo quando atleta....ora! como penso nisso agora? Estou chegando... chegando...toquei...cheguei!!!!!! Grito ofegante e parto para o prêmio. De pedra a pedra, vivo assim.
Roberto Morand
Sentimentos ao vento...
Alma desnuda junto ao mar
as ondas vêm e vão
tal como os sentimentos
que sempre me inundam a alma
Silêncio...
apenas a linguagem das gaivotas e o som do mar,
E eu ali, completamente envolvida
deixando os meus medos, revoltas e angústias
saírem das entranhas da minha alma
e pedindo a Deus que com sorte alguns,
se afoguem, junto do turbilhão das ondas
e me libertem de vez, dando lugar
apenas e só à felicidade...
Amo o mar, a praia, e tudo o que o envolve
que fascínio é sentir paz...como se estivessemos noutro planeta
mas sabemos que ali bem perto
continuamos a ter um Mundo de gente
que não sente a beleza, apenas a ganância de TER e não de SER...
Ela te traz boas lembranças
Ela te faz sorrir e te faz chorar
Ela já te fez amar, até mesmo sonhar
Você já ficou horas a escutar e sem notar, fez o tempo passar
Em uma praia, em uma festa, no dia mais feliz de sua vida, ali ela estará, pra te fazer lembrar, de que sem ela, não podes ficar.
Música, o sangue que corre em sua vida.
MAR QUE VAI E VEM
NESTA MANHÃ DE OUTONO
VAI COBRINDO A AREIA
QUE SE DEIXA LEVAR
SAUDADES DO TEMPO
QUE EU O VIA TODOS OS DIAS
TE CONTAVA MEUS SEGREDOS
E VOCÊ NO MESMO LUGAR
MAR, PENA QUE TUDO ACABA
AGORA VIVO TÃO LONGE
SONHANDO COM SUAS ONDAS
COM SEU CHEIRO, SEU RUÍDO
COM TODO PODER DO MAR!
νσυ ċσʀʀєʀ ѕєм мє ρʀєσċυραʀ
ρéѕ ɗєѕċαℓçσѕ νσυ αηɗαηɗσ
ѕσв α αʀєια ɗє υмα ρʀαια, ѕєм ƒαzєʀ мυιтσѕ ρℓαησѕ.
ɗєιχα σ νєηтσ ℓєναʀ, тσɗα α ιηƒєℓιċιɗαɗє
єѕqυєçєʀ σ мυηɗσ ċσм єѕѕα maldade.
тєʀ мιℓ ιɗєιαѕ ℓσυċαѕ
σℓнαʀ ρʀσ ċéυ
ƒιċαʀ zєη
qυєм ѕαвє ċσм υм ѕσʀʀιѕσ ησ ʀσѕтσ тαмвєм.
ɗυʀмιʀ ηα ʀєɗє ηα ċαѕιηнα ɗє ραℓнα
qυє ℓσgσ ηα ƒʀєηтє тєм αqυєℓα ρʀαια
qυє υм ɗια ѕємρʀє ιмαgιηєι
тσɗα єѕѕα ѕιмρℓιċιɗαɗє, é α мαℓɗαɗє, qυє ηãσ єχιѕтє ησ мєυ ċσʀαçασ
Dia chuvoso (para minha querida Laura)
Amanhece, o Sol não vem, a chuva não vai, o vento não pára, a coragem não bate, a praia vazia, a janela fechada, a tv ligada...
Então fico aqui, procurando a mim mesma, escrevendo e tentando me encontrar nas palavras.
Uma xícara de café é o que me faz ficar melhor em dias como o de hoje. Mas sinceramente, prefiro quando você está aqui. Ou quando estou aí para ser mais exata.
Pagamos um preço tão alto para nos mantermos de pé não é mesmo?
As horas se vão. São tantas coisas para fazer. Fico em silêncio. Não gosto de mim em dias assim. Por que estou tão sensível?
Toda a alegria está guardada atrás de janelas fechadas, de pingos incessantes, do silêncio das pessoas, dentro de mim.
Ontem foi maravilhoso, estávamos juntos, aquele Sol, o amor da gente, o seu sorriso, nossa conversa, ideias, seu abraço, sua bronca...
É! A alegria está dentro dentro de mim! Mas em dias como o de hoje, não consigo colocá-la para fora... Ah! Esse dia chuvoso!
À beira do mar
O garoto agora descansa
Depositou nas ondas
Todas as suas inocentes esperanças
Os maus dominam
E aos bons exterminam
Virar capitão
É a única opção
De quem não tem o pão
Mas oh, não chore
Menino refugiado
Bem lá no alto, no céu
Um lugar lhe foi guardado
Sem guerra
Sem violência
Como havia sonhado
No mundo você só seria
Um mero refugiado
“” Embalo-me em seu colo como criança
Em suas mãos meu cafuné
Não quero acordar
Pra sempre irei ficar
Divirto-me com teu desejo
Que não quer ser fluido
Ficará para depois
E vou embora
Deixando sua liberdade vigiar
O marrom barulhento
O jeans que estica
O Adeus que não foi nosso
Mas não te deixarei só
Estarei sempre lá, em teu pensamento
Te esperando voltar...””
“”A liberdade será posta
Nas manhãs que o sol abre a porta
Do dialogo que a vida assume
Ajudando a caminhar, navegar
Mil estrelas indicarão o caminho
Amadurecendo ideais convictos
Às vezes seguirás sozinho
Mas nem mesmo assim bradarás solidão
É que perder a liberdade
É acaso do destino
Quando o homem, deixar de ser menino
Pra alguém o carregar pela mão...””
O OLHAR DA BRUXA
Nove horas da manhã, mesa do café, eu e Paula olhando através da janela o mar no seu constante vai e vem, enquanto soprava uma brisa maneira! Puxo conversa:
O mar nessa rotina de todo dia, onda vai, onda vem,deve ser chato pra caramba , todo dia a mesma coisa!
Não meu amor, me respondeu a Paula, não é rotina nem para o mar e nem para quem olha com olhos de maior compreensão! Cada vez que a marola quebra na praia, trás uma concha vazia, que através dos milênios vai se transformar em calcário pulverizado, renovando a areia, é uma criança que olha esse gigante em movimento enfrenta-o, apanha um baldinho com água, e registra em sua mente, como um grande fato, trazendo alegria ao seu mundo infantil, e que ali ficará guardada , e maneira subjetiva, algum dia esse pequeno gesto, será um incentivo no futuro para que ela enfrente algum problema! È a onda que recolhe as preces, ou pensamentos de alguém, e o devolve em forma de coragem, e de fé , é nessa aparente rotina que o mar renova essas mesmas areias, levando-as para outros praias distantes, e de lá traz outras que aqui serão depositadas, sem falar das energias salutares que o seu movimento traz, somadas a renovação do oxigênio na Terra, bem superior a que é causada pelas matas.....portanto Vidinha, não existe rotina em nada!
Diante dessa explanação, não ousei perguntar mais nada, e fiquei ali conjecturando sobre o jeito de olhar as coisas, que tem as mulheres, que em seu olhar de bruxas, pois bruxas o são , sempre enxergam uma razão extra física naquilo que veem! Engoli meu café, sem querer, pensando no que foi dito a mais de dois mil anos atrás, quando o Mestre bradou para quem ouvidos de ouvir tivesse: “Feliz daquele que crê, sem ver....
Odair Flores
Cada pingo na janela
Traduz no eco a voz bela
Do vento a tocar a flor
Cada gota feito lágrima
Cada gesto cada amor
Amanhece e já é dia
De sonhar em euforia
Toda sorte que chegar
Serenatas rotineiras
De pardais nas cantoneiras
Nos levantam trabalhar.
E assim se faz a vida
Como ondas a rondar
Nesse breve calafrio
Ou no lume versejar
Cada curva traz montanha
Onde a alma livre assanha
Querendo encontrar
Um azul que já nem sei
Quem é o céu ou é o mar.
“” Se eu fosse um rio....
Não, não eu nunca seria um rio
Talvez fosse um pássaro
Quem dera pudesse voar...
E conhecer novos horizontes, novas paisagens.
Subitamente me veio o desejo de ser mar
E tua boca beijar...
Quem sabe o sereno
A regar teu pensamento
A mostrar que estou ali
Quem sabe eu fosse o tudo
E nada saberia de nós...
Mas não...
Pra ser tão pouco
Melhor seria ter sido nada...””
Certa vez enquanto morava na Ilha Comprida.. acho que umas duas semanas antes de mudar pra São Paulo. Eu não sabia vender coxinha, então vendia picolé na beira da praia e vendia tudo. Meu salário era o piso da classe, o pagamento era um picolé, mas eu continuava sem dominar a arte da venda pois todo mundo me procurava pra comprar picolé, o que não rolava com as coxinhas. Ninguém te para na beira praia e grita. "OWWW TO PENSANDO EM ENTRAR NO MAR, ME DA UMA COXINHA AÊ. ou "AE ACABEI DE PEGAR UMA ONDA DHORA, DEU ATÉ VONTADE DE COMER UMA COXINHA." Não importa o produto, eu não sei vender no mercado.
mas nesse certo dia, uma lição valiosa eu aprendi... Vendi todos os picolés e o meu salário (um picolé) eu caminhei pela areia ostentando e sem querer ele caiu.. Sem querer podemos perder coisas que não vamos recuperar.