Texto de Praias
Uma hora quero filhos, praia no domingo, cinemas nas terças.
Na outra quero viajar o mundo, respirar, sorrir, só.
Num dia quero água, café, coragem.
No outro apenas um vinho suave, o pôr do sol, alguém pra me proteger.
Tô confuso, parece pouco será? Será que é só comigo que acontece de um dia querer o aconchego de um abraço e no outro a liberdade de voar.
Tô confuso em uma folha de papel ou em 200 impressas de um livro.
Talvez eu quisesse ser amado, precisado, tocado, devorado.
Talvez eu quisesse apenas aquela música, os olhos fechados na beira de um lago,
você do lado.
Um jovem escritor.
Minha vida é como uma imensa praia de muito areal e pouca maré. Preciso de água: as dislexias em semântica, passarinhos a miar nas sentinelas dos caranguejos, sóis a formar plebe em nome da lua. Dispo-me. Não tenho vergonha de me expor. Salve Drummond que compreendeu toda precisão do mundo: pessoas, cafés, livrarias. As notas estrugem como vulcões: música, versos, pelicanos e outras delicadezas tímidas do dia. Há em mim enxaquecas dos byronianos, a vontade de encontrar o que perdi (despretensiosamente), fichas de carrossel. E essa manhã que ainda não raiou... Volta?
Imagino sonhos de Luz
Sonhos tão azuis quanto um dia de sol na praia.
Nestes sonhos, os meus doces sonhos,
todos somos preciosos uns aos outros e capazes de respeitar as nossas diferenças, que sabemos, foram criadas pelo criador supremo para que percebêssemos a beleza da diversidade, sem no entanto pensarmos ser um melhor ou pior que o outro..... Sim, são sonhos azulíssimos, mas ouso sonha-los!
Sentei na areia da praia com um amigo
a ideia era passar o tempo
ele não falava, mas me entendia
ficamos por uns instantes a olhar o mar
cada onda era um pensamento, uma reflexão
pensei no amigo e como estaria entendendo tudo aquilo
ele me olhava e voltava a mirar o mar
por um momento viajei na sensação em que ele também viajava
nesse dia entendi o valor de um companheiro
ao ver aquele cachorro sentado comigo
olhando o infinito
como se quisesse aplacar minha solidão
não tive dúvidas
levantamos e fomos correr pela praia...
Crônica de um domingo de praia.
Era certo, todos os domingos eu acordava as sete da manhã e chamava o meu amigo João de Dadinho para… Acordar!!! “Já vou”, dizia ele, “Já vou” e repetia isso quantas vezes fosse necessário até as 8 horas. Morávamos juntos, dividíamos uma kitnet em campinas de Pirajá. Neste intervalo - enquanto João se espreguiçava na cama – eu preparava a água oxigenada e o amoníaco. Todos - na nossa idade – diga-se de passagem, levavam esse “elixir” para a praia. Queríamos ficar com os pêlos loiros; só não me perguntem para quê? Acho que era moda. (os loiros pegavam mais mulheres e as loiras faziam mais sucesso) Quem tinha grana, não precisava se preocupar com isso, comprava pronto nas farmácias. Não era o nosso caso. Meu e de João é claro: dois duros. (Não importava) nosso desejo era chegar logo a praia de Piatã, onde encontrávamos os nossos conterrâneos de Feira de Santana, e alí, naquela bela farofa de frango e arroz, nos empanturrávamos até ficarmos “boiados”, como dizia a galera “das antigas”: boiados de prazer. E arrisco dizer, que a farofa, era de fato, o nosso prato principal. O nosso motivo maior. A força que nos impelia a estar alí todos os domingos. FAROFA! Ao sair, coloquei a água oxigenada e o amoníaco em um vasilhame de xampu, e partir com João para tomar o transporte no Largo de Campinas. Pegamos um Pirajá x Itapoã da ITT. Fui o primeiro a entrar. Sentei em um elevado, ao lado da cadeira do cobrador, e de lá fiquei observando João, que não conseguiu assento. João, ao contrário, foi pendurado na porta do buzu até a região de Jaqueira do Carneiro. O ônibus estava socado. E naquele dia parecia estar pior do que estávamos acostumados…De repente João olhou de maneira estranha para mim, fez sinal com os olhos de assustado e disparou: — Théo a água oxigenada! — Está ai na sua mochila, avisei sussurrando. — Eu sei mais está muito quente, ponderou. - É normal, concluir. E tomei a mochila no colo. Foi então, que percebi, a gravidade da situação. Tínhamos que tomar uma decisão rápida! e como dois criminosos estabanados, tiramos o saco com o vasilhame, e colocamos embaixo da cadeira do cobrador. Levantei do pequeno elevado e “me piquei” para o meio do buzu. “Tinha uma bomba loira comigo! e eu não queria, de maneira alguma, ficar com aquilo na mão!”. Uma senhora senta justamente no lugar onde estava. Pensei: “coitada, sabe de nada inocente”... e gentilmente pega as mochilas de duas garotas colocando-as despretensiosamente sobre o colo… A esta altura já estávamos na San Martins…De repente, ao passarmos em frente a garagem da São Luís - uma pequena explosão aconteceu embaixo da cadeira do cobrador. Uma explosão suficientemente forte para causar um transtorno dos diabos no coletivo. “A bomba loira!” pensei. Disfarçadamente olhei para o fundo do buzu e vi várias pessoas com espumas espalhadas por todo corpo. Não contei conversa! Pisquei para João, dei sinal com os olhos e partimos a mil entre solavancos e empurrões: “PeraíMotô! Esse ponto é meu!!!Gritávamos. E lá do fundo, para nosso azar o “terrorismo loiro”, era denunciado aos borbotões pelos passageiros: “Foi da bolsa dessa senhora”, gritou uma. “NÃO...as bolsas são dessas duas aqui!” disse outra, apontando o dedo para as jovens a sua frente. ”Como eu vou chegar ao trabalho agora desse jeito, parecendo uma maluca”, consternava-se outra. E enquanto isso, enquanto a espuma se espalhava sobre todos nós, eu e João, entoávamos um cem número de “Com licença! É aqui motô! E Pára essa zorra que eu quero descer!”. Moral da história: as vezes é melhor não sair loiro do quê queimado E finalmente chegamos a praia de piatã.
Domingo 23 de Novembro de 1986
Sentei-me na praia
e quando percebi
o mar me beijava
foi amor a primeira vista
paixão sem limite
percebi também que o sol
com a sua luz radiante
sobre o mar clareava
talvez contemplando
o beijo que o mar me dava
o nascimento de um amor sem fim
o sol brilhando sobre o mar e eu
eternizando um amor em mim.
Uma canção para dormir
Nas casinhas coloridas
longe da praia, cantarola o
homem da montanha com seu
cachimbo fedido de caçador!
olhando o luar,
olhando o luar...
Ele afasta os mosquitos
com toda fumaceira que faz,
Com sua cara amarrada
espanta as pobres garotas,
que querem ele namorar!
olhando o luar,
olhando o luar...
Sorri sem a boca abrir, sempre
a observar, procurando uma caça
boa e suculenta, para o jantar!
olhando o luar,
olhando o luar...
Ele é sim, um tremendo casca
dura, mas tem a alma mais
pura, que se possa encontrar!
olhando o luar,
olhando o luar...
Dedicada
P.S
Élcio José Martins
POEMA DE AMOR
Fazer poema sem falar de amor,
É como a praia nos dias sem calor.
Falar de amor cura no ser a dor,
Eleva a alma e destempera o rancor.
No jardim do amor,
Rega com perfume à flor.
Inspira o compositor,
Traz luz e magia ao cantor.
O amor é razão de tudo,
É luva de veludo,
É a cura do homem bruto,
É a árvore que dá bom fruto.
Sem amor não sei viver,
Melhor seria morrer.
É plantio pra ter o que colher,
É ternura em cada amanhecer.
Nasci sem pedir e sem querer,
Vim do céu ou da noite de bem-querer.
Beijo a lua ao anoitecer
Espero o sol em cada amanhecer.
Sou luz na escuridão da dor,
Sou afeto no parto encantador.
Sou a voz do animador,
Sou o caminho na construção do amor.
Na conquista sou jogador,
Faço cantigas, sou cantador.
Faço meu mundo velejador,
Trago ao meu lado meu grande amor.
No palco do desamor,
Não tem aplauso nem ouvidor.
Quem navega no mar do amor,
Vive a vida com bom humor.
É mais feliz quem ama,
Na sala, na cozinha ou na cama.
Cabeça erguida nunca reclama,
Colhe o lírio que sai da lama.
Sem amor o mundo pira,
Rasga o pano e solta a tira.
É o ato de amar que me inspira,
Se o amor é brega, sou caipira.
Élcio José Martins
Vamos visitar os Jardins da Praia de Santos...
Tô aqui esperando...
Beijos santistas,
Marcial
JARDINS DA PRAIA DE SANTOS
Marcial Salaverry
Jardins da praia de Santos...
Por vezes o homem colabora com a Natureza,
aumentando a natural beleza...
Pelos jardins santistas passeando,
a beleza dos gramados admirando,
o incrível colorido das flores apreciando...
As fontes... os repuxos d’água... induzem a meditar...
Existem locais para dançar...
Bucólicos recantos, convidam a namorar...
Locais para entretenimento,
fazendo a felicidade
para as crianças de qualquer idade...
Seus playgrounds com brinquedos,
recebendo as crianças em seus folguedos...
As mesas para jogos mais avançados,
para alegria dos aposentados...
Pelos jardins de Santos passear,
é algo para o turista sempre relembrar...
Em seus bancos sentar...
Não apenas para descansar,
mas para o misterioso mar apreciar...
As garças... gaivotas... em seu lindo voar...
O por do sol aguardar,
para os olhos deliciar ...
E também para namorar...
O fim da tarde... induz ao romance...
Jardins de praia de Santos...
Não é à toa que são chamados,
tidos e havidos como os maiores
e mais belos do mundo...
Viver em Santos...
Estar em Santos...
Sempre será um privilégio...
Marcial Salaverry
ENTREGA NA PRAIA
Sob o mar, ninguém morre p'ra feder
p'ra ser enterrado
para se ter cruz, ou usar luto
para se ter marcha funerária...
Rezas orações para o defunto
pára andar de cabeça baixa
por cima, ou por baixo de viaduto.
No mar, não tem cemitério...
Não tem cova não tem tumulo
travessa, semáforo, beco arruelas
estradas, caminhos... Fim de mundo,
mãos abanando adeus,
lagrimas de choro por ela.
Sob o mar... Tem vida tem perola
tesouro, historias perdidas,
sem moveis pergaminhos, luz arandela
... Roupas, ou pano de cambraia,
a vida se move por água
e a morte morre na praia.
Sob o mar, não tem triste nem tristeza
não tem rostos chorosos nem alegres
Não tem lagrimas
Não acende velas
não tem trégua nem telas.
Lá no mar...
Ninguém chora para os mortos
ninguém paga pelo que vive
Não tem cachaça nem bêbado
desavença nem segredo
sob o mar, nada e navega
a vida sob o mar...
É, uma verdadeira entrega.
Antonio Montes
Paraty
Areias mornas, sob os pés, macias;
praias de beleza ímpar,onde
o olhar se perde, se delicia;
límpidas águas calmas
que refrescam a pele, que molham,
banham e são refrigério para a alma!
O amor floresceu junto a ti,
entre montanhas, mar e cachoeiras,
por aqui, como a febre do ouro, passou,
aquecendo, percorrendo as suas veias!
Saltou e nadou por lagunas, entre
rochas e corredeiras!
Sobreviveu em dias de fé, poesia e namoradeiras!
Com luares que se derramam
nas solitárias madrugadas,
por ruas alagadas e maresias,
em brumas ora densas, ora amenas,
num gotejar suave de fria e fina neblina!
A vida transborda em suas vielas,
aos olhares dos casais enamorados,
que se encantam e se apaixonam
em suas varandas ou janelas!
O sol, quando aqui amanhece,
o dia, quando entardece,
o luar, vela por ti, e anoitece;
o mar do seu leito desce; então, todo
o meu amado amor, que enaltece,
é Paraty, bela! Que adormece...
Rejuvenescer
Quem mora em frente a praia
Pela janela vê o sol nascer
Atira o tormento para longe
Sente a vida de novo renascer
Sente a vida de novo renascer
Sempre que olha ao horizonte
Chega a lua o fazendo rejuvenescer
Toca de leve na água da fonte
Toca de leve na água da fonte
Que lhe enche de coragem e vigor
A lua tem poder e deságua no monte
Todo peso da vida e rancor.
Surpresa
O amor chega quando menos espera
Seja na praia no bar ou na faculdade
Está na sociedade em toda a esfera
Não tem os obstáculos e nem idade
Vive no dia a dia da nossa amizade
Surpresa mais legal em qualquer era
O amor chega quando menos espera
Seja na praia no bar ou na faculdade
Ele não nos atende com marcada hora
Chega como um ladrão e nos surpreende
Preenche-nos e lava a nossa alma agora
Sentimento que controla toda essa gente
O amor aparece quando menos se espera
Caminhando na praia
Já caminhei tanto pela praia
Até sentia o cheiro da maresia
No jacaré que eu praticava caía
Momento especial em que vivia
Tudo era motivo para alegria
Muita coisa sensível percebia
Já caminhei tanto pela praia
Até sentia o cheiro da maresia
Estava na praia sempre que podia
Sonhava com os meus desejos e via
No lual quase sempre me divertia
Ventava nos cabelos enquanto eu lia
Já caminhei tanto pela praia
Sensação maravilhosa é caminhar descalço na areia.
Passear na praia deserta de gente e repleta de Deus!
Contemplar o céu e imaginar um voo rasante sobre o oceano...
Apreciando o mar com olhos de pássaros.
Deitar o olhar no horizonte sem fim...
Molhar os pés nas ondas que quebram na areia...
Sentir a vastidão e se entregar a beleza do instante.
Numa relação de cumplicidade...
Deus, Mar, Poesia e Eu!
Mar da vida
No mar da vida
Deitado na praia do destino
Vejo-me alegre e sorrindo
Sobre o sol do futuro
Que brilhava como um sonho.
Levantei-me no presente,
e caminhando pelo passado.
Encontrei tudo que tinha buscado.
Na alegria de te encontrar,
o amor que me fez recordar.
Recordo-me de tudo que tinha vivido,
tudo que tinha amado e sofrido.
Amo-te, como tu me amas.
Amor reciproco meu e teu,
união realizada por meu Deus.
nevermore
fizemos piqueniques em Pasárgada
tramamos romances rocambolescos
nas praias mais improváveis.
cifras grifos dragões dalém mar
cuspiam fogo em nossa eros-dicção
você era mais luz: eu era mais treva
fomos quase felizes para sempre
antes que você escolhesse o dia
a hora o grand-finale do espetáculo
(ou não escolhesse: a morte é sempre
um pas-de-deux com o deus do acaso)
LOBRIGAR
Sentado a beira da praia
vejo areia veja espuma
vejo azul do céu e as brumas
se perder nas andas do mar.
Ouço os cânticos das sereia
banhar os meus sentimentos
espumas e mares cheias
balançar a todos momentos.
Vejo as asas das gaivotas
bater palmas de felicidades
a alegria bater nas portas
do horizonte e das cidades.
A calma vem ao meu peito
com jeito de paz mundial
no rosto um riso satisfeito
acordando o alto astral.
Antonio Montes
Eternamente bela!
Terra do maior cajueiro do Brasil,
Das dunas, do sol e lindas praias...
Lugar de pessoas tido como boa praça,
Onde carregam o lema: Seja bem vindo...
Natal! Não tem verão melhor...
Aconchegante e cheia de magia,
(Des) compromissada com a tristeza
Mas comprometida com a sua alegria.
Gente feliz e muita extrovertida.
Mulheres pra frente e também dengosas...
Valorizam a natureza e arquitetura dessa capital,
Que os turistas não cansam de visitar.
Cidade de Natal, eternamente bela...
Do clima tropical e de vasta aquarela.
Ninguém no mundo se cansa de vê-la,
Sensação viva de quem da morte não tem pressa.
Praia Grande
Cidade tão bela
Vive de portas abertas
Para os olhos dos turistas enaltecer
Sua beleza é divina
Muito mais que rotina
Enxe os olhos, é de enlouquecer
Apostou no trabalho
Aboliu o vigário
Seu destino é crescer
Sua vista esmera
Como poucos esperam
Ainda há de crescer.