Texto de Duplo Sentido
Sinceramente as coisas sempre se encaixam. Até podem demorar um tempo. Mas irás fazer sentido um dia. Nada somos sem os erros e o que ficou de aprendizado. Assim para saber viver é preciso dizer adeus ao passado e agradecer pelo presente e correr atrás pelo que se sonharmos e desejamos.
Jose A Nascimento
Ânsia do meu Corpo -
Numa cama dura, fria, sem sentido
na ânsia do meu corpo a desejar-te
meu peito bate forte ressentido
meus olhos já não sabem procurar-te.
Meus olhos tem tons de pedra rara
num anel de estimação que um dia dei
que dei a um amor de pele clara
amor que já não tenho, já nem sei.
Tu levas-me na mão em esquecimento
horas más que tem vivido um coração
se ouvires por ai este lamento
não voltes meu Amor é ilusão.
Do silêncio que tu fazes faço um grito
faço um grito que me rasga a solidão
meus olhos pedras raras, um gemido,
que levas nesse anel de estimação.
"Há um sentido para nossa jornada? Acaso temos empregado um propósito às nossas ações? E se estamos, tal objeto contribui para além de mim, ao meu próximo e a sociedade em que estou inserido? Ao fim e ao cabo, revendo cada um dos nossos passos, qual terá sido o nosso legado?
É possível não sabermos nenhuma dessas respostas, mas não é possível ignorá-las, senão atendermos a sede de sua compreensão."
A Culpa do Poeta -
Minha mãe eu sou poeta
num mundo sem sentido
a lágrima d'um Touro, (asceta)
que da manada está perdido ...
Não estou vivo nem estou morto!
Minha mãe que culpa tens?...
Não tens culpa deste aborto!
Diz-me ó morte quando vens!!...
Minha mãe de quem a culpa
se não é minha nem é tua?!
Quem me deu a triste luta
que m'enlouquece pela rua?!
Sou o grito d'um vulcão
que quer a terra prometida,
que mentira d'alcatrão
numa estrada à deriva!
Sou culpa e condenado,
assassino sem ter morto,
sou um preso não julgado
nas cadeias deste corpo.
E que culpa terei eu
de estar vivo num caixão?!
O destino quem mo deu
foi alguém sem coração ...
E que culpa tem a vida
deste gosto amargo e doce
que uma gente desconhecida
ao meu corpo sempre trouxe?!
Vou pegar o meu destino
como um touro em plena Praça!
Mas a Glória do bovino
é ser morto por ter raça!
Fecho os olhos, lembro a vida,
ai esquece-la quem me dera,
minha ânsia consumida
é só culpa do Poeta!
Evasão -
No silêncio da minha cama fria,
na loucura do meu quarto sem sentido,
na tristeza da minha casa tão vazia,
caminho passo a passo, em vão, perdido.
Bóiam tantos mortos em torno a mim ...
E oiço alguém desamparado que me fala comovido ...
Alguém que olha com olhos de jasmim,
cujos olhos, cortam o silêncio, como um grito ...
Sua face, escavada, adornada
de solidões ardentes, quase morta,
coberta de cansaços e mais nada,
lembra casas como a minha já sem porta.
Seus olhos de descansos por viver,
de pálpebras frias, pesadas, sem nada,
choram lágrimas de pedra, a arder
em corpos de andorinhas, sós, paradas.
Seus lábios coam água de seus olhos,
sua voz, azeda, balbucia solidões,
o destino, esse, quem lho deu, cheio de escolhos,
cansaços de amargura, tristeza e podridões?!
Nem sei que diga ante dor que é tamanha!
Que triste desencontro! Eu lamento esse dia
que se prende no meu peito, que me apanha,
sempre que escrevo no papel uma poesia!
Mudanças...
Podemos na vida até caminhar
sentido uma dor igual a solidão.
Enfrentar passageiros dias de frio
em vazias andanças sem direção.
Contudo, não somos obrigados
a viver neste mundo cercados,
pela presença vil desta escuridão.
É necessário tão bem contemplar
Com tenacidade este caminho trilhado,
Contemplados de sublime perseverança.
Estarmos aos detalhes preparados,
para pequenas e grandes mudanças
Fragilidades -
Quando não temos um sentido
para a vida que vivemos
como um barco em vão perdido
não sabemos o que queremos!
Há vazio, há dor e espanto,
algo falta ao destino
e há em nós um desencanto
que deixa lastro no caminho!
Mas o mundo não entende
que de normal só temos corpos
e que a morte nos pretende
no desejo de estar mortos!
Quando os olhos só nos fixam,
p'ra dizer, tu és errante,
porque teimam e nos miram
deixem ir o caminhante!
De normal não temos nada
só as cordas deste mundo
que nos prendem numa casa
ao silencio em que me afundo!
Mas às vezes não entendo,
porque dou tal importância,
a quem, me vê - nunca me vendo,
fala em mim com arrogância!
E não me lembro de viver
embora o dia esteja claro
porque o desejo de morrer
é mais forte do que raro!
E não consigo acreditar
que chegue um dia a entender
o que quero encontrar
p'ra deixar de querer morrer!
A morte é fuga do cobarde
a vida é força do audaz
mas antes quero, sem alarde,
poder sentar-me com a paz!
Sou mais frágil do que pensam
eis meu sopro de evidência
e só quero que não esqueçam
que da vida fui ausência!
Porquê que no início tudo parece fazer sentido,
estamos cheios de coisas para dar, oferecer e receber.
Sentimos que andamos à procura uma vida inteira e finalmente encontramos o que queríamos, e com o passar do tempo sentimos que já demos tudo e não há mais para dar e aos poucos a chama vai-se apagar?
Quando encontramos a suave paz do amor,
a vida começa a fazer sentido...
A paz do amor faz com que a vida tenha mais calor...
NA SUAVE PAZ DO AMOR
Marcial Salaverry
Sinto um suave vento,
trazendo-me novo alento,
como se fosse um beijo de paz...
Essa paz que chega
quando sinto nos meus lábios,
do vento o roçar,
indicando que estás a me beijar,
trazendo-me toda a doçura,
quando me beijas com amor e ternura...
Esse amor que num repente apareceu,
é amor que através dos tempos,
jamais morreu e nem se esqueceu...
Por vidas, uma espera apaixonada,
uma espera quase desesperada...
Quem ama de verdade,
quer apenas felicidade,
e quer essa doce viagem,
nesta ou em outra passagem...
Quer sentir todos os carinhos,
trilhar do amor todos os caminhos...
Por vidas, na espera,
por vezes, se desespera,
mas sempre espera,
aguardando que o vento matinal
lhe traga o amor, afinal...
Vindo de outros tempos, de outras vidas,
que não foram totalmente vividas...
Para finalmente o amor encontrar
no amor que estava por outras vidas a esperar...
Marcial Salaverry
TODA FASE É UMA FRASE
Sempre dei o melhor de mim
Procurando um sentido interno
Mil anos a fim
Sem paciência pra briga
Sem tempo pra mim
Overflow em tempos modernos
É assim
É caos pra todo lado
Me sentia de olho aberto
Dentro de um mar acido
Nesse momento encontro onde me desabo
Onde embaralhado de pensamentos
Eu ligo a torneira e o rosto lavo
Vou lá fora, a brisa bate
Eu dou uma volta
E percebo que:
Toda fase, é uma frase
E todas elas tem ponto final
Pra podermos escrever
recomeçar melhor
E tropeçar em cada virgula
É com sangue que carimbo essas linhas
E se alguma vez as deixei mal escritas
É por que naquele momento era o melhor pra minha vida
A calma é, em si mesma, um sentido que nos concede a chance de tomar as mais coerentes decisões. Ela também nos purifica, nos afasta no momento certo, organiza nossos pensanentos e molda nossas escolhas. A candura, com a qual olhamos as diferentes realidades, nos mostra as possibilidades de erros, e impede que os impulsos se apossem das racionalidades, para evitar erros tolos e desnecessários. Vida feliz deve buscar tranquilidade, posto que apenas ambientes livres de desarmonias proporcionam bem estar e felicidades. No interior das adversidades existem calmarias que precisam ser descobertas, refletidas e vividas para que possamos buscar repouso e paz para nossas mentes e espírito. E nesses instantes caridoosos corações se revelam, boas índoles nos amparam, sinceridades nos abraçam e assim os árduos caminhos se abrandam, pois dolorosas necessidades mostram surpreendentes virtudes. Portanto devemos dedicar paciência ao que verdadeiramente importa, o restante não se pode perder tempo. Paciência para ouvir das pessoas suas angústias e aflições, para respirar e ir em frente, para, às vezes, ouvir e silenciar... Paciência para ter tempo e procurar simples e boas razões em busca da felicidade, pois pessoas felizes não têm tempo para perturbar a vida de ninguém.
John Pablo de La Mancha.
Não quero ser Destino -
Eu não quero ser destino!
Coisa vaga, sem sentido,
perdida ao longe,
num latido.
Eu não quero ser aquele
que a Vida não abrange ...
Eu não quero ser destino!
Corpo velho,
Alma nova,
gente em desatino,
que fica ali esperando,
que ali fica a chorar,
ali também dançando ...
Eu não quero esse destino!
Tão pouco! Tão nada!
Um brilho quase felino...
D’olhos que apenas
vão fitando!
Fitando o desespero,
que aos poucos,
instalado,
destrói a expectativa,
deixa a amargura,
a triste sina,
o desespero
e a desilusão, perdura ....
Por isso não quero ser destino!
Eu sou um’ Alma rouca!
sem destino ...
Uma graça pouca!
Em desalinho ...
Uma cabeça louca!
Sem tino ...
Só não quero ser destino!
Só não quero esse fadário!
Mas não querendo sê-lo,
na verdade, sou-o já!
E sou-o de pequenino ...
Eu sou esse calvário!
Eu sou esse destino!
Velhice -
Quando a Vida já não tem sentido
que fazer, que procurar?!...
Quando a alegria se tiver perdido
porquê viver, porquê lutar?! ...
E que destino tem alguém desiludido?!
Sem esperança, força ou vontade ...
Que pena! Sobra apenas um gemido
devorado p'la idade ...
E que será depois? Que virá? Virá?! ...
É tarde ... tão tarde ... resta a morte!
Que o tempo seja breve. E que vá ... vá ...
A Vida já não é Vida é maldade!
Quando se for a minha sorte,
que me leve a morte, sem pena nem piedade!
Cansaço -
Estou cansado dos meus versos
sempre tristes sem sentido,
melancólicos, perversos
de um Coração frágil e perdido!
Estou cansado dos meus versos,
vou rasga-los um a um,
sentimentos controversos
já não quero ter nenhum!
Já não quero a solidão!
Estou cansado dos meus versos,
quero é ter um Coração ...
Ó Senhor que já nem rezo,
põe em mim a tua mão
que estou exausto dos meus versos!
Eucharistiae Ministro & Eues valore
Ministro da Eucaristia* Seu valor
*
No sentido de atuação a referida incumbência, é múltiplo significativo, relevante que de modo algum esqueça a sua simplicidade, despojamento, acompanhado da comunidade e prosseguindo consistente sacrificar seu apego e sua humana inspiração constantemente que solicitado.
A missão de um Ministro da Eucaristia, refere-se a algo superior, perfeito e nobre, um leigo que se torna um servente e mensageiro do Evangelho de Cristo e que reúne, recolhe todos os membros para o seio da Igreja, para que vivenciem considerados, seja qual for em que local encontrem-se.
MOTORISTA DA LUA
É na rua que eu lhe vejo
sem-sentido mulher de avessos,
olhando a história do céu
você lembraria
do tempo que rebeldia
passava perto nossos caminhos.
Quando andávamos na lama
saber o percurso do sol fazia
a gente acreditar os ninhos
dos deuses estavam a ponto de cair
as leis do mundo seriam pregadas
por nossas mãos livres de correntes
e nem de longe suspeitávamos um do outro,
éramos viajantes e a estrada nosso espelho sem imagem
Tão fortes as certezas que o vento era nosso aliado,
tão fortes as certezas que a chuva regava nossas sementes,
tão longos os caminhos - nossos carros sempre a sair,
mas logo o mundo ficou real os caminhos eram sem rumo.
Quando você me vir de novo
saiba que eu sou outro,
enraizado ao caminho errado
ando pelas ruas rasgado de frio
e não reconheço ninguém,
quando paro na estrada
é para ver que o tempo
me fez esquecer de mim,
guiar sob os mistérios da lua
é o destino dos perdidos
vou embora, sou dos viajantes
o que se despede dos sonhos
lavando o rosto no rio ao luar
a verdade crua
quando é dia sou apenas pó
de noite motorista da lua
muita coisa já não faz sentido, meus objetivos totalmente diferentes, e minha percepção sobre o mundo e pessoas já não me afetam como antes. tudo o que venho aprendendo serve de algo, para me deixar mais pensativa ou imersa ao acaso.
não foi fácil e nem será, alguns fantasmas do passado vem me visitar, ainda não sei como lidar, confesso. da minha boca não sai mais promessas, eu já não acredito nelas.
continuo a mesma pessoa com intenção de ajudar alguém, grata pelos pequenos momentos de agora, do passado, e das pessoas que me levantaram em algum momento da minha vida, dos que permaneceram, dos que me perdi no meio do caminho.
quem sabe um dia eu volte a respirar aliviada.. quem sabe um dia.
06/06/2022
A vida
Algo que não faz sentido
Não sem a morte
Muita das vezes sombria
Ou até mesmo um conto de fadas
Uma poesia vívida
Com dias de luta
Dias de gloria
Uma vida que não é vívida
É algo que nunca existiu
Viva sua vida
Pois tu não tens outra
E se tivesse
Não saberia viver
A vida é a vida
Então á viva!
As noites ficaram mais tristes
E mais vazias
Noites essas que tinham um sentido
Sentido esse sendo embora
Foi embora por neglignecia
E falta de assertividade
A culpa reina nas noites
Culpa de não ser o suficiente
Não ser o suficiente para ela.
E não poder ter ela
A oportunidade descartada
E culpa da perda
Perda essa que parece um luto
O sentido dos meus dias mudaram
Mudaram para o pior
Não tenho mais o que me motiva
Não tenho mais as mensagens dela
E o afeto dela
Tudo isso foi embora
O sentimento de acolhimento
Com a esperança de uma vida melhor
Planos traçados diariamente por mim
Agora não valem nada
Isso que mais doí
Saber que não poderei ter ela
Que não poderei chamar de minha
E não poderei dizer que ela estará do meu lado
Meu pior erro foi se apaixonado
Pela pessoa errada
Pessoa essa que amei com todas minhas forças
Imaginar uma vida sem ela
Seria uma grande utopia para mim
Esse sentimento de perda é o pior que existe
Sentimento esse que não desejarei a ninguém
Que deixa um vazio, reflexões e falta de aceitação
A desconfiança começa a superar as qualidades
E medo volta, insegurança retorna
Sera que alguém vai me amar
Terá a paciência de entender meus problemas
Cada dia mais isso parece utópico.
Deixar ir é também poder ir! E mesmo que tudo pareça sem sentido e que perguntas fiquem girando em nossas cabeças, as respostas virão, mas no silencioso tempo que nos cerca.O tempo, esse menino solto ao vento, trás as respostas na hora que lhe convém, e a nós, cabe seguir, sem esperar, mas chega.
Nildinha Freitas