Textinhos sobre Limites da Vida
Existe um poder inimaginável dentro de você, não se esqueça de quem você é e da razão pela qual você existe.
Até aqui, você enfrentou as raladas no joelho, as quedas dos primeiros dentes, a bicicleta sem rodinhas, o primeiro zero na escola, a primeira menstruação, o primeiro namorado, a primeira decepção. Sobreviveu ao primeiro ano no ensino médio, a primeira noite sem a mãe, ao dormir na casa de uma amiga e a primeira discussão com os pais. Conseguiu concluir a faculdade, os cursos, as fases chatas da vida, e as etapas desafiadoras.
Você teve milhares de chances de desistir, novamente, é um direito que te assiste. Você resiste. Enfrenta. Luta. Desbrava. Vence.
Nesse ano, suas lutas foram diferentes, você precisou enfrentar a si mesma.
Venceu quando persistiu. Venceu quando resistiu. Venceu quando se estressou, se permitindo sentir. Venceu quando gritou de raiva. Venceu quando chorou de medo. Venceu quando se indignou com as injustiças. Venceu quando se alegrou com pequenas coisas. Venceu ao sobreviver.
Eu, por outro lado, venci apenas por te conhecer.
Ando carregando fardos que todos desconhecem, estou sofrendo com meus próprios demônios, encarando minha dor e ninguém está vendo, ninguém me enxerga além da minha saúde, ninguém me vê realmente.
Eu não sei mais como lidar com esse furacão que habita em mim, não sei mais como conduzir isso tudo, estou tão cansada de mim mesma que a morte me parece até exaustiva, visto que a alma é eterna.
Todos estão me puxando para qualquer lado, sinto que não pertenço a lugar algum mais. Perdi minha referência, perdi meu lar, minha família, meus amigos, meus pensamentos, minhas memórias, perdi a mim mesma.
Quando estou com quem me ama, sinto que ainda não estou em lugar algum. Quando estou em algum lugar que amo, sinto que ainda não estou com ninguém.
O processo de mudança a qual tenho sido constantemente submetida anda me causando grande desconforto e como se não bastasse ter que viver com minha própria dor, com meu próprio desespero de alma, com minha própria tristeza, ainda tenho que conviver com a cobrança de que eu cresça, que é indireta, porém, constante.
Eu sinto que não entendo o que se passa dentro das pessoas, sinto que não sei exatamente o que esperam de mim, mas também sinto que esperam que eu faça mais, que eu seja mais, que eu realize mais, que eu evolua mais, que eu acerte mais, que eu cresça mais.
O tinhoso não vazou do céu por sua identidade de gênero ou por sua sexualidade, vazou por querer o que não lhe cabia.
Julgar os outros não cabe a nós, o trono de juiz é de Deus e não nosso.
Decidi me despir, tirar a roupa, esvaziar a mente, arrancar a coroa e lavar o rosto.
Descobri em mim, algo que nem mesmo eu sabia: Eu sou melhor nua.
Com tantas intercorrências ocasionadas pela crise do coronavírus, o Brasil se mostrou um país dividido em muitas partes. Conflituoso politicamente, bipartidário, controverso, guerreiro e individualista.
s praias lotadas, pessoas sem máscaras, confraternizações sociais com aglomerações e hospitais operando acima da capacidade de lotação. Essa é a vergonha do Brasil, que constará nos livros de história das próximas gerações, no mundo todo. Imagino que deverão incluir imagens das regiões litorâneas do país e a legenda: “O número de mortes se agravou em decorrência da negligência dos cidadãos.”.
É triste.