Terror
Filmes de terror que falam sobre fantasmas só podem variar entre duas possibilidades: os incrivelmente assustadores e os incrivelmente trashs. Ou se executa bem a produção a ponto de fazer o espectador sentir calafrios e não conseguir dormir durante a noite, ou o fracasso da trama é assumido e o público possui livre-arbítrio para gargalhar durante cada uma das cenas mais horrendas (de mal feitas). E os términos, os tocos, os pedidos de tempo e afins dos nossos relacionamentos não são muito diferentes dos filmes de terror.
Aquele “talvez ainda dê certo, talvez eu tenha que me esforçar mais ainda, talvez amanhã a gente acorde diferente, talvez eu ame um pouco mais algum dia, talvez eu não queira me desprender depois de tanto tempo, talvez…” é o que faz com que a maioria conserve um fantasma que também transita entre as duas categorias de terror. Relacionamentos que começam impulsionados num talvez seguem assustadoramente cômodos e são tramas sem pé nem cabeça que acaba se tornando trash pra quem as vive. Os términos e tocos que são evitados com a perspectiva do talvez se orientam pelo medo de viver numa casa abandonada ou pela comodidade que o sofá da sala de cinema a dois inspira. Mal sabem eles que só conversam um fantasma de um sentimento e de um relacionamento mal resolvidos.
É mais original e indolor dizer o famoso “não” de uma vez – e daí você evita que comprem bilhetes para assistir àquele filme ruim que ganhou só duas estrelas da crítica especializada. É mais terrível e dolorosamente assustador assumir que acabou. Porque, se alguém assume, a sensação é como se um tiro à queima roupa fosse desferido de uma vez só bem no meio do cérebro. As conexões são desligadas e cada parte dos fios que ligavam a sua cabeça ao sentimento pela tal pessoa que está bem na sua frente vai sendo rompida. O coração dá aquela alternada entre on e off e esboça aqueles últimos espasmos antes de falhar de vez. Voilá! Morte e sangue fresco nas telas e a plateia chega ao delírio. Tudo bem. Não precisamos ser tão dramáticos assim. Mas o final do filme é claro: você vai se sentir um monstro de primeira classe e achar que o seu ouvinte é uma daquelas clássicas vítimas que não mereciam isso. E vice-versa.
O que nenhuma das partes parece entender claramente é que sentimentos zumbis só existem no plano de ação. Deixá-los semi-mortos é uma bobagem. Você ainda beija, você ainda liga algumas vezes por dia, você ainda anda de mãos dadas, mas ele já morreu faz tempo. Pelo menos pra um de vocês. Ou, como é no início de uma relação: você não sente nada, mas a outra pessoa te adora, faz de tudo por você, é bacana e você não quer ficar sozinho. “Talvez dê certo” e o eco do talvez se projeta pelo resto da relação. A sinceridade e a reflexão sobre o término ou sobre a falta de vontade de levar a frente uma relação com alguém é aquele tiro na cabeça que enterra de vez o zumbi. Só que ninguém quer sujar as mãos com sangue e prefere passar a vida fugindo da visão de um relacionamento já massacrado. E daí, você tem duas opções: ou trancar todas as portas para conseguir dormir durante a noite, ou começar a rir da sua própria trama de horror. E, se você não é fã de filmes do gênero, é melhor tomar cuidado: talvez você esteja preso a um fantasma e ainda não percebeu. Talvez.
Muito do que você evita hoje com terror de que aconteça te faria rir demais daqui a dez anos se você deixasse acontecer. Divirta-se já com aquilo que irá te proporcionar histórias e risadas daqui a uns anos.
A tristeza profunda...
imensa se destila... no terror....
esse é o vazio no profundo do coração...
sendo dor que infinita nessa vida...
cada momento que se passa a buraco
sem fundo no minha alma,solidão mórbida...
a luxuria sarcástica cobre minha carne,
em feridas que nunca cicatrizam...
uma figura profana no meu coração...
fazem sentir os desejos na pele...
fazem meus desejos fúteis em desespero;
o único vazio negro no interior...
cortes de desejos abrangem um mar na solidão...
um vicio tentar morrer ou viver...
em rio de lagrimas não á mas nada,
espaço para tanta tristeza...
nessa existência não espaço
ou feitiço que acalme coração irado.
A PROMESSA
– Assisti a um filme de terror ontem e fui me deitar. Confesso que fiquei atordoada e encontrei dificuldade para pegar no sono.
– E quando foi que você conseguiu dormir?
– Não me lembro! Só me recordo de ter acontecido algo horrível no meio da madrugada.
– O que foi que aconteceu desta vez?
– Não posso dizer ao certo, mas foi sobrenatural...
– Sobrenatural, Carmen? Ora, mas faça-me um favor. Essas coisas não existem!
– Se existem eu não posso garantir. Mas aconteceu!
– O que aconteceu de tão anormal assim?
– Eu não sei voei, se subi pelas paredes, se sentia frio ou calor; eu não sabia ao certo se realmente estava em meu quarto. Na cama eu não estava. Disso estou certa!
– Como assim, Carmen? Explique-me melhor essa história...
– Só sei que foi horrível!
– Deixe de ser enrolada e me conte essa história direito, sua fresca.
– Eu não posso! Eles acharão ruim comigo, e também eu já lhe disse que não sei.
– Eles quem, Carmen? Vamos... Desembuche! Deixe de ser indecisa. Em mim você pode confiar.
– Os monstros que me aterrorizaram esta madrugada, João. Eles me ameaçaram...
– E o que eles disseram de tão detestável assim?
– Eu já não lhe disse que não sei?! Eles só disseram que irão me matar.
– Não, Carmen. Não irão mata-la não, pois eles não são reais. Eles não existem!
– Eram sei monstros horríveis que faziam coisas comigo que eu não sei exatamente o quê.
– Há algo mais que precisa me dizer?
– Eles disseram que este é o Halloween e que se alimentarão de mim.
– Somente isso?
– Você diz só?
– Sabe que dia é hoje, Carmen?
– Dia das Bruxas, João; o Halloween!
– Carmen! Atrás de você!
– O que?
– Os monstros!
– Um... Dois... Três... Quatro... Cinco... Seis!
– Meu deus!
– O que eu devo fazer, João?
– Eu não sei, não tenho ideia!
– Cruzes! Como vocês são indecisos – disse a sexta besta, seguido pela gargalhada dos outros.
– Pai nosso que estais nos Céus...
– Sant... Sant... Sant... Sant... Esqueci!
– Jesus!
Na indecisão de Carmen e João, os monstros resolveram retirar-se e ir embora.
– Nós vamos embora, mas retornaremos. Decidam-se e até o próximo Halloween...
Não tem como ficar estagnado assistindo o filme de terror real passando na tele(visão) dos nossos olhos...
Não tem como encher de cobertores o frio das ruas, se não aquecemos os próprios corações e não mutilamos à frieza de nossa alma.
Não tem como calar, quando o grito é mais forte que o próprio desamparo...
Tem que libertar as obediências, deixá-las obedecer os vácuos estreitos e alargar os instintos!
Tem que deixar, fazendo acontecer melhores oportunidades, pois elas não se fazem sozinhas e não caminham sem estar lado a lado à sensata lucidez, ainda que seja, desconfortavelmente doida e doída!
Cresci Linda,Nasci Abusada e Hoje Sou o Terror das Recalcadas.. Sou e *SMP* Vou Ser Recalcada.. So Um Alow
Terror de viver é estar preso ao que poderia ser a prisão liberta de fazer só o que se quer. MARBREDA
Entorpecentes bombas atômicas
Quem não se recorda, pasmo pelo terror, dos devastadores efeitos das bombas atômicas do século passado nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial? Pois digo que aquele horror tão evidente não tem o impacto dos horrores causados por outro tipo de "Bomba Atômica": o advento das drogas. A partir da década de 1960, com a liberalidade exacerbada apregoada pelos quatro cantos do mundo como modelo de virtude, presenciamos o surgimento e a detonação da mais devastadora "arma letal" dos últimos tempos, a bomba das drogas, a qual repercute tão ferozmente e destrutivamente, sendo um tanto difícil mensurar em poucas palavras os estragos por ela causados... Inicialmente, dois tecidos são dilacerados, o epitelial, ou seja, a pele, o corpo, a saúde dos consumidores de drogas. Depois o tecido social, ou seja, a sociedade estabelecida e principalmente sua célula preciosa: a família. Em efeito dominó, bairros vão sendo corrompidos, cidades, estados, países, continentes... O poder público, notoriamente e historicamente corruptível, é mais suscetível aos desdobramentos e efeitos colaterais das drogas, pois alastrou-se pelo mundo todo um tipo de câncer causado pelas drogas que se configura pelo poder paralelo, uma criminalidade que produz drogas, forma marginais, gera enfim... morte! A bomba das drogas, ora silenciosa e sorrateira, ora escancarada e noticiada, é algo sem precedentes na história humana, pois repercute no âmago do indivíduo e da sociedade de forma incomparavelmente nociva, um cogumelo de irradiação dilacerante, ceifando vidas, estruturas familiares; corrompendo valores, princípios, democracias, leis... Os jovens constituem a faixa etária mais visada e mais vulnerável, um público cativo muitas vezes, tanto em bailes Funk como em campanhas de apologia às drogas e sua liberação... não têm consciência de que são contribuintes na lógica da arregimentação de partidários e na arrecadação de fundos da indústria armamentista da metafórica bomba atômica, entranhada nas hierarquias da governança que move o ser humano, criatura tão apegada ao poder e ao que ele simboliza. Com isso, governos mesclam o Estado de Direito com o Estado Paralelo, num enlace nefasto, por si só, outra "bomba atômica"... Reflito novamente sobre o poder de destruição das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, agora convido o leitor deste texto a fazer o mesmo, comparando-as com os rastros de destruições que presenciamos tão cotidianamente ocasionados pelas drogas... Portanto, proponho uma questão: o que fazemos para que não seja apertado o botão detonador da "bomba atômica" das drogas?
À volta de mim, o terror e a morte…
olhares de medo
fixos na imensidão do vácuo
interrogam-se mudos
inquietos…
dolorosamente pensam na razão
de tal sofrer
Mas não choram porque o pranto
se esgotou há muito
neste inquieto viver
Ah! Se eu soubesse ao menos rezar…
Rezava por ti
ó homem verme, tirano e sádico
que por prazer destróis;
Rezava por ti
ó governante ganancioso e brutal
que o mais fraco aniquilas;
Rezava por ti
ó deus, que já nem sei se existes,
pela geração que criaste
e abandonaste
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
solidão profunda,
tristeza única...
evolução do coração,
terror do passado...
aonde esteve o futuro,
deixado por um vórtice
de angustias supremas
como aspirações destituídas,
em um ponto que mundo,
passa sua luz até a morte
de um sonho, fútil olhar...
entre assim o ali torna se
o fruto solitário de correntes
que fazem flutuar sobre tantas
vindas do frio que abate se
nesse dia em que noite
se estabelece,
no destino do coração.