Terra
A vida nesta terra é curta demais, portanto, corra atrás de teus sonhos, antes que eles vão embora junto com teus medos.
Sem machucar
falar de sentimentos, dos mais simples,
ou os mais íntimos, parecem incomodar,
vigiar a própria sensibilidade e
ceder a esse mundo impessoal
e performático é aceitar amarras ao que é puro,
um olhar mais atento à natureza escancara
a delicadeza e beleza num minúsculo ponto da
terra, da água, do céu e de quem está ao lado,
podemos sim admirar, tocar e amar,
sem machucar....
Poderia o mundo viver sem poesia? É possível, mas haveria apenas tristeza, como estivesse a ver um palhaço que nunca ri.
Esperança na terra seca...
Refazem o batido caminho pela velha e conhecida terra seca, o mesmo sol que lhes dá vida também lhes judia marcando-os, nos rostos, os poucos, mas já aparentes muitos mais anos de vida...
Intenso, escaldante, é secura demais...
Se a chuva vier o chão não lhes negará a vida adormecida...
Já faz muito, mas ainda se lembram do último ano onde o inverno foi bom, nessa memória tem cheiro da terra sendo encharcada...
Exaustos chegam ao açude ainda com um pouco de lama, olham para o céu com poucas nuvens...
Cai de joelhos e puxa os filhos, com os olhos rabisca no barro todos seus desejos e sonhos como se fossem sementes e suplica:
Meu divino São José,
Aqui estou a vossos pés.
Dá-nos a chuva com abundância,
Meu divino São José.
“O sertão é uma espera enorme”,
Dá-nos chuva com abundância,
Meu divino São José.
Talvez nenhum de seus desejos se realize e nenhuma das sementes veja brotar...
Sabe que não há certezas na vida, mas precisa acreditar que haverá ainda uma próxima vez, pelo menos para os meninos...
A pipoca e a matine no cinema da terrinha natal. O papo no coreto da pracinha e o sono reparador, são coisas que o tempo roubou de mim...
Na minha vida
Cada novo dia
Eu pinto um novo céu
Eu pinto uma nova terra
Eu pinto um novo amigo
Eu pinto um novo amor
Eu pinto uma nova bandeira da paz.
TERRA EM CHAMAS.
Márcio Souza.
Em fogo a terra ardia,
Deixando as cicatrizes,
E o clarão em cores subia,
Em forma das cores do arco-íris.
As pedras se derretiam,
Como um melaço no chão,
As lavras como um rio corriam,
Tristeza e devastação.
E o mundo a tudo assistia,
Sem nada poder fazer,
Pois a Natureza fazia,
Matar a quem devia morrer!
Cobria o céu de fumaça,
De multicores explosões,
lamas de fogo em devassa,
Devastadores vulcões.
Era só desolação,
Quando as luzes do monstro apagaram,
De tudo em destruição ,
Só Pedras pretas e cinzas sobram.
A relva toda varrida,
De tudo nada restou,
Tudo que antes era vida,
A própria Natureza matou.
Márcio Souza.
AS PORTAS DA TERRA.
(O fim do Mundo)
Márcio Souza
Na imensa natureza toda beleza se encerra,
Os cantos dos pássaros ao amanhecer o dia,
O cheiro das plantas, das flores e da terra,
Numa alegria perfeita de pura harmonia.
Para cada dia, nova fé, nova luta,
Novas perspectivas de vida e uma nova missão,
A realizar na incansável e árdua labuta,
Desejados sonhos da imaginação.
Passam-se as horas, dias, semanas e anos,
Contando com o tempo e é só o tempo quem diz,
Lutando na vida e as rotinas mudando,
Buscando no tempo nosso espaço feliz.
E de sonhos em sonhos, inteiros ou pedaços,
Dedicando-se de almas de guerreiros soldados,
Com sucessos plenos ou pequenos fracassos,
Dos planos de Deus, a nós confiados.
Ao fim da missão, ao longo da vida,
De uma estrada tão longa, com retas e curvas,
De tantos ventos, tempestades e chuvas,
A Natureza em lágrimas, destruída grita.
Dessa Natureza tão bela, da vida que se encerra,
Numa destruição sem fim, entre os gritos e ais,
Não sobrará nesse mundo, quaisquer vidas ou animais,
Nem plantas, nem nada, sobre a santa terra.
Não haverá pássaros cantando, ao amanhecer o dia,
Não restarão mais nada, só misérias e fome, muito gelo ou calor,
Não haverá mais sonhos, muito menos alegria,
Tudo destruído pelo homem, herança maldita, que a Natureza criou.
Serão restos e cinzas, restará um mundo estranho,
Pela ganância à riqueza, que a humanidade consome,
A destruição profunda, sem medidas ou tamanho,
Provocada pelas mãos do pecado da ignorância do HOMEM.
Alegando progresso para o mundo moderno ou moderna nação,
Arrebentam-se com a terra, com a Natureza e os seus,
Disfarçando inocência e falsa pretensão,
E com desnuda mentira, se diz ser filho de Deus.
E tudo que de início foi tão lindo e tão foi belo,
Do ar puro que havia, da chuva caída e tudo existia, virou absurdo,
E o que foi Paraíso virou inferno de fogo e eterno flagelo,
Cerrando-se as portas da terra, por cobiça e ganância, acabou-se o Mundo.
Márcio Souza
Sol,lua,estrela,terra,vento e mar
Na beleza do sentimento
Firmando meu pensamento
É somente a Deus devo amar
É Ele quem devo amar
Dentro do meu coração
Na Sagrada concentração
Sentindo seu manifestar
Santo trabalho de iluminação
Desafiando a Ciência
Expandindo a consciência
Aumentando minha compaixão
É preciso dizer esta verdade
Ter mais empatia e solidariedade
Trabalhar com mais sinceridade
No Campo Sagrado da humildade
Quem dera se pudéssemos sermos eternos aqui na terra, mas por nossas atitudes nos foi tirado esse direito.
Oh cadê tu mundo imundo
Que me deixaste aqui
Nessa terra de Zé ninguém
Para morrer
Como um pobre vagabundo.
No encontro com o alvorecer,
vestido de lua e sol,
um poema brotou da terra
em forma de rosa amarela...
A passagem na Terra pode ser breve, mas nossa presença tem que se perpetuar. E pra sermos "Imortais" perante ao mundo, devemos deixar um rastro, um laivo de sangue da batalha que nos consagrou. Esse será o nosso Legado.
Voe o mais alto que puder, pois serei o vento que te fará voar.
Voe o tempo que quiser, pois serei a terra que te fará voltar.