Terra

Cerca de 12173 frases e pensamentos: Terra

regressar seria uma derrota.

tão dolorido foi um dia sair e

deixar a casa. deixar um história..ter que se dividir

se deixar em partes, mas

regressar jamais

mesmo ferido, perdido, segui !

havia a noite para aquelas saudades que viriam.

de tudo e de todos. havia o choro silenciosos e sufocado no travesseiro para amenizar a falta

deixar que os olhos enganassem o coração paras coisas difíceis, quase impossíveis, mas voltar derrotado,não, nunca.

quase sempre mentindo para sufocar as dores dos que ficaram , fui ficando..

mas voltar teria sido uma derrota, mesmo tendo perdido tanto. /i

Inserida por IvoMattos

⁠em frente a pracinha, havia um cinema. Cine Rios.
Eu viajava naqueles painéis de fotos de "mocinhos e bandidos",Depois ficava esperando a matine de domingo, quando, então, aconteciam aquelas batalhas do "bom contra o mau". o "mocinho bom" sempre vencia. tinha ainda, a continuação dos seriados intermináveis, que sempre deixavam um suspense no final. perto do cinema, aquela sorveteria. a coisa mais linda do mundo, cada sorvete era homenageado num painel.que ficava exposto na parede. o dono, classificava os meninos que podiam ou não entrar. e foi ali, naquela sorveteria, que um dia, um homem bom,usando botas e chapéu de boiadeiro, mandou que o homem ruim, servisse o melhor sorvete que havia, para aquele menino que não podia entrar na sorveteria.
do outro lado da pracinha, tinha um bar que vendia umas balas com figurinhas de jogador de futebol, com direito a ganhar um bicicleta, desde que você preenchesse um álbum imenso. ganhar aquela bicicleta era quase impossível. mas, foi assim, que um dia, com 8 anos, eu comprei o salário inteiro do meu pai em figurinhas, mesmo ele não tendo álbum de figurinhas.- /i

Inserida por IvoMattos

⁠Culpa do confinamento. O texto é um pouco longo (Não é conto, é verídico)
No segundo ano primário, ano de 1955, eu estava muito mal na escola e com muitas dificuldades em lidar com letras e números, só notas baixas. Naquela época, não sei hoje, os alunos tinham que levar o boletim para casa, mostrar para os pais. os pais com aquele método acompanhavam a vida escolar dos filhos..assinavam o boletim e o aluno devolvia para a professora. . No meu caso especifico era minha irmã que cuidava desta parte, ou seja,ela era quem assinava o boletim.Para piorar a situação ela trabalhava no Carmela Dutra e me controlava no dia a dia, também.
Num determinado mês, a coisa, que já estava ruim para o meu lado, ficou pior. Meu boletim vermelhou. Aí, tive uma ideia brilhante: Transformei tudo que era três em oito, bem fácil. E quatro em nove , fácil também, só que continuaram vermelhas, infelizmente.. Esperei minha irmã ficar ocupada com os afazeres da casa e no momento certo pedi para ela assinar o boletim. Ela nem percebeu a besteira que eu tinha feito.-- No dia seguinte, cheguei na classe e coloquei o boletim sobre a mesa da professora. Depois de um tempo, ela me olhou, pegou meu boletim e saiu da classe. voltou acompanhada da diretora e da minha irmã. Fui guinchado literalmente pelas orelhas, a diretora de um lado e minha querida irmão do outro. Me levaram até à sala da diretora. Depois de ter confessado o crime, veio o veredito: a diretora, uma mulher da mão maior que a minha cabeça, parecendo um pão caseiro, desferiu um tapa na minha cara com tanta força, que mesmo tendo passado todos esses anos, ainda sinto o impacto da bofetada.. As lágrimas molharam o piso da sala. Depois do castigo físico, veio o psicológico: tive que ficar grudado na parede, exposto para que as outras crianças me vissem. Mas existe a lei do retorno., menos mal:
Meu pai, um homem abrutalhado, não era muito de conversar com os filhos, mas vez ou outra, contava umas histórias, a maioria de fantasmas. naquele momento de sofrimento, físico e psicológico, eu me lembrei dele e de uma das suas histórias: tinha uma que era sobre uma "reza brava", que ele conhecia, que de tão perigosa, não podia ser rezada de frente para o espelho, podia dar um revertério e virar contra a pessoa. Aquela reza espantava todos os tipos de fantasmas, incluindo mula se cabeça, Saci-Pererê, boitatá.Também matava cobra venenosa, cachorro louco, amansava cavalo xucro, etc., Naquele momento de sofrimento,tudo que eu desejava era saber aquela reza. Queria poder fulminar aquela mulher de mão grande, e junto, de lambuja a minha irmã. , mas o que fazer? eu não sabia, ele nunca ensinou para os filhos. Então, tentei outras rezas domésticas, implorando às entidades que a castigassem, mas nada, ela saia e entrava na sala, me olhava, ria da minha situação e comentava com as outras professoras, que ali estavam e todas riam. Algumas comentavam que o castigo deveria ter sido maior.. O tempo passou. Repeti de ano, e eis que o retorno atuando: Aconteceu uma tragédia na cidade. Os sinos da igreja estavam mudos. O padre havia desaparecido da cidade. Nunca mais vi a mulher de mão grande. Mão de pão caseiro./i

Inserida por IvoMattos


Gratidão. (
Ali estava eu novamente, no centro de São Paulo, se escondendo da chuva. Já havia estado ali pelo menos umas dez vezes. Era uma agência de emprego. Na noite anterior eu havia decidido, caso não conseguisse um emprego, voltaria para Santa Mariana, mesmo derrotado. Aquela era a última tentativa. A agência de emprego ficava no segundo anda do prédio.r Fui até o balcão, cumprimentei a recepcionista, já minha conhecida, ela me olhou e disse --"nada, não apareceu nada pra você.", . Havia umas cadeiras ali, iguais àquelas de escola. Me sentei e fiquei pensando em como arranjar dinheiro para a passagem de volta para o paraná. A minha situação era a pior possível. Fazia um mês que eu estava batendo sola em São Paulo.
Como eu não tinha uma roupa apresentável, usava um terninho de tergal, propriedade do meu irmão. Terno brilhoso. A camisa com a gola puída, dele também, sem o primeiro botão. A gravata meia boca e torta O sapato era um número menor e do meu irmão também. Para piorar estava com a sola furada. Dinheiro não havia. Aluguel atrasado e para piorar estava com uma gastrite daquelas. A coisa estava tão ruim que na noite anterior, eu tinha brigado com todos os santos, (meus assistentes para assuntos empregatícios), cada um trabalhando com dez por cento de comissão, caso me arrumassem o emprego, seria uma doação para uma instituição. Como não tinham conseguido nada, despedi todos, incluindo o chefe maior. Depois de fazer uma bola com o travesseiro, comprimindo a barriga para diminuir a dor da gastrite, dormi e sonhei com minha mãe.
Então, enquanto eu estava sentado na cadeira, pensando na volta para minha cidade, ouvi uma voz dizendo para recepcionista --"minha empresa está precisando de um funcionário, que seja bom datilografo, faturista, e que conheça um pouco de acessórios de peças. Aquele homem me descreveu. Eu sabia fazer tudo aquilo. Tinha sido faturista na Oleopar, trabalhei na oficina do João Bampa. Meu currículo era mais ou menos. Mas que depressa desci e fiquei, novamente sob a marquise, esperando aquela pessoa. Quando ela apareceu, entrei da frente dela e disse, --'moço, (era um homem) me desculpe, mas estava lá em cima, na agência e ouvi o senhor falar com a moça., eu sou do Paraná, sei fazer tudo aquilo que sua empresa está precisando, "por favor, me consiga esse emprego"“, estou numa situação horrível. Os olhos já acompanharam o pedido, se enchendo de lágrimas. Ele me olhou, e disse:
-- vá até a minha empresa, vou ver se consigo te ajudar, ah, na parte da tarde, tá bem?"-., que nada, fui me informando com as pessoas como chegar até aquele endereço e , depois de uma hora de caminhada cheguei na empresa Agrale. uma empresa gaúcha fabricante de tratores e motores.
Depois de umas três horas de espera. Sofrer com o cheiro do almoço de um restaurante ao lado, ele me chamou, e disse: --” faça uma carta solicitando emprego e coloque alguns dos seus conhecimentos, coisa simples. Depois que você datilografar a carta, vou te apresentar para o nosso gerente, é ele que vai fazer a admissão. Sentei na cadeira, coloquei o papel na máquina de datilografia e comecei. Na primeira batida subiram duas letras e ficaram encavaladas perto do papel. Segunda tentativa a mesma coisa. Terceira tentativa: não consegui regular o papel, comecei a escrever e as letras ficaram tortas. Nesse momento aquela pessoa se aproximou pediu para eu sair da cadeira, sentou e fez a carta inteira e disse: --"Olha, para todos os efeitos, foi você quem fez a carta." Colocou meu nome eu assinei e ele me levou até o gerente. Me apresentou e saiu. O gerente leu a carta, começou a fazer perguntas inerente ao trabalho que eu ia executar, caso fosse admitido. Quando ele me perguntou quais eram as minhas pretensões salariais, lhe disse que precisava ganhar, salário de hoje, uns ¨$1.000,00, não me lembro qual era a moeda, aí ele me olhou e disse que o salário para aquela função não era aquele, era o dobro. Sai dali empregado. Comecei no dia seguinte e fiquei uns três anos trabalhando na Agrale. Fui faturista e tesoureiro. Fiz cursos, viajei para a matriz, Caxias do Sul.
Já me sentido empregado na Agrale, abri uma continha no bar perto do lugar onde morávamos. À noite, com a barriga cheia, tive uma conversa séria com os santos e com o chefe. Pedi desculpas, expliquei a situação etc., e dormi igual um anjo.A gastrite nem apareceu.
Tenho uma gratidão muito grande pelo homem que fez a carta para mim. Se não fosse ele, quem sabe, talvez estivesse morando em Santa Mariana e a minha história de vida seria outra.
Hoje acho que aquela pessoa que me ajudou, foi a mesma da sorveteria, só que de terno e gravata ao invés de bota e chapéu de boiadeiro, quem sabe.

Inserida por IvoMattos

⁠A vida era difícil, mas era engraçada.
Acho que eu tinha uns 7 ou 8 anos, quando ganhei de presente do meu pai uma caixa de engraxar, feita por ele mesmo. Ela era quase do meu tamanho, bem pesada. No primeiro dia de trabalho, como muitas dificuldades, consegui chegar até a praça, Era um sábado, dia de movimento\\Ajeitei a cadeira, a caixa e fiquei ali, esperando alguém que quisesse engraxar Eu, até então, nunca tinha feito aquilo; . Depois de um tempo começou a chegar outros meninos, com o o mesmo propósito que o meu, ou seja: ganhar uns trocados para ajudar em casa. Foram chegando e já me expulsaram dali. Aquele local já tinha dono e se eu quisesse engraxar que arrumasse outro local, mas em todos os locais que eu me ajeitava vinha alguém e me expulsava. No fim, acabei ficando bem longe do "ponto", isso, sem antes ter tomado uns pontapés e juras de que, se voltasse iriam quebrar a minha caixa. Depois de um longo tempo, consegui um freguês.O cara tinha uma botinona bem velha, toda suja de barro vermelho, barro cola, Lidei um tempão com aquele pedaço de couro feio e imundo., Primeiro, lavei bem lavada., barro pra tudo quanto era lado., enxuguei, abri minha latinha de graxa, zerada, marca nuget, a melhor, e mandei ver naquele couro velho, que nem cor tinha mais.-- Depois de bem lustrada até que ficou bonita, ficou meio manchada, mas ficou bonita--, o cara olhou pra botinona, agora mais parecendo um arco íris, me xingou e foi embora sem me pagar. (Mais um que me deu o cano)
Ossos do oficio., Assim começou minha profissão de engraxate, que durou uns quatro anos. Tomei muitas porradas, muitos chutes,quebraram minha caixa mais de uma vez, mas um dia cheguei no "ponto" Ali, sim, também dei muitos pontapés e quebrei algumas caixas de engraxar ,dos meninos que tinham a caixa maior do que eles, mas que precisavam ganhar uns trocados pra ajudar em casa./i

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⁠...e era tanto movimento naquela cidadezinha.! Para mim, ela era a maior cidade de todas as cidades pequenas que eu conhecia, .
Nas lojas, nas ruas, na praça, por todos os lugares, havia gente. Pessoas passeando, outras trabalhando, Era muita gente.
Havia lojas de roupas, calçados, bares, praça de táxi, postos de gasolina, vendedor de abacaxi, melancia, mexerica, e crianças; uma dezena de engraxates. , Carros, carroças e Caminhões,q viam da zona rural, abarrotados de gente, .Tanta gente" parecia uma revoada de pássaros. Viam fazer suas compras, passear. Elas usavam sua melhor roupa, seu melhor calçado. ,Andavam pela cidadezinha, com aquele sorriso de felicidade. Naquele tempo as pessoas se conheciam, sabiam escutar...sorriam. Verdade, as pessoas sorriam!. Até se abraçavam.
.
E as noites? Ah, as noites eram maravilhosas! Depois de um banho com sabonete de cheiro. Uma brilhantina no cabelo, um lenço no bolso, um pente flamengo, e dá-lhe cinema, depois pracinha , brincadeira dançante, namorar de mãos dadas. .
e se não bastasse tudo aquilo, vez ou outra, vinham aqueles circos e armavam aquelas estruturas mágicas de onde saiam todo tipo de fantasia.,os palhaços, globo da morte, trapezistas,tinha show de teatrinho. Vinham, também os parques de diversões com seus brinquedos: roda gigante, balanço, tiro ao alvo, barraca das argolas, martelo, e mais uma infinidade de coisas maravilhosas, isto, sem falar nas músicas que saiam dos seus alto falantes, meio fanhosas, e que alcançavam todas as casas da pequena cidade, levando suas alegrias. Por onde andam aqueles dias ? Eles, quando ia

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⁠Era uma vez?... não, foram várias vezes. ! Depois de eu ter largado meu cunhado com os dois bois, tinha certeza que ele iria aprontar comigo. Só não sabia como e quando.
--Um sábado de manhã eu estava atendendo no balcão da mercearia, quando chegou um homem me procurando, Fui até ele, achando que fosse alguém querendo alguma informação, não, não era nada de informação, a coisa era mais seria, muito mais. Ele se apresentou como irmão da Margarete. Bem, Margarete era uma moça que trabalhava num bar, que existia em frente da mercearia, garçonete. Era ela quem atendia os jogadores de snooker, servindo bebida e salgados para os jogadores. Meu cunhado sempre, à noite, ia jogar e eu, como sempre, junto com ele.Eu acho que ele me viu olhando para a Margarete, coisas de adolescentes. Naquela época eu tinha uns quatorze anos e a Margarete uns vinte., mas tudo bem, na cabeça dele estava existindo alguma coisa e ele iria tirar proveito daquilo. O rapaz que se apresentou, que se dizia irmão da Margarete, tinha vindo de outra cidade para resolver um problema muito serio. --"minha irmã está gravida e ela falou que você é o pai-"., ah, já falei com o juizado de menores. Quero resolver este assunto rápido-"Na sequencia me chamaram no telefone. Era do juizado de menores. Eu conhecia a pessoa que estava no telefone e de fato ele era, não o juiz, mas comissário de menores. Quando atendi ele foi me questionado se era verdade, se de fato o filho era meu.? Meu Deus! Larguei o telefone e fui em busca do meu cunhado, mas ele tinha saído, Fui, então, em busca da minha irmã, Ela, sim, estava em casa. Contei a história, ela nem deu tempo, me arrastou pelos braços e fomos até o bar, onde a Margarete trabalhava. A coitada da Margarete estava trabalhando e nem teve tempo de saber do que se tratava. Minha irmã foi falando um monte de besteira para ela, Disse que eu era criança e que ela a Margarete, já era uma moça formada, etc, e que jamais ela ia permitir que eu cassasse, e falou mais umas palavras impublicáveis.
Me puxou de volta para nossa casa. Pegou uma mala, jogou umas peças de roupas dentro e disse: vou te mandar para Santa Mariana, --Vamos! se arruma. Só volte aqui depois que as coisa se acalmarem, melhor, eu vou te buscar.
Ela não me deixava falar nada. --"Vai despedir do Ney(meu cunhado) e não diga nada, depois eu explico para ele." Saí procurando pelo meu cunhado. Logo encontrei ele. ele e mais umas quatro pessoas, bebendo e rindo. Olhavam para mim e riram mais ainda. Foi aí que eu vi quem eram os outros três. Um era o cara que se disse irmão da Margarete, o outro, o Macaé, comissário de menores e o terceiro, irmão do meu cunhado. Voltei para minha casa contei para minha irmã e lá fomos nós novamente conversar com a Margarete. Depois de muitas explicações e desculpas, etc. ficamos esperando o causador daquilo tudo. Minha irmã é bem pequena perto dele, mas naquele dia ela parecia um gigante Deu a maior dura nele.
Depois de uns tempos, estávamos no bar, novamente. Ele jogando e eu olhando, agora sim, com uns olhares lânguidos para a Margarete, que depois do ocorrido, dava uns sorrisos bem gostosos.. /i

Inserida por IvoMattos

⁠Por todas as vezes que eu disse: te amo, tenho certeza que não foram suficientes, ainda. Há quarenta e cinco anos eu te perguntei -"Quer namorar comigo? (naquela época era assim que as pessoas agiam), até hoje você continua dizendo que sim. Você é parte da minha alma.
Te amo.

Inserida por IvoMattos

⁠História do Chicão Terra Mattos
Era uma manhã. mês de junho, chuva e frio. Debaixo de uma marquise, mas parecendo uma caixa de papelão, lá estava você. A principio pensei que estivesse dormindo mas você me olhou de um jeito, meio assim pedindo ajuda.. Me aproximei de você e vi que você estava ferido. Pensei que fosse acidente, pelo local, uma avenida movimentada, mas não, não foi acidente. Conforme o veterinário você foi brutalmente chutado. Quebraram a tua .perna.
Fazer o quê? Você estava sofrendo e precisava urgente de um veterinário e foi o que eu fiz. Os exames mostraram que não tinha sido atropelamento e sim, um chute que quebrou sua perna,na altura do joelho. Depois de uns 10 dias internado e após a alta, você veio morar na nossa casa, isto há 10 anos.
Um mês atrás, antes deste acontecimento, nosso cachorrinho, Xuxo Terra Mattos, havia falecido de câncer .Estávamos todos tristes em casa.. O Xuxo Terra Mattos, viveu 13 anos. Tinha toda uma história com a gente. , mas aí apareceu você e você amenizou nossas tristezas.
Você faz nossos dias, todos, diferentes..

Inserida por IvoMattos

Se você viver pensando na opinião dos outros,você nunca será bem vindo ⁠

Inserida por Carlosterra39

⁠⁠Combate o bom combate de Cristo é fazer a diferença sem ser indiferente e viver em novidade de vida diariamente

Inserida por Carlosterra39

⁠O trenzinho:
lá vai ele.
cheio de notícias boas, quem sabe
cheio de saudades, quase sempre
devagar...assim, na velocidade dos abraços saudosos...
contornando as curvas das lágrimas, brincando de esconde esconde nos túneis dos sonhos, demorando pra chegar

Inserida por IvoMattos

O Crescimento requer o ESFORÇO de todos,e não apenas de Alguns

Inserida por Carlosterra39

⁠Existe aqueles que são IGREJA e aqueles que vão a igreja

Inserida por Carlosterra39

⁠Se você acha que o propósito da vida é apenas servir seu propósito,Desculpe você não tem PROPÓSITO.

Inserida por Carlosterra39

⁠minha alma criança
ficou escondida nas aventuras
da minha infância.
hoje, já quase não mora mais em mim.
têm dias que se abraça nas lembranças de outrora
e brinca de heroína nas batalhas
imaginárias dos meus sonhos de menino. Ivo

Inserida por IvoMattos

⁠Pequeno Delito.
Em 1953, onde foi a Olerol, era uma acampamento de uma empresa que estava construindo a Rodovia (asfaltando) Havia várias casa. Umas mais simples e outras um pouco melhor que eram destinadas para os engenheiros, acho. Como qualquer moleque da minha idade, 6/7 anos eu me maravilhava com aquele vai e vem de máquinas. fazendo estrada e jogando aquelas mistura de pedras que depois eram cobertas com piche, deixando aquele cheiro de óleo diesel no ar. O dia era curto.
Uma noite acordei com minha mãe me chamando. Estava pegando fogo numa das casa do acampamento. Como era uma casa bem simples, cobertura de sapé, queimou bem rápido. Na manhã do dia seguinte eu encontrei várias garrafas derretidas parecendo figuras de bichos. Guardei algumas como relíquia. Eu tinha um esconderijo, uma caverna, que ficava debaixo do assoalho da nossa casa. No esconderijo ficava meus tesouros. Tinha estilingue, pião, faquinhas feitas de serra, bolinhas de gudes, um canivete corneta, coisa rara. algumas pedras coloridas e agora os vidros com aspectos de bichos.
Eu dividia o tempo em duas partes; de manhã ficava vendo as máquinas trabalharem e a tarde fuçando pelo acampamento, subindo e descendo nas máquinas quebradas me imaginando operando aqueles monstros.Vez ou outra eu dava uma inspecionada nas casa dos engenheiros. Numa dessas "fuçadas" achei uma casa com a janela da cozinha aberta e, como não podia deixar de ser, olhei e vi, sobre a mesa, uma lata de abacaxi.; Uma coisa inimaginável para nosso poder aquisitivo familiar . Me afastei rápido dali, mas algo me puxava de volta. Entre idas e vindas, numas da vindas pulei a janela e levei a lata de abacaxi, que por um dia, passou a fazer parte do meu tesouro. No dia seguinte, aquela máxima que diz que o criminoso sempre volta ao local do crime, atuou e lá estava eu observando o movimento. Tudo calmo,nada de anormal, janela aberta e no local da ex lata, um vasinho com flores. Esperei mais um dia para dar fim naquela tentação. Tive que dividir uma boa parte com as formigas, mas faz parte. Dei fim na lata e voltei a ver as máquinas que comiam e vomitavam terra
Eu me confessei alguns anos depois. Fiz um combo de pecados e entreguei nas mãos do padre. Aquelas mesmas mãos que um dia eu beijei com a boca cheia de manga. Claro que esse pecado não foi o maior, mas ele só perdia para os da figurinhas. /i

Inserida por IvoMattos

⁠O menino de cabelos de anjo
No segundo ano primário. veio estudar na minha classe um menino que era filho de uma família circense. Esse circo ficou muito tempo em SM. Minha irmã, Madalena, fez até alguns papéis de Nossa senhora em uma das peças que eles apresentavam, isso me permitia entrar de graça. Mas voltando ao menino. Então,o menino devia ter a mesma idade minha, uns 8 anos. A unica diferença era o tratamento que foi dispensado a ele pela nossa professora, que sei o nome, mas não vou dizer. Ela, depois que esse menino veio estudar na nossa classe, simplesmente esqueceu do resto da classe. Tudo era para menino. --"Ela dizia que ele era o mais bonito."Que Ele parecia um anjo", ah, era limpinho...,, ´´E verdade.ele era louro dos cabelos encaracolados e cheirosos, como dizia a professora. Um dia, nós vimos; ela botou ele sentado no colo e ficou alisando os cabelos dele.Todos os dias era a mesma situação., Quando algum outro aluno tinha alguma duvida e perguntava para ela, além de chamar o aluno de burro ela jogava o que tinha na mão, giz, régua, apagador, etc. Era um bagunça generalizada na classe.
Enquanto o circo ficou em SM, foi aquilo. Um dia, o circo se foi e o anjo sumiu da nossa classe. Eu, hoje, cheguei a seguinte conclusão: nós:, feios, fedidos, cabelo cortado bodinho (mais fácil para catar piolho), descalço (grande parte), o guarda pó mais azul do que branco, e mais, a gente vivia grudando tatu debaixo da tampa da carteira e comendo a borracha do lápis.., queria o quê?
A unica coisa que ficou do menino anjo, para a professora, acho, foi a saudade dele, Vez ou outra ela ficava olhando para a carteira que ele sentou, e ficava assim, meio que suspirando de saudades../i

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⁠ma vez, mês de junho, dia bem frio, eu e mais dois meninos, pegamos uma lata vazia, colocamos estopa embebecida em óleo diesel, (dois deles trabalhavam na oficina mecênica e eu no auto peças) e fizemos um fogueira para esquentar do frio, que estava bravo. Naquela época, a roupa era bem simples, Normalmente a gente usava um calção de elástico,uma camiseta e uma blusa de flanela, que nossas mães mesmo faziam. Descalços e da canelas cinzentas. Estávamos por ali, com frio, mas dando risadas, se divertindo, quando chegou um menino, filho do dono, com uma roupa totalmente diferenciada da nossa. Estava de luvas, uma bota, gorro na cabeça e um cassaco, azul. Ele olhou pra nós, riu da nossa situação e perguntou: --Vocês não te roupa de lã, não? Lã? Que que isso? .Ele permaneceu um tempo, ali, tentando se entrosar, mas ele só tinha a roupa de lã.ele não era igual a gente, jamais seria. /i

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⁠CESTA DE NATAL AMARAL.
Houve um época, que o charme em Santa Mariana era,
no final do ano, comemorar o natal se deliciando com os produtos que vinham dentro das famosas, "Cesta de natal Amaral.". Então, nesse tempo., com meus 9 anos de idade, ela era meu o sonho de consumo. Sonhava com aquela maravilha. Havia propaganda nas emissoras de rádio, No alto falante do bacarim,Nos carros de som pelas ruas da cidade, que divulgavam a bendita cesta. Você podia compra-la no inicio do ano e ir pagando mês a mês, até chegar o natal.
Próximo da nossa casa, havia uma família, classe alta, que comprou uma cesta daquela.,a maior, numero cinco.,( quanto maior o numero maior o tamanho da cesta). Fiquei o ano todo esperando a chegada do caminhão que fazia a entrega. Meu desejo era ver se era verdade e se tinha tudo aquilo que eles mostravam nas propagandas, dentro da cesta, isso, claro, se o meu vizinho permitisse . Num belo dia, final do ano, eis que chega a tão esperada cesta. Uma festa na nossa rua. Moleque pra tudo quanto era lado. .Eu, como morador vizinho, me sentia meio sócio do objeto, com direito até à descrever alguns detalhes da referida Cesta.. Naquela noite, depois de uma espera angustiante, me foi permitido olhar dentro daquela coisa linda.mas só por cima sem tocar em nada. Depois de aberta, eu vi: havia uns enfeites de papel celofane vermelho., e do meio dele dava pra ver as pontas dos litros: do vinho, dos espumantes / champanhe, suco de uva.,Tinha também castanhas. Mais para o fundo, os donos remexerem e apareceu, debaixo do papel vermelho, uma maravilha., uma obra prima muita linda.Era uma lata redonda. Na tampa, as figuras desenhadas daquilo que vinha dentro. Eram quatro desenhos no formato de triângulos, com as bordas arredondadas. Não teve jeito, pedi para segurar aquela maravilha..,relutaram mas deixaram que eu segurasse por
alguns segundos, aí eu pude ter nas mãos aquela lata magica . Olhando para ela, deixei que a minha imaginação viajasse e eu pudesse saborear, um pedaço por vez, da goiabada, da marmelada, do figo e do marron glace, que fiquei sabendo o nome naquela noite., pra mim era batata doce..Alguns dias depois, fuçando no entorno da casa do vizinho, meus olhos se depararam com ela--ela mesmo!, a lata. Aquela obra prima, ali, jogada,vazia, como se fosse uma coisa qualquer. Por alguns segundos, fiquei, ali, olhando pra ela, meio consternado pelo fim que ela teve.. Muito tempo depois, alguém da minha família comprou uma lata igual àquela, e eu pude conhecer o sabor daqueles doces. mas não era natal. e nem era da Cesta de Natal Amaral./i

Inserida por IvoMattos