Ternura
Espere um pouco,não diga que o ama de cara ou com apenas palavras. Seja paciênte e busque a perfeição,e mesmo depois de tê-la,espere um pouco mais, só mais um tantinho,se ele chegou até esse ponto te esperando,é por que ele já não vive sem você,isso sim é amor.
Vejo muito amor por beleza exterior que inevitávelmente acabam sem nem perceber, e paixões interiores durarem uma vida inteira.
Me verei no teu olhar
Ainda hoje
Falarei do meu amor por ti
Mais intenso e mais ardente
Nestas chamas que insistem
Em abrasar-me...
Teu silêncio em meu olhar,
Teus olhos em meus olhos
Que recuso a deixar.
O que dizer...
O que sentir
Senão teu ofegante respirar...
Não há palavras que lhe façam conhecer
O quanto eu anelo por você.
Só te faço saber
Que para sempre me verei no teu olhar.
Se tem alguém que sabe o verdadeiro significado da palavra felicidade é aquela pessoa quem um dia já enxugou as lágrimas entre um soluço e um sorriso flutuando em um olhar de ternura e mergulhando em um abraço apertado e infindo, ouvindo alguém lhe dizer: "Voltei porque te amo e não consigo mais viver sem ti".
Entregarei
Eu me vejo no teu mundo
Só pra imaginar o meu,
Onde as cores são mais belas
E as estrelas tem mais brilho...
É puro esse sentimento
Transcendente ao meu tempo
Em que me entrego de momento
Em teu corpo ou pensamento...
Se em desejos, não sei.
Se por paixão, tal vez...
Mas por amor,
Sempre a ti eu me entregarei.
Edney Valentim Araújo
Amar você
Dos sonhos que a vida me negou
O bem mais precioso é o teu amor.
Tal qual o mundo que não vejo
Eu me amoldo em pensamentos
Insistindo amar você.
São ondas que se quebram
E fragmentam em arrebentação,
Mas ao final, se juntam e se rejuntam
Pra negar a solidão.
Vejo a vida por espelho
Em contornos tão perfeitos
Que me unem a você.
Se seria noutro tempo
Ou mesmo no teu mundo,
Não seria diferente
Eternamente eu desejar amar você.
Edney Valentim Araújo
Olho em frente com o olhar fixo no céu, e com minhas palavras tento explica-lo, mas tentativas vão e vêm e percebo que não sei, então vou descrever o que vejo...
Vejo imensidão do azul,
Vejo ternura e aconchego no branco,
Vejo alegria em rajadas do sol em amarelo,
Mas agora, vejo vida em gotas de água caindo do céu, mas agora não existe cor, pois ela viraram um arco-íris, elas se transformaram em TODAS as cores
Amor maior
Não necessito de um amor maior
Eu só preciso do seu amor,
Por quanto em mim
Desejo-te cada dia mais e mais.
E se outro sentimento
Em mim nascer
Torne-o pequeno por nós dois
E deixe crescer o teu amor por mim.
Essa dependência que me lança ao arredio
Deste frio inverno...
Sem flores, sem perfume, sem o teu calor,
Não sei se corro ou te espero na estação do amor.
Seja como for, eu só quero o teu calor
Pra aquecer esse inverno de dor,
Para chegando a primavera
Levar cativo o seu amor.
Edney Valentim Araújo
Nosso mundo
Que tudo em mim permaneça como está,
Eu vim ao mundo só pra ti amar.
E no embaraço desse amor
Desembarquei na solidão.
Organize o teu mundo
Onde possa me achar,
Ponha tudo em um lugar
Em que eu me encontre em teu olhar.
Deixe-me ficar onde eu possa te amar,
Pois é lá com você que eu quero sempre estar.
E se o teu mundo se acabar
Deixe o nosso mundo começar,
Só não me deixe nesta vida sem você ficar.
Edney Valentim Araújo
Por sentir
Desejei falar-te o meu sentir
E lhe expressa “o meu amor”,
Só não soube o que dizer
Nem mesmo soube como agir.
O amor é mesmo assim,
Não se fala o que se sente
Ele mesmo se expressa
O que se sente por viver...
É como eu fico junto a ti,
Não lhe sei o que dizer
Nem mesmo sei o que fazer...
O meu desejo é simplesmente amar você!
E se me vir comigo estar
Sentir-se-ia esse amor a transbordar,
Pra fazer do teu querer
Em amor por mim se transformar.
Edney Valentim Araújo
'DEUS'
Deus é 'interpessoal'.
Arquétipo imprescindível aos homens.
Arquiteto nos jardins privados.
Moldando passagens,
ínfimo na sua pomposa majestade...
Deus é 'gabarito'.
Flutuando com suas respostas.
Ritos e arritmias criando vastos monumentos.
Energia em versos,
sentimentos...
Deus é 'vereda',
inesperado.
Folhas que caem despercebidas.
Terra prometida,
chuvas ácidas...
Deus é 'humanitário',
plantando bondade nos corações dos homens.
E os homens,
com definições patéticas,
criando desaires...
Deus é o 'mundo'!
onde tudo caminha para guerras,
Invólucros homens corruptos,
corações de pedras,
microscópio...
Deus é 'criação dos homens'.
Latifundiário.
Comandando cenários.
Literário quando o assunto é,
salvação...
Deus é 'humano',
sicrano desmedido.
Inevitável no hora da morte,
no amanhecer.
Sublime quando o objeto é remissão...
Deus é 'interior',
pintado nas galerias presumidas.
Sabor imanente,
hermético.
Prognóstico dos homens...
'O RIO SEMPRE CORRE'
Os rios sempre correm,
nos olhos correntezas tropeçam.
Pupilas pequenas,
peixes artificiais.
Puro 'eu' no espectro da cena...
Canoas enferrujadas,
abotoadas no leito caído.
No remanso,
limbo de abelhas,
insetos praguejando tormentos...
Da janela,
carnificinas estilhaçam o peito amarroado.
Sou agora fúlgidos ferimentos,
perdas no espaço,
loucos sentimentos...
Curvas infinitas,
nas ilusões deixadas nas noites.
Rios permearão,
nas pernoites passadoras,
nas auroras de essências deixadas p'ra trás...
Sonho carnes cruas e mera existência,
sequelas jogadas nas ruas.
Sons nas madrugadas digerindo utopias.
Tudo se foi com os ventos,
deveria!
Reflito à montanha calado,
presente gladiador em revoltas,
águas revoltas nas nuvens.
Serei contornos sem inspiração,
ausência de rotas no alvorecer...
'DIFERENTE'
Tudo ficou diferente,
após o aluvião.
Aos doze,
cicatrizes se abraçam.
Turbilhão de andorinhas,
voando sem direção...
Obstante,
a semelhança é vil.
Raios solares duplicados,
os ares são os mesmos navegando bordões.
O tudo vira nada.
A sacada são rodas dentadas...
Ambíguo o empírico,
a diferença está nos sonhos.
Olhos recíprocos!
Nas mãos olhando p'ra cima.
A diferença está na breve humildade,
no simples homem despojado...
'O TEMPO DO MUNDO'
Acordo às seis da manhã,
e quando olho p'ro mundo,
já é madrugada nas horas que passam...
O relógio pouco importa.
Raios já ultrapassaram-me.
Estou sem cordas vocais...
Sempre pela manhã.
Dou um abraço no filho pródigo p'ra que ele não se perca nas veredas.
O abraço ficara pendurado no caminho...
Olho para os lados,
e sempre vejo ela,
cabelos brancos no tempo...
E a vontade é sempre abraçá-la.
E falar-lhe do amor que explode na alma.
Mas não tenho...
Sou arte mal acabada.
Que pragueja as rotinas que vêem ao despertar.
E o grito sempre ecoa calado...
No rio o grito abafado.
Com suas tralhas penduradas.
Sem peixes para alegrar o sorriso...
Apaguei os fogos que surgira.
E adociquei a salada de alecrim.
Com certa pitada de paixão...
Mas o tempo escorrega pelas mãos.
Como o rio inerte passando à minha frente.
O mundo vai ficando propenso...
Desmedido quando a vontade é amá-lo.
Desbrotar-lo-ei ao extremo.
Se seguir estrelas vãs...
Temos todo o tempo do mundo.
Mas a vida é passageira.
Tinha dez anos e agora sessenta...
Nem tudo se sustenta como desejamos.
Tínhamos tantos planos.
E um amor na janela...
E agora só dores sequelas.
A porta sempre aberta.
O vento trazendo as cinzas...
Lembrei-me quando menino.
Subindo montanhas.
Pegando pescados...
Sem medo dos rios.
Ou do tempo distante.
Sendo abraçado por todos os lados pela mãe...
As esperanças terminam.
Como as relvas queimadas.
Não há brotos nas terras disfarçadas...
Apenas o tempo que se perdeu.
Não se sabe como.
Talvez na escassez...
Ou na breve lucidez de se tornar imortal.
Na falta do pão para alimentar a alma.
Nas palavras não ditas ficadas p'ra trás...
O amanhã será passado.
Perdido na criança que se alegra.
Serei pó nos nascimentos que virão...
Imortalizado nos filhos.
Não mais a figura que poucos viram.
Talvez a roda não deveria ser dentada...
Espalhando águas.
Jorradas pela manhã.
Nessa ilusão que um dia morrerá...
'CERTO DIA'
No fim das contas ela sabia de tudo! Sabia que iria para um lugar que ninguém sonha. Lugar de pessoas medonhas. Ninguém se importam muito umas com as outras. Estão muito ocupadas para isso. Quando se tem tempo, gasta-se como quer, plantando e espalhando cicatrizes paradoxas...
Não dá para ignorar os infortúnios da vida! Eles veem quando menos esperamos. Logo ela que, creio, não merecia! Lavou, passou, fazia comidas das mais agradáveis quando pudia. Era atenciosa com o homem da casa. Sem perceber, as doenças lhe atacara. Tinha vida pacata, exceto por um vício que nunca deixara...
Todo mundo tem vícios, pensara! Pelo menos um deve-se ter nesse corre corre contemporâneo. Homem sem vícios parece não ter muito sentido. Não teve filhos como a maioria das mulheres. Não sei se, seu futuro rebento agradeceria-lhe, mas confessou-me algum dia: falta ou diferença pouco fazia. Colocar filho no mundo e tentar moldar-lhe não é tarefa fácil...
Já cuidara de crianças de outros pais e dera muito amor de mãe. Seus caminhos findaram como a água de poço no verão. Sua face não esbanjava felicidade. Isso soa meio clichê, talvez constrangido. Não se fala de algo que parece tão distante dos olhos. Ela sorria feito criança, brincara nas calçadas da vida. Sempre próxima, parecia distante...
Dia atrás, o mundo virou-lhe às costas. Não parecia ser grande problema. O emblema é que: o mundo sempre deixa-nos à ver navios. Isso acontecerá com todos, sempre dissera! Apenas acho que ela não teve muita sorte com o tempo. Bem, ela poderia estar entre os sortudos. Desses que apostam tudo, e não têm medo das consequências...
Certo dia seus olhos fecharam de vez e hoje, depois de algum tempo, não é muito lembrada. Talvez isso faça ou não faça alguma diferença. A receita para vida se aprende em pouco tempo. O amanhã é coisa que não nos pertence. Os aprendizados tornam-se palavra de bolso, sem muita praticidade. Mas a verdade é que, o vilão sempre será o tempo, correndo nas mãos...
Tentara de tudo, desde jogar as pedras que tinha nas mangas e beijar o infinito, mas não foi mais possível. Deitada, descobrira que seus ciúmes fora em vão. Que suas raivas não tinham sentidos. O seu lar ainda esconde imenso aprendizado, não ensinados em faculdades. Perdeu todas as arrogâncias e os bens que planejou. Seus pés não mais tocam os chãos, e os seus braços não abraçam. Perdera àquilo que nunca ganhou...
Mas as frase de bolso ainda perduram em alguns corações. A vida parece tão, mas tão pequena! Um dia sentiremos falta dos amores que nunca tivemos e da essência das flores que não cheiramos. Falta dos abraços das crianças ainda vivas no peito. Falta da vida, dessa que sempre sonhamos. O hoje será esquecimento. Amor findo. Brisa leve jorrando solidão. Algo nada inspirador no escurecer...
'POBRE CRIANÇA'
O destino abraçara o pesar.
Filme à céu aberto,
estampando o prato bestial do meio dia.
Mãe à tiracolo,
sem colo para aquecer o frio matinal.
No ônibus milhares de fúteis paisagens.
Quatro da manhã e sete anos de pura espontaneidade,
sem tantas respostas,
o garoto fez-se homem de idade.
Não decorou ruas paralelas,
nem fadas.
O menino nascera do nada,
criança prodígio...
A vida era-lhe autêntica,
miragens.
Hoje microfilmes.
Turvos dias apenas!
O estômago embrulhara os ecos.
Risos soltos - projeções -,
sem foco,
reflexos.
Infância corroída nos aluviões,
perdido como pedras nos rios profundos.
Os dias não tinham porquês,
longe as expectativas,
tudo vinha meio sei lá pra quê...
Casa de palha.
Entulhos e panos ao redor de uma vida baldia.
Que chatice!
Hoje tem escola.
Mas a barriga ainda ronca.
Vazia de futuro
uma,
duas horas.
Sou mais meus carrinhos de latas!
Fico a Imaginar outros meninos,
fortes e fartos à vontade.
Fazendo trajetória,
futuro promissor...
Histórias sem leitores.
Quase nada mudou!
Apenas retrocesso,
do processo circular estagnando e definhando pessoas.
Sou da lama,
quem se importa?
Trilha sonora nas mãos,
faço lúdica às minhas memórias.
Atual leitor de um mundo melhor.
Ainda inventor,
correndo nas chuvas.
Íngreme em chamas,
utopizante em vitórias...
Ter umas caixinhas de bombons e uma felicidade no travesseiro, já é muito para quem dormia ao relento e sonhava com as estrelas no amanhecer...