Terapia
"Curtidas e seguidores se tornaram as novas moedas da autoestima, alimentando o narcisismo secundário nas redes sociais."
"Pacientes demonstram em seus atendimentos como uma autoimagem construída de forma inadequada impacta negativamente suas relações interpessoais."
"Os laços da primeira infância influenciam nossa capacidade de amar e se relacionar na vida adulta."
"A identificação no espelho é um marco psicológico e simbólico, essencial para a formação da identidade infantil."
"A capacidade de estabelecer relacionamentos positivos na vida adulta está diretamente relacionada aos vínculos formados na infância."
"A conversão do supereu ocorre através da interiorização de experiências, adaptando-se às novas realidades."
"Produções figurativas internalizadas, sejam de pessoas significativas ou símbolos culturais, moldam nossa autoimagem e comportamentos."
"Alguns influenciadores digitais promovem padrões de beleza fantasiosos, impactando negativamente a saúde psíquica de seus seguidores."
"O 'falso self' surge quando esculpimos nossas vidas para atender expectativas externas, em detrimento do verdadeiro eu."
"Combater a dismorfia corporal exige promover a aceitação e a valorização da diversidade corporal, além de criar um ambiente digital mais saudável."
"O biopoder é visível nas políticas que controlam a natalidade, a vacinação, plataformas digitais e mídias, e o acesso aos serviços de saúde, impactando diretamente o bem-estar dos indivíduos."
"A alfabetização digital é essencial para interpretar criticamente as informações recebidas e reduzir os impactos negativos do capitalismo de vigilância."
"A análise do biopoder nos ajuda a entender como o poder é exercido não apenas através da política, mas também no nível dos corpos e das vidas de cada um."
"Ao abraçarmos nossas limitações, percebemos que elas nos tornam mais fortes e resilientes, provocando nosso crescimento e aprendizado."
A depressão pode atingir qualquer pessoa, mesmo quem parece "ter tudo" — sucesso, conforto ou status. Isso acontece porque ela não depende só do que está ao nosso redor. Muitas vezes, é algo interno, como um desequilíbrio químico no cérebro ou até fatores genéticos.
Além disso, quando se tem muito, pode surgir um vazio, como se faltasse um propósito maior. O peso de manter uma imagem perfeita, as cobranças, ou até o isolamento que o sucesso pode trazer tornam as coisas ainda mais difíceis. Às vezes, dá até aquela culpa: "Como posso me sentir assim tendo tudo isso?"
Mas a verdade é que felicidade vai muito além do material. O que realmente importa são as conexões, o cuidado consigo mesmo e a saúde emocional. Então, se você está passando por isso, saiba que está tudo bem pedir ajuda. Buscar terapia ou tratamento não é fraqueza; é um ato de coragem. Você não está sozinho, e existem caminhos para se sentir melhor. ❤️
Poema da vida
"Como as vidas são vividas?
Elas são, padrões e crenças limitantes repetidas!
Beijamos as mãos apontadas, que nos tornam julgadas!
Cuspirmos nas mãos estendidas!
Os julgadores temus que ficar abraçandos (as)!
Os abraços acolhedores, ignoras!
Dizer ao companheiro (a) o hoje é o que pra tu importas!
Mas, 'os ontens', viveras a depressão, que se torna fantasmas!
O passado importa-te ou tu não importas?
As vozes internas que me fazem SER, dia a dia, não são às minhas!
Digo não me importar, mas em tudo na minha vida há quem opina!
Respeito não é! Pois o medo não me deixa ser respeitado (a)
Ou apenas, nas prisões afetivas é que a vida não me faz sentir merecedor(a)!
Há quem diz, prefiro está certo(a)!
Ou como quem brinca, prefiro em paz está?
" Humanizado, Carlos Henrique)
- Entre Gatilhos e Cuidado: O Perigo de Buscar Ajuda com Quem Não é Psicólogo
É cada vez mais comum encontrar pessoas que se autointitulam psicoterapeutas, oferecendo apoio emocional e se apresentando como guias na complexa jornada do autoconhecimento. Em um mundo onde a busca por equilíbrio mental e bem-estar se tornou uma urgência, muitos se sentem atraídos pela promessa de cura e compreensão. Porém, o que muitas vezes escapa a esses buscadores de ajuda é o risco de confiar sua vulnerabilidade a alguém sem formação sólida em psicologia, alguém que, embora bem-intencionado, pode não estar preparado para lidar com as profundezas da mente humana.
A psicoterapia é uma prática de mergulhos profundos, onde o profissional precisa ter tanto o conhecimento técnico quanto a sensibilidade para entender o que está em jogo. Não é apenas sobre ouvir; é sobre saber o que fazer com o que foi ouvido, entender os meandros dos traumas, os gatilhos, as reações. É ter o preparo para lidar com aquilo que é despertado, com os fantasmas do passado, com os labirintos da mente. Em um ambiente de terapia legítima, é a segurança que permite ao paciente se abrir, sabendo que, por mais doloroso que seja o processo, ele está sendo conduzido por alguém qualificado, alguém que pode ajudá-lo a dar sentido ao que emerge.
Por outro lado, entregar-se aos cuidados de alguém sem formação acadêmica na área é como navegar em mar revolto sem um capitão experiente no comando. Pessoas sem a preparação necessária podem até mesmo evocar memórias e sentimentos tão intensos que, em vez de ajudar, acabam por abrir feridas profundas, sem ter os recursos necessários para suturá-las. Imagine aquele que procura ajuda para lidar com uma angústia, mas, em vez de encontrar alívio, acaba despertando um trauma ainda maior, sem que a pessoa ao seu lado saiba como guiar esse processo.
Não é uma questão de desmerecer a empatia e a boa vontade de quem quer ajudar, mas de reconhecer que a mente humana é um território complexo, onde o perigo do desequilíbrio sempre ronda. Só o estudo aprofundado, a ética e a experiência na prática clínica preparam o profissional para acolher a dor do outro com a responsabilidade e o conhecimento necessários. Quando falamos de saúde mental, estamos falando de algo que demanda não só entrega e empatia, mas rigor, técnica e, acima de tudo, responsabilidade.
Ao procurar ajuda, é preciso discernimento e cuidado. Assim como não iríamos a um médico sem formação, por mais carismático que ele fosse, não deveríamos entregar nossa saúde mental a alguém que não tenha uma formação sólida em psicologia. É uma questão de segurança e respeito ao próprio processo. A dor, os traumas e as dificuldades de cada um merecem ser cuidados com profissionalismo. É essa confiança no saber técnico que permite que a terapia seja uma jornada de cura verdadeira, guiada por alguém que tem as ferramentas e a sabedoria para nos ajudar a chegar aonde queremos – ou precisamos – chegar.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Mente fragmentada…
A mente que se recusa a reconhecer o outro como sujeito pleno de existência, que tudo reduz à extensão de si mesma, opera em um vazio relacional que desregula e fragmenta o ambiente ao seu redor. Essa estrutura psíquica, profundamente imatura, é marcada por uma fixação infantil no centro do próprio universo, como se o mundo fosse um espelho a refletir incessantemente suas demandas, desejos e fragilidades. Não há, nesse espaço interno, uma verdadeira alteridade; há apenas ecos de um vazio profundo, preenchido pela constante necessidade de validação externa.
A terapia, ao se deparar com esse funcionamento, frequentemente vê-se diante de um enigma: como dialogar com alguém cuja capacidade de estabelecer uma relação genuína é severamente comprometida? O erro comum é tratá-los como adultos, como sujeitos capazes de introspecção madura ou de firmar pactos terapêuticos baseados em metas compartilhadas. Isso é ilusório. O que se enfrenta, na verdade, é uma dinâmica emocional estagnada em uma idade mental muito precoce, onde a raiva, a frustração e a incapacidade de lidar com limites predominam.
As reações das pessoas ao redor tornam-se, então, o principal instrumento de observação. Esse funcionamento psíquico desregula os outros porque demanda, incessantemente, que tudo orbite ao seu redor. O caos criado não é acidental; é parte intrínseca da dinâmica. A terapeuta, ao tentar impor racionalidade ou estabelecer estratégias adultas de diálogo, não apenas falha, mas se torna vítima dessa desregulação, entrando no jogo confuso de manipulação e frustração.
O caminho, então, não está em alianças ou acordos, mas em uma abordagem que reconheça a infantilidade emocional presente. É necessário recorrer às ferramentas da psicologia infantil e das terapias de trauma. Tratar essa mente como se fosse uma criança de três anos não é uma metáfora depreciativa, mas uma estratégia realista. A explosão de raiva, o rompimento abrupto, o desprezo pelas regras de interação madura — tudo isso são expressões de uma psique que opera em um registro de sobrevivência primitivo, onde não há espaço para a verdadeira reciprocidade.
Portanto, insistir em abordagens convencionais, baseadas em diálogos racionais e estruturados, é não apenas infrutífero, mas também ridículo. É preciso reconhecer que o terreno onde se pisa é o de uma mente fragmentada, incapaz de sustentar os pilares da comunicação adulta. A terapia, nesse contexto, não deve buscar acordos, mas sim trabalhar com paciência, limites claros e, acima de tudo, a compreensão de que está lidando com feridas profundas que ainda não cicatrizaram. É um campo de batalha onde a maturidade do profissional é testada a cada momento, diante de uma estrutura psíquica que, para se proteger, não hesita em destruir tudo ao seu redor.