Terapeuta
Enquanto procurarmos a felicidade do lado de fora, esqueceremos de explorar por dentro o verdadeiro tesouro que nos faz florecer.
Procure-se do lado certo e não apenas encontre-se, sim, liberte-se.
Clientes não caem do céu. Não adianta você simplesmente fazer um curso, se habilitar em uma técnica, adquirir uma ferramenta ou comprar um equipamento terapêutico. É preciso também gostar de ser empreendedor, pensar em marketing, publicidade, ofertas, público alvo, administração, estrutura de atendimento, recursos informáticos e/ou físicos, protocolos de atuação, website, redes sociais, financeiro contabilístico, leis, concorrência, prazo de entrega (este então, mortal se não for bem definido e cumprido), e tantas outras coisas quantas sejam necessárias para não navegar no amadorismo e viver contando com a “sorte” ou com a “prosperidade acidental”. Aí sim o Universo te encaminha clientes alinhados com sua proposta de trabalho.
Não são os livros que nos ensinam a ser Psicólogos, é a vida.
Os livros, são guias, mapas, mas cada estrada sempre tem os seus próprios desafios escondidos, e cada um de nós vai precisar, durante a condução daqueles que estão sobre os nossos cuidados, também olhar para dentro, para os nossos afetos e enigmas particulares.
A escuta de um trauma
O trauma é uma cordilheira de escombros.
Existe um sujeito soterrado nesse emaranhado de dor?
Existe vida, depois do trauma?
O trauma é afiado, e o trauma falado corta, rasga, craquela o sentido, a fantasia, o imaginário.
E nesse caos subjetivo, a escuta também dói.
A dor de quem ouve o trauma é a dor de presenciar uma avalanche, como um observador distante, de um lugar seguro e impotente, de quem vê a destruição passar, dela não faz parte mas é por ela tocado, e é dela também um sobrevivente.
Como num mar revolto, o terapeuta precisa saber nadar, mergulhar, respirar, numa posição peculiar de quem entra em cena para cuidar de alguém se afoga, sem poder no entanto, salvá-lo ou nadar por ele.
O vidente pode prever o futuro porque ele não consegue ver o interior da natureza das coisas. Mas Tirésias era cego: a visão do profeta não é uma função de consciência do ego, como a visão comum, mas sim do inconsciente, ou da função divina do hemisfério direito, (...).
Um terapeuta ideal seria como o profeta Tirésias, capaz de ler o caráter e predizer o destino.
"A vida
dela, uma estrada
muito longa"
*
Logo cedo na sua adolescência,
conheceu o amor,
mas ela disse que foi uma comédia,
que a fez chorar...
*
Daí não acreditou mais em amor,
prometeu a si mesmo
que chegaria ao extremo,
pra judiar de quem dela se aproximasse,
e faria isso sem sentir temor...
*
A vida
corria
e ela fazia,
do sentimento uma piada,
e se divertia
quando alguém lhe confessava estar apaixonado...💗
*
Até seu terapeuta ✍️
se transformou em poeta,
em doces reflexões
declarava a ela o seu amor,
e ela rejeitava dizendo que sentimento
era o próprio sinônimo da dor,
e ela abandonou a terapia,
e jazia
pela vida inspirando histórias,
e seu coração 💓
era só um vulcão 🌋
de paixões mal resolvidas...
*
Suas vítimas fazem
filas pra derramar suas lágrimas
nos divans dos terapeutas...🛋️
*
<<< Francisca Lucas >>>
Vez por outra a tristeza ou medo entram em nossa bida sem avisar, estando na psicoterapia de modo contínuo, podem até "bater na porta", mas é mais difícil entrar em nosso caminho e por acaso ocorrer, estando em processo de mudança colocamos pra fora rapinho. 🩷
"Em meio às tempestades que nos desafiam, descobrimos força e renovação. A espera, embora difícil, é o solo fértil onde a fé floresce, mostrando-nos que cada pausa é uma oportunidade para crescermos e alcançarmos a serenidade almejada."
"Assim como um rio que flui serenamente, nossos sentimentos devem encontrar um caminho suave e navegável. A felicidade, verdadeira e duradoura, reside no constante desejo de bem-estar para si e para os outros, guiando-nos em direção a uma vida plena e harmoniosa."
Desconstruindo um velho ditado de que " Toda ajuda é bem vinda ", na maioria das vezes permitir-se ser ajudado é mais difícil do que ajudar!
Quando você perde um irmão,
perde um pouco da sua infância
guardada em outro coração.
Perde um testemunho importante
da sua história de vida.
Perde as conversas que você teve
e só teria com o seu irmão.
Perde momentos do presente
e o que ainda poderia ser vivido.
Perde aquele vínculo sólido e estável que sobrevive às diferenças, disputas, ciúmes, brigas e qualquer outro tipo de tensão.
Um irmão nunca deixa de ser seu irmão, então você perde esse laço tão forte de estabilidade e cumplicidade.
Perde alguém que até pode não entender você, mas que conhece sua verdadeira essência e vice-versa.
Você perde uma parte importante de si mesmo, porque um irmão
é uma espécie de extensão de quem somos.
Perde uma grande referência
e uma peça insubstituível da sua vida.
Perder um irmão é difícil e dói bastante.
- Entre Gatilhos e Cuidado: O Perigo de Buscar Ajuda com Quem Não é Psicólogo
É cada vez mais comum encontrar pessoas que se autointitulam psicoterapeutas, oferecendo apoio emocional e se apresentando como guias na complexa jornada do autoconhecimento. Em um mundo onde a busca por equilíbrio mental e bem-estar se tornou uma urgência, muitos se sentem atraídos pela promessa de cura e compreensão. Porém, o que muitas vezes escapa a esses buscadores de ajuda é o risco de confiar sua vulnerabilidade a alguém sem formação sólida em psicologia, alguém que, embora bem-intencionado, pode não estar preparado para lidar com as profundezas da mente humana.
A psicoterapia é uma prática de mergulhos profundos, onde o profissional precisa ter tanto o conhecimento técnico quanto a sensibilidade para entender o que está em jogo. Não é apenas sobre ouvir; é sobre saber o que fazer com o que foi ouvido, entender os meandros dos traumas, os gatilhos, as reações. É ter o preparo para lidar com aquilo que é despertado, com os fantasmas do passado, com os labirintos da mente. Em um ambiente de terapia legítima, é a segurança que permite ao paciente se abrir, sabendo que, por mais doloroso que seja o processo, ele está sendo conduzido por alguém qualificado, alguém que pode ajudá-lo a dar sentido ao que emerge.
Por outro lado, entregar-se aos cuidados de alguém sem formação acadêmica na área é como navegar em mar revolto sem um capitão experiente no comando. Pessoas sem a preparação necessária podem até mesmo evocar memórias e sentimentos tão intensos que, em vez de ajudar, acabam por abrir feridas profundas, sem ter os recursos necessários para suturá-las. Imagine aquele que procura ajuda para lidar com uma angústia, mas, em vez de encontrar alívio, acaba despertando um trauma ainda maior, sem que a pessoa ao seu lado saiba como guiar esse processo.
Não é uma questão de desmerecer a empatia e a boa vontade de quem quer ajudar, mas de reconhecer que a mente humana é um território complexo, onde o perigo do desequilíbrio sempre ronda. Só o estudo aprofundado, a ética e a experiência na prática clínica preparam o profissional para acolher a dor do outro com a responsabilidade e o conhecimento necessários. Quando falamos de saúde mental, estamos falando de algo que demanda não só entrega e empatia, mas rigor, técnica e, acima de tudo, responsabilidade.
Ao procurar ajuda, é preciso discernimento e cuidado. Assim como não iríamos a um médico sem formação, por mais carismático que ele fosse, não deveríamos entregar nossa saúde mental a alguém que não tenha uma formação sólida em psicologia. É uma questão de segurança e respeito ao próprio processo. A dor, os traumas e as dificuldades de cada um merecem ser cuidados com profissionalismo. É essa confiança no saber técnico que permite que a terapia seja uma jornada de cura verdadeira, guiada por alguém que tem as ferramentas e a sabedoria para nos ajudar a chegar aonde queremos – ou precisamos – chegar.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia