Tempos de Criança
Lembranças de criança
Doces emoções do tempo de criança,
Das brincadeiras com os colegas e das aventuras em andanças,
Da escola primária, ao velho ginásio em novas alianças,
Das casas das avós, dos carinhos e comilanças,
Das viagens de férias sempre com as alegrias das cheganças,
Das chuvas de verão, ao frio dos invernos, sempre nascia a esperança,
Das flores dos jardins de primavera, em suas diferentes nuanças,
Dos aniversários de amigos e parentes, sempre aquelas festanças,
Das festas juninas e de suas danças,
Ah, quantas boas lembranças, sem conhecer a desesperança.
A. Cardoso
Crescer é Perder-se
Se soubesse, criança, como passa o tempo,
Voltavas a brincar com pedrinhas no rio,
Continuavas a sorrir para as borboletas,
Aproveitavas o viver como passarinho.
A vida adulta é pura lamúria,
Tem gosto de saudade e cheiro de chuva.
Queria ter ainda a confiança do abandono,
Quando me esquecia nos braços de Deus,
E era feliz nos desvãos do quintal.
Hoje, crescido, com o controle nas mãos,
Não vivo, apenas existo,
Prisioneiro dos meus próprios medos,
Carregando o peso das responsabilidades.
Se pudesse voltar ao ontem,
Onde o futuro era apenas uma ideia distante,
E cada dia uma nova aventura,
Entregar-me-ia à pureza da infância.
Na simplicidade dos dias antigos,
Encontrava a verdadeira alegria,
E na inocência do meu olhar de menino,
Revelava-se o segredo da vida.
Hoje, vejo-me perdido em meio ao concreto,
Nas rotinas sem cor e sem brilho,
E anseio pelo riso fácil,
Pelo despreocupado viver.
Se soubesse, criança, que crescer é perder-se,
Voltavas a brincar com as formigas,
Continuavas a sorrir para o vento,
Aproveitavas o viver em plenitude.
Hoje que cresci e assumi o controle, não vivo.
Tudo é se der,
Tudo é quem sabe,
E o coração ainda sonha ser menino.
Com o tempo a casa velha foi sendo movimentada somente pelas plantas e pelos animais, as crianças cresceram e cada um seguiu o seu caminho, a casa velha era uma casa vazia e silenciosa, mas a essência dos meninos estava em cada canto daquela casa, e eu podia a todo momento sentir.
CRIANÇA RESTANTE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Que a criança restante do tempo que passa
não empate o caminho da maturidade;
permaneça no sonho, mas não na pirraça
e não perca o princípio da sinceridade...
A criança que resta queira bem a idade,
sem querer construir uma eterna trapaça,
distorcer os conceitos de felicidade
como quem ri de tudo, porque tudo é graça...
Seja mesmo feliz, a criança que resta,
considere de fato que viver é festa,
mas que a música pode reciclar seu tom...
Terá sempre seu canto a criança restante;
somos vinho que vai do suave ao rascante
com a mesma missão de ser um vinho bom...
Por onde eu for, em qualquer chão que eu pisar, a lembrança da infância, do meu tempo de criança, para sempre vou levar.
Ser criança
Na magia de ser criança
Pouco foi o tempo
Calça curta na lembrança
Saudade ao vento...
(Traz à alma alento!)...
Pés no chão jogando biloca
Banho na chuva, diversão
Finca, guaraná com pipoca
Queimada, nas mãos o pião...
(Eita! Como é bão!)...
O simples da ingenuidade
O complexo da pureza
Faz da infância felicidade
E da recordação certeza...
(Que não volta mais!)...
Tempos nunca demais
Com gostinho de querer
Outros iguais
Acompanha o nosso viver...
(Ser criança nosso primeiro aprender!)...
Quão paradoxal é o viver!
Um momento, um lapso no tempo, criança estamos, em outro com a idade de todas as belezas de todas as idades.
Um criança anda ao lado de um homem
Na linha do tempo, enquanto caminhava a crianca crescia o homem envelhecia , ao longo do tempo a crianca se tornou um homem e o homem envelheceu sendo carregado pela criança que cresceu tornando-se um homem ...
houve um tempo em que ser criança era uma brincadeira
corríamos
jogávamos bola na rua
e a trave eram dois chinelos ou duas pedras
e não importava se fazia sol ou se chovia
havia sempre um motivo para sair brincar de bolinha de gude
Pique esconde
há tempos Mágicos onde tudo era imaginação
e a vida era simples
era tudo perfeito
éramos felizes com toda a simplicidade
Livre
Lá no tempo de criança
Onde brincava descalça
Os sonhos davam coragem
A boca não tinha mordaça
O cabelo solto ao vento
A chuva era alegria
O jeito de olhar
Tanta coisa dizia
Na noite estrelada
A diversão era garantida
Todos deitavam na calçada
A vida era realmente vivida
É que eu sou de uma época;
Que sabia valorizar
Que não tinha maldade
Nem dentro do olhar
Autoria de #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 11/11/2022 às 14:45 hrs
Manter créditos de autoria original _ Andrea Domingues
Conflito
Tempos que se foram esquecidos,
Quando criança, intervalo adormecido;
Carrinho de roda descendo ladeira,
Atrás de caminhão muito poeira.
Outono passou, relógio atrasado,
Tempos que se foram anos dourados,
Inútil momento passado, pandemia longa espera,
Nem sequer vi abrir a primavera.
Horas que chega em meio ao conflito,
Perde-se o lar, houve-se grito,
Imenso tremor de terra;
Animais se espantam, coisa maldita,
Tanta crueldade, o mundo não acredita,
Senhor salve-nos dessa guerra
Guerra
Horas se vão! intervalo esquecido
Quando criança, tempo adormecido
Carrinho de roda descendo ladeira
Atrás do caminhão cheirando a poeira
Horas que se vão, anos dourado
Outono se foi, relógio atrasado
Inútil passado, longa espera
Nem sequer vi abrir a primavera;
Horas que chega em meio ao conflito,
Perde-se o lar houve-se grito
Imenso tremor de terra
Animais se espanta coisa maldita,
Tanta crueldade o mundo não acredita
Crianças morrendo na guerra.
Em Papai Noel nunca acreditei,
Desde que tenho lembrança,
Dos meus tempos de crianca,
Dele sempre desconfiei;
Porque haveria de acreditar?
Com certeza ficaria contente,
Se trouxesse meu presente,
Nunca me viu chorar ;
Meu carrinho de madeira ,
Descia grandes ladeiras,
Rodas de carretel e sem luz,
Mas entendia e respeitava,
Tudo que os outros ganhava,
Acreditava mesmo em Jesus.
Missias dez/20
Criança, onde está o futuro?
Muitas vezes falamos e ouvimos falar do futuro como algo pronto e acabado que nos espera no amanhã de braços abertos, incondicionalmente bem abertos. Assim, com esse conceito, não agimos como um trapezista que se entrega totalmente pela beleza do espetáculo, pois pensamos no futuro como um lugar para chegar ao fim de uma jornada da qual não se corre nenhum risco de tentar fazer o novo. No entanto, o futuro se apresenta no presente, pronto, mas pronto para ser debulhado pelo nosso sonho-ação.
Falar de futuro para uma criança como um objetivo para ser alcançado por ela é muito complicado, não é tarefa fácil ser entendido ao expressar-se sobre esse assunto tão complexo, porque a criança entende o hoje, ela agarra as novidades do hoje, não teme o amanhã, porque mesmo não sendo de forma sistematicamente racional, sabe que o amanhã nada pode fazer contra ela, pois ele ainda não existe. Na verdade, são as crianças que têm muito para nos ensinar sobre o futuro, porque não ficam presas ao passado, não temem viver o presente e nem ficam escondendo-se do inesperado que surge a cada instante, pois elas pulsam pelo broto de cada segundo!
Contudo, acredito que não há nada de errado em falar do futuro para as crianças, mas penso que é bom falar sobre esse assunto com um jeito especial, é claro! Não podemos fazer severas cobranças sobre o futuro para que não seja enclausurada a simples beleza de viver o hoje. Entretanto, mais relevante do que falar sobre o futuro com as crianças, acho que é se fazer um tapete vermelho do amor encantador ao desenrolar-se no chão do presente de cada uma delas, isso, em um eterno Dia das Crianças.
Hoje é futuro
Os milésimos de segundos
Tic-tac, tempo a sempre passar
Tempo que não volta no tempo
Rios seguem, virarão mar
Larvas viram moscas
Depois das letras? Frase-ar!
Palavras seguem no tempo...
Seguem... Sem jamais voltar
Se insensatas? Choro, perdoar!
Se belas? Alimentam, saborear...
Os passos que no hoje dou
São lápis de muitas cores, rabiscos
Traços, fraquezas ou o riso amanhã
Há sementes na maçã
A vida brota, rebrota e lota
Notícias que ilumino ou derrota.
O ar aprende andar, vira vento...
O vento não pára... Longe vai!
Olhar pra trás? Não pra sofrer!
Parar o tempo? Não, refazer!...