Tempos
Desequilíbrio
Palavra de ordem: individualidade.
Eu e eu. Isso é o mais importante de tudo. Uma relação comigo mesma completamente sólida, um eterno monólogo - graças a Deus (os outros não têm nada a dizer - nada realmente importante, nada que faça diferença).
Ah! mas me mantenho conectada - internet, graças a Deus. O mundo virtual... tão (ir)real... tão ao alcance de minhas mãos.
Valores? Sólidos ou líquidos? Líquidos, né? Afinal tudo é descartável.
Vítima? Não, claro que não. Produto da evolução. E como sou líquida, conformo-me às situações, adapto-me às circunstâncias.
Novo cenário. Ultrapassada eu? Jamais!!
Claro, nada de generalizações, já que não sou burra.... há exceções, sempre as há.... nem todos são assim, nem sempre eu sou assim... ou assado... entendeu?
E você? Opta pela individualidade ou ainda encontra dentro de si resquícios de solidariedade? Há equilíbrio no seu desequilíbrio?
Bom dia, gente do meu caminho,
Tempos difíceis!
Tempos de desencontros!
E, tempos de suportação!
Eu, que fui criado, em meio à gangorra dos radicais e experimentando os limites das pessoas, ainda não me acostumei com estes tempos.
As pessoas, parecem que perderam a noção do que é viver em paz e, já não aceitam a individualidade do próximo e, "o amai-vos uns aos outros", nem pensar, né?
Quando, se é da esquerda, criticam por ser da esquerda.
Quando, se é da direita, criticam por ser da direita.
Quando, se é do centro, recebem uma 'Tag' de "isentão".
Vivemos um tempo em que todos, de alguma forma, recebem uma etiqueta na testa.
Sinto a falta das discussões bem argumentadas, dos ouvidos preparados para escutar e mentes abertas dispostas a pensar.
Mesmo nos tempos das primeiras greves em 78/79, nos discursos de um Lula (ainda quase desconhecido), lá no pátio da Volks e na efervescência dos protestos, ainda assim sentávamos no 'cantinho' do café onde, os opostos conseguiam conversar para entender o momento.
Hoje as pessoas, mal deixam o outro terminar uma frase para começar a criticar e, odiar. Não entendem que podemos ser adversários no campo das ideias sem que para isso precisemos ser inimigos. Se as pessoas não conseguirem conversar e entender, a falta que o outro tem, como será possível construir uma solução boa para todos?
É, os tempos estão realmente muito difíceis!
Paz e bem
Zé Domingos
Fale no passado (eu fiz) e no presente (eu faço), deixe o futuro (eu farei) nos pensamentos. As pessoas não têm que saber os teus planos.
O sentido
São momentos em tempos rápidos;
Veloz com exemplos sápidos;
A evolução de tempos válidos;
Da simplicidade dos hábitos;
Primos igual a irmãos;
São os envios de bênçãos.
Certo ou errado?
Os desafios ? São grãos.
TEMPO
É tempo de se guardar
Esperar o outono chegar
Para verem no inverno as folhas caírem
É tempo de abrir os olhos
E ver o amor partindo
Sem dizer adeus...,
Mas levando um pouco de mim ou de você
É tempo de pisar nas rosas.
Os espinhos não vão machucar
Estas são palavras de amigos que não são amigos
É tempo de entrar no rio
E descobrir novos prazeres
De uma água fria que anestesia os pés
Mas faz a mente voar...
É tempo ainda
De olhar para uma mulher
E ser sentir infetiçado, bobado pela tua beleza
É tempo de enfrentar os medos
De olhar no espelho
E encarar os dragões e lobos
Que existem em mim e ti
Que o impede de ter coragem.
É tempo de fechar os olhos
E sentir a vida mudando, mudando e mudando.
E os sonhos acontecendo.
Porque todo dia é tempo
De se fazer ser diferente.
Ainda há tempo de assistir um velório
Na qual somos assassinos
De nossa própria filosofia.
Por quê?
Todo tempo tem a riqueza de um milésimo
Que não deve passar em vão.
Porque todo dia é tempo que passa e não volta
Será porquê?
Pôr que estou sentindo que estou partindo
E vagarosamente esquecendo de dizer adeus.
Quando a nuvem cair e o mundo tiver acabado, continuarei te amando. Quando o sonho não mais existir, continuarei te amando. Quando a vida parar de acontecer, continuarei te amando. Seguirei o meu momento de amor, ainda que nada mais seja, serei você em mim: um eu fora dos tempos, perto das certezas, longe do fim. Porque tudo que sou continuará te amando. Porque te amar é o meu continuar.
Quando começamos nossa jornada, penso no mundo que estamos deixando para trás. E como eu vi o seu melhor e o seu pior e como teremos os nossos tempos ruins.
Tempos difíceis
Sofremos muito nesse período?
Foi aprendizado.
Choramos muito?
Foi limpeza da alma.
Acreditamos que tudo estava perdido?
Era o início da nossa melhora.
Foram os livros nos uniram. Um amor pelas histórias dentro deles, as aventuras em que nos levam, sua gloriosa distração em tempos de conflito.
BLINDADOS
para Ruy Proença
Quem se lembra ainda daqueles tempos idos
em que havia poucos muros, grades e redes?
As paredes até podiam ter ouvidos,
mas os ouvidos não tinham tantas paredes.
"Em tempos líquidos, não podemos mais esperar o ponto do macarrão, precisa ficar pronto rápido, instantâneo, mesmo que o gosto não seja lá essas coisas..."
foi criado por DEUS um mundo tão lindo
Onde a gente respirava vida e era feliz.
Hoje o respirar está perigoso sem saber se amanhã estaremos aqui.
Deus sendo a própria ciência
Deu ao homem inteligência para construir
Mas o homem um ser tão frio e descrente
Só pensa em destruir.
A nossa vida é uma eterna
Coleção de saudades
Saudade de tudo o que foi bom
E dos tempos que não voltam mais
Saudade do que doeu
Mas nos fez crescer
E do que já deixamos pra trás
Saudade daquilo nem vivemos
Mas que sempre nos deixam aquela
Pergunta
Quem nós seríamos, se tivéssemos feito outras escolhas ou percorrido outros caminhos?
Tempos de boiadeiro
Em ouro de alto quilate,
Cruzo agora um horizonte,
E sigo rumo ao esquadro da minha imaginação,
Assim,
Vou reinventando conforme a força do vento,
Uma história narrada no sertão.
Eram tropas e boiadas,
Naquelas verdes pastagens,
Que linda invernada!
No princípio,
Não tínhamos caminhões boiadeiros,
Tudo era tocado com o som de um berrante seresteiro,
Os caboclos eram sonhadores,
E as celas eram de primeira,
O burrão cargueiro levava,
Toda carga e suas trincheiras,
Não sou o dono do tempo,
Mas presenciei certos momentos,
Daquela época boa festeira,
Viola e violão,
Gaita ,triângulo e uma mini acordeon,
Quando atravessávamos os rios,
Acampávamos nas margens,
Água fervida para beber,
Codornas e saracuras para comer,
Tudo era feito na improvisação,
Os animais passavam a noite se alimentando,
E outros iam descansando,
A rede era reforçada,
O cobertor era de lã de Carneiro,
E a moda tocada e cantada,
Que não me lembro direito,
Reescrever essa história é uma honra,
Mas algo me conduz e me diz:
Difusão de um velho rádio a pilha chiando,
E ninguém ouvia noticias,
Ah! Sertão do passado,
De estado para outro estado,
Essa jornada demorava um bocado,
Tempos dos anos quarenta,
Tempos que não existem mais,
Ficou marcado no juízo de muitos,
Como poeta posso rever,
Como poeta posso sentir,
Como poeta posso voltar,
Agora o Poeta e o Poema ficaram,
E o tempo dirá,
Daquele tempo que passou,
Do transporte de gado tocado,
Que hoje tudo mudou,
Agora,
Tudo é asfalto,
E aqui do alto eu vejo tudo,
Parece uma fita gravada,
Dos dias brutos vividos,
E jamais de minha memória,
Ficará esquecido
Por tua causa
Lá atrás,
Em um certo dia do passado,
Te beijei e tive você em meus braços,
Meiga, carente me pedistes os lábios meus,
Sem demora entreguei minha boca para tua boca,
Uma clássica canção ouvimos,
Eram os anjos e arcanjos ao nosso redor,
Alí,
Naquele momento bebi do mel da tua boca,
Sem exitar,
Bebeste em minha também,
Lábios de carmim,
Rosa apetitosa, cheiro de jasmim,
Tuas pálpebras se declararam á mim,
Aquele verso que continha somente três palavras,
Se transformou em uma poesia inacabada,
E essa poesia ainda em construção,
Agora por tua causa,
Somos uma abençoada família...
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.