Tempos
Tempos de pandemia
Dias se passaram
Semanas se passaram
Meses se passaram
E nós ainda estamos aqui
Vivendo como peixes num aquário
Isolados do mundo exterior
Nos reinventando a cada dia
Sem saber quando tudo irá passar
O mundo virtual tornou-se real
Vivemos o dia a dia de tela em tela
Televisão, celular e computador
A tecnologia nunca esteve tão presente
Os sorrisos estão sempre encobertos
As mãos estão sempre vazias
Os abraços não estão mais apertados
O isolamento nos privou desses contatos
Isso tudo irá passar
Só não sabemos quando será
Dias, semanas, meses estão passando
E nós, ainda estaremos aqui?
Que prevaleça a fé, acima de tudo. Desistir, nunca!
Os coloridos tempos de agora já foram negros e duros,
Mas a nossa fé resistiu até deixá-los dourados.
Que a lembrança, com o seu olhar calmo e maduro,
Continue colorindo de alegria as tristezas do passado.
A gente vê e ouve o tempo todo as pessoas falando, que após a pandemia, viveremos novos tempos que estão por vir e que as pessoas estarão mais solidárias ao próximo. Eu... não acredito. Pode até ser que algumas coisas mudem para melhor. Mas se depender do ser humano, nos quais estão inclusos muitos imbecis...(que não respeitam à própria vida e nem a de ninguém), já está declaradamente visível que isso será impossível. Os (LIXOS) humanos... continuaram contaminando o planeta com suas maldades, o que é lamentável. Precisávamos urgente de uma pandemia única e exclusiva, que exterminasse esses vários tipos de (pessoas podres) ainda existentes da face da terra... (E são muitos)...!
Em tempos onde cada um só se preocupa consigo mesmo amar mais que um exercício diário de doação é (lou)cura.
Em tempos difíceis, não dificulte mais o que já é difícil, criar contendas e divisões só trazem maiores dificuldades. Liberte as pessoas dos seus medos e suas angústias. Não fale o que não é para ser dito na hora errada. Tem momentos que é melhor calar do que dizer coisas que magoam, machucam e que causam incertezas e medo.
A vida...
Tempos atrás estava numa loja e vi uma sandália linda e não comprei, até podia no sacrifício, mas achei melhor não, e saí da loja triste.
Hoje, anos depois, parece que a moda voltou, pois vi o mesmo modelo de sandália e na mesma cor, lembrei e sorri, mas não comprei dessa vez, podia mas não quis.
E saí feliz da loja!
Quem somos nós? Essa pergunta tem martelado em minha cabeça em tempos de pandemia.
Somos caracterizados pelo o que fazemos na sociedade; se nos perguntam quem somos, falamos sobre a profissão que nos formamos e exercemos, mas será que isso realmente nos define?
Quando nos formamos em uma faculdade, ou terminamos um processo de aprendizagem,o momento de êxtase é inevitável,pois esse momento vem carregado com o sentimento de esperança, de que um futuro melhor está por vir; contudo surge uma incógnita: temos a preocupação com o nosso futuro,ou isso é apenas um processo de ansiedade, para definirmos as outras pessoas quem realmente somos?
Buscamos sempre a aceitação de outras pessoas,gostamos do status social e do sentimento de nos sentir "visíveis" perante a sociedade; porém é através da busca de "aceitação",que percebemos a nossa falta de identidade; essa foi uma lição que aprendi.
A pandemia nos mostrou que enquanto corremos atrás do que é incerto, esquecemos do que é visível aos nossos olhos todos os dias,que é a morte; ela é um personagem não sazonal,que pode sim,chegar em tempos de festas, aniversários e feriados, mas a especialidade dela sempre foi os dias comuns,pois são esses que não damos a devida atenção.
Ela é uma figura poderosa, que pode se envolver em dias bons,ou impulsionar os dias maus;Quando percebermos o peso que a morte tem,saberemos o real valor da vida,essa é uma lição que aprendi.
Na teoria de Maslow, o psicólogo classifica a sociedade em um esquema de pirâmide,onde sempre iremos almejar o topo,mas através dessa busca insaciável,não damos conta que temos o necessário,que é a base para se viver, como a alimentação, educação e principalmente a saúde.
Por isso sempre me aconselho a viver um dia de cada vez; o futuro? é uma dúvida.
O passado? é uma lição.
Mas o presente é uma dádiva,pois através dele,não conseguimos definir quem seremos,mas conseguimos ver quem realmente somos.
"Nestes tempos de pandemia, os que têm urgência em viver intensamente e recuperar aceleradamente a vida, talvez se cruzem nas aglomerações, baladas e pancadões com a morte que da mesma forma, tem pressa em nos levar."
Como "recordar é viver", vamos lembrar algo de tempos idos,
perdidos em album lugar do passado...
Como aqueles abraços e beijos trocados entre os que se querem bem...
Osculos e amplexos,
Marcial
RECORDANDO NATAIS DA INFANCIA
Marcial Salaverry
Uma volta ao passado sempre vale a pena fazer, para recordar certos momentos bem vividos na vida, e assim, confirmar o poeta que cantou "Ai que saudade que eu tenho... da aurora da minha vida... da minha infância querida..." , e vai por aí afora..., e assim puxamos pela memória, e vamos recordar aqueles doces e alegres Natais do passado, e certas lembranças podem trazer aquela saudade boa.
Assim, quando somos crianças, apenas ambicionamos crescer, pois é muito chato sofrer tantas restrições, tantas proibições, e não poder fazer tudo que queremos...
Por falar em Natal, lembro-me que sempre pedia ao Papai Noel, que me fizesse logo adulto para poder realizar todos aqueles meus sonhos tão doidos, tão doidamente sonhados, tais como ser logo adulto para poder namorar, para poder assistir aqueles tão desejados filmes proibidos para menores de 18 anos, e também ir à boite, fazer grandes farras, e no final das contas, Papai Noel me atendeu, mas como demorou para faze-lo...
O tempo passou, e aqueles Natais tão linda e inocentemente vividos ficaram perdidos na recordação, num cantinho perdido do coração... E agora, quanta saudade do Papai Noel, mas daquele bom velhinho que me fazia sempre ficar bonzinho para merecer os presentes que iria ganhar. Caramba, como aquela época era doce, gostosa de viver naquela inocencia, naquela ignorancia da dura realidade da vida...
Eram lindos sonhos, e com que ansiedade esperava-se o amanhecer, para poder receber os presentes que estavam na árvore natalina bem no meio da sala... Aquele Papai Noel existia, era real, não era este de hoje, que não passa de um mero objeto comercial... "Oh tempo! Volta pra trás... Traz-me de volta tudo o que perdi"...Infelizmente é apenas uma linda música portuguesa, e assim, fazer o que, se o tempo passou, e a infância pra trás irremediavelmente ficou.
Pode se considerar feliz quem consegue lembrar e vivenciar tão doce época da vida, perdido nas reminiscências de tão doces lembranças, que trazem esta saudade doidamente gostosa, e agora esses Natais evocando, vejo-me ainda criança, acreditando no Papai Noel, e que o bom velhinho e suas renas realmente percorriam o mundo todo nas noites de Natal, distribuindo os presentes para todas as crianças que tinham se "portado bem" durante o ano... Houve uma vez que meu sonho foi tão forte, que tive a suprema sorte de ver o bom velhinho saindo pela janela, depois de me deixar os presentes tão ansiosamente aguardados...
Vivi intensamente minha infância, e ainda consigo conservar aquela criança dentro de mim, pois não permiti que ela partisse, e apenas deixei de esperar o Papai Noel, e lamento que ele tenha se mudado da Laponia para as cadeiras dos Shoppings, e tenha trocado as renas pelo smartphone...
“Ai que saudade que eu tenho”, e ainda me lembro de sempre ter esperado ter aquele LINDO DIA, e é isso que desejo, que todos possam sempre fazer de cada dia,
sempre UM LINDO DIA, esperando que desta vez Papai Noel nos traga a tão desejada vacina...
SOBRE PAGAR
"Aqui se faz, aqui se paga"
dizem alguns e, nos últimos tempos,
também venho crendo nisso.
Não muito, pois sou existencialista,
mas o suficiente para achar
que todos os pisões que estou levando
na vida em geral e no amor
são resultados da dívida do passado,
de um comportamento nefasto,
negligente e abusador.
Quisera eu que isso cesse.
Sempre me pergunto:
quando vou me dar bem no amor?
Só quero paz, um abraço quente
e alguém pra sentir o calor.
Mas nessa imensidão da minha dívida
acho que há justiça no cobrar.
Pois em Cristo, meu Redentor,
eu todo posso suportar
e, melhor ainda,
ver o Amor me transformar.
O que o mundo vive é uma grande crise de amor porque, afinal, estes não são bons tempos para pessoas muito sensíveis.
... próprio
Um aspecto de nossos tempos é a felicidade própria, ou o tal do amor próprio.
A palavra próprio enfeitiça pq nos remete a um individualismo tão marcante nestes dias onde vence a batalha, ou o debate quem descarta, cancela ou se recusa a ouvir.
E como tudo é muito "próprio", o outro se torna um incômodo que não me é próprio, e que não desejo ouvir.
Próprio mesmo é a solidão que se tornou a companhia preferida daqueles que cancelam e silenciam a voz do outro.
Amar é ter coragem, ser ousado e revolucionário frente a tantos muros emocionais e físicos tão próprios que construímos ao nosso redor.
A liquidez de curtidas, selfies e seguidores deveria ter o contraponto do sólido e revolucionário propósito de amar não as coisas próprias, não as cogitações próprias, mas a singularidade que o outro representa.
Alex Rich
Às vezes, não adianta ter um
olhar romântico sobre certas
coisas, porque os tempos
mudaram e, precisamos
mudar o jeito de enxergar
a vida também, para não
deixar a ilusão aumentar
o impacto da decepção.
Nesses novos tempos de silêncio,
Nunca se está totalmente vazio,
O entretenimento acompanha,
Enquanto as redes sociais só assanham,
Ampulheta vazia,
Se conta,
Se cria,
Tanta coisa e realmente nada,
Tudo se acaba,
Finda e se reinicia,
Na velocidade da luz,
Em meio a escuridão do universo do ego...
Só nego.
Há tempos ando só, e só pretendia , no meu parque todos os brinquedos só tem lugar pra um. Seguindo pro nada, encontrei você, e refiz o caminho, por uma estrada mais larga, e os brinquedos ganharam mais um lugar.