Tempos
Preferia aqueles tempos em que o Sol girava em torno da Terra, mesmo não sabendo aonde iria chegar (ele, o Sol).
Bons ventos, pra refrescar os bons tempos que estão por vir,
para vive-los com intensidade
e a alegria singela que se revela em cada instante e em cada minuto.
Voltar a ser vizinhos novamente, brincar no parque como nos velhos tempos. Retornar à rotina de poder te acordar com gritos pela janela, convidando-lhe a tomar café comigo, porque minha mãe fez pão de queijo, e eu sei que você ainda gosta. Retomar às conversas de papel pelo vitro do quarto, as duas da madrugada, como se aquilo tudo fosse necessário. Todos aqueles planos que construímos na casa da árvore, onde fingíamos sua existência, e não passava de um banco embaixo de uma imensa arvore, na qual remendávamos com nossos trapos velhos, e era o suficiente para que nossos sonhos se mantivessem guardados e protegidos. Vamos voltar, vamos voltar, amor. Você se lembra de todas as vezes que disse em meu ouvido, baixinho, que nunca me abandonaria? E iriamos ficar juntos para sempre? E aquele feriado que minha mãe me deixou dormir em sua casa, e nos aconchegamos em sua cama pequena, com suas historias de terror me amedrontando, mas no fundo eu sabia que com você do meu lado, não existia perigo, eu sabia da sua proteção. Não vá amor, não vá. Lemba daquele toque de lábios debaixo das cobertas, nosso primeiro descobrir, e apenas, olhe apenas, com nove anos, ou eram dez? Tinhamos a mesma idade, mas eu sempre ingenua, e você sempre meu porto seguro, minha inspiração ao escrever aquelas bobagens no bloco de papel cor-de-rosa que você me deu no dia dos namorados, onde brincamos em ser namoradinhos por um dia, mas nunca me atrevi a mostra-lo aquelas palavras. Eu sei que foi demais, e chegou rápido demais, ou tarde demais, eu não sei, você sabe, e sabe bem que não quero que vá. Achei uns versos soltos no criado mudo da ''nossa'' antiga casa, quando tudo que era meu, o pertencia. E dizia assim:
''Quando chegar a hora de ir embora
lembre-se de não se esquecer
daquela velha história
onde fazíamos parte
até você partir.''
Recordar.
E se eu pudesse me ver tempos atrás, e se eu pudesse ter essa certeza de tempos atrás nada seria tão bom quanto é hoje!
Aprendi com os meus erros que os meus erros eram acertos da vida, e que os atrasos eram apenas o ganhar de tempo, o viver do tempo.
Precisamos sofrer um pouco, sonhar um pouco, pedir muito para ter com sabor adocicado o tão desejado gosto do bom de ter algo que sempre desejou.
E se eu pudesse sentir tempos atrás o que hoje eu sinto, e se eu pudesse falar o que hoje eu recito e se ontem eu pudesse proclamar uma verdade até então não vivida eu estaria mentido, burlando o tempo, trapaceando o jogo da vida e não aprenderia a amar como se ama alguém com todo o amor que se pode doar.
Até as mínimas coisas que te foram dadas, até chegar a ti ileso (ou não), percorreram uma grande jornada.
Respeite as vindas, os quilômetros no espaço e tempo que algo pode ter voado para chegar, mesmo que sem saber que com muito amor a ti.
E se foi com empolgada missão de te fazer feliz sua responsabilidade dobrará e se tornará eterna!
E se eu pudesse, por acaso, voltar no tempo eu apenas me contemplaria, e me olharia construir minha própria historia, onde eu vivia achando que não sabia viver, achando eu que não estava vivendo; temendo a minha própria felicidade, eu repetiria de todas as formas, eu percorreria os mesmos caminhos, porque foi neles que encontrei o fim do dolorido começo, o pódio da minha grande corrida.
E se o acaso me deixasse reviver tudo novamente, eu faria tudo novamente em busca do mesmo fim, em busca dessa alegria.
Agora olhe para o lado e me veja solfejando notas de felicidade, olhando para trás feliz e vendo que tudo valeu à pena!
Acho impressionante como os políticos mudam em tempos de eleição, e como os eleitores os idolatram com toda força possível sem conseguir enxergar quem eles realmente eram antes da campanha eleitoral.
Uns tentam assumir identidade de outros, fora da campanha os eleitores são esquecidos, passam por você nem te cumprimenta, praticamente não sabe nem que são, da realidade que passa. No período eleitoral, são fotos tentando disfarçar carismas que não existem, vive no meio do povo, tentar ser como nos, viver nossas rotinas.
Sem falar nos que vem de fora, que não sabem nem ao menos a realidade do município, com propostas de "novo", mas como podemos acreditar que nosso município seria bem administrado por pessoas que nunca souberam a realidade, e com passados que vamos falar a verdade, passados e presentes duvidosos.
E por isso que temos que abrir nossos olhos, temos que ver a verdade e pensar bem no que temos que fazer, voto vendido é você perdendo o seu direito de exercer seu papel de cidadão, de poder cobrar as promessas feitas em campanha, voto é questão de consciência, é questão de saber o que é melhor para todo o seu município não somente para o seu bolso.
Vote Certo, Vote com compromisso, Vote no candidato com boas propostas e com seriedade para cumpri-las.
A verdade é que eu amo sim, amo mesmo e não é de agora, e fico feliz em saber que de uns tempos pra cá esse amor evoluiu e amadureceu, pois tudo o que eu escrevo tem seu olhar, seu sorriso e seu cheiro oculto em cada parágrafo.
O moinho dos sonhos
Vento forte, aurora dos tempos
tarda a chegar, pois ao leve impulso gira.
Inerte folga, de um sopro póstumo...
no tempo moinho, engenho de sonhos,
venta esperança e tritura forte,
ventando forte tritura a esperança
e a cada volta da mó tudo vai, nada volta...
Caminho absinto, pelo vento impulsionado
o sopro da vida é bem vindo, mas forte,
por sorte sou vago. Não espero por ninguém,
mas também ninguém me espera.
Entre as Mós vão girando, vez ou outra em falso,
mas depois que entre elas caem, os sonhos,
são pra sempre triturados...
Noto passos adiante, ainda que nem sempre, rastros
tento correr, bisonho, perco o pé e a aderência;
sonho alto...
Os amigos vão ficando para trás,
ao final de cada ciclo.
Alguns acompanham lembranças
outros nem em pensamentos alcançam
e entre as Mós vão todos ficando
Sozinho fico em pensamentos, inconsciente coletivo,
muitos me vêm em mente, entre dramas, retalhos e risos
vez ou outra, alguém da vida real me cerca,
aguçando ainda mais o meu individualismo
Algumas voltas passam, sim,
demasiadamente estendidas.
e outras que vêm e vão
nas lembranças já esquecidas
outras tantas preconizando futuras
sombras das que nunca virão,
Todas perdidas.
Da esperança restam ventos
que entre as Mós vão se entretendo
junto aos grãos amor e ira; e ainda que nelas não fiquem
vão aos poucos a si memos moendo
Do sonho ainda não disse, velha montanha
formou-se das coisas que o vento trazia
se não resistiu ao tempo, moinho de vento.
ainda que em menor tamanho são sonhos,
pequenos coloridos e esmos, parte de um todo
mosaico prosaico, sabem
as Mós moem a si mesmas
Penso em voltar a escrever à minha amada,
Mas ela dorme..
e nas mãos eu levo a carta - ainda em branco.
Tenho uma certa nostalgia com relação aos tempos que eu me preocupava com a opinião dos outros. Eu tinha uma certa sensação de que era o único que não era perfeito.
Tempos Melhores Estão Por Vir, O Rigoroso Frio do inverno ah de ir,A Linda Primavera Ressurgira e Uma Nova Era Começara
A fotografia é um elo com vida própria.
Ela capta o momento e universaliza o instante.
E de tempos em tempos renasce quantas vezes se fizer necessário aquele instante, pra inspirar ou dizer que não precisa mais acontecer.
Olá pseudônimo, há tempos não lhe trago à vida, como tens passado teus dias? reprimido? ou apenas sem motivação? Quiçá se sentindo submisso á realidade, como o previsto, enfim, bom relembrar um minúsculo pedaço de nossa estória, ouvi dizer que despertamos alguns, poucos e bons presumo (...)
Espero que o acaso continue proporcionando agradáveis encontros contigo e teus 'amigos', de quebra lhe digo que, ainda que ao destino falte a competência, logo o visitarei, lado direito daquele grande saguão, abarrotado de desabafos e devaneios, sala azul corredor 7, mesmo quadro; nossa irônica "Guernica" de elementos cotidianos. Au revoir meu caro! Abraço, de teu confidente
Infinita solidão
De uns tempos pra cá, sinto-me envelhecer mais rápido que o normal.
Pelas experiências,pela vivência,por esta cansada aparência,que,por noites e noites longas acordado a ascender e apagar infinitos cigarros.
Vejo cinzas por toda a casa,até meu cachorro notou a minha nostalgia. Eu aqui sentado em minha velha poltrona com o controle remoto invertendo locais,as vezes nas mãos,as vezes ao chão despilhado e caído.
Minha xícara de café que era sempre quente e bebia atentamente,observando o jornal. Hoje ela se encontra caída no canto do tapete,gelada e cheia de formigas a passear. E eu ? Não ligo,nem se quer me levantei para atender ao telefone que uma vez ao mês,raramente acontecia de tocar. Poderia ser um cobrador,ou um vendedor. Não importa,se não for quem quero que seja a me procurar, não atenderei tão cedo,não me levantarei do lugar.
No espelho eu vejo o que jamais imaginei,minha velhice se aproxima,me abandonei demais.
Cabelos grisalhos,pelos espetados,olhos vermelhos e inchados. Meu descuido foi maior,meus cigarros faltam, a garrafa de conhaque vazia. Pensamentos distantes,choros de angustia são constantes.
É o que sobrou de mim,após sua partida. Abandonou-me. E logo após eu me abandonei,esqueci de me cuidar,esqueci de me amar,esqueci de viver. Talvez eu nunca soube mesmo como era.. Como era viver sem você.
Os Pais Não Morrem
Transpassam os tempos
não só da infância.
Na mocidade, velhice
os pais não ficam
nem na lembrança.
Não são esquecidos,
não há saudade.
Os pais vivem,
em corpo ou não,
na eternidade.
Os filhos , pelo tempo, limitados
os pais não o são.
Os pais são eternos,
eternos, na de outro ser,
limitação.
Os filhos , reféns do tempo, parados
são “as crianças”.
Se agora adultos,
por hora ficam
pros pais, na infância.
O amor dos filhos,
de ser eterno, incapaz.
Perenes ficam
se um dia os filhos,
virarem pais.
Os pais só morrem
caso vá os filhos, esses, sem fruto.
E se os filhos morrem,
deixando filhos , não há um fim
os pais, eternos, desfaz-se o luto.
Apareceu a vida: Aparecida
Minha senhora,
velhinha Aparecida,
transpassara os tempos
e os relógios da matéria
não mais medem tua vida.
Senhora velhinha,
minha Aparecida,
durma em paz e te descansa
e vou cantar este poema
que te lembra em minha vida.
Minha velhinha,
senhora Aparecida,
te ofereço este poema
e melhor que feito em morte
é a homenagem feita em vida.
E sempre, sempre que eu quiser,
uma rima com a vida
faz-se eterna
minha senhora,
minha velhinha Aparecida.