Tempos

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Olha, vou confessar, minha cabeça mudou muito de uns tempos pra cá. Não sou mais a mesma. Não posso esconder isso de ninguém, muito menos de mim. Eu sei que eu mudei. Pra melhor ? Seilá, talvez pra pior. Mas não tão pior. Fiquei mais chata, talvez. E mais isolada das pessoas. Na verdade tenho os meus motivos. Quem sabe isso não seja bom pra mim ? Eu só sei que eu não sou mais a mesma de antes.

Tem gente que passa a vida inteira esperando aquele amor que durará até o fim dos tempos. Tem gente, como eu, que passa a vida inteira achando que é independente, querendo ser livre, acreditando seriamente que não precisa de ninguém. Mas a gente não consegue escapar ao fascínio que algumas pessoas nos causam ao longo dessa turbulenta vida. Não consegue escapar ao desejo, à vontade de ter sempre essa pessoa por perto. Basicamente, somos céticos o suficiente pra não acreditar em um amor que dure, mas sensíveis o suficiente para se abalar diante dele. Não sei se o que eu escrevo faz sentido. Enquanto algumas pessoas passam a vida esperando o amor, passam a vida esperando esse momento de entrega, outras têm esse amor e passam a vida pensando se deveriam se entregar ou não. Se deveriam mesmo afundar nesse sentir, afundar no amor, deixar o amor transbordar. Por mais que eu sempre diga às minhas amigas: se entregue, viva!, eu sou daquelas que sempre mantêm um pé atrás. Medo de frustração? Não diria que é isso. A gente quebra a cara, a gente segue em frente. A vida é feita disso, se você tiver medo de se frustrar, você simplesmente não vive. Acho que o que pesa é o orgulho. É a dificuldade de aceitar a entrega, de entender que você talvez realmente precise daquela pessoa. É o precisar. Mas olha. O mundo é feito de relações sociais, o mundo é feito do diálogo, o mundo é feito da troca. Por que temer isso então? Porque eu sou do pressuposto que a gente sempre está sozinho. Veja bem, não é uma visão pessimista da vida. É um fato. Tudo o que a gente vive, a real dimensão do nosso viver, é só nossa. Ninguém vive por nós, ninguém sente por nós. Somos sós, ainda que juntos. Há que se entender que essa entrega é necessária, até. Mas com a consciência de que somos sempre sós em nós mesmos. O que a gente faz é escolher alguns companheiros pra compartilhar a vida. Porque ao mesmo tempo que somos sós, o mundo se constitui no diálogo. Escolhemos, então, companheiros pra dialogar nossas respectivas solidões. Então, se nos deparamos com esse amor que invade, esse amor que transborda, esse amor tão grande que quase não se contém… nos entreguemos a ele! Com a perfeita consciência que estamos sempre sós.

Nos tempos sombrios,
Se cantará também?
Também se cantará
Sobre os tempos sombrios.

⁠Em tempos de terror, escolhemos monstros para nos proteger.

Há tempos não falo, não ouço, não vejo. Apenas observo, observo e me reservo somente observar. Não darei mais um passo se quer em sua direção. Basta-me só observar, dar mais atenção, enxergar, enxergar sim, enxergar com os olhos da alma, não com os olhos humanos, porque visão humana só vê, enquanto o da alma enxerga, faz-nos sentir, sentir a verdade e o amor existente em tudo e em todos. Por isso só observo. Nada mais!

Eu sou uma menininha que cresce em três tempos, se me provocarem. Eu tenho um pé na loucura. Um não, dois. Vivo uma vidinha espremida entre dois atos, controvertida e sem entregar de bandeja meus humores. Quem gostar de mim que me adivinhe, cansei de ser camarada. Hoje amarro minha sensibilidade num pavio...bem curto. E quando saio na porrada até os malandros me respeitam. Descobri que tenho corpo fechado.

Sabe quando bate aquela saudade de tempos passados? Velhos amigos, pequenas lembranças? É que momento estranho, é o momento que você percebe que tudo passa rápido demais, que aquele pedido de aniversário que você recusou podia ter sido muito divertido, ou aquela vez que você não quis falar com tal pessoas simplesmente por que estava de "saco cheio", e agora está aí implorando para que esses momentos voltem, é meu amigo não voltam, acostume-se, solte uma lágrima se necessário, faz parte, mas não fique parado, esses amigos podem não voltar mais, lembra deles? Ainda sabe onde estão? Ligue pra ele, você não sabe o quanto um boa noite seu pode alegrá-lo, vai que ele também se lembrou de você? Se não, vai lembrar.Se não lembrar desligue, não era seu amigo. O verdadeiro amigo vai dar um salto ao ouvir sua voz e fazer com que aquela conversa não termine, para que assim ele não tenha que se lembrar dos momentos que não aproveitou.

De tempos em tempos tudo muda, suas amizades, seu trabalho… a vida está em constante mudança, e está em nós o decidir as escolhas certas para que o nosso amanhã seja a grande mudança pela qual muitas vezes sempre esperamos. Decida hoje o seu caminho, porque o amanhã é incerto e a vida é curta.

Não há tormento mais dorido que relembrar os tempos felizes na desgraça

Dante Alighieri
A Divina Comédia (1320).

⁠Em tempos de pandemia ficar em casa da amiga é um grande programa para o sábado a noite.

Tempos ruins, brigas, desilusões, desentendimentos, mágoas, decepções, surpresas ruins, dias monótonos, noites com pesadelos , haja chuva, haja sol, uma coisa eu sei, amizade como a nossa, sentimento como o nosso, nada pode destruir.

Deus permita que eu envelheça com ternura..
Que eu continue a lembrar dos meus tempos de infância,
de quanto fui feliz na minha mocidade,
quando eu não andava, mas flutuava,
dançando pela vida...em pura alegria.
Ah!!! quantas saudades eu sinto !
Tudo quero guardar na lembrança
da criança e mocinha que fui!
As brincadeiras divertidas onde não havia maldade,
era somente felicidade!
Até em tempos de dificuldades de tudo se achava graça.
Deus permita que eu viva minha velhice
mesmo com todas as dificuldades
pois essas,costumo tirar de letra,
assim com a vida aprendi...
Não quero esquecer de quem comigo esteve
em todas as horas
e dos meus filhos e netos.
Já consigo me ver velhinha
com uma bengalinha, a saracotear por aí.
Feliz como sempre,
ao lado dos que me são importantes .
Contando minhas histórias
e rindo dos instantes
em que eu dançava na rua.

Em tempos difíceis, cada momento é uma reflexão sobre o que realmente importa, faça sua parte, o que importa para você?

O maior vírus de todos os tempos chama-se ignorância. E o autoconhecimento é a única vacina capaz de tornar o ser humano imune ao contágio e a seus efeitos colaterais.

Velhos tempos

"Estou pensativa...
Me isolei no meu mundo,
É o que tenho dentro de mim que me perturba
Tira o meu sono durante a noite.
É esse vazio que indica que algo
Não está funcionando bem.
Nessa noite preferi a solidão, pois o silêncio é a
Melhor resposta para tantas perguntas
Fiquei perdida em lembranças anteriores
Senti saudades de velhos amigos
Fechei os olhos pra tentar buscar
Dentro de meus pensamentos pedaços
de mim...
Tentei recuperar quem já fui um dia,
Respirei fundo tentando lembrar lugares
por onde meus pés caminharam.
Buscando por rostos que conheci, mas
que a crueldade do tempo afastou de mim.
Senti falta de mim mesma.
Dos risos com velhos amigos,
Quero meu passado de volta!
Abraçar esses velhos amigos...
Sorrir como já sorri,
Reviver velhas amizades
Falar de velhos assuntos
Ser feliz só por estar com eles
Eu perdi tantas pessoas que amei,
Alguns por minha culpa,
Outros não sei responder,
A maioria o tempo roubou de mim
Estou pensando!
Amanhã talvez seja tarde demais
Preciso me decidir!
Irei buscar por mim.
Voltarei aos velhos tempos passados,
Pedirei perdão!
Vou tentar rever os velhos amigos,
Não quero passar a vida apenas
Pensando... Pensando...
Ainda há tempo!
Pra procurar de volta o que perdi."

A maior maldade de todos os tempos, a mais cruel, foi inventar que o sofrimento está para o bem assim como o prazer está para o mal.

Carla Madeira
Tudo é rio. Rio de Janeiro: Record, 2021.

"Ultimamente tenho me deparado com diferentes situações, em tempos também diferentes. A singularidade de cada caso, não importando seus personagens, permanece inalterada.
A vida é assim, cheia de incertezas e feita de momentos que proporcionam duas vias, uma do amadurecimento pessoal e espiritual, e outra da insegurança, do nervosismo. Para isso, foi criada a amizade, para termos corações por perto quando tais circunstâncias sobrevoam nossos terreiros dizimando sentimentos existentes em nossa carne que, maltratada, já não resiste a mais essa provação.
Amores vêm e vão, mas a lembrança de dias felizes ficam e nos acompanham por anos, sendo assim, já que somos jovens, porque não curtir a vida um pouco como eu - lírico, eu - sozinho ou até mesmo o eu - ator que há tempos você não pratica, pisando em um tablado de madeira para contagiar pessoas com palavras invasivas.
Viva intensamente e deixe que as águas do rio te levem até a margem, que lá certamente Ela estará te esperando."

Eu sinto um vazio, às vezes.
Tinha dias que eu sentia que ele estava preenchido,
tinha tempos que pensava que poderia ser mais contente.
Me remoia tentando largar aquele osso, duro de roer, mas era o único que me valia.
Hoje eu sinto um buraco enorme em mim.
Um buraco negro que absorve todos os sentidos e o meu sentir.
Tudo se encaminha pra esse buraco, o universo nunca conspira ao meu favor.
E como ele absorve tudo numa fração de segundos nunca me dá tempo pra respirar novos ares, e o que eu respiro é a tensão sufocante que paira entre o eu de antes, o eu de agora, e o eu de depois. Fico quebrada. Em frangalhos.
E eu fico essa pessoa totalmente retardada, buscando, procurando, fuçando em partículas de um eu-inteiro o que pode me ser útil, pode até ser uma peneira, pode até ser um coador, contando que tente tapar o buraco que tem em mim.
Às vezes. Sometimes.
Teve dias, hoje espero por eles, como disse anteriormente, porque amanhã tem sol.

CIDADE SORRISO

Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...

Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

"Lembra-se de ali estar sentado em outros tempos, tão distantes que pode duvidar se os viveu ele mesmo; ou alguém por mim, talvez com igual rosto e nome"