Tem que Ficar Sozinha
Perdoem-me por não querer adoecê-los. Mas preciso ficar sozinha.
Não, eu não estou com raiva do mundo. Apenas sinto que não pertenço a ele. Eu sei que que o problema está em mim. Nasci com ele e desde então não consigo me livrar.
Já gritei tantas vezes por socorro, mas, essa bolha aqui não deixa que me ouçam!
Foi assim que me conformei com a dor que não sai do meu peito. E agora já me sufoca. E eu não quero mais explicar.
Deixem me só, por favor! Eu, minha bolha e o meu tempo.
Eu vou voltar como sempre. Do meu jeito. Com blocos de concreto nas costas. Suplicando com flores nas mãos.
Às vezes ficar sozinha não quer dizer que você seja uma pessoa solitária. Ficar sozinho ou não é questão de escolha. Pessoas que gostam de ficar sozinhas, acima de tudo sabem o valor de sua liberdade, sabem que não há nada mais gostoso que apreciar sua própria companhia.
Sempre espero pelo momento de ficar sozinha. Por mais que eu esteja rodeada por uma multidão, quando fico sozinha evoluo. Não descarto quem está ao meu redor e sem querer até afasto algumas pessoas, mas ficar sozinha eu respiro pensando em melhorar. Não quero melhorar o mundo e nem teleguiar as pessoas, eu quero crescer. Por mais que eu já tenha caminhado positivamente, eu quero mais. E essa parte é difícil. Controlar meus erros, aceitar meus acertos e me achar apenas mais uma entre um monte de sentimentos. Uns receptivos, outros esnobes. Mas não desisto de ser eu mesma, mesmo tendo muito o que aprender com tanto de vida que carrego nas costas. Gosto de ficar assim, sozinha. Me sinto livre e em paz. Em paz para conseguir resolver meus defeitos sem a opinião de ninguém. Gosto da solidão, mas posso dizer que não me agrada por muito tempo.
Eu não quis falar, não quis lembrar, não queria, não tava a fim! Queria ficar na minha, mais sozinha do que nunca. Talvez quisesse dar um grito dentro do guarda-roupas isso de alguma forma me fazia bem, quem sabe pôr a cabeça no travesseiro, colocar meus velhos fones e ouvir minha playlist de fossa no maior volume possível, mas não tinha certeza se era bem isso que eu queria. Na verdade ainda não sei o que eu queria, o que eu sentia, o que eu temia; só sei que tinha algo, incomodava, chateava, me irritava! Mas como vou brigar contra uma coisa que não sabia definir o que era? Daí, minha cabeça girava 180 graus, os pensamentos voavam, o coração, esse aí coitado já não sabia mais o que sentia! Não era amor, não era TPM, não era alegria, não era carência. Os “sintomas” eram indefinidos, tanto quanto eu. Era aquela coisa sei lá o que! Preferi “denominar” de cansaço. É eu estava psicológica e emocionalmente cansada! A beira de um ataque de nervos, aturando tudo, equilibrando um mundo na minha cabeça, sem ninguém pra me segurar.
Assistindo Star Trek com á gordinha linda, gargalho com uma cena, ela fala: vou ficar rindo sozinha quando crescer? Lhe educamos para isso.
Talvez esse medo de ficar sozinha seja temporário, talvez seja solidão, talvez seja insegurança, ou tudo isso junto. Talvez passe, talvez não.
Eu odeio dormir sozinha
Odeio rodar na cama sem esbarrar em ninguém
e ficar sem dormir de conchinha
Odeio acordar com o silêncio
E não te ouvir respirar.
Te procurar esticando a mão pro lado sem me virar
Descobrir que o sonho é só sonho ao não te tocar
Não ter de quem roubar a coberta
Poder perder a hora certa
Me esquentar só com o cobertor
Não ganhar cafuné nem remédio pra dor
Te esperar por horas e horas
e ter de dormir sem ter pra quem roncar
Não ser acordada por um beijinho ou um carinho
E sim por este maldito despertador.
ah!
Eu odeio dormir sozinha!
Algumas vezes, ficar sozinha é a minha melhor opção. Prefiro escrever o que eu sinto, do que me abrir com pessoas fúteis. Prefiro chorar em minha cama, do que chorar em um ombro falso. Prefiro suportar meu sofrimento, do compartilhá-lo com as pessoas... porque isso é o motivo da felicidade de muitos. Algumas vezes eu prefiro ficar só. Não reclamem! pois isso é culpa do mundo. Afinal, a falsidade tomou conta dele, e principalmente, das pessoas.
Quanto mais o tempo passa, mais percebo o quanto nasci pra ficar sozinha.
Esse pensamento deveria me assustar, mas não me assusta.
Tampouco me deixa tranquila.
Vou fugir para um lugar ,
Onde posso ter tranquilidade e paz.
Onde ficar sozinha é prioridade .
Espero que na minha ausência,
Você!,que é tão acostumado a falar comigo,
Sinta minha falta.
E assim retornarei dos meus sonhos,
E voltarei para a realidade
Quis ficar longe, tão distante e só,
Como a águia no céu, que voa sozinha
Bem sei que no fim retornarei ao pó,
Não verei o verão, e nenhuma andorinha.
Suporto a dor como me ensinou Jó
Perde-se tão somente, o que se tinha,
Pobre de quem de si mesmo tem dó
Se faz tão inútil quanto erva daninha.
Então fico a sós com o céu e a lua
Diante de tanta beleza me calo;
Brilha a lua que é minha, que é tua...
Eu ficarei aqui, até que cante o galo.
O rico compra a casa, ou mesmo a rua
Mas o céu, ninguém poderá comprá-lo.
Cansada de tudo e de todos, quero um lugar pra me esconder, ficar sozinha no meu silêncio, apenas com meus pensamentos, lembranças que quero esquecer, imagens que tento apagar da memória, mas que insistem em me atormentar, já não encontro caminho para seguir. O que faço com essa neblina que insiste em ficar ao meu redor??
Outro dia, conversando com um amigo, disse que não aguentava mais ficar sozinha. Que tinha que namorar. Na verdade, nunca fui acostumada a ficar solteira muito tempo, era daquele tipo que emenda um relacionamento no outro com muita facilidade. Comecei a reparar nos milhares de casais que se formavam a minha volta, enquanto comigo parecia dar tudo errado. Vivia me perguntando qual foi o tipo de praga que meu ex ou qualquer infeliz jogou pra cima de mim, mas sempre ficava sem resposta. Ao longo da conversa, ele me perguntou qual era a diferença de estar solteira ou namorando. Fiquei pensando em milhares de coisas, comentei da falta que fazia ter alguém pra passar um domingo na cama vendo filme abraçado, da saudade que tinha de ir ao cinema de mãos dadas, de ter alguém com quem dividir minhas conquistas e aquele papinho todo de gente carente. E aí ele me perguntou se eu precisava – de fato – estar namorando, para ter tudo isso. De repente, a pergunta permaneceu horas na minha cabeça. Ele disse que achava que a minha preocupação maior, era em ter alguém pra poder chamar de namorado, era a ideia de poder assumir um relacionamento ou encarar uma relação de forma séria, e não simplesmente ter alguém. E que quanto mais eu ficasse procurando e insistindo na ideia, mais difícil seria de enxergar o que tem à minha volta. Fiquei calada, porque no fundo sabia que era mais ou menos por aí. Às vezes nos preocupamos tanto em dar títulos, nas aparências, que esquecemos o que realmente importa, estar bem, independente de como. Peguei a resposta dele de exemplo, e parei de ter pena de mim. Se não estou me envolvendo sério com ninguém agora, é porque ainda não passei o tempo suficiente que preciso passar comigo. Tô aprendendo a usufruir mais da minha própria companhia, e acredite, tá sendo ótimo. Gasto minhas horas livre no salão, rindo com meus amigos, aprendendo a ser feliz com a única pessoa que pode me fazer feliz de verdade, e que em hipótese alguma vai me abandonar: eu mesma. E você, ao invés de se lamentar, deveria fazer o mesmo.
Para não ficar sozinha no mundo, Deus te trouxe logo depois da minha chegada. Desceu no mesmo escorregador que o meu, passamos pelo mesmo arco-íris, brincamos na mesma estrela e bebemos do mesmo sangue. Não somos irmãs, mas somos quase ou até mais. Te sinto por perto nas minhas mais doces lembranças, no pé de jabuticaba, na casinha, brincando na bica, nas minhas cicatrizes de tombo, na época de escola, nas brigas, em tudo o que nos aproximou. Nos perdemos, pelo destino mas ele mesmo deu um jeito de nos reaproximar, e nossos laços ficaram ainda maiores. Mesmo distante, te sinto perto. Estás no meu coração. Sempre que precisarmos uma da outra basta chamar que sabemos que teremos mais que uma mão estendida, teremos dois corações que se entendem.