Televisão
Quem acredita que o que é exibido na televisão é algo espontâneo precisa rever os próprios conceitos.
As pessoas estão diminuindo suas ambições: hoje elas só precisam mesmo de uma televisão, uma banda larga e um plano funerário.
"Nas águas redes dizimando, na televisão redes poluindo, na internet redes insociáveis, mas o que falta é conexão e redes neurais dando sinais".
Há tanta propaganda de remédio nos canais da televisão aberta - principalmente nos finais de semana - que chego a ter vontade de ter gripe, verrugas ou hemorróidas para me tornar consumidor dos produtos que ela oferece!
SONETO DE 16 VERSOS – N. 08
Eu não uso o espelho como uma televisão não
E nas horas mortas da noite que estão sempre vivas
Não há assombrações, assombração
Bom eu só espero não esperar uma bola de cristal nele
Eu não quero uma bola de cristal no vitral
E o medo, isso não me pertence mais, nunca mais
Eu não sou nenhum valente nem um mais corajoso
Mas sou um cara mui, muito cavernoso
Talvez eu veja um desditoso que significa o contrário disso
Um alguém, um alguém que também não temo
Pois o temer não é meu
A coragem e a bravura sim, estas são minhas
Nada posso fazer por ti, quando eu passar na rua, não queira
Se aproximar para me tocar, como se eu fosse Jesus
Odeio quem toca em mim de propósito ou não
Não tenho nada pra vocês, prefiro um cão a-vocês
(EDSON CERQUEIRA FELIX)
Poço fundo sujo lodo lama.
A mercê de patrão.
Alienado financia a fama.
Ligado na televisão.
Descontrole, vigilância e Monitoração.
Desliguei a televisão, tirei a música, apaguei as luzes. Fiz do teu sorriso minha luz, teu batimento minha música e do teu olhar a melhor programação que a vida poderia me dar.
O QUE QUEREMOS VER
Foi conhecer o mundo da televisão
Quando lhe veio o raciocínio dedutivo
Que As pessoas eram atores,
As paisagens eram cenários fictícios,
E que as emissoras
Só colocam o que queremos ver !
O passado da televisão convencional e do rádio, assim como os
meios de comunicação modernos, já haviam causado mudanças sociais e
modificações políticas antes da aquisição pela humanidade da Rede Internet e dos meios eletrônicos de informação. Como os líderes políticos fizeram uso do rádio e da televisão para fazer seus palanques políticos, e como os atuais políticos são motivados pelo “marketing-mídia” e não mais por programas partidários e pelas idéias políticas
O mundo miniaturado, parecendo
televisão em polegadas, o mundo que cabe na palma da mão, o universo local
de cada nação sendo desmembrado em função de uma política imposta pelos meios de comunicação, conveniente e multinacional da atual globalização, onde novas tecnologias e meios eletrônicos fazem parte deste novo cenário político internacional.
Depois, com a invenção da televisão, o rádio perdeu a força de sua influência, permitindo que o novo veículo de comunicação se tornasse a
“toda-poderosa” máquina de influenciar a sociedade, aquela que faz com que
os parafusos de uma estrutura engrenem sem que se perceba que estão engrenando.
A televisão a cabo, a Internet, as tevês por fios de cobre, microondas, pelo Direct TV ou qualquer outro recurso técnico ou tecnológico novo propiciam tanto a imagem dos pedaços do Muro de Berlim caindo no chão quanto a transparência da Cortina de Ferro, em poucos segundos. Isso faz com que haja uma sensação imediatista de morte e vida, transformando o
que é um fato histórico em parte do quotidiano universal.
A televisão, que sempre se caracterizou como um aparelho, uma maquina que dá às pessoas um lado lúdico de entretenimento, foi, por diversas vezes, não só no nosso país como no estrangeiro, o sedativo político
da sociedade.
O mundo e feito de alienação, feito de televisão loucura e ilusão... Pense bem a cada instante que se passa a cada segundo uma trapassa nesse mundo que vai alem.
No Brasil, a televisão, oscilando entre um período criativo e um período sombrio, foi como um calmante nas massas, também; no período de
ditadura militar, atuou como remédio para fazer dormir longamente, remédio
que se perpetuou por cerca de - duros - 20 anos, mal resolvidos na mente
das pessoas até hoje, porque a ditadura passou, mas a força das imagens na cabeça das pessoas não se apaga tão simplesmente.
A televisão a cabo mostra não ser diferente da televisão
embrionária do sistema ditador brasileiro, porque tanto hoje como ontem está
preocupada não só com a construção de uma sofisticada infra-estrutura
tecnológica, cuja preocupação básica é a expansão de um espaço público
mediático mas com a redução das ideologias no espaço público não
mediático.
Sempre havia uma idéia de que a televisão era culpada pelo
modo que as pessoas buscavam meios de fuga para se ausentarem da
realidade política, ou para não assumirem quem elas são, o que elas acreditam ou o que vivem. Por estes motivos a televisão durante muito tempo foi chamada de um meio alienatório, que servia para que as pessoas não tomassem consciência da realidade que acontecia a sua volta.
O problema hoje é analisar se a televisão enquanto fábrica de
programações é culpada realmente por este processo de fuga do ser humano,
ou se ela só atende uma necessidade psicológica das pessoas de terem
sonhos e fantasias, que estravassem o território de suas vidas quotidianas e
que temperem-nas com pitadas de imaginação. Por isto é que a Internet pode ter dado tão certo; porque a rede é um lugar onde todo mundo pode mudar a sua identidade, falsificar-se, mascarar-se e modificar-se da forma mais completa; porque é um processo direto onde em um e-mail pode-se passar dados errados da personalidade de cada um, tanto quanto da aparência física, social ou psicológica.
Verificamos que a culpa alienatória atribuída durante anos somente à televisão talvez não seja somente da televisão, mas englobe universos políticos e psicológicos que a televisão talvez só tenha reafirmado e não criado na sociedade. Aí, vale uma análise não somente sócio - política quanto à luz da psicologia social; estudar o fenômeno do porque em um meio livre como a Internet as pessoas têm ainda necessidade de falsificar suas
emoções e suas identidades.