Teia
Teia de sonhos!
Uma arte de amar
e prender quem
a gente ama!
Mas se o
amor é resistente,
e não cai em nossa
rede de emoções,
tecida com o amor
que a gente quer.
Ela se congela...
E vira apenas
um quadro na
paisagem fria
da nossa alma!
Os erros são uma teia, a qual adoramos nos prender.
A muito tempo atrás não existia um arbítrio completo, o perdão de quem descobria não era impossível, mas muito improvável.
Quem errava tinha sua penalidade, e quem ainda não tinha errado ficava com medo, não de errar, mas da penalidade que vinha com o erro.
Então (parte d)o mundo ficou "livre" de penalidades, e confundiram a liberdade com o poder extremo de errar, não falo de falhar, mas de errar feio com alguém.
São muitos os motivos pelos quais aceitamos os nossos erros, e os erros, os erros das pessoas que erram conosco, e que infelizmente muitas vezes, são as que amamos, mas o que me pergunto é:
Seria continuar amando um errante, um erro?
A Teia
Toda a história da generosidade falsa dos nossos opressores
Não vale um dia de luz da solidariedade dos povos oprimidos.
A mão estendida nada mais receberá
Senão outra mão estendida
Para construir o que se quer.
Toda a história da generosidade falsa dos nossos opressores
Não vale um dia de luz da solidariedade dos povos oprimidos.
Os passos corridos não caminharão para as pedras
Será a terra justa nosso caminho.
O alimento dado aos que tem fome será negado
Senão o alimento da partilha, o alimento da vida.
A vida para os que aprenderam a amar vivendo
Será alimento para os que têm fome não só de comida.
Toda a história da generosidade falsa dos nossos opressores
Não vale um dia de luz da solidariedade dos povos oprimidos.
Os sonhos estéreis dos opressores serão de nós recolhidos
Sonharemos com o mundo no qual as palavras
Sejam coloridas com a tinta que transmuta
Toda luta em sonho
Todo sonho em luta.
Então fique refugiada nessa teia
Diga aquilo que lhe convém
Afasta o sorriso e profana a solidez
Olha-me neste segundo perdido
Prolifera a razão
Claro emoção, paixão que só lhe incomoda
Diga a moça da janela que não liga
Diga que o passado é um cadáver solitário
E peça a ela que alterne a prosa
Por que... O indesejado voltará com mais amor.
A senhora de Shalott
Lá ela tece noite e dia
Uma teia mágica de cores vistosas.
Ela ouviu um sussurro dizendo:
Uma maldição cairá sobre ela se continuar a
Olhar com desprezo para Camelot.
Ela não sabe qual é a maldição,
E assim ela tece continuamente,
E outro pouco cuidado ela tem,
A senhora de Shalott
E movendo-se através de um espelho
Que pende diante dela o ano todo,
Sombras do mundo aparecem.
Lá ela vê a estrada próxima
Que desce sinuosa até Camelot
Mas em sua teia ela ainda se deleita
Em tecer as visões mágicas do espelho,
Pois frequentemente, nas noites silenciosas,
Um funeral, com plumas e luzes
E música, dirigia-se a Camelot;
Ou quando a lua brilhava no céu
Surgiam dois jovens amantes recém-casados.
“Eu estou cansada de sombras”, disse
A senhora de Shalott.
***
E descendo o vasto e turvo rio
Como um bravo vidente em transe,
Ao ver toda a sua infelicidade
Com um olhar opaco,
Ela contemplou Camelot.
E ao final do dia
Ela soltou a âncora e se deitou;
A correnteza carregou-a para bem longe,
A senhora de Shalott.
- “The Lady of Shalott”, de Alfred, Lord Tennyson
A teia
Quando começa a entender seu novo universo, ele entra numa espécie de transe, e “vê” que tudo a nossa volta é uma gigantesca teia de filamentos luminosos, totalmente ligados – ou seja, tudo é uma coisa só, e parte da mesma energia. Às vezes, estes filamentos luminosos se condensam sob a forma de ovo, e isso significa que ali está a alma de um ser humano (Carlos Castaneda explica bem esta visão em seu livro “Uma estranha realidade”).
Olhando o seu próprio “ovo de luz”, o feiticeiro nota um ponto, que deve se encaixar com os filamentos luminosos capazes de conduzir a energia do poder. Esta energia, embora possa ser usada pelo feiticeiro, não pode ser manipulada – ele tem que saber conduzi-la suavemente para o seu aprendizado. Aproximar-se deste ponto de encaixe é o trabalho mais difícil da iniciação, e exige silêncio, meditação, e perseverança.
Teia do Fantasma
Um fantasma acariciando suas vestes.
Um bicho seda se espreguiçando no meio de um favo de mel.
Tecendo ruidosamente uma teia de aranha confortável.
Tentando capturar ele mesmo.
No intricado labirinto do meu ser, há uma teia de caminhos que se entrelaçam como anastomoses, conectando os fragmentos da minha alma. E no centro desse emaranhado, encontro-te, minha alma gêmea, o ponto de convergência onde nossos destinos se fundem em um só. Como artesãos do destino, nossos corações se uniram em uma anastomosis perfeita, onde cada batida ecoa em sincronia, cada suspiro é compartilhado e cada sorriso encontra seu reflexo no outro. Somos a manifestação de uma conexão transcendental, onde o amor flui livremente como o sangue em nossas veias, nutrindo nossa essência e fortalecendo o laço indissolúvel que une nossas almas. Em ti, encontrei não apenas minha outra metade, mas a fonte inesgotável de inspiração, a razão pela qual cada dia é uma jornada de descoberta e crescimento. E assim, nessa dança eterna de almas entrelaçadas, celebramos a anastomosis do meu coração, onde o amor floresce em sua forma mais pura e sublime.
a vida alheia
o mel da abelha
a pela que arranha
a teia da aranha
a decepção do amor
o amargo sabor
o beija-flor
e a liberdade
com gosto de felicidade.
teia
a tristeza tem feito teias em meus olhos
e vez por outra outros olhos são capturados
e me descobrem completamente nu
enquanto são devorados
Cuidado com a teia social, onde a luz te atrai, a navegação te confunde e a busca excessiva por calor humano pode te levar a um lugar vazio e frio.
Quando percebemos a teia,
a conexão Universal entre nós todos, vemos que há uma força maior ligando e conectando cada destino.
Compreendemos que todos fazem parte da nossa história.
Tudo está conectado,até o infinito,passado presente e futuro.
Somos todos Um. LFB
Tenho a nítida impressão de que fiquei presa em alguma teia do passado. Não sou uma pessoa estática, tampouco inflexível. Gabo-me de ir acompanhando a evolução das coisas e ir além disso, gostar das modernidades. Mas acho que fiquei bastante emaranhada naqueles anos pretéritos, pois pego-me frequentemente comparando algo atual com seu similar mais antigo e o que é mais antigo ganha de goleada em charme, elegância, sentimento, glamour e eternidade.
TEIA DO BEIJO
Encontrei nos lábios seus
seus frenesis a me enfeitiçar
enfeitiçar minhas vontades
vontades e meu acelerar.
Acelerar com aquele amor
amor que pra você escolhi
escolhi com tanta paixão
paixão d'aquelas, que nunca vi.
Vi você ali, desabrochar
desabrochar nos braços meus
meus ensejos de desejos
desejos sem mais adeus.
Adeus, e viajamos ao céu,
céu que envolveu-me em sua teia
teia que me prendeu na volúpia
volúpia em centelha, encontrei.
Antonio Montes
PÔS-SE O SOL
Pôs-se o sol... onde a noite tece a teia
Da treva. E pouco a pouco aí desmaia
A última luz do dia, então, assim caia
Da escuridão que a pretidão incendeia
No horizonte estrelas no céu semeia
Pela janela a sombra deita na alfaia
O mirar no remoto lúrido cambaia
E a escureza do cerrado encadeia
Com o olhar na lua, rogo levanto
E, cheio de maculada melancolia
Anoitece, e não prendo o pranto:
Choro de encanto e tal a alegria
De tão ligeira cena e sem tanto
Em gratidão, por mais um dia!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 de outubro, 2020 – Triângulo Mineiro
Em meio a escuridão
Um vagalume passeia
Desliza na mansidão
Como aranha em sua teia
Parece imitar a lua
Parada no firmamento
Iluminando a rua
E também meus pensamentos